Museu Casa do Anhanguera: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m removida marcação scat; Página marcada como sem notas, usando FastButtons
m Fiz nova pesquisa
Etiquetas: Possível conteúdo ofensivo Editor Visual
Linha 1:
{{Multitag|mnot|snot|rec|img|geodata|país=br|p1=br|infocaixa=Edifício|data=outubro de 2014}}
Apesar do nome museu casa do anhanguera, pesquisas recentes revelam que a casa possui outra história, que não foi escolhida na epoca de tombamento para ser rememorada.
O '''Museu Casa do Anhanguera''' é uma casa bandeirista do século XVII. Esse patrimônio histórico foi restaurado e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1958.
O museu está localizado no Largo da Matriz, n° 19 em Santana de Parnaíba, que apresenta em seu conjunto arquitetônico um exemplo típico de residência bandeirista urbana, sendo a única do gênero no estado de São Paulo mantendo suas características arquitetônicas até hoje.
Construída em taipa de pilão e taipa de mão, presume-se que ali residiu o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera).
 
== História ==
 
Existe um testamento de Francisco de Paula Barros<ref>Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
O ex-presidente Washington Luiz pesquisou o movimento Bandeirista em 1901, nos arquivos da municipalidade de São Paulo. Mais tarde, na década de 1920, como prefeito e depois governador do estado de São Paulo, mandou publicar dezenas de documentos de suas pesquisas. Tais publicações serviram de base para trabalhos fundamentais, elaborados três décadas depois.
Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT - SP). ''Solicita o
Em 1956, Washington Luiz lança seu livro - Capitânia de São Vicente. Mesmo depois de tantos anos de estudos e pesquisa sobre o Bandeirismo e principalmente sobre a entrada no Sertão, não foi possível fechar o tema. Sendo assim, estudantes que desejam aprofundar seus estudos nesta linha de pesquisa, irão encontrar as mesmas dificuldades.
tombamento da casa na praça da Matriz. nº 9 em Santana de Parnaíba''.
Nesse sentido, Goes (1991,p52) questiona a falta de um conceito sólido diferenciando “Entradas e Bandeiras”, mesmo porque o movimento dos Bandeirantes tem importância fundamental na formação de nossas fronteiras terrestres.
Processo 00354. São Paulo, 1973.
Segundo o historiador espanhol Ramón Blanco (apud Goes 1991, p53), reconhece-se que o movimento é extremamente confuso, ele gasta mais de quinhentas páginas para tentar provar que as Bandeiras eram movimentos militarizados, algo parecido com o exército com finalidade de capturar selvagens para serviços escravos.
A complexidade desse movimento assume papel diferente em lugares e tempos distintos, daí podemos verificar que a penetração territorial no sertão era feita em unidades militares e acompanhavam essas unidades juízes, padres, tabeliães e policiais. No caso de expedições fluviais chefiadas por Francisco de Mello Palheta, a mando do governador de Belém, subia em cinco embarcações o rio Amazonas e o Madeira, unindo-se com as frentes espanholas com a finalidade de desbravar o rio Guaporé.
 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN). ''Processo de Tombamento Casa da
Matriz (praça), 9 casa térrea, Santana de Parnaíba''. Processo 0557-T, Volume
I, Rio de Janeiro, 1958.
 
Superintendência Regional IPHAN. ''Pastas de documentos referente a Casa à praça da Matriz n 9 e Sobrado
=== A importância de Santana de Parnaíba no desenvolvimento da cidade de São Paulo ===
19 e 25''. São Paulo.
 
Centro de Memória e Integração Cultural Santana de
Os bandeirantes utilizaram o rio tiete como seu principal ponto de referência e navegação, tinha como estratégia, dificultar à abertura de novas vias terrestre, o que tornava mais eficiente o controle do trânsito pela via fluvial, melhorando o patrulhamento das regiões auríferas, garantido de forma eficaz a segurança do ouro.
Parnaíba. ''Pasta museu anhanguera''.
Em um contexto geral e histórico, no qual está inserido também Santana de Parnaíba, nos século XVII e XVIII, tivemos grandes transformações devidas dois fatores.
CEMIC-SMCT, Santana de Parnaíba, 2004.
Primeiro com a chegada da família Pires e posteriormente com o desenvolvimento promovido pela mão de obra escrava e indígena. Com o desenvolvimento vias urbanas de acesso a São Paulo Santana de Parnaíba tem sua situação econômica agravada, isso por que deixa de ser a principal via de acesso a São Paulo, daí o comércio em Santana enfraquece.
</ref> de 1860 que consta na parte de bens de raiz que diz: [...] huma morada de cazas terreas de dois lanços no patio da Matriz da Vila de Parnaíba, com quintal correspondente, que divide-se por hum lado com caza de José Maria da Silva Serra, por outro lado no mesmo patio, e pelos fundos com propriedade de Joaquim Zacarias [...] avaliada em 200$000 Réis.
A situação só veio a melhorar com a construção da primeira usina hidrelétrica do país, a qual foi construída pela empresa canadense Railway, Light & Power Company Ltd., em 1901, que posteriormente passou a se chamar Usina Hidrelétrica Edgard de Souza .
 
É uma Hipotese de que a casa foi construida no seculo XVII, entretanto não foi comprovado, pode ser que ela seja mais recente. Não se sabe quem foi o primeiro morador da casa, portanto, não da para afirmar que a casa foi do Bartolomeu Bueno da Silva.
 
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional fez levantamento histórico e arquitetônico .em 1957 e em 1958 a edificação seiscentista foi inscrita no livro de bens históricos com o processo de nº 557-T.
== Conjunto arquitetônico ==
 
DECRETO N. 40.444, DE 23 DE JULHO DE 1962
Autoriza a instalação, em Santana do Parnaiba, do Museu Histórico e Pedagógico Anhanguera
CARLOS ALBERTO A. DE CARVALHO PINTO, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO,
 
O CONDEPHAAT realiza o Tombamento ex-officio da casa em 1981 pelo processo 354/1973.
 
A casa não pertenceu ao Anhanguera, entretanto a nomeação para museu realizada pelo Governador Carvalho Pinto foi tão forte que a ideia colou.
 
Sabe-se que o prefeito Bruno Comenho havia comprado peças para o museu. Na documentação consultada no IPHAN. em 1982, ou seja, 20 anos após a "possivel" criação do museu. houve uma reunião com membros do IPHAN, Condephaat, Comunidade Local e Julio Abe com o intuito de montar em definitivo um museu na casa térrea seiscentista .
 
O que nos leva a crer que o museu virou realmente museu em meados dos anos 1990.
 
Decretos estaduais criaram os museus históricos e pedagógicos nas décadas de 1950 a 1970, colocando-os sob a direção do Serviço de Museus
 
Históricos, órgão pertencente à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, e instalando-os em diversas cidades do interior de São Paulo. Hoje, eles constituem
 
a maior rede de museus históricos e públicos criada no país. Em 1968, os museus foram transferidos à Secretaria de Estado da Cultura, passando à guarda e
 
administração do Departamento de Museus e Arquivos (Dema-SEC). Em 1998, a tutela dos museus, até então do Estado, é transferida às respectivas cidades por
 
meio do processo de municipalização, coordenado pelo Dema-SEC.
 
A casa é datada do século XVII e reconhecida como a única casa bandeirista urbana do estado de São Paulo. A casa se encontrava em estado de calamidade, pois havia sido abandonada e invadida por moradores de rua.
Há vários fatores que comprovam a veracidade das informações referentes à época da construção da casa. Em primeiro momento destaca-se por ser uma casa térrea, com telhado de três caídas com beirais nos telhados (conhecidos como cachorros) para não danificar a construção em épocas de chuva, a estrutura dos umbrais das portas e janelas com conversadeiras utilizando madeira de canela preta, a espessura e estruturas das paredes externas que foram construídas com taipa de pilão e as paredes internas com taipa de mão, e por fim um sótão que era utilizado para guardar mantimentos e outros utensílios que não eram utilizados frequentemente.
Para ser reconhecida como casa bandeirista urbana fez-se necessário preencher alguns requisitos, como não possuir uma capela e um quarto para receber viajantes, ambos os espaços anexados a casa, mas sem acesso a mesma. As casas bandeiristas rurais possuíam capelas pelo fato dos portugueses serem religiosos e estarem muito afastados, o que os impossibilitavam de frequentar a igreja constantemente.
No museu estão expostos alguns objetos pertinentes à época, a maioria deles doados pelos moradores da cidade. Entre os diversos objetos do museu, destaca-se a cama, por se tratar de um objeto de uso exclusivo da classe alta.
 
 
== Ver também ==
'''FONTES'''
http://www.santanadeparnaiba.sp.gov.br/imprensa_oficial/2013/Jornal%20Oficial_PMSP_15_BAIXA.pdf <br />
 
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT - SP). ''Solicita o
tombamento da casa na praça da Matriz. nº 9 em Santana de Parnaíba''.
Processo 00354. São Paulo, 1973.
 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN). ''Processo de Tombamento Casa da
Matriz (praça), 9 casa térrea, Santana de Parnaíba''. Processo 0557-T, Volume
I, Rio de Janeiro, 1958.
 
Superintendência Regional IPHAN. ''Pastas de documentos referente a Casa à praça da Matriz n 9 e Sobrado
19 e 25''. São Paulo.
 
Centro de Memória e Integração Cultural Santana de
Parnaíba. ''Pasta museu anhanguera''.
CEMIC-SMCT, Santana de Parnaíba, 2004.
 
'''Referências'''
 
ANDRADE, Antônio Luís Dias de. ''Um Estado Completo que pode jamais ter existido''. São Paulo,
FAU-USP, Tese de Doutoramento, 1993.
 
ANDRADE, Mário de. ''Mário de Andrade: Cartas de
Trabalho – correspondências com Rodrigo Mello Franco de Andrade,
1936-1945.'' Brasília: Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional: Fundação Pró-Memória, 1981.
 
CAMARGO, Paulo Florêncio da Silveira. ''História de
Santana de Parnaíba''. Santana de Parnaiba: Ottoni, 2ª ed.2014.
 
CHOAY,
Françoise. ''Alegoria do patrimônio.'' São Paulo: Estação Liberdade/UNESP,
2001.
 
CONDEPHAAT.
''Santana de Parnaíba, Revitalização do Centro Histórico''. Série
Monografia. São Paulo: Secretaria de Cultura, 1982.
 
CASTRIOTA,
Leonardo Barci. ''Patrimônio Cultural: conceitos, políticas, instrumentos''.
São Paulo: Annablume; Belo Horizonte: IEDS, 2009.
 
CASTRIOTA, Leonardo Barci. Conservação e valores:
pressupostos teóricos das políticas para o patrimônio. In: GOMES, Marco Aurélio
A. de Filgueiras; CORRÊA, Elyane Lins (Org.). ''Reconceituações contemporâneas
do patrimônio''. Salvador: UFBA, 2011, p. 49-66.
 
CHUVA, Márcia Regina Romero. ''Os arquitetos da memória: sociogênese das práticas de preservação do
patrimônio cultural no Brasil (anos 1930-1940).'' Rio de Janeiro: Editora
UFRJ, 2009.
 
FONSECA. Maria Cecília Londres. ''O patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação
no Brasil''. Rio de Janeiro: UFRJ/IPHAN, 1997, p. 37.
 
GONÇALVES, Cristiane Souza. ''Restauração arquitetônica''. ''A
experiência do SPHAN em São Paulo, 1937-1975''. São Paulo, Annablume, FAPESP,
2007.
 
GRIGOLETO, Maira Cristina. ''A documentação patrimonial: gênese e fluxo dos processos de tombamento
do Museu “Prudente de Moraes”''. 169 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da
Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual
Paulista, Marília, 2009.
 
MONTEIRO, John Manuel. ''Negros da terra''. Bandeirantes e índios nas origens de São Paulo.
São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p 109.
 
''LEMOS, Carlos A. C''.  ''Casa paulista'': ''história das moradias anteriores ao
ecletismo trazido pelo café''. São Paulo: EDUSP, 1999.
 
MORGADO, Naira Iracema. ''O Espaço e a Memória: Santana de Parnaíba''. Campinas: Dissertação de
Mestrado em História apresentado na Universidade Estadual de Campinas.
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. 1987.
 
MARINS,
Paulo César Garcez. Trajetórias de preservação do patrimônio cultural paulista.
In: SETÚBAL, Maria Alice. ''Terra paulista: trajetórias contemporâneas''.
São Paulo: CENPEC/Imprensa Oficial, 2008.
 
MAYUMI, Lia. ''Taipa, canela-preta
e concreto. Estudo sobre o restauro de casas bandeirista''. Coleção Olhar
Arquitetônico, São Paulo, Romano Guerra, 2008
 
MAYUMI, Lia. Taipa, canela-preta e
concreto: estudo sobre o restauro de casas bandeiristas.  Tese (Doutorado) - Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
 
.
 
MENESES,
Ulpiano T. Bezerra de. Memória e cultura material: documentos pessoais no
espaço público. In: ''Estudos Históricos'', Rio de Janeiro, v. 11, n. 21.
 
MICELI,
Sergio. ''Intelectuais à brasileira''. São Paulo: Companhia das Letras,
2001.
 
MISAN,
Simona. ''A Implantação dos Museus Históricos e Pedagógicos do Estado de São Paulo
(1956 - 1973)''. Tese de Doutorado, USP/FFLCH, São Paulo, 2005.
 
RIBEIRO,
Marcus Tadeu Daniel. Entre o ser e o coletivo o tombamento das casas
históricas. In: ''Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.'' Brasília:
IPHAN, 2012.
 
RODRIGUES,
Marly. ''Imagens do passado. A instituição do patrimônio em São Paulo
(1969-1987).'' São Paulo: UNESP/Imprensa Oficial do Estado/
CONDEPHAAT/FAPESP, 2000.
 
SAIA,
Luís. ''Morada Paulista''. 2a ed., São Paulo: Perspectiva, 1978.
 
SAIA,
Luís. Notas sobre a arquitetura rural paulista do segundo século. In:''Revista
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.'' Rio de Janeiro: SPHAN, 1944.
 
SALGUEIRO, Valéria. ''Grand
Tour: uma contribuição à historia do viajar por prazer e por amor à cultura''
Universidade Federal Fluminense in Revista Brasileira de História. São Paulo,
v. 22, nº 44, pp. 289-310 2002
 
SIQUEIRA, Lucília Santos. ''A história da Casa de Prudente de Moraes em
três tempos: no tombamento, nos restauros e na atualidade''. São Paulo,
Unesp, v. 10, n.1, p. 48-67, janeiro-junho, 2014
 
SCHUNK, Rafael. ''Frei Agostinho de Jesus e as tradições
da imaginária colonial brasileira - séculos XVI – XVII.'' Dissertação de
Mestrado de Orientação: Prof. Dr. Percival Tirapeli, UNESP, 2012.
 
<br />
http://www.santanadeparnaiba.sp.gov.br/cidade.html <br />
 
<br />
http://www.museudacidade.sp.gov.br/taipadepilao.php <br />
 
 
Linha 42 ⟶ 193:
</ref>
[[Categoria:Museus do Brasil]]
__LINKDENOVASECAO__