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A '''Ilha do Coral'''{{nota de rodapé|Também conhecida e citada como '''ilha dos Corais'''.}} é uma ilha localizada no litoral do estado de [[Santa Catarina]], [[Brasil]], a 45 minutos de barco em frente à Praia de [[Garopaba]], ao sul de [[Florianópolis]]. Nela há um velho [[farol]] e um paredão com inscrições [[rupestre]]s, provavelmente com mais de dois mil anos.<ref name="Rupes" /> Durante muito tempo, a ilha ficou conhecida em virtude de ter um velho morador que lá habitava sozinho junto com algumas [[cabra]]s.<ref name="AN" >{{citar web|URL=http://www1.an.com.br/ancapital/2000/jun/20/1ult.htm|título=Triste fim: o lendário ermitão da ilha dos Corais|autor=Aldírio Simões|data=20 de Junho de 2000|publicado=Jornal «A Notícia»|acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref> Ultimamente ficou conhecida por abrigar os "Amigos da Ilha Sul", um grupo de amigos, que se reúnem, uma vez por ano, para viver momentos de diversão e muita alegria.
 
Pertencente à [[Marinha do Brasil]], a ilha situa-se a uma hora e meia de barco ao sul de [[Florianópolis]], nos arredores da [[Guarda do Embaú]]. Na temporada há serviços de transporte que levam até a ilha. As saídas são feitas a partir da enseada de Garopaba.<ref>{{citar web|URL=http://www.guiasantacatarina.com.br/garopaba/atrativos.php3|título=Perfil de Garopaba|autor=Adm. do sítio web|data=2012|publicado=Guia de Santa Catarina|acessodata=21 de agosto de 2014}}</ref>
 
== Características ==
Com vegetação nativa formada por árvores de médio porte, assim como algumas árvores frutíferas introduzidas, como bananeiras e ameixeiras, a ilha é escarpada, cercada de [[costão|costões rochosos]], sem praias naturais (de areia) e tem como ponto mais alto uma elevação de 64 metros de altura.<ref name="Rupes" /> As águas ao largo, são de tom azul-cobalto e até o presente momento não há nenhum levantamento relevante sobre a fauna e a flora insular.
 
Pertencente à [[Marinha do Brasil]], a ilha situa-se a uma hora e meia de barco ao sul de [[Florianópolis]], nos arredores da [[Guarda do Embaú]].
 
== História ==
=== Afundamentos ===
Em [[6 de agosto]] de 1944, os navios ''Chuilóide'' e ''Tietê'' afundaram nas águas ao redor da ilha depois de colidir. Ambas as tripulações foram salvas pela embarcação Taquari.<ref>{{citar livro|autor={{small|CAMPBELL}}, Herbert|título=A marinha mercante na Segunda Guerra|editora=Editora Record|ano=1993|páginas=127|id=ISBN: 9788501903013}}</ref>
 
=== Morador eremita ===
Por trinta e seis anos, João Manoel Borges ([[12 de julho]] de 1918 — [[29 de maio]] de 2000), popularmente conhecido como «Zé d'Angerca» ou «Zé das Cabras»,<ref name="AN" />{{nota de rodapé|Corruptela de «João de Angélica», sua mãe.}} viveu sozinho na ilha, sem amigos nem família, que moravam no continente.<ref name="Trip" >{{citar livro|autor=Da redação|título=Revista Trip nº 71|editora=Trip Editora e Propaganda S.A.|ano=1999|páginas=108|id=ISSN 1414-350X}}</ref>{{nota de rodapé|Um irmão seu, Simião Manoel Borges, falecido há dois anos, também se instalou com a mulher na distante [[praia do Saquinho]] na [[década de 1960|década de 60]], no sul da [[ilha de Santa Catarina]]. Era conhecido como «prefeito do Saquinho» e tocava gaita para alegrar os raríssimos visitantes que venciam o íngreme e tortuoso caminho sobre o costão.<ref name="AN" />}} Borges foi para a ilha após a morte da esposa no parto da filha caçula, em 1962, e entregou a filha recém-nascida a uma irmã, além de ter deixado o único filho homem também aos cuidados de parentes.<ref name="Trip" /> As outras três filhas pré-adolescentes, com quem foi pra ilha, o abandonam assim que encontraram quem as tirasse de lá por casamento.<ref name="Trip" /><ref name="AN" />
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Durante tal degredo voluntário, esse [[eremita]] construiu um casebre de três cômodos e fez picadas e [[roçado]]s em terrenos íngremes por toda a ilha do Coral.<ref name="Trip" /> Analfabeto e com dificuldades de se expressar, ia uma ou duas vezes por ano ao continente, sobretudo para visitar as filhas e ir ao banco.<ref name="Trip" /> Na ilha criava galinhas e cabras e cultivava sobretudo feijão, abóbora e mandioca.<ref name="Trip" /> Além da aposentadoria como agricultor, uma de suas fontes de renda era o peixe seco, o qual ele salgava com o sal recolhido nas rochas da ilha e vendia a comerciantes no litoral catarinense.<ref name="AN" />{{nota de rodapé|Durante muitos anos ele desenvolveu uma bebida destilada com [[gengibre]], [[cachaça]], [[açúcar]] e [[groselha]], à qual apelidou de «campá», e tinha gosto semelhante ao [[Campari]].<ref name="AN" />}} Conta-se que ele havia vendido a ilha — que é patrimônio da União<ref name="AN" /> — três vezes, uma das quais a um estrangeiro. Relata-se que um conhecido comerciante da região a teria comprado do Sr. João, mas tal transação foi denunciada à Marinha, que de imediato tomou providências e reassumiu a sua propriedade, e que, por isso, a Marinha determinou algumas normas para quem chegava à ilha, descartando assim os poderes que o ermitão imaginava ter.<ref name="AN" />
 
João d'Angerca teria ficado magoado e resolveu de uma vez por todas abandonar aquele seu pedaço de terra perdido no oceano, que foi «dele» durante mais de três décadas. Em 1999, com 80 anos e já doente após sofrer um [[derrame cerebral]] um ano antes, foi obrigado a mudar-se para o continente.<ref name="Trip" /> O ermitão tinha pouco mais de um metro e meio e fumava há sessenta anos [[cachimbo]] e cigarro. Morreu no município de [[Paulo Lopes]], litoral [[Santa Catarina|catarinense]], de causas não explicadas, aparentemente [[suicídio]], já que nunca se acostumou ao retorno para o continente.<ref name="AN" /> Antes de deixar a ilha definitivamente ele havia sentenciado: «Sei que na terra não vou me acostumar mais, mas daí morro logo. Em terra firme não vou viver.»<ref name="AN" />
 
=== Afundamentos ===
Antes de deixar a ilha definitivamente ele havia sentenciado: «Sei que na terra não vou me acostumar mais, mas daí morro logo. Em terra firme não vou viver.»<ref name="AN" />
Em [[6 de agosto]] de 1944, os navios ''Chuilóide'' e ''Tietê'' afundaram nas águas ao redor da ilha depois de colidir. Ambas as tripulações foram salvas pela embarcação Taquari.<ref>{{citar livro|autor={{small|CAMPBELL}}, Herbert|título=A marinha mercante na Segunda Guerra|editora=Editora Record|ano=1993|páginas=127|id=ISBN: 9788501903013}}</ref>
 
== Características ==
Com vegetação nativa formada por árvores de médio porte, assim como algumas árvores frutíferas introduzidas, como bananeiras e ameixeiras, a ilha é escarpada, cercada de [[costão|costões rochosos]], sem praias naturais (de areia) e tem como ponto mais alto uma elevação de 64 metros de altura.<ref name="Rupes" /> As águas ao largo, são de tom azul-cobalto e até o presente momento não há nenhum levantamento relevante sobre a fauna e a flora insular.
 
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