Barão de Itararé: diferenças entre revisões
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Em 1918, durante suas férias, sofre um [[AVC]] quando andava na fazenda de um tio. Abandona o curso de [[Medicina]] no quarto ano e começa a escrever. Publica sonetos e artigos em jornais e revistas, como a [[Revista Kodak]], "A Máscara" e "Maneca".<ref>[http://www.releituras.com/itarare_bio.asp Biografia do Barão de Itararé, Projeto Releituras.]</ref>
=== ''A Manha'' ===
Em 1925 entra para [[O Globo]] de [[Irineu Marinho]]. Com a morte de Irineu, Apporelly foi convidado por Mário Rodrigues (pai de [[Nelson Rodrigues]]) a ser colaborador do jornal
==== A batalha de Itararé ====
Durante a [[Revolução de 1930]], quando [[Getúlio Vargas]] partiu de trem rumo à capital federal, então o Rio de Janeiro, propagou-se pela imprensa que haveria uma batalha sangrenta em [[Itararé]]. Isto, foi vastamente divulgado na imprensa. Apporelly não ficou de fora desta tendência. Esta batalha ocorreria entre as tropas fiéis a [[Washington Luís]] e as da [[Aliança Liberal]] que, sob o comando de [[Getúlio Vargas]], vinham do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro para tomar o poder. A cidade de Itararé fica na divisa de [[São Paulo]] com o [[Paraná]], mas antes que houvesse a batalha "mais sangrenta da América do Sul", fizeram acordos. Uma junta governativa assumia o poder no Rio de Janeiro e não aconteceu nenhum conflito. O Barão de Itararé comentaria este fato mais tarde da seguinte maneira:
''{{cquote|Fizeram acordos. O Bergamini pulou em cima da prefeitura do Rio, outro companheiro que nem revolucionário era ficou com os Correios e Telégrafos, outros patriotas menores foram exercer o seu patriotismo a tantos por mês em cargos de mando e desmando… e eu fiquei chupando o dedo. Foi então que resolvi conceder a mim mesmo uma carta de nobreza. Se eu fosse esperar que alguém me reconhecesse o mérito, não arranjava nada. Então passei a Barão de Itararé, em homenagem à batalha que não houve.}}''
Na verdade, em outubro de 1930, Apparício se autodeclarara Duque nas páginas
{{cquote|O Brasil é muito grande para tão poucos duques. Nós temos o quê por aqui? O Duque Amorim, que é o duque dançarino, que dança muito bem mas não briga e o [[Luís Alves de Lima e Silva|Duque de Caxias]] que briga muito bem, mas não dança. E agora eu, que brigo e danço conforme a música.}}
Mas como ele próprio anunciara semanas depois, ''"como prova de modéstia, passei a Barão."''
O jornal circulou até fins de 1935, quando o Barão foi preso por ligações com o [[Partido Comunista Brasileiro]],<ref>[http://brazil.indymedia.org/content/2007/10/400252.shtml Há 73 anos, dia 7 de outubro de 1934, ocorria em São Paulo o episódio conhecido como Batalha da Praça da Sé, quando o povo pôs os [[fascistas]] para correr]. Por Augusto César Buonicore. Artigo baseado no livro ''A Batalha da Praça da Sé'', do militante comunista [[Eduardo Maffei]] (Rio de Janeiro: Philobiblion, 1984). </ref> então [[clandestino]]. Foi libertado em dezembro de 1936, já ostentando a volumosa barba que cultivaria por boa parte de sua vida. Retomou o jornal por um curto período, até que viesse nova interrupção, ao longo de todo o [[Estado Novo]] e voltando em edições espasmódicas até 1959.<ref name="UFCG"/>
Unido a [[Bastos Tigre]] e [[Juó Bananére]], conseguiu exprimir o [[wikt:hibridismo|hibridismo linguístico]]
=== Política ===
Foi candidato em 1947 a vereador do [[Distrito Federal do Brasil (1891-1960)|Distrito Federal]], com o lema "Mais leite! Mais água! Mas menos água no leite!", sendo eleito com 3669 votos, o oitavo mais votado do [[PCB]], que conquistou 18 das 50 cadeiras. Porém, em janeiro de 1948, seus vereadores foram cassados: "
=== Últimos anos ===
No final dos [[anos 1950]], foi deixando o humor de lado e passou a se interessar pela ciência, e pelo [[esoterismo]], estudou [[filosofia hermética]], as pirâmides do [[Antigo Egito]] e a [[astrologia]], campo no qual desenvolveu o "horóscopo biônico".<ref name=fspilus/> Faleceu, dormindo, em seu apartamento no bairro carioca de Laranjeiras.<ref name="UFCG"/><ref name=fspilus/>
Foi opositor ferrenho de [[Getúlio Vargas]], a quem conheceu nos tempos de colégio, em [[Porto Alegre]], quando vivia na mesma pensão em que se hospedava Benjamin, irmão de Getúlio.<ref name=fspilus/>
== Obras e representação na cultura ==
Em 1985, a [[Editora Record]] publica em livro, sob o título de ''Máximas e Mínimas do Barão de Itararé'', uma seleção de textos de humor extraídos de ''A Manhã'', em coletânea organizada por Afonso Félix de Sousa e com prefácio de [[Jorge Amado]]. No mesmo ano, ''Máximas e Mínimas'' alcançou rapidamente quatro edições.
Em 14 de agosto de 2011, o
Mais recentemente, seu espírito crítico influenciou a criação do Centro de Estudos da Mídia Alternativa "Barão de Itararé" <ref>[http://www.baraodeitarare.org.br/ Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”]</ref>, que reúne diversos ativistas e movimentos sociais comprometidos com a democratização da mídia no Brasil.
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== Bibliografia ==
* [[Leandro Konder|KONDER, Leandro]]. O Barão de Itararé" ''In''.: FERREIRA, Jorge, [[Daniel Aarão Reis Filho|REIS FILHO, Daniel Aarão]] (org.) ''A formação das tradições (1889-1945)''. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007. (AS esquerdas no Brasil, v. 1)
{{Portal3|Biografias|Literatura|Rio Grande do Sul}}
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