Manuela de Sousa Marques: diferenças entre revisões

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|imagem = Manuela_Sousa_Marques.jpg
|imagem_tamanho = 250px
|legenda = Manuela de Sousa Marques, Lisboaem 2007
|data_nascimento =31 de maio de 1924
|local_nascimento=[[Lourinhã]]
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|ocupação =Professora, Ensaísta, Tradutora
|cônjuge =[[Delfim Santos]]
|morte_data = 30 de março de 2015|morte_local = Lisboa}}
}}
'''Maria Manuela de Sousa Marques''' ([[Lourinhã]], [[31 de maio]] de [[1924]] — [[Lisboa]], [[30 de março]] de [[2015]]) éfoi uma [[professora]], [[ensaísta]] e [[tradutor]]a portuguesa, de ascendência alemã e espanhola.
 
== Biografia ==
Fez o ensino liceal em Lisboa em regime doméstico. De 1941 a 1946 cursou [[Filologia]] Germânica na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]], onde a partir dessa data sucedeu ao Prof. [[:fr:Wolfgang Kayser|Wolfgang Kayser]] na regência de várias cadeiras de [[Literatura em alemão|Literatura Alemã]]. Ainda com o mestre germânico preparou a versão portuguesa da obra ''Fundamentos da Interpretação e da Análise Literária''.<ref>(1948) 2 vols, Coimbra: Arménio Amado.</ref> Foi também aluna de [[Delfim Santos]] em [[História da Educação]], com quem casariaviria a casar em [[5 de novembro]] de [[1957]].
 
Em 1951 publicou o seu principal ensaio, ''Heinrich vonVon Kleist, Poeta Trágico. A '', e a partir dessa data deixou a docência universitária para se consagrar ao trabalho de tradutora literária. Foi a primeira a traduzir em Portugal [[Hermann Hesse]] entre outros autores estrangeiros.<ref>(1952) HESSE, Hermann, ''Ele e o Outro [Klein und Wagner]'', trad. do alemão de Manuela de Sousa Marques, pref. de Delfim Santos, col. Obras Primas Contemporâneas, Lisboa, Guimarães Ed.</ref>
 
A partir de 1971 integra o Instituto de Meios Audiovisuais de Educação (IMAVE), mais tarde Instituto de Tecnologia Educativa (ITE), embriões da futura [[Universidade Aberta]], onde desenvolveu uma inovadora ação no domínio da pedagogia e da didática. Também nesse ano saiu o primeiro volume das ''Obras Completas de Delfim Santos'' cuja publicação organizou e promoveu junto da Fundação Gulbenkian com a colaboração de [[Jacinto do Prado Coelho]].
 
Desde 1978 até 1992, data da sua aposentação, foi encarregue de importantes trabalhos de tradução oficial para as relações exteriores dos serviços centrais do [[Ministério da Educação (Portugal)|Ministério da Educação]] português. A partir deda sua entãoreforma dedicou-se à organização e inventariação do importante [http://www.delfimsantos.org/paginas/doacao_espolio_delfim_santos.htm espólio filosófico, literário e documental de Delfim Santos], que doouem 2011 viria a doar à [[Biblioteca Nacional de Portugal]] em 2011.
 
== Obra ==
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== Principais temas ==
Para Manuela de Sousa Marques ''«O problema da culpa está vinculado ao problema do trágico. Só a culpa metafísica é própria da tragédia. A pura infração moral ou jurídica não se qualifica como trágica. O ato de um criminoso não é trágico enquanto for considerado como opção deliberada pelo que é contrário ao cânone ou lei. Só o ''schuldlos-schuldig'', o inocente-culpado, tem investidura trágica. O criminoso pode, à luz de determinada visão, adquirir a dignidade trágica: mas desde esse momento deixa de ser criminoso aos olhos de quem o vê como vítima de culpa transcendente, como inocente-culpado. O homem trágico não tem culpa, todavia é culpado, ou não é culpado e todavia tem culpa. O exemplo clássico mais significativo é o de Édipo. Édipo torna-se culpado, a seus olhos e aos de toda a humanidade; contudo, ele serve uma intenção inocente. Os crimes de Édipo só o são ''a posteriori'', após o conhecimento de uma situação primária e ignorada que ''a posteriori'' os estigmatiza. Antes de toldado pela tardia revelação, o seu comportamento é conforme com a mais imune intenção moral. E o primeiro momento trágico é a culpabilização do inocente, uma das mais flagrantes manifestações do destino irredutível e aniquilador da fraqueza humana. Essa culpa transcendente e imposta subreptícia e ardilosamente ao homem é a situação por excelência da tragédia grega e europeia»''.<ref>(1951) MARQUES, Manuela Sousa, Heinrich von Kleist, Poeta Trágico, ''Revista da Faculdade de Letras de Lisboa'' 2ª s., 17, Lisboa.</ref>
 
{{Referências}}
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== {{Ver também}} ==
* [[Delfim Santos]]
* [[Hermann Hesse]]
* [[Heinrich von Kleist]]