Invasão corintiana: diferenças entre revisões
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A '''invasão corintiana ao Maracanã''' foi como ficou conhecido o episódio no qual milhares de torcedores do [[clube de futebol]] [[brasil]]eiro [[Sport Club Corinthians Paulista|Corinthians]], da [[São Paulo (cidade)|cidade de São Paulo]], viajaram até o [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]] para acompanhar a partida única da fase pré-final (equivalente à semifinal) do [[Campeonato Brasileiro de 1976]],{{nota de rodapé|À época, o Campeonato Brasileiro de 1976 era chamado de II Copa Brasil}} disputada entre a equipe paulista e o [[Fluminense Football Club|Fluminense]]. Além de ter valido uma vaga para a final do campeonato nacional, a partida ficaria notabilizada por ter sido o maior deslocamento de torcedores de um time visitante na história do futebol mundial.<ref name=JP/18-07-2012>Jovem Pan Online, 18 de julho de 2012</ref><ref name=GAZETA-ESPORTIVA-NET/29-08-2010>Gazeta Esportiva.net, 29 de agosto de 2010</ref><ref name=FOLHA.COM/05-12-2009>Folha.com, 5 de dezembro de 2009</ref><ref name=VIOMUNDO/02-12-11>Azenha, 2 de dezembro de 2011</ref><ref name=NEGREIROS/2010>Negreiros, 2010</ref>
Cotado antes do jogo como o favorito, o Fluminense abriu o placar com um gol de [[Carlos Alberto Pintinho]], o que parecia confirmar os prognósticos favoráveis aos cariocas. Mas com empenho e raça, o Corinthians conseguiu igualar o placar com [[José Carlos dos Santos (futebolista)|Ruço]]. Com o empate no tempo normal e prorrogação, a decisão foi para os [[pênaltis]]. O goleiro corintiano [[José Benedito Tobias|Tobias]] pegou duas cobranças e o Corinthians sagrou-se vencedor da partida, classificando-se para a final do campeonato nacional.<ref name=FSP-06-DEZ-1976-NOS-PENALTIS-CORINTIANS-VENCE>Folha de S.Paulo, 6 de dezembro de 1976, página 14 (Caderno de Esportes)</ref>
==História==
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|+ '''Primeira Fase (chamada na época de ''Fase Preliminar'')'''
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|+ '''Segunda Fase (chamada na época de ''Fase Semifinal'')'''
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|+ '''Terceira Fase (chamada na época de ''Fase Final'')'''
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! Data
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|}
Já o Corinthians começou bem a primeira fase da competição, garantindo sua classificação após três vitórias consecutivas contra [[Ceará Sporting Club|Ceará]] (2 a 0, fora), [[Nacional Futebol Clube (Manaus)|Nacional]] (2 a 0, em casa) e [[Clube do Remo|Remo]] (3 a 0, em casa), respectivamente.<ref name=
{| class="wikitable" border="1" align="center"
|+ '''Primeira Fase (chamada na época de ''Fase Preliminar'')'''
|- style="background: #DDFFDD;"
! Data
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| [[1 de setembro]]
| [[Estádio Moisés Lucarelli|Moisés Lucarelli]]
| {{BR-SPb}} [[Associação Atlética Ponte Preta|Ponte Preta]]{{nota de rodapé|Atuando mal, o Corinthians sofreu sufoco do time ponte-pretano e chegou ao empate somente através de um gol contra.<ref name=
|'''1 - 1'''
|-
| [[12 de setembro]]
| [[Estádio do Morumbi|Morumbi]]
| {{BR-SPb}} [[Guarani Futebol Clube|Guarani]]{{nota de rodapé|Estreia dos novos reforços corintianos [[Givanildo José de Oliveira|Givanildo]] e [[Antônio Rodrigues Filho|Neca]]. Apesar da boa atuação da equipe do Parque São Jorge, o time bugrino venceu a partida com um gol de falta, no fim do jogo, marcado por [[Zenon de Souza Farias|Zenon]].<ref name=
| 0 - 1
|-
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| [[22 de setembro]]
| [[Estádio Plácido Castelo|Castelão]]
| {{BR-CEb}} [[Ceará Sporting Club|Ceará]]{{nota de rodapé|Em partida difícil, o time corintiano só conseguiu marcar os dois gols da vitória no final do jogo, depois da equipe cearense estar com um homem a menos durante o segundo tempo.<ref name=
| '''2 - 0'''
|-
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|}
{| class="wikitable" border="1" align="center"
|+ '''Segunda Fase (chamada na época de ''Fase Semifinal'')'''
|- style="background: #DDFFDD;"
! Data
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| [[10 de outubro]]
| [[Estádio Olímpico Monumental|Olímpico]]
| {{BR-RSb}} [[Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense|Grêmio]]{{nota de rodapé|Um dos gols da derrota sofrida em [[Porto Alegre]] foi irregular. O árbitro [[Armando Marques]] assinalou um [[pênalti]] em uma falta que foi cometida fora da área.<ref name=
| 0 - 3
|-
| [[13 de outubro]]
| Pacaembu
| {{BR-PRb}} [[Coritiba Foot Ball Club|Coritiba]]{{nota de rodapé|Mesmo jogando mal e sem inspiração ofensiva, o Corinthians conseguiu a vitória por um gol a zero, frustrando o técnico corintiano Duque que queria os três pontos (a vitória por diferença de dois gols valia três pontos).<ref name=
| '''1 - 0'''
|-
| [[16 de outubro]]
| Morumbi
| {{BR-RJb}} [[Botafogo Futebol e Regatas|Botafogo]]{{nota de rodapé|Com uma atuação apagada e erros de marcação, o Corinthians acabou perdendo para um adversário cheio de desfalques.<ref name=
| 1 - 2
|-
| [[20 de outubro]]
| Pacaembu
| {{BR-MSb}} [[Operário Futebol Clube|Operário]]{{nota de rodapé|Precisando vencer por uma diferença de dois gols para somar três pontos e manter vivo as chances de se classificar para a Terceira Fase do nacional, o Corinthians venceu o Operário, na base da luta e da raça, em uma partida dramática, pelo placar de 3 a 1. Após o apito final, jogadores e torcedores corintianos comemoraram a vitória como se fosse a conquista de um título.<ref name=
| '''3 - 1'''
|-
| [[24 de outubro]]
| [[Estádio Ilha do Retiro|Ilha do Retiro]]
| {{BR-PEb}} [[Sport Club do Recife|Sport]]{{nota de rodapé|Os paulistas enfrentavam um adversário sem técnico, após a saída do treinador Paulinho Almeida, e que havia perdido todos os quatro jogos realizado naquela fase da competição. O presidente Vicente Mateus ainda contratou o meia Luciano, ídolo e jogador fundamental do Sport, que totalizava oito ausências (por contusões e suspensões) para o jogo na Ilha do Retiro. Mesmo com isso e a volta de [[Ernesto Luís Lance|Lance]] ao trio ofensivo, o Corinthians só conseguiu a vitória com um sofrido gol marcado nos últimos minutos por [[Geraldo da Silva|Geraldão]].<ref name=
| '''1 - 0'''
|}
{| class="wikitable" border="1" align="center"
|+ '''Terceira Fase (chamada na época de ''Fase Final'')'''
|- style="background: #DDFFDD;"
! Data
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| [[31 de outubro]]
| Pacaembu
| {{BR-SPb}} [[Associação Portuguesa de Desportos|Portuguesa]]{{nota de rodapé|Na estreia da Terceira Fase, em um Pacaembu lotado, o Corinthians enfrentou um adversário retrancado, violento e que, em dois contra-ataques no fim de jogo, quase marcou o gol da vitória.<ref name=
| '''0 - 0'''
|-
| [[3 de novembro]]
| [[Estádio Major Antônio Couto Pereira|Couto Pereira]]
| {{BR-PRb}} [[Coritiba Foot Ball Club|Coritiba]]{{nota de rodapé|Nesta partida da Terceira Fase, a equipe dirigida por Duque atacou, mas não conseguiu marcar gols no goleiro Jairo. Quando menos se esperava, o time paranaense marcou o gol da vitória em um lance polêmico. O juiz Agomar Martins não assinalou um impedimento de Oberdã, que estava em posição avançada. O resultado complicava a situação do Corinthians na competição. Após a partida, o presidente corintiano [[Vicente Matheus]] estava revoltado e chegou a pedir aos torcedores para abandonarem os estádios caso a equipe continuasse a ser prejudicada pela arbitragem.<ref name=
| 0 - 1
|-
| [[7 de novembro]]
| Morumbi
| {{BR-SPb}} [[Sociedade Esportiva Palmeiras|Palmeiras]]{{nota de rodapé|Em um clássico sem emoções, Palmeiras e Corinthians não conseguiram sair do zero a zero. Surgiram críticas ao "ataque milionário" corintiano, que completava três jogos sem marcar gols.<ref name=
| '''0 - 0'''
|-
| [[11 de novembro]]
| Pacaembu
| {{BR-SPb}} [[Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto)|Botafogo]]{{nota de rodapé|Os corintianos esperavam conquistar uma vitória por dois gols de diferença, que valia três pontos, para manter as chances de classificação. Mas mesmo com o espírito de luta dos jogadores, a vitória foi por diferença de um gol, e o Corinthians somava apenas dois pontos, complicando-se na tabela de classificação.<ref name=
| '''2 - 1'''
|-
| [[14 de novembro]]
| [[Estádio Francisco Stédile|Centenário]]
| {{BR-RSb}} [[Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul|Caxias]]{{nota de rodapé|Sem ter conseguido uma vitória por três pontos, o Corinthians foi até o Rio Grande do Sul enfrentar o Caxias. A vitória contra o adversário era considerada difícil, mas não impossível. Eficiente em campo, o Corinthians soube aproveitar as oportunidades e goleou a equipe da casa por 4 a 1, somando três pontos e gerando um clima de otimismo que se refletiria nas partidas seguintes.<ref name=
| '''4 - 1'''
|-
| [[18 de novembro]]
| Pacaembu
| {{BR-SPb}} [[Associação Atlética Ponte Preta|Ponte Preta]]{{nota de rodapé|Com o Internacional praticamente classificado para a fase seguinte, restava uma vaga na chave. A Ponte Preta, uma das candidatas a esta vaga, estava a frente do Corinthians na classificação naquele momento. Uma vitória corintiana era fundamental para os anseios do clube do Parque São Jorge. Com o Pacaembu lotado, o Corinthians venceu bem e deu um passo importante para se classificar.<ref name=
| '''2 - 0'''
|-
| [[21 de novembro]]
| Morumbi
| {{BR-SPb}} [[Sport Club Internacional|Internacional]]{{nota de rodapé|A partida era o grande teste para o Corinthians naquela altura do campeonato. Octacampeão gaúcho, o time do Inter impressionava pelo refinamento de seu futebol. O Morumbi recebeu neste jogo um público pagante de 113 286 pessoas, mais 7 mil não-pagantes, totalizando mais de 120 mil pessoas, um recorde da competição até então. A arrecadação - mesmo com o grande número de ingressos falsos - foi de cerca de três milhões de cruzeiros, também um recorde para o campeonato naquela temporada. No duelo, o Corinthians se impôs em campo e se mostrou superior ao time comandado pelo meio-campo [[Paulo Roberto Falcão]]. Os paulistas marcaram dois gols nos primeiros onze minutos de jogo. No final, placar de 2 a 1 e muita festa no Morumbi.<ref name=
| '''2 - 1'''
|-
| [[28 de novembro]]
| [[Estádio do Arruda|Arruda]]
| {{BR-PEb}} [[Santa Cruz Futebol Clube|Santa Cruz]]{{nota de rodapé|Com o Internacional já classificado, restava uma vaga por disputar entre Corinthians e Ponte Preta. O time de São Paulo somava 12 pontos, enquanto que o de Campinas, 11. Caso a Ponte perdesse seu jogo diante do Caxias, o Corinthians estaria automaticamente classificado. As duas partidas estavam marcadas para as 17h, mas propositalmente, o time do Corinthians atrasou em 20 minutos o jogo em Recife e, assim, saberia de antemão o resultado do jogo no Rio Grande do Sul. Santa Cruz e Corinthians ainda empatavam por 0 a 0 quando a partida em Caxias do Sul foi encerrada, com derrota para a Ponte Preta, resultado que classificava os corintianos.<ref name=
| '''2 - 1'''
|}
===Promoção do jogo===
Logo nos primeiros dias após a definição da classificação das equipes, os presidentes de Fluminense e Corinthians trataram de realizar a promoção da partida. Segundo o presidente tricolor [[Francisco Horta]], ele conversou com o colega corintiano [[Vicente Matheus]] para que os dois pudessem promover o jogo na mídia. Horta foi à [[São Paulo (cidade)|cidade de São Paulo]] e participou de programas esportivos.<ref name=
Ao mesmo tempo, os próprios dirigentes tentavam fazer provocações na [[mídia]] esportiva, com a intenção de promover o confronto.<ref name=
===Chegada ao Rio===
Mesmo com a promessa de transmissão direta da partida pela TV para o [[Estado de São Paulo]], milhares de
Ao chegarem, muitos corintianos
A presença maciça de torcedores do Corinthians, calculada em torno de 70 mil pessoas, causou certos transtornos no Rio, com engarrafamentos, tumultos, agressões e até o esgotamento de bebidas e cigarros nos bares e lanchonetes das imediações do estádio do Maracanã.<ref name=
===Dentro do estádio===
Os portões do estádio do Maracanã foram abertos às 13h, com mais de meia hora de atraso e certo tumulto. A demora na abertura ocorreu por conta da conclusão de um concurso da Escola Naval, realizada em pleno Maracanã, durante a manhã de domingo.<ref name=
A torcida corintiana chegou mais cedo ao Maracanã e conseguiu preencher rapidamente mais espaços do estádio que a do Fluminense, o que gerou atritos. Soldados da polícia militar formaram um cordão de alto a baixo das arquibancadas, na faixa que a divide ao meio, para que acalmar os torcedores. Alguns ainda trocavam insultos e cantavam os gritos de suas torcidas. A torcida corintiana se concentrava especialmente nas arquibancadas (metade) e nas cadeiras, na proporção de 2/3 ou 3/4 - não havia corintianos na geral.<ref name=
Foram registrados alguns desmaios e atendimentos médicos, especialmente por conta do forte calor durante toda a manhã e início da tarde na cidade,{{nota de rodapé|Os hospitais do Rio apresentaram movimento recorde para uma manhã de domingo. Foram cerca de 200 atendimentos, a maioria por excesso de bebidas alcoólicas.<ref name=
Às 15h, duas horas antes de começar a partida, as arquibancadas estavam completamente lotadas. Torcidas de times cariocas dividiram suas preferências. Do lado dos corintianos, havia algumas bandeiras do Flamengo; do lado do Fluminense, bandeiras do [[Club de Regatas Vasco da Gama|Vasco da Gama]].<ref name=
Nas tribunas de imprensa, cerca de 40 emissoras de vários Estados e as principais agências de notícias brasileiras se aglomeravam entre os pequenos espaços reservados para a transmissão da partida.<ref name=
O público pagante foi de 146 043 pessoas acrescidos de cerca de 12 000 menores de 14 anos que não pagavam ingressos, na época.
===O jogo===
Como vencedor do Grupo R e, por ter sido campeão de chave, o Fluminense tinha direito de jogar em casa a única partida da semifinal daquele Brasileiro. A equipe carioca formou naquela época um dos melhores times de sua história. Apelidado de ''"Máquina Tricolor"'', o clube das Laranjeiras havia montado uma time repleto de craques, comandadas pelo meia [[Roberto Rivellino|Rivellino]], por ironia ex-jogador do Corinthians e um dos maiores ídolos da história do clube do Parque São Jorge. A fama não foi por acaso: o time faturou o [[Campeonato Carioca de Futebol|bicampeonato estadual]] em [[1975]] e [[1976]]. Da equipe titular que enfrentaria o Corinthians, todos - com exceção do [[argentino]] [[Narciso Horacio Doval|Doval]], por motivos óbvios - já haviam sido convocado para defender a [[Seleção Brasileira de Futebol|Seleção Brasileira]].
Apesar da força do Fluminense, da tarefa de decidir a partida fora de casa e de algumas dúvidas que pairavam sobre a equipe do Corinthians, havia certo otimismo por parte do elenco corintiano, baseado em três aspectos: as boas atuações como visitante naquele campeonato, o espírito de reação da equipe nos momentos decisivos do mesmo e a seqüência de cinco vitórias consecutivas até aquela decisão.<ref name=FSP-05-DEZ-1976-O-LONGO-CAMINHO/>
Do time que disputou a final do [[Campeonato Paulista de Futebol de 1974|Campeonato Paulista de 1974]] contra o Palmeiras, restavam apenas cinco: [[José Maria Rodrigues Alves|Zé Maria]], Ademir, [[Wladimir Rodrigues dos Santos|Wladimir]], [[Wagno de Freitas|Waguinho]] e [[Ernesto Luís Lance|Lance]].<ref name=
O gramado escorregadio fez com que as duas equipes iniciassem a partida de maneira cautelosa, com muita troca de passes.<ref name=FSP-06-DEZ-1976-NOS-PENALTIS-CORINTIANS-VENCE>Folha de S.Paulo, 6 de dezembro de 1976, página 14 (Caderno de Esportes)</ref> Coube aos visitantes o primeiro ataque do jogo. Zé Maria cruzou da linha de fundo, mas o goleiro Renato antecipou-se a Geraldão e fez a defesa. O Fluminense respondeu aos 7 min. Após jogada de Rivellino, Dirceu chutou de fora da área e Tobias defendeu parcialmente.<ref name=FSP-06-DEZ-1976-NOS-PENALTIS-CORINTIANS-VENCE/> O Fluminense tocava bastante a bola, tentando atrair o Corinthians para seu campo. Rivellino buscava lançar Gil, mas a defesa corintiana, comandada pelo volante Givanildo, dava combate. Em alguns momentos, o jogo apresentou alguma violência por parte dos atletas de ambas equipes. O árbitro baiano Saul Mendes aplicou o primeiro [[cartão amarelo]] da partida aos 10 min, após Rivellino receber uma entrada forte de Ruço.<ref name=FSP-06-DEZ-1976-NOS-PENALTIS-CORINTIANS-VENCE/>
Aos 19 min, o Fluminense chegou ao gol. Após um rápido contra-ataque, Gil cruzou à meia altura na área corintiana. Carlos Alberto Pintinho se antecipou à marcação de Zé Eduardo e desviou a bola, que entrou no canto direito de Tobias.<ref name=
Aos 28 min, Vaguinho cobrou escanteio e Neca chutou para fora, perdendo uma grande oportunidade para empatar. De tanto insistir, o Corinthians chegou ao gol. Aos 29 min, em novo escanteio cobrado por Vaguinho, Neca ganhou disputa de cabeça com Rodrigues Neto. A bola sobrou a meia altura na pequena área e Ruço marcou, de meia
Durante o intervalo de jogo, a chuva se intensificou, mas o árbitro - após consultar os jogadores - resolveu que a partida continuaria. Sem poder trabalhar a posse de bola, os chutões foram constantes e frequentemente paravam nas poças d'águas. Mario Travaglini tirou Cléber para entrada de Erivelto, e Duque substituiu Geraldão por Lance. Depois, foi a vez de Givanildo - com problemas na garganta - ceder espaço para Basílio. O jogo seguiu, porém sem jogadas de grande técnica. O Corinthians chegava mais ao ataque, mas sem aproveitar suas oportunidades. Já o Fluminense esbarrava na defesa corintiana.<ref name=
Com o empate no tempo normal, as duas equipes foram para a prorrogação de trinta minutos. O empate persistiu e a decisão foi para os pênaltis.<ref name=
{{footballbox
|data = [[5 de dezembro]] de [[1976]]<br "/>17:00 |
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|penalidades1= [[José Rodrigues Neto|Rodrigues Neto]] {{penmiss}}<br "/>[[Carlos Alberto Torres]] {{penmiss}}<br "/>[[Narciso Horacio Doval|Doval]] {{pengol}}
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|[[Goleiro|G]] || || [[Renato da Cunha Valle|Renato]]
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|[[Meio-campo|M]] || || [[Carlos Roberto Gomes|Pintinho]] {{pengol}}
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|[[Atacante (futebol)|A]] || || [[Dirceu José Guimarães|Dirceu]]
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|[[Meio-campo|M]] || || [[Antônio Rodrigues Filho|Neca]]
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|[[Atacante (futebol)|A]] || || [[Wagno de Freitas|Waguinho]] {{Camarelo}}
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|[[Atacante (futebol)|A]] || || [[Geraldo da Silva|Geraldão]] {{suboff}}
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|[[Atacante (futebol)|A]] || || [[Romeu Evangelista|Romeu]]
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|colspan="4"|'''Substuições:'''
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|A || ||[[Ernesto Luís Lance|Lance]] || || {{subon}}
|-
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|colspan=3|'''Treinador: [[Davi Ferreira|Duque]]'''
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|}
===Pós-jogo===
Com a vitória nos pênaltis sobre o Fluminense, o Corinthians avançava para a final do Campeonato Brasileiro daquele ano, contra o Internacional, que havia eliminado o [[Clube Atlético Mineiro|Atlético-MG]]{{nota de rodapé|A final seria disputada em uma partida única, no [[estádio Beira-Rio]], em [[Porto Alegre]], já que o Internacional tinha melhor campanha que os corintianos}} e também ganhava o direto de disputar a [[Taça Libertadores da América de 1977]].{{nota de rodapé|Entre 1971 e 1989, o campeão e o vice-campeão do [[Brasil]] eram os dois representantes do país na [[Copa Libertadores da América|torneio sul-americano]].}}
Na segunda-feira, um dia após o jogo, pelo menos 8 mil torcedores foram ao [[Aeroporto de Congonhas]] para esperar a volta do avião dque trazia a delegação do clube, que depois desfilou em carreata até o Parque São Jorge.<ref name=
{{
{{
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<div class="references-small ref-scroll">{{dividir em colunas}}
* {{Aut|Negreiros, P.L}}. ''A invasão corinthiana – Rio, 05 de dezembro de 1976''. Revista Aurora, Edição 9, 2010. São Paulo, PUC. Visitado em 7 de maio de 2015. Disponível [http://revistas.pucsp.br/index.php/aurora/article/view/3784 aqui]
* ''Com Coríntians, metade do Maracanã''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 de dezembro de 1976, p.1, Capa
* '''Um, dois, três…', o Fluminense será freguês?''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 de dezembro de 1976, p.68, 5º caderno
* ''O longo caminho, entre esperanças e lágrimas''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 de dezembro de 1976, p.72, 5º caderno
* {{Aut|Chiorino, A}}. ''O importante é lutar''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 de dezembro de 1976, p.68, 5º caderno
* ''Um time pronto para a decisão? Hoje a resposta''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 de dezembro de 1976, p.74, 5º caderno
* ''Agora uma equipe mais experiente e amadurecida''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 5 de dezembro de 1976, p.76, 5º caderno
* ''O susto, a euforia, a festa''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.13, Caderno de Esportes
* ''Clima de cantos pornográficos e violência''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.18, Caderno de Esportes
* ''Nos pênaltis, o Coríntians vence''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.14, Caderno de Esportes
* ''Uma calma maratona na Dutra''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.18, Caderno de Esportes
* ''Os transtornos do Rio com os corintianos''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.18, Caderno de Esportes
* ''Às 8 horas, o auge da grande invasão''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.18, Caderno de Esportes
* ''Portões só foram abertos às 13h''. Folha de S.Paulo. São Paulo, 6 de dezembro de 1976, p.18, Caderno de Esportes
* ''Uma segunda-feira de carnaval na cidade''. O Estado de S.Paulo. São Paulo, 7 de dezembro de 1976, p.60
* ''Campeonato Brasileiro de 1976''. Futpédia, GloboEsporte.com. Visitado em 5 de maio de 2015. Disponível [http://futpedia.globo.com/campeonato/campeonato-brasileiro/1976#/fase=terceira-fase aqui]
* ''Há 33 anos a paixão pelo Corinthians levou 70 mil fiéis ao Maracanã''. Folha.com, 5 de dezembro de 2009. Visitado em 23 de dezembro de 2013
* ''Ex-presidente do Fluminense fala sobre a "invasão corintiana" em 5 de dezembro de 1976, quando 70 mil torcedores de cada lado assistiram à vitória do Corinthians sobre o time carioca nos pênaltis''. Rádio CBN, 5 de dezembro de 2006. Visitado em 23 de dezembro, 2013. Disponível [http://archive.is/RZ7p4# aqui]
* ''Corinthians x Fluminense - a maior invasão da história do futebol''. Jovem Pan Online, 18 de julho de 2012. Visitado em 23 de dezembro de 2013
* ''Anos 1977: A libertação de uma nação''. Gazeta Esportiva.net, 29 de agosto de 2010. Visitado em 23 de dezembro de 2013
* {{Aut|Azenha, L.C}}. ''O dia em que o Corinthians conquistou o Rio''. Viomundo, 2 de dezembro de 2011. Visitado em 23 de dezembro de 2013. Disponível [http://www.viomundo.com.br/humor/o-dia-em-que-o-corinthians-conquistou-o-rio.html aqui]
{{dividir em colunas fim}}</div>
=={{Ver também}}==
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*[[Fluminense Football Club|Fluminense]]
*[[Campeonato Brasileiro de Futebol de 1976]]
*[[Estádio do Maracanã]]
==Ligações externas==
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