Gilles Deleuze: diferenças entre revisões

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{{Sem-notas|arte=sim|biografia=sim|data=dezembro de 2009}}
{{Info/Biografia
|largura = 25em
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|ocupação = Filósofo
|imagem =
|Principais Obras = ''A Dobra: LeibenizLeibniz e o Barroco, Proust e os Signos, Diferença e Repetição''; e ''O Anti-Édipo, Mil Platôs, O que é filosofia'' (com Felix Guatarri).
|Principais Influências = [[Henri Bergson]], [[Baruch Espinoza]], [[Friedrich Nietzsche]], [[Karl Marx]], [[Antonin Artaud]]}}
 
'''Gilles Deleuze''' ([[Paris]], [[18 de Janeiro]] de [[1925]] — Paris, [[4 de Novembro]] de [[1995]]) foi um [[filosofia|filósofo]] [[França|francês]].
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Entre [[1944]] e [[1948]], Gilles Deleuze cursou filosofia na [[Universidade de Paris]] ([[Sorbonne]]), onde encontrou [[Michel Butor]], [[François Châtelet]], [[Claude Lanzmann]], [[Olivier Revault d’Allonnes]] e [[Michel Tournier]]. Seus professores foram [[Ferdinand Alquié]], [[Georges Canguilhem]], [[Maurice de Gandillac]], [[Jean Hyppolite]].
 
Concluído o curso em 1948, ele dedica-se à [[história da filosofia]], tornando-se professor da matéria na Sorbonne de 1957 a 1960. Em 1962, conhece [[Michel Foucault]], de quem se torna amigo até sua morte em 1984. Apesar da amizade, não trabalharam juntos, mas foram apontados como responsáveis pelo renascimento do interesse pela obra de [[Nietzsche]].<ref name="Livro do Ano 1996">Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações Ltda, pgs. 380-381. "Livro do Ano 1996 - Eventos de 1995". São Paulo (1996).</ref>
 
Entre 1964 e 1969, foi professor de História da Filosofia na ainda unificada [[Universidade de Lyon]]. Em [[1968]], Deleuze apresenta como tese de doutoramento ''Diferença e Repetição'' (''Différence et répétition''), orientado por Gandillac, na qual critica o conhecimento via representação mental e a ciência derivada desta forma clássica lógica e representativa; e como tese secundária, ''SpinozaEspinoza e o problema da expressão'' (''Spinoza et le problème de l’expression'') orientado por Alquié.
 
No mesmo ano, ele conhece [[Félix Guattari]], e este encontro resulta em uma longa e rica, e considerada por muitos controversa, colaboração. Segundo Deleuze: ''"meu encontro com Félix Guattari mudou muitas coisas. Félix já tinha um longo passado político e de trabalho psiquiátrico.""''
Na Universidade de Vincennnes, onde ensinou até [[1987]], Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, [[Fanny Deleuze]], uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas (webdeleuze).
 
Na Universidade de VincennnesVincennes, onde ensinou até [[1987]], Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, [[Fanny Deleuze]], uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas (<ref>[http://www.webdeleuze).com/ Webdeleuze]</ref>.
Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (''O que é a filosofia?''), coisa da qual nunca privou-se (máquinas-desejantes, corpo-sem-órgãos, desterritorialização, [[Rizoma (filosofia)|rizoma]], ritornelo etc.), mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao complexo de édipo (ver O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia, escrito com Félix Guattari), a falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à esquizofrenia. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo-sem-órgãos". Seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades, ao máximo. Em [[Mil Platôs]], Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação, para que se prenda a qualquer preceito moral. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações que inicialmente poderiam ser positivas, mas que depois é regulamentada por uma moral subjetiva: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" ([[Diálogos]], p.&nbsp;167).
 
Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (''O que é a filosofia?''), coisa da qual nunca privou-se privou ("máquinas-desejantes", "corpo-sem-órgãos", "desterritorialização", "[[Rizoma (filosofia)|rizoma]]", "ritornelo" etc.), mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao [[complexo de édipo]] (ver ''[[O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia]]'', escrito com Félix Guattari), aà falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à [[esquizofrenia]]. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo-sem-órgãos". Seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades, ao máximo. Em ''[[Mil Platôs]]'', Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação, para que não se prendaprendam a qualquer preceito moral. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações, que inicialmente poderiam ser positivas, mas que depois ésão regulamentadaregulamentadas por uma moral subjetiva: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" ([[ <ref>''Diálogos]]'', p.&nbsp;167)</ref> .
Desde 1992, seus pulmões, afetados por um câncer, funcionavam com um terço da capacidade. Em 1995, só respirava com a ajuda de aparelhos. Sem poder realizar seu trabalho, Deleuze atirou-se pela janela do seu apartamento em Paris, em 04 de novembro de 1995. Seus seguidores consideraram seu suicício coerente com sua vida e obra: "para ele, o trabalho do homem era pensar e produzir novas formas de vida".<ref name="Livro do Ano 1996" />
 
Desde 1992, seus pulmões, afetados por um [[câncer de pulmão|câncer]], funcionavam com um terço da capacidade. Em 1995, só respirava com a ajuda de aparelhos. Sem poder realizar seu trabalho, Deleuze atirou-se pela janela do seu apartamento em Paris, em 044 de novembro de 1995. Seus seguidores consideraram seu suicício[[suicídio]] coerente com sua vida e obra: "paraPara ele, o trabalho do homem era pensar e produzir novas formas de vida".<ref name="Livro do Ano 1996" />
 
== Filosofia ==
O trabalho de Deleuze pode ser dividido em dois grupos:
O trabalho de Deleuze se divide em dois grupos: por um lado,* monografias interpretando filósofos modernos ([[Spinoza]], [[Leibniz]], [[David Hume|Hume]], [[Kant]], [[Nietzsche]], [[Bergson]], [[Michel Foucault|Foucault]]) e por outro, interpretando obras de artistas ([[Marcel Proust|Proust]], [[Kafka]], e o pintor moderno [[Francis Bacon (artista)|Francis Bacon]], este último o pintor moderno, não o filósofo renascentista); por outro lado, temas filosóficos ecléticos centrado na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
 
*exploração de temas filosóficos ecléticos, centrados na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
O filósofo do ''Corpo-sem-Órgãos'' (figura estética de [[Antonin Artaud]], retomada como conceito filosófico por Deleuze em parceria com [[Félix Guattari]]).
Suas principais influências filosóficas terão sido Nietzsche, Henri Bergson e Spinoza. Para eleo filósofo do ''corpo-sem-órgãos'' (figura [[estética]] de [[Antonin Artaud]], retomada como conceito filosófico por Deleuze em parceria com [[Félix Guattari]]), o ofício do filósofo é inventar conceitos. Assim como Nietzsche cria a personagem-conceito de [[Zaratustra]], Deleuze afirma em ''L'abécédaire'', entrevista dada a [[Claire Parnet]], ter criado, com Félix Guattari, o conceito de ''[[ritornelo]]'' - refrão, forma de reterritorialização (povoamento), e desterritorializaçao.
 
A filosofia de Deleuze é uma filosofia da [[imanência]] absoluta. Nela não há nada de [[Transcendência (filosofia)|transcendente]], negação ou falta, mas uma "conspiração de afetos », uma « cultura da alegria », uma « denúncia radical do poder ».<ref>É nesses termos que Deleuze, em junho de 1991, numa [https://hervetheroven.wordpress.com/2013/09/25/deleuze-sur-ferre-chapeau-les-artistes/ conversa com Dominique Lacout], evoca seu amor por [[Léo Ferré]]. ''In'' Lacout, Dominique; ''Léo Ferré'', Éditions Sévigny, 1991, {{p.|321-322}})</ref>. Uma filosofia da vida e da pura afirmação - da imanência, portanto, como saída das fronteiras do [[sujeito (flosofia)|sujeito]].
Para ele, o ofício do filósofo é inventar conceitos. Assim como Nietzsche cria a personagem-conceito de [[Zaratustra]], Deleuze afirma em ''L'abécédaire'', entrevista dada a [[Claire Parnet]], ter criado com Félix Guattari o conceito de ''ritornelo'' - refrão, forma de reterritorialização (povoamento), e desterritorializaçao.
 
Uma filosofia da [[imanência]], dos diagramas, dos acontecimentos.
 
As principais influências filosóficas terão sido Nietzsche, Henri Bergson e Spinoza.
 
Uma das grandes contribuições de Deleuze foi ter se utilizado do [[cinema]] para expor sua forma de pensamento, através dos conceitos de imagem-movimento e imagem-tempo.
 
Deleuze foi um dos filósofos que teorizou as instâncias do [[atual]] e do [[virtual]] (já elaboradas por outros pensadores), construindo um olhar sobre o mundo a partir das possibilidades: "Um pouco de possível, senão sufoco" (Foucault)
 
== Obras ==
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== Ligações externas ==
{{Wikiquote|Gilles Deleuze}}
{{commons category}}
* {{Link|pt|2=http://intermidias.blogspot.com/2008/01/o-abecedrio-de-gilles-deleuze.html |3=O Abecedário de Gilles Deleuze com Claire Parnet}}
* {{Link|fr|2=http://www.leseditionsdeminuit.eu/f/flip.php?editor=3&livre_id=2023 |3=''Pourparlers 1972 - 1990'' |4=. Éditions de Minuit (visualização parcial)}}
* ''[[Stanford Encyclopedia of Philosophy]]'': "[http://plato.stanford.edu/entries/deleuze/ Gilles Deleuze]", por Daniel Smith & John Protevi.
* ''Internet Encyclopedia of Philosophy'': [http://www.iep.utm.edu/d/deleuze.htm Gilles Deleuze]", por Jon Roffe.
* {{en}} [http://capitalismandschizophrenia.org CapitalismAndSchizophrenia.org, uma wiki sobre os trabalhos de Deleuze e Guattari]
* [http://www.webdeleuze.com/php/sommaire.html Webdeleuze] - Cursos & audio {{fr icon}}, {{en icon}}, {{it icon}}, {{es icon}}, {{pt icon}} etc.
* [http://www.hssr.mmu.ac.uk/deleuze-studies/ A/V the International E-Journal for Deleuze Studies], com uma rede/comunidade, videos de conferências links para artigos online.
* [[Alain Badiou]], "[http://www.lacan.com/baddel.htm The Event in Deleuze.]"
* {{en}} [http://www.protevi.com/john/DG/index.html Links para conferências e notas sobre Deleuze and Guattari.]
* {{en}} [http://www.rhizomes.net Rhizomes.] Jornal online inspirado pelo pensamento deleuziano.
* [http://web.ics.purdue.edu/~smith132/French_Philosophy/French_Philosophy.html The Journal of French Philosophy ]
* [http://www.langlab.wayne.edu/CStivale/D-G/index.html Web resources]. [[Wayne State University]].
* "[http://www.deleuzeguattari.com A hypertext glossary of Deleuzean/Guattarian terms]", por Rob Shields and Mickey Vallee.
* {{fr}} [http://multitudes.samizdat.net/La-metaphysique-de-Deleuze.html La métaphysique de Deleuze], por Arnaud Villani
 
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