Viés de confirmação: diferenças entre revisões

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{{Quote box |quote="Pessoas espertas creem em coisas bizarras porque elas são hábeis em defenderem coisas em que vieram a crer por razões não-espertas." |source=—[[Michael Shermer]]<ref>{{Harvnb|Kida|2006|p=157}}</ref> |width=30% |align=right}}
Vieses de confirmação não são limitados à reunião de evidências. Mesmo que dois indivíduos tenham a mesma informação, a maneira como eles a interpretam pode ser tendenciosa.
 
Uma equipe conduziu na [[Universidade de Stanford]] um experimento envolvendo participantes com forte opinião sobre a pena de morte, sendo metade a favor e metade contra.<ref name="lord1979">{{Citation |last=Lord |first=Charles G. |first2=Lee |last2 =Ross |first3=Mark R. |last3=Lepper |year=1979 |title=Biased assimilation and attitude polarization: The effects of prior theories on subsequently considered evidence |journal=Journal of Personality and Social Psychology |publisher=American Psychological Association |volume=37 |issue=11 |pages=2098–2109 |issn=0022-3514 |doi=10.1037/0022-3514.37.11.2098}}</ref><ref name=baron201 /> Cada participante leu as descrições de dois estudos: uma comparação dos [[Estados dos EUA]] com e sem pena de morte, e uma comparação das taxas de homicídio em um Estado antes e depois da introdução da pena de morte. Após ler uma rápida descrição de cada estudo, foi perguntado aos participantes se suas opiniões haviam mudado. Após isso, eles leram uma decrição mais detalhada dos procedimentos de cada estudo e tiveram que avaliar se as pesquisas foram bem conduzidas e convincentes.<ref name="lord1979" /> Na verdade, os estudos eram fictícios. Foi dito a metade dos participantes que um dos estudos sustentava o [[Teoria da intimidação|efeito de deterrência]] — o efeito da pena de morte de ''deter'' o crime — e que o outro estudo desmentia esse efeito, enquanto para os outros participantes tais conclusões foram invertidas.<ref name="lord1979" /><ref name="baron201">{{Harvnb|Baron|2000|pp=201–202}}</ref>
 
Os participantes, tanto aqueles a favor como os contrários à pena de morte, relataram terem alterado levemente suas posturas em favor do primeiro estudo que leram. Assim que leram as descrições mais detalhadas dos dois estudos, quase todos eles retornaram a suas crenças iniciais independentemente das evidências fornecidas, ressaltando os detalhes que sustentavam seus pontos de vista enquanto negligenciavam qualquer detalhe contrário.<ref name="lord1979" /><ref name ="vyse122">{{Harvnb|Vyse|1997|p=122}}</ref> Ao escrever sobre um estudo que parecia desmentir o efeito de deterrência, um proponente da pena de morte disse que "a pesquisa não abrangeu um período suficientemente longo", ao passo que, sobre o mesmo estudo, um oponente da pena de morte comentou que "não foi apresentada qualquer evidência forte para contradizer essa pesquisa".<ref name="lord1979" /> Os resultados ilustram que as pessoas, quando expostas a hipóteses que vão contra suas expectativas pessoais, exigem das evidências um padrão de qualidade mais alto. Esse efeito, conhecido como "viés de desconfirmação", tem sido sustentado por outros experimentos.<ref name="taber_political">{{Citation |last=Taber |first=Charles S. |first2=Milton |last2=Lodge |date=July 2006 |title=Motivated Skepticism in the Evaluation of Political Beliefs |journal=American Journal of Political Science |publisher=Midwest Political Science Association |volume=50 |issue=3 |pages=755–769 |issn=0092-5853 |doi=10.1111/j.1540-5907.2006.00214.x}}</ref>
 
=== Memória tendenciosa ===