Cassiano Branco: diferenças entre revisões

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==== Hotel Vitória ====
 
O '''Hotel Victória''' é uma inventiva obra '''modernista''' de 1933, projetada por '''[[Cassiano Branco]]'''. Esta obra joga ritmadamente a horizontalidade das aberturas e volumes rectos com os volumes circulares das varandas. No primeiro andar há uma intenção de lhe conferir um aspecto mais nobre pelo emprego de revestimentos em mármore e aplicações metálicas que se repetem nas varandas.
 
===== História =====
 
 
Com a classificação do '''Hotel Victória''' como edifício de interesse público, o arquitecto '''[[Cassiano Branco]]''' foi enviado ao Instituto Português do Património Cultural, onde obteve apoio dos Arquitectos e professores [[Raul Hestnes Ferreira]] (1931) e Fernando Gomes da Silva (1938), responsáveis pela organização da exposição desta obra. Coincidindo com a renovação da cidade urbana, que ocorreu ao longo do ano de 1930, e que teve como um dos responsáveis, o Arquitecto Cassiano Branco, com a sua espetacular arte europeia combinada com um estilo decorativo '''[[Art Deco]],''' o Hotel Victória, situado na [[Avenida da Liberdade]], em [[Lisboa]], foi uma das obras mais interessantes produzidas por este arquitecto, e uma das melhores obras que representaram a arquitectura portuguesa entre o período de 1930 a 1940. Com o passar do tempo, vieram a aparecer várias novas construções na Avenida da Liberdade, e com isso as autoridades começaram a pretender demolir este edifício, o que seria uma perda irreparável para o [[património arquitectónico]] da Cidade e do País. Foi graças a intervenção do Instituto Português do [[Património]] Cultural que, apontando razões históricas e arquitectónicas, decidiu que este seria um imóvel a preservar. O Hotel Victória foi projectado numa primeira fase como uma unidade hoteleira com cerca de 60 quartos, tendo Cassiano Branco, na época, o mais criativo, optado por usar na construção, o [[concreto]] reforçado. <ref>{{citar livro|sobrenome=Mata|nome=E. P.|título=Equipamientos II. In D.C. Ocio, Resito Docomo ibérico|ano=2011|editora=Fundacion Caja de Arquitetos|páginas=303}}</ref>
 
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Em 1934 foi lançado o projecto e a construção do Hotel Victória e em 1939 foi o período em que acontece a [[II Guerra Mundial]], sendo o Hotel um dos pontos de encontro de espiões franquistas e [[nazis]]. Em 1945, continua em funcionamento como um dos hotéis mais conhecidos de lisboa, mas sofre a concorrência de outros mais modernos e confortáveis. Quinze anos mais tarde, em 1960, o Hotel Victória fecha as portas e fica em abandono. Em 1975, [[Partido Comunista Português]] — PCP — aluga o espaço, com o objetivo de instalar nele o partido e desde então é conhecido como centro de trabalho Victória. Depois de ter sido alvo de um atentado bombista, em 1976, são tomadas medidas de segurança que alteram a leitura do piso térreo. Em 1984, o [[PCP]] adquire o edifício com o apoio de uma recolha de fundos, e é realizado a primeira acção de '''recuperação''' e '''restauro''' do edifício, cujos aspectos mais destacados serão adaptação dos quartos a gabinetes de trabalhos, retirando as casas de banho privadas, a reconstrução da pérgola no terraço que ruiu no sismo de 1969, a reposição da [[pala]] original sobre a entrada e a limpeza e recuperação da [[fachada]], incluindo as caixilharias, que se encontrava em estado avançado de degradação. Em 1994 é realizado uma acção de recuperação, todo o revestimento em pedra da fachada é limpo e reposto nas zonas em que existiam falhas, com pedra provenientes das pedreiras de origem, os tubos cromados decorativos e das guardas das varanda irrecuperavelmente oxidados, são substituídos por tubos de '''aço polido''' com desenho e secção idêntica e há uma recuperação e reorganização extensiva dos espaços do piso térreo. <ref>{{citar livro|sobrenome=Urss|nome=D. d.|título=Hotel Vitória|ano=1981|editora=Jornal Arquitetos}}</ref>
 
===== Características =====
 
A fachada possui aproximadamente 16.50 metros e é revestida a [[mármore]], dando grande protagonismo ao Hotel Victória. Formada por dois corpos, um vertical de aparência maciça, e um outro horizontal, com balções corridos, guarnecidos com tubos metálicos, estes produzem um contraste com uma quebra de ritmo acentuada à verticalidade da primeira face á horizontalidade do segundo. A tensão criada pelos dois é acentuada pela presença do pilar que se destaca da superfície da fachada, e serve de eixo de rotação para o remate circular das varandas.
A pérgola do terraço contribui para definir a leitura da sequência das varandas circulares como um volume em si, que serve de contraponto ao torreão. A fachada traduz a capacidade de estabelecer uma relação de equilíbrio instável exterior-interior. <ref>{{citar livro|sobrenome=Urss|nome=D. d.|título=Hotel Vitória|ano=1981|editora=Jornal Arquitetos}}</ref>
 
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O piso térreo, tratado com particular acentuação dinâmica de um jogo de planos e volume, garantindo por um lado, uma sólida relação com o solo, e por outro, respondendo á necessidade de contrariar o efeito que a inclinação da Avenida levantava, um problema de escada. Segundo o projecto, o edifício dispunha de um bar, uma sala para visitas, uma sala de jantar e duas copas no rés-do-chão. Nos pisos superiores, havia 14 quartos por piso, com corredores de circulação longitudinal abertos para a fachada principal e para a fachada tardoz, sendo que nos pisos inferiores, contava com a área de serviço, destinadas a apoiar todo o hotel. <ref>{{citar livro|sobrenome=Urss|nome=D. d.|título=Hotel Vitória|ano=1981|editora=Jornal Arquitetos|páginas=24}}</ref>
 
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File:Hotel Vitoria Cassiano Branco 00102.jpg