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'''Daniel Bell''' ([[Nova Iorque]], [[10 de maio]] de [[1919]] - [[Cambridge (Massachusetts)|Cambridge]], [[25 de janeiro]] de [[2011]]) foi um [[Sociologia|sociólogo]] [[estadunidense]], professor emérito da [[Universidade Harvard]] e diretor da Fundação Suntory, bem como, pesquisador residente da [[American Academy of Arts and Sciences]].<ref>{{citar web|url=http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=490678 |título=Morreu o sociólogo Daniel Bell |lingua2=pt |autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
 
==Biografia==
 
Foi um [[Sociologia|sociólogo]] [[estadunidense]], professor emérito da [[Universidade Harvard]] e diretor da Fundação Suntory, bem como, pesquisador residente da [[American Academy of Arts and Sciences]].<ref>{{citar web|url=http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=4&id_news=490678 |título=Morreu o sociólogo Daniel Bell |lingua2=pt |autor=|data=|publicado=|acessodata=}}</ref>
 
==Carreira==
 
Graduou-se em sociologia em [[1939]] na [[City College of New York]] e começou sua carreira como jornalista tornando-se editor de ''The New Leader'' (1941-1945), ''Fortune'' ([[1948]]-[[1958]]. Foi co-fundador do ''The Public Interest Magazine'' (1965).
 
Em 1960, a [[Universidade Columbia]] concedeu-lhe o título de PhD, onde lecionou de 1959 até 1969 e depois na Universidade de Harvard.
 
==Pensamento==
 
Foi um pensador muito influente durante as décadas de 1960 e 1970, principalmente com obras sobre o [[Sociedade Pós-Industrial|pós-industrialismo]] e a tese do fim das ideologias. Sua obra, até hoje, representa um marco nas discussões em [[economia]], [[sociologia]] e [[economia política]].
 
{{Referências}}
Suas obras mais importantes são: O Fim da Ideologia, ''The End of Ideology '', de 1960, O Advento da Sociedade Pós Industrial, '' The Coming of Post Industrial Society '', de 1973, e As Contradições Culturais do Capitalismo, '' The Cultural Contradictions of Capitalism '', de 1976.
 
Em O Fim da Ideologia, 1960, Daniel Bell trata do esgotamento das grandes ideologias, de matriz humanista, nascidas no século XIX como o liberalismo, o socialismo e o nacionalismo.
 
Segundo ele, o Estado de Bem Estar Social superou a questão do conflito de classes, que, nos termos de Marx, aguçaria a tensão social; o nacionalismo ficou para trás, em duas guerras mundiais, motivadas pela defesa da linha nacionalista de desenvolvimento. Desse modo, as ideologias perderam sua funcionalidade e seu caráter mobilizador das massas, as razões para os antagonismos desapareceram.
 
As sociedades desenvolvidas teriam atingido um consenso, segundo Daniel Bell, uma combinação de democracia representativa e prosperidade econômica, como uma síntese historicamente construída. Não obstante, questões externas ao mundo desenvolvido, começaram a integrar a pauta das nações desenvolvidas, novas razões de mobilização e conflito surgiram e o consenso se desfez. A neutralidade das ciências sociais foi posta em questão, a interferência dos valores afetando a sua objetividade voltou à discussão no campo da epistemologia. O mundo pensado por Bell não se aplicava a imensa maioria dos povos da Terra, mergulhados em problemas da era pré-industrial.<ref>[http://www.infopedia.pt/$teoria-do-fim-das-ideologias Teoria do Fim das Ideologias, Infopedia] </ref>
 
A tese de Daniel Bell foi retomada por [[Francis Fukuyama]], em O Fim da História e o Último Homem, no inicio dos anos 90, a questão da existência de uma teleologia, ou seja, um estado definitivo da evolução da sociedade humana. A economia de mercado e a democracia liberal combinadas expressariam esse fim da história. A tese de Daniel Bell recolocada ou revalidada, num mundo pós-Guerra Fria, com a força da conjuntura histórica.
<ref>[http://www.infopedia.pt/$teoria-do-fim-das-ideologias Teoria do Fim das Ideologias, Infopedia] </ref>
 
Em O Advento da Sociedade Pós Industrial, ele aborda o nascimento da chamada sociedade pós-industrial, caracterizada pelo avanço do setor de serviços e das atividades de informação, substituindo os elementos que caracterizavam a sociedade industrial. Mudança que implicou em uma nova estratificação social. O surgimento de uma elite formada por técnicos, especialistas com atividades voltadas para a coleta, organização, processamento de informações, e posterior avaliação ou julgamento, com base na qualidade e quantidade dessas informações.
 
Diminuiu o número de trabalhadores sem especialização, a qualificação se tornou dominante entre os trabalhadores dos países desenvolvidos. O aumento dos qualificados e a diminuição dos operários sem especialização afetaram a organização sindical, gerando uma menor pressão sindical. O capital humano aperfeiçoando- se, o trabalho intelectual agregando valor, dita o ritmo do crescimento econômico. A educação de qualidade torna-se vital. Um novo tipo de conhecimento, o teórico e não o empírico se impôs, era a sociedade do conhecimento, o terceiro estágio de evolução social. A tecnologia havia afetado o conjunto da sociedade, ou as três esferas que compõe a sociedade, a esfera cultural, econômica e política, segundo a teoria de Daniel Bell. O poder centrou-se no conhecimento, e sua expressão é a ligação funcional da Universidade com a empresa.
<ref>[http://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica%E7%F5es/GT3/gt3m2c4.pdf 1 Sobre a sociedade pós industrial Jose Flavio Berteiro] </ref>
<ref>[http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451995000100008 A crise da sociedade do trabalho em debate he debate on the crisis of work osué Pereira da Silva] </ref>
<ref>[http://www.estudosdotrabalho.org/anais6seminariodotrabalho/cezarluizdemari.pdf Universidade, tecnologia e conformismo: debate com Daniel Bell e Emmanuel Castells, por Cezar Luiz Demari] </ref>
 
Em As Contradições Culturais do Capitalismo, 1976, Daniel Bell observa que o avanço do setor de serviços implicou no surgimento de uma mentalidade com predomínio do hedonismo, ou da satisfação imediata dos desejos, entre a população em geral, o prazer do consumo em contraposição ao trabalho longo e penoso da indústria. Nos pós-guerra cresce a demanda por ações contínuas do Estado a fim de garantir um ambiente propício ao crescimento econômico e também pelo fornecimento de serviços relacionados ao Estado de Bem Estar e políticas sociais. Demandas contraditórias, segundo Daniel Bell, a necessidade de mais impostos para financiar os serviços públicos e o desejo de crescimento, gerando turbulência econômica.
 
As teses de Bell têm suscitado muita discussão acadêmica e política sobre a questão do definição da perda da importância do trabalho manual em favor do trabalho intelectual, sobre a temática do conflito distributivo e do papel do Estado no estágio atual do capitalismo .
 
==Ver também==
 
[[Habermas]]
 
[[Claus Offe]]
 
[[James Burnham]]
 
[[Capitalismo tardio]]
 
{{Referências}}
 
{{esboço-sociologia}}