A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica: diferenças entre revisões

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Retirado o conceito pejorativo "primitivo" da legenda de "Kino-eye".
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técnica, o objeto artístico acaba por perder sua "unicidade",
"singularidade" e "autenticidade" e, seu valor de culto, é drasticamente
<nowiki> </nowiki>alterado graças à tecnologia industrial vigente. Neste cenário abrem-se
<nowiki> </nowiki>as portas para o valor de exposição, onde o fundamental é distribuir
cópias e faturar em cima da distribuição da arte.<ref>''Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo V.''</ref>
 
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magia. O que importa, nessas imagens, é que elas existem, e não que
sejam vistas.”<ref>''Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo V.''</ref>
<nowiki> </nowiki>Ou seja, em relação ao “valor de culto”, a importância de uma obra de
arte se dava a partir de sua função ritual, antes mágico e depois
religioso e, portanto, ligada à unicidade das obras de arte. A partir do
<nowiki> </nowiki>advento da reprodutibilidade técnica das formas simbólicas, estas obras
<nowiki> </nowiki>acabam por se emancipar de sua função ritualística e, portanto, de sua
existência única, sua "aura", e passam a ser exibidas e disponíveis,
chegando a atingir enorme escala de exposição.
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Benjamin aponta o advento da fotografia como o início do recuo do
valor de culto das obras de arte. No entanto, é válido ressaltar que, ao
<nowiki> </nowiki>mesmo tempo, é na fotografia que este valor ainda pode encontrar alguma
<nowiki> </nowiki>remanescência, já que as fotografias de rostos humanos podem chegar a
afetar aqueles que teriam alguma ligação com quem está retratado em tais
<nowiki> </nowiki>fotografias, trazendo-lhes uma saudade que poderia se relacionar ao
valor de culto. 
[[File:Camera p1040345.jpg|thumb|A câmera fotográfica, grande marco na Era da Reprodutibilidade Técnica.]]
O "valor de culto", então, dá lugar ao "valor de exposição": se antes
<nowiki> </nowiki>a produção artística estava a serviço do ritual, a partir das técnicas
de reprodução serial, sua exponibilidade faz surgir uma necessidade
crescente por uma maior disponibilidade das obras de arte. Esta mudança
de valores chega, portanto, a acarretar uma verdadeira "refuncionalização"
<nowiki> </nowiki>da arte.
== Aura da Obra de Arte: O Aqui e Agora ==
O conceito de [[Aura (arte)|aura]], apropriado por Benjamin, é definido como  “uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma
coisa distante por mais perto que ela esteja.”<ref>''Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era de sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo III.''</ref>
<nowiki> </nowiki>Tal conceito compreende, basicamente, três noções relativas à obra de
arte: originalidade, autenticidade e unicidade, que correspondem a
certos princípios. Em relação ao princípio do "aqui e agora", "''[[hic et nunc]]''", são considerados a presença física e o local de origem que garantem a unicidade da obra de arte, que também se relaciona à sua duração
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considerações sobre a obra de arte, Benjamin afirma que esta sempre foi
passível de imitação e, portanto, reprodutível; mas, a partir do advento
<nowiki> </nowiki>da reprodutibilidade técnica, o processo de “imitação” - ou reprodução -
<nowiki> </nowiki>de uma obra de arte foi extremamente acelerado e aperfeiçoado, chegando
<nowiki> </nowiki>à possibilidade de criação de cópias perfeitas desta obra.
[[File:Kinoeyeone.jpg|thumb|"Kino-eye" câmera cinematográfica utilizada largamente pelos cineastas soviéticos.]]
 
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acabaram por se tornar os principais causadores da perda da “aura” da
obra de arte, que, portanto, torna-se corriqueira e não mais algo único,
<nowiki> </nowiki>digno de um pedestal.
 
== "''A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica"'' ==
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fotografia serem considerados como obras de arte, já que são resultados
de uma mentalidade capitalista em ascensão.<ref>''Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo IX''</ref> <ref>''Walter Benjamin, A Obra de Arte na Era da sua Reprodutibilidade Técnica, 1936, capítulo VI.''</ref>
<nowiki> </nowiki>Benjamin faz uma comparação entre teatro e cinema, fotografia e
pintura, de como a aura foi deturpada ao longo dos anos e de como a
existência parasitária no ritual foi perdendo-se com a ideologia