António Carreira: diferenças entre revisões

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Acerca de António Carreira, a páginas 70, do seu tratado, diz-nos Pedro Talésio (1618), Arte de Canto Chão com huma breve instrucção, pera os sacerdotes, diaconos, subdiaconos, & moços de coro, conforme ao uso romano, Coimbra, Na Impressão de Diogo Gomez de Loureyro, p. 70: “[...] segundo observou (entre outras cousas que excellentemente acentuou & reformou) Antonio Carreira, Mestre dignissimo que foy da Capella Real de Sua Magestade em Lisboa, cuja opinião, como milhor & mais segura, vou d'ordinario seguindo na Instrucção do Presbytero, Diacono, Subdiacono, Moços de Coro, & na mayor parte dos Cantos chãos que aqui se acharão appontados, que sam os que me parecerão mais necessarios pera o ornato, e perfeição desta Arte presente, & pera o exercicio, & comodidade de todo Sacerdote & ministro Ecclesiastico. E tudo conforme se usa gêralmente no Officio Romano”.
 
Existem porém três músicos de nome António Carreira. A. Carreira (ca. 1530- ca. 1594), mestre da Capela Real teve um filho, com o seu nome, que era Eremita de S. Agostinho, e igualmente compositor. Ignora-se a data de nascimento, mas sabe-se que morreu no Convento da Graça, em Janeiro de 1599, vitima da peste, e que guardava o desejo de publicar as obras musicais de seu pai. As suas peças vocais estão num manuscrito intitulado "Livro de São Vicente de Fora" (pertença do fundo deste mosteiro), bem como no MM 40 da Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP). São dele as seguintes obras: Gloria, laus, et honor, 4vv; Kyrie, 4vv; Missa ferial, 4vv; Paixão (Segundo S. Mateus), 4vv (também no MM 40 da BPMP); Paixão (Segundo S. Marcos), 4vv; Paixão (Segundo S. Lucas), 4vv; Paixão (Segundo S. João), 4vv (também no PmMM 40 da BPMP). Existem ainda 7 peças anónimas que lhe são atribuídas, de acordo com a análise estilística.
 
Existe também um terceiro António Carreira, ou António Carreira Mourão (m. 1637) que era sobrinho, do mestre da Capela Real. A Carreira Mourão foi concedida a vigararia de São Vitorino, e é referido também aqui como Mestre de Capela da Sé de Braga, na data de 6 de Maio de 1606. Carreira Mourão foi assim Mestre na Sé Catedral de Braga, e posteriormente na Sé Catedral de Santiago de Compostela (dando entrada ao serviço a 2 de Julho de 1613). Terá ocupado esta função até a data da sua morte, a 19 de Março de 1637. Sabemos igualmente que Carreira Mourão (ou Morán, na espanholização do apelido), era licenciado (talvez pela Universidade de Coimbra, ou pela Universidade de Évora), e que tinha ascendido à dignidade de cónego da Catedral de Santiago. Teve cinco filhos, sendo quatro religiosos (um deles também chamado António Carreira), excepto o primogénito. De Carreira Mourão chegaram-nos dois motetos, conservados na Sé Catedral de Santiago de Compostela.