Castelo de Malbork: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m
Ficheiros de qualidade en Commons
Linha 37:
Quando a sua última fortaleza das cruzadas ocidentais caiu para os árabes muçulmanos, a Ordem moveu o seu quartel-general para [[Veneza]] antes de chegar à Polónia. Malbork tornou-se mais importante em consequência da conquista pelos cavaleiros teutónicos de [[Gdańsk]] (Danzig) e da [[Pomerânia]] em 1308. O centro administrativo da Ordem mudou-se de [[Elbląg]] (Elbing) para Malbork. A importância do castelo cresceu de modo decisivo a partir de 1309, quando o Grão-Mestre [[Siegfried von Feuchtwangen]] ali chegou a partir de Veneza, empreendendo a fase seguinte de construção da fortaleza<ref name=Emery143/>. Nesse ano, na esteira da perseguição papal aos [[Cavaleiros Templários]] e da tomada teutónica de Dantzig, Feuchtwangen transferiu o seu quartel-general para a parte prussiana do [[Estado da Ordem Teutónica|Estado monástico da Ordem]]. Escolheu o sítio de Marienburg, convenientemente localizado no Nogat, no delta do [[Vístula]]. Tal como acontecia com a maior parte das cidades da época, o novo centro estava dependente da água para o transporte.
 
[[File:Marienburg2Castillo de Malbork, Polonia, 2013-05-19, DD 40.jpg|thumb|left|180px|Fachada do palácio do proprietário.]]
 
Subitamente, o castelo tornou-se na sede de um dos mais poderosos Estados da [[Mar Báltico|costa báltica meridional]]. Porém, rapidamente ficou claro que o castelo estava inadequadamente organizado e privado de pessoal para cobrir este importante papel<ref name="costruzione">{{en}} {{cita web|url=http://www.zamek.malbork.pl/en/historia/h_stolica.php|titolo=Construção do castelo|accesso=21 Agosto 2008}}</ref>, sendo expandido várias vezes para alojar o crescente número de cavaleiros, tornando-se rapidamente no maior edifício [[arquitectura gótica|gótico]] fortificado da Europa<ref name="unesco">{{en}} {{cita web|url=http://whc.unesco.org/en/list/847|titolo=Scheda UNESCO|accesso=21 Agosto 2008}}</ref>. Inicialmente, no lugar onde hoje surge o castelo estava presente um convento, que no espaço de quarenta anos se viu transformado num castelo servido por todas as defesas possíveis<ref name="costruzione"/>. O castelo tem várias subdivisões e numerosos níveis de muralhas defensivas. Consiste em três castelos individualizados, os Castelos Alto, Médio e Baixo, separados por múltiplos fossos secos e torres. Em tempos, o conjunto chegou a alojar aproximadamente 3.000 "irmãos de armas". As muralhas mais externas encerram quase 52 [[Acre (unidade)|acres]] (21 ha), quatro vezes a área do espaço fechado do [[Castelo de Windsor]]. A parte desenvolvida da propriedade designada como Património da Humanidade tem 18,038 ha.
Linha 55:
No Verão de 1410, o castelo foi cercado após a derrota da Ordem pelos exércitos de [[Jogaila|Władysław II Jagiełło]] e [[Vytautas|Vytautas, o Grande]], na [[Batalha de Grunwald]]. [[Heinrich von Plauen]] conduziu com sucesso a defesa no [[Cerco de Marienburg (1410)|Cerco de Marienburg]] em 1410, no decorrer do qual o exterior da cidade foi arrasado.
 
[[File:DanskerCastillo undde MarienburgMalbork, Polonia, 2013-05-19, DD 43.jpg|thumb|250px|Torre toilete.]]
 
Em 1456, durante a [[Guerra dos Treze Anos]], a Ordem – abandonada e contestada por aumentar os impostos para pagar os resgates dos seus próprios mercadores tomados pelo [[Reino da Polônia (1385–1569)|Reino da Polónia]] – já não podia gerir-se financeiramente. Entretanto, o general polaco [[Stibor de Poniec de Ostoja]] obteve fundos de Dantzig para uma nova campanha contra eles. Ao tomar conhecimento que os mercenários [[Boémia|boémios]] da Ordem não tinham sido pagos, Stibor convenceu-os a ir embora, reembolsando-os com dinheiro obtido em Dantzig<ref name="Eckstein">[www.poniec.pl http://www.poniec.net/index.php?option=com_content&task=view&id=26&Itemid=45, Como por Antoni Eckstein, ''History of Poniec'',] publicado em "Roczniki Historyczne", v.II, p.92 de IH PAN (Instituto de História, Academia Polaca de Ciência), 1926</ref>. Depois da partida dos mercenários, o rei [[Casimiro IV da Polónia]] entrou em triunfo no castelo em 1457 e, em Maio, concedeu a Dantzig vários privilégios em gratidão pela assistência da cidade e pelo envolvimento na Guerra dos Treze Anos, assim como pelos fundos reunidos para os mercenários que partiram<ref name="Nowak-Osowski">Andrzej Nowak and Dariusz Osowski, [http://www.albumpolski.pl/artykul/Krolewski-herb-Gdanska/46/570 Królewski herb Gdańska], Album Polski.pl</ref>. O Grão-Mestre acabou por vender, sem mais delongas, o castelo ao rei [[Casimiro IV da Polónia]], separando-se o edifício da cidade em termos políticos, uma vez que os habitantes de Malbork resistiam à Polónia. O presidente da câmara de Marienburg, [[Bartholomäus Blume]], resistiu às forças polacas por mais três anos, mas os polacos capturaram-no e enforcaram-no em 1460. Um monumento a Blume foi erguido em 1864<ref>[http://books.google.com/books?id=fnzEpTR4ApIC&pg=PA193&dq=Bartholom%C3%A4us+Blume&num=50&as_brr=0&sig=pfb1_61taRweg4Tg2mnbam1n_pU Matthias Weber: ''Preussen in Ostmitteleuropa: Geschehensgeschichte und Verstehensgeschichte''], 2003</ref>.
Linha 89:
Este período assinalou o início de cerca de vinte anos de mudanças arquitectónicas, mesmo radicais, para o castelo. Em 1794, [[David Gilly]], um arquitecto prussiano e chefe do ''Oberbaudepartement'', fez um levantamento estrutural do castelo para decidir sobre o seu futuro uso ou demolição. O filho de Gilly, [[Friedrich Gilly]], produziu várias gravuras do castelo e da sua arquitectura, as quais exibiu em Berlim e foram publicadas por Friedrich Frick entre 1799 e 1803. No entanto, os trabalhos continuaram no castelo, apesar da publicação, em 1799, de um álbum contendo imagens de Malbork, que envolveu muitas pessoas. Entre estas, recordam-se os já citados Friedrich Gill, ilustrador, e Friedrich Frick, gravuras, além de F. Rabe, mapas. A introdução deste livro, que fala da história da cidade, foi, por sua vez, escrita por Konrad Levezow. Os objectivos do livro visavam levar o público prussiano a "redescobrir" a beleza de Malbork e a história da Ordem Teutónica<ref>{{harvnb|Boockman|1992|p=344}}</ref>, além de convencer as autoridades a parar de demolir o castelo.
 
[[File:Castillo de Malbork, Polonia, Zamek2013-05-19, WysokiDD kruzganek28.jpg|thumb|180px|left|Galeria que corre ao longo do claustro.]]
 
Apesar destes esforços, no mesmo ano de 1799 o rei [[Frederico Guilherme III da Prússia]] decidiu dar ao Castelo Alto a função de reserva de armas<ref name="devastazione"/>. Os trabalhos tiveram início em 1801 e mudaram radicalmente o aspecto exterior da fortaleza. Todas as janelas medievais foram fechadas e foram criadas outras, posicionadas de acordo com a nova estrutura interna das salas. Os tectos foram mudados e rebaixados. Paredes interiores em pedra foram substituídas por paredes em madeira. O Castelo Médio sofreu quase o mesmo tratamento e a ala leste foi convertida num celeiro. Para a sua construção, foi necessário demolir a Capela de São Bartolomeu<ref name="devastazione"/>. Depois destas alterações, o castelo foi transformado numa caserma<ref>Michelin, ''[http://books.google.it/books?id=cdTGfkJ5_asC&pg=PA365&dq=Castello+di+Malbork&ei=iv7ISOGjE4LmygSwmqXBAw&sig=ACfU3U0akJ5cbQMElDqgqO2SlGjb9vxlqw Polónia]''. Michelin, 2006, página 365. ISBN 2-06-712478-1</ref>.
 
[[File:MarienburgCastillo 2004de InnenbereichMalbork, 1Polonia, 2013-05-19, DD 33.JPGjpg|thumb|250px|Pátio do Castelo Médio.]]
 
No castelo, na primeira década do século XIX, foi encontrado um documento escrito por [[Max von Schenkendorf]], um estudante real, que foi publicado, em 1803, num diário de [[Berlim]]. O autor, um jovem [[poesia|poeta]] [[romantismo|romântico]], era contra a demolição do castelo<ref name="devastazione"/>. Em 12 de Fevereiro desse mesmo ano, [[Johann Dominicus Fiorillo]] publicou uma outra edição das gravuras de Friedrich Gilly, também querendo incentivar o interesse do público.
Linha 149:
No final de Junho de 1922, depois de quarenta anos de trabalhos de reestruturação, [[Conrad Emmanuel Steinbrecht]] iniciou o seu período de aposentadoria. O seu sucessor foi o mestre [[Bernhard Schmid]], que pouco antes tinha sido eleito protetor dos monumentos históricos da [[Prússia Oriental]]. Foi sob a a sua supervisão que os trabalhos no castelo foram finalmente terminados.<ref name="guerremondiali">{{en}} {{cita web|url=http://www.zamek.malbork.pl/en/historia/h_war2war.php|titolo=As guerras mundiais|accesso=4 Setembro 2008}}</ref>.
 
[[File:Malbork_Castle_Exterior_3Castillo de Malbork, Polonia, 2013-05-19, DD 49.jpg|250px|thumb|Vista geral do Castelo Alto.]]
 
A Capela de [[Catarina de Alexandria|Santa Catarina]] foi concluída em 1922. Quatro anos depois foram reconstruídas as paredes e as torres e, em 1931, foram acabados os trabalhos para a construção da nova ponte que iria ligar o castelo à cidade, conhecida como Ponte de Hindenburg. Tendo sido reconstruído, e tendo-lhe sido acrescentadas algumas particularidades típicas da arquitectura neogótica, o castelo foi aberto aos visitantes. Estavam abertos ao público o refeitório, as cozinhas, o palácio dos cavaleiros, as salas e a Igreja de Nossa Senhora<ref name="guerremondiali"/>.
Linha 229:
 
===O Castelo Baixo===
[[File:Castillo de Malbork, Polonia, 2013-05-19, Kościół św.DD Wawrzyńca47.JPGjpg|thumb|left|250px|Igreja de São Lourenço, Castelo Baixo.]]
 
O Castelo Baixo, que estava começado em 1309, algumas décadas depois da construção das duas primeiras partes devido ao espaço insuficiente à disposição no castelo, hospedou habitações de soldados, o ''Karwan'', espaço de armas de vários géneros, um celeiro e um depósito de armas <ref name="costruzione"/>. Os edifícios, hoje parcialmente reestruturados, hospedam uma pousada<ref name="guidamondadoriseconda"/>.