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'''A Crítica'''<ref>{{citar web |url=http://acritica.uol.com.br/noticias/manaus-amazonas-amazonia-Jornal-ACRITICA-completa-64_anos-Umberto_Calderaro_Filho_0_904109591.html |publicado=A Crítica.com |autor= |título=Jornal A CRÍTICA completa 64 anos de muito trabalho |data= |acessodata= |obra=A Crítica.com}}</ref> é um [[jornal]] [[brasileiro]] fundado em [[19 de abril]] de [[1949]]<ref>{{citar web |url=http://portalamazonia.globo.com/new-structure/view/scripts/noticias/noticia.php?id=83349 |publicado=Portalamazonia.globo.com |autor= |título=Jornal A Crítica é homenageado sem sessão especial na Câmara de Manaus |data= |acessodata= |obra=Portal Amazônia}}</ref><ref>{{citar web |url=http://acritica.uol.com.br/noticias/Critica-Araujo-Calderaro-Presidente-RCC_0_465553602.html |publicado=Acritica.uol.com.br |autor= |título=Em A Crítica somos uma família, diz Rita de Araújo Calderaro - Presidente da RCC |data= |acessodata= }}</ref><ref name="Mais de 180 anos de imprensa na Amazônia">"Mais de 180 anos de imprensa na Amazônia", Paulo Roberto Ferreira pp 2-10</ref> por Umberto Calderaro Filho, de circulação no [[Unidades federativas do Brasil|estado]] do [[Amazonas]].<ref name="Mais de 180 anos de imprensa na Amazônia" />
 
É o segundo jornal mais antigo em circulação no estado.<ref name="Mais de 180 anos de imprensa na Amazônia 2">"Depoimentos para a história política do Pará". Rocque, Carlos, Belém 1981.</ref>
== História ==
 
Em 1949 Manaus era uma cidade com sistemas de energia elétrica, de abastecimento de água e de transportes precários. Seus habitantes para viajarem a outros lugares dependiam dos navios Lóide e Costeira que traziam para a região os gêneros de primeira necessidade, e dos aviões Panair, Cruzeiro e Lóide Aéreo que levavam quase dois dias para chegar ao destino escolhido. Os periódicos que circulavam freqüentemente eram o Diário da Tarde, A Tarde e A Gazeta (vespertinos) e O Jornal e Jornal do Commercio (matutinos). Nessa época, o jornal A Crítica entrou no mercado, contando com caixas de tipos, um prelo, máquina antiga de impressão, e mais alguns materiais gráficos. Em meio a esta realidade, o país estava passando por uma fase complicada em sua história - encerrava o governo de Dutra, retornando a era getulista. Ulisses de Azevedo, um dos primeiros funcionários de A Crítica, registra o surgimento do jornal na edição de 19 de abril de 1974. "No Rio de Janeiro, Umbert conseguira algumas caixas de tipos. Uma velha impressora, de 2 cilindros, alugada. Algumas resmas de papel. 50 mil réis era todo o seu capital". A máquina utilizada por Calderaro, de acordo com Azevedo, foi emprestada de algum proprietário do Rio, tanto que justifica a correria no surgimento do impresso. Mas, de acordo com Raimundo Nonato da Costa (1997), funcionário que acompanhou o surgimento do jornal e que trabalha até hoje na empresa jornalística, mas agora como chefe do setor de fotolito, A Crítica editou seu primeiro número no prelo da Arquidiocese de Manaus, porque a Igreja tinha máquinas mais modernas. Assim, o periódico era trabalhado manualmente.
O prelo impressor movimentado à mão "era o que havia de mais antiquado e de produção mais ronceira na arte de fazer jornal", conforme Azevedo. E, de acordo com a edição de 18 e 19 de abril de 1999 (Caderno 50 anos, p.34 e 35) do jornal, tudo começou com o prelo da Arquidiocese de Manaus que o Dom Alberto Gaudêncio Ramos, bispo do Estado na época, havia cedido a Calderaro pelo aluguel de quinhentos cruzeiros. Daí percebe-se que o prelo alugado foi a primeira máquina de impressão do jornal. O trabalho era feito pela família Calderaro e por mais alguns amigos. De acordo com a vicepresidente do jornal, Tereza Cristina Calderaro Corrêa (1997), O papai praticamente fazia o jornal. A minha mãe como era professora de desenho, fazia toda a parte de design do jornal: os títulos eram feitos à mão com nanquim e caneta de bico de pena. Ela fazia todas as divisórias, tarjas do jornal e estrelinhas à mão para dividir as notícias e pra fazer os boxes. Era tudo feito à mão, a nanquim. E como não tínhamos dinheiro para contratar e pagar os funcionários, ela, como professora de desenho, enfeitava o jornal. Trabalhavam no jornal também, papai, meus avós paternos e mais duas ou três pessoas, como o Seu Raimundo Costa e o falecido Waldir que era linotipista. Era aquele grupo pequeno de oito a dez pessoas que tiravam o jornal (...). Com material e pessoal, no dia 19 de abril de 1949 foi editado o primeiro número de A Crítica. E como a concorrência era forte, o jornal decidiu sair numa hora diferente - 11 horas da manhã, passando a ser onzeorino - termo utilizado pelo jornal. "E nos transformamos no primeiro e único onzeorino do Amazonas" (Azevedo, 1974, p.8). Funcionava "no térreo do prédio da antiga Fotografia Alemã, que mudou para Foto Artístico nos tempos de guerra, propriedade de Dona Márcia (...). Das quatro portas apenas a metade nos abrigava. Duas salas, a da frente, pequena, com balcão, servindo de gerência e redação atrás a oficina, com prelo e todo material tipográfico" (Azevedo, 1974, p.8). O chefe do setor de fotolito do jornal, Raimundo Nonato Costa (1997), argumenta: "A Crítica iniciou suas atividades com redação e oficinas numa ala do prédio, onde funcionava O Jornal". De acordo com a vice-presidente do jornal, Tereza Cristina Calderaro Corrêa, o jornal funcionou na rua 24 de Maio e posteriormente na Saldanha Marinho (centro de Manaus). Quando o jornal surgiu, eu não era nascida. O papai vinha já de funções jornalísticas no O Jornal que era dos primos dele. Papai tinha jornalismo correndo no sangue. E ele foi passar uma temporada no Rio de Janeiro e trabalhou no O Globo como repórter de Polícia e pegou uma tarimba de jornal muito grande Quando surgiu o jornal, as notícias sobre o que acontecia no Brasil e no mundo eram retiradas dos periódicos nacionais que vinham no avião da empresa Panair do Brasil. Funcionava o “tesoura-press”. Mais tarde, escutas de rádio passavam as informações para o periódico. Em 1951, A Crítica comprou a primeira linotipo e a primeira clicherie, fabricada por Manuel Rebelo, tendo como profissional responsável, Júlio Alpaya. Em 53, comprou uma rotoplana, na Alemanha, com dispositivo para duas cores e um barracão na Rua Lobo d’Almada, onde funcionava uma garagem da Prefeitura. O jornal A Crítica registra o local com o paredão e o portão de ferro da mesma garagem, com modificações internas em madeira, sem paredes de divisão, ou melhor, apenas com uma sala para a gerência, porém com a redação toda aberta. Com o passar dos anos o prédio foi reformado e modificado em seu interior. Construíram um gabinete para o diretor, dando um novo mobiliário para a redação. E foi na sede da Lobo d’Almada que A Crítica quase foi destruída. O jornal registra o final década de 50 e o início de 60 como a fase mais difícil, pois, de acordo com as edições da época, como A Crítica ficava ao lado do povo lutando pela defesa do regime e da liberdade individual, foi atacada pelos políticos do Estado. "A redação arriou sobre os escombros, o fumaceiro envolveu toda a rua Lobo d’Almada, mas o oxigênio das suas reservas humanas acionou as máquinas e não interrompeu a marcha, não parou um só instante, de 1949 até este 19 de abril (1970)" (“A Crítica”, no comando - Editorial. A Crítica. Manaus, 19 de abril de 1970). Cristina Calderaro Corrêa enfatiza: O papai sempre foi de briga sem se curvar para as autoridades. Quando jogaram a bomba no jornal, eu tinha seis anos de idade. Fui com a minha mãe para a procissão para pagar uma promessa, e lá o meu tio, João Bosco, foi nos buscar porque haviam jogado a bomba no jornal. Ele nos levou para um esconderijo, quando grandes amigos do meu pai, um deles, o Seu Vasco Vasquez da Agência do Hotel Amazonas, da Selvatur, que era grande amigo nosso, preparou nossa fuga de Manaus.
O atentado ao jornal, ocorrido no dia 20 de janeiro de 1959, foi algo que comoveu o país. Eu fiquei muito traumatizada e participei de tudo (...) Tive que fugir três horas da manhã com minha mãe por uma escada de madeira encostada no muro (...). Lembro da cena como se fosse hoje. Nos colocaram na maior escuridão no avião que estava no Aeroporto de Ponta Pelada (...). Por volta de seis horas da manhã quando clareou, que nós olhamos da janelinha do avião (...) tinha um guarda do Exército de metralhadora na pista, esperando a gente. Caso entrássemos no avião tentando fugir de Manaus, ele e outros soldados iriam nos metralhar, e eu não esqueço da cena: os guardas todos enfileirados – essas imagens não saem da minha memória nunca, e ninguém pode negar. Eu vi. Ninguém me contou, e vi e marcou. Aí nós fugimos. Paramos em Belém e fomos recebidos pelo diretor do BASA, gente que gostava de meu pai, Arcebispo de Belém e outros amigos. Em Belém a recepção foi de apoio geral, tinha telegrama do Presidente Juscelino Kubitschek dando total cobertura, nos mandando para o Rio de Janeiro com segurança máxima. Juscelino começou a fazer a cabeça do meu pai, dizendo que ele devia ir pra Brasília pois ia montar um jornal pro papai lá. O papai disse não. 'Eu sou valente, sou guerreiro, vou voltar pra minha terra. De lá ninguém me tira. Eu volto pra enfrentar e continuar com o meu jornal'. Nós passamos cerca de um mês até esfriar os ânimos. Ficamos pouco tempo no Rio porque o Governador aqui na época, Plínio Ramos Coelho, sentiu que nós estávamos bastante apoiados percebendo que não adiantava continuar brigando. Ele sentiu também que era o principal acusado, o principal suspeito do atentado. Quando a família Calderaro retornou a Manaus, a perseguição continuou. Foram mandadas cartas "anônimas" ameaçando seqüestro e morte. "Eu temia tanto a situação de eu, meu pai e minha mãe estarmos ameaçados de morte... E como lembrava da bomba no jornal, vivia em pânico querendo escutar tudo, para saber se meu pai estava ameaçado e quem era o responsável". Mas, as coisas em Manaus foram se acalmando com o passar do tempo. E enquanto a família estava se refazendo das ameaças, o jornal continuou resistindo aos ataques políticos.
Em 1962, o jornal retorna a Avenida Eduardo Ribeiro. Calderaro resolvera construir um edifício. E não demorou na construção. No mesmo ano, em setembro, a sede do periódico retorna à Lobo d’Almada. E com a inauguração do novo edifício, nas edições do jornal é dito que tinham as melhores instalações jornalísticas do Norte do País. "Novo, pelas modificações de roupagens modernas de que se veste, mas no mesmo local em que vimos mantendo a dura batalha pela sobrevivência (...). Podemos nos orgulhar de possuir, agora, as melhores instalações jornalísticas do Norte do País" (Aniversário de A Crítica - Editorial. A Crítica. Manaus, 19 de abril de 1961). O nome dado ao novo prédio foi Edifício Umberto Calderaro em homenagem ao pai do fundador: Umberto Calderaro Filho. A partir de 65, o jornal passou a se consolidar. "Depois de 65, da Revolução, o jornal já estava bem consolidado, já tinha uma liderança muito grande", afirmou Cristina Calderaro Corrêa. Tanto que em 1967 inaugurou seu teletipo, vinculado à agência de Notícias Associated Press. Este foi o primeiro teletipo a funcionar no Amazonas. E, ainda em 67, adquiriu, em São Paulo, uma moderna impressora rotativa da marca Goss que podia imprimir 48 páginas em dois cadernos, de uma só vez, tirando por hora, 40 mil exemplares a cinco cores. "A Crítica vai passar a ter maior número de páginas, melhor impressão, clicheria mais atualizada e reportagens mais dinâmicas" (A Crítica tem mais um “furo” para você. A Crítica. 19 de abril de 1967, p.5.). E em 1968 já tinha teletipo, radiofoto e uma grande rotativa. Instalada a impressora Goss em 1969, conforme o editorial da época, passou a editar em cinco cores com uma possibilidade de tiragem de 40 mil exemplares por hora. Circulamos hoje com cara nova, doze páginas e diagramação funcional, que atende a linha artística por nós mesmos introduzida no Norte. A nossa feição, apesar de revolucionária sob o ponto de vista gráfico, é coerente com o traçado antigo e mantém algumas de suas características primitivas. O nosso tamanho atende a uma pesquisa feita pela 'Goss' e passa a ser universal, de fácil manuseabilidade para o leitor. (Cinco séculos de Gutenberg -Editorial. A Crítica. Manaus, 10 de abril de 1969, p.1). Em 69, conforme o editorial de 19 de abril, o Ibope constatou que A Crítica era o jornal de maior circulação.
No dia quatro de setembro de 1971 foi inaugurada a primeira composição eletrônica pelo sistema IBM e uma rotativa offset que imprimia a cores, possibilitando a tiragem de até 32 páginas. O jornal A Crítica registra que teve a primeira clicheria eletrônica, o primeiro teletipo a colher notícias nacionais e do exterior, a primeira radiofoto, trazendo imagens dos acontecimentos nacionais e mundiais. Da composição mecânica passou para a composição eletrônica do sistema IBM, inaugurando a primeira rotativa offset cores no Norte. Em 74 inaugurou o sistema de telefoto, equipamento de transmissão de fotografias através do telefone ou do rádio. O equipamento de telefoto e radiofoto foi lançamento da United Press International (UPI). Na edição de 19 de abril de 1984, página 14, encontramos registrado que a sua composição a frio, por computação, foi a primeira a funcionar num jornal brasileiro, sendo adquirido da IBM, que ao lançar essa avançada tecnologia em A Crítica, utilizou-a como laboratório, servindo como modelo para outros grandes jornais do Brasil implantá-la (...) (Edição de 19 de abril de 1984, página 14) Quando completou 25 anos foi homenageada na Assembléia Legislativa pelo Governador do Estado, João Walter de Andrade, na Câmara Municipal e no Clube da Madrugada que deu o título de "Cavaleiro de todas as madrugadas" a Umberto Calderaro Filho. No editorial de 75 se proclama como "o maior e melhor jornal do Amazonas, que circula em todos os Estados, encontrável nas principais capitais do País e nacionalmente conhecido". A Crítica se considerava em 83 "um jornal de alto padrão cultural, informação digna e fiel aos fatos, em condições de competição a qualquer órgão de comunicação social do país" (CALDERARO FILHO, Umberto. A luta continua. A Crítica. Manaus, 19 de abril de 1983).
No dia 19 de abril de 1986, A Crítica anuncia que a partir desta data acompanharia o desenvolvimento tecnológico. "Hoje, tipos e linotipos existem apenas na saudade dos nossos mais velhos companheiros" (p.3), explicava o diretor executivo, Aroldo Caminha, aos leitores do jornal. Haviam substituído a composição mecânica pelos computadores mais avançados da época. O processo de impressão tipográfica foi substituído por duas rotativas offset, modernas com reserva para cinco anos e o processo de fazer matrizes tipográficas havia sido substituído por um sofisticado laboratório para produção de fotolitos. Scanners para fotos também foram adquiridos. A Crítica, com o passar dos anos, tinha leitores, além dos amazonenses, no Acre, Rondônia, Pará, Roraima. E aos poucos se expandia a Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, onde mantinha sucursais. Nesta época organizou os anúncios por processamento de dados, resultando em "80% do mercado publicitário; 100% da mídia nacional; 89% dos Classificados; e 75% da publicidade de varejo" (Uma política em expansão. A Crítica. Manaus, 19 de abril de 1986. Especial, p.6). Seu departamento comercial tinha o Classifone, os Classificados e as Lojas de Anúncio. Em 1992 foi inaugurado seu novo prédio - Cidade das Comunicações. Para o jornal, comprou um computador Macintosh para as fotografias, uma impressora DEV-Horizonte com capacidade para imprimir 60 mil jornais por hora, um aparelho Rempac, instalado pela Embratel para o recebimento das matérias das agências noticiosas, 36 microcomputadores para a redação e um computador tipo SPA com o programa Harris para a paginação. Hoje, a família Calderaro, além de ser a dona do jornal de maior circulação do Amazonas, formou um dos maiores grupos de comunicação do Estado, sendo que desde 1995 é administrado por Cristina Corrêa e sua mãe Rita Calderaro, pois o proprietário Umberto Calderaro Filho faleceu.
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