Xiismo: diferenças entre revisões

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{{Islã}}
 
São os fundadores do budismo e do islamismo:
Os '''xiitas''' ({{lang-ar|شيعة}} , ''Shīʿah'', abreviatura de شيعة علي, ''Shīʻatu ʻAlī'', "partido de Ali") são o segundo maior ramo de crentes do [[Islão]], constituindo 16% do total dos muçulmanos (o maior ramo é o dos muçulmanos [[Sunismo|sunitas]], que são 84% da totalidade dos muçulmanos).<ref>Almanaque Abril 2007, p.285</ref>
 
são os mais fortes e mais bonitos de todo o mundo
Os xiitas consideram [[Ali ibn Abu Talib|Ali]], o genro e primo do profeta [[Maomé]], como o seu sucessor legítimo e consideram ilegítimos os três [[califa]]s sunitas que assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé.
 
== Origem histórica do xiismo ==
 
Depois da morte de [[Maomé]], em 632, muitos acreditavam que ele havia escolhido como seu herdeiro e sucessor o seu genro e primo [[Ali ibn Abu Talib]]. Logo após o falecimento, a escolha do novo [[califa]] foi organizada, mas, enquanto Ali e sua família aprontavam o enterro de Maomé, alguns ''[[sahaba]]'', companheiros do Profeta, elegeram o novo governante da comunidade islâmica. Sendo assim, [[Abu Bakr]] foi designado o novo califa.
 
Antes de morrer, Abu Bakr designou seu sucessor, [[Umar]], que foi assassinado em 644, dez anos mais tarde. Após ele, Uthman, da dinastia omíada, ocupou o califado até 656, ano em que foi assassinado. Finalmente, Ali assumiu o poder.
 
Os [[carijitas]] têm origem na [[Batalha do Camelo]], onde o governador do [[Sham]], Muáwiya, junto com a viúva de Maomé, [[Aicha]], uniram suas forças para tirar Ali do poder. Porém, quando viram que suas tropas seriam derrotadas, colocaram páginas do [[Corão]] nas pontas das lanças, sabendo que Ali não iria atacá-los dessa forma. Entretanto, um pequeno grupo não aceitou o recuo do exército do califa, defendendo que deveriam batalhar mesmo assim. Dessa situação nascem os carijitas, que quer dizer "os que saíram".{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}
 
Com a morte de Ali, este foi sucedido por seu filho [[Hassan]], porém, o novo califa foi obrigado a renunciar em prol do corrupto [[Muáwiya]], que subornara seus amigos, corrompera seu governo, tornando-se impossível sua governabilidade.{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}
 
A divisão entre [[sunitas]] e xiitas nasce da questão sucessória dessa época.
 
== Dispersão geográfica ==
[[Ficheiro:Islam by country.png|thumb|350px|direita|{{legenda|#006600|Maioria [[sunismo|sunita]]}}{{legenda|#660000|Maioria xiita}}{{legenda|#000066|Maioria [[Ibadismo|ibadita]]}}]]
Os muçulmanos xiitas estão espalhados por todas as partes do mundo, mas alguns países têm uma concentração particularmente forte: o [[Irão]] é quase totalmente xiita, e no [[Iraque]], um país onde cerca de 95% da população é muçulmana, cerca de dois terços são xiitas. Eles eram oprimidos pelo partido [[Partido Baath|Baath]], de [[Saddam Hussein]], composto sobretudo por [[sunitas]].
Encontram-se também grandes populações de xiitas no [[Paquistão]] (20%), na província oriental da [[Arábia Saudita]] (15%), no [[Bahrein]] (70%), no [[Líbano]] (27%), no [[Azerbaijão]] (85%), no [[Iêmen]] (50%) na [[Síria]], na [[Turquia]]. Entre as comunidades islâmicas que residem no Ocidente também é possível encontrar minorias xiitas.
 
{| class="wikitable sortable" border="1" cellpadding="3" cellspacing="0" width="72%" align=left
|+População de muçulmanos xiitas em vários países na [[Ásia]]:<ref>{{citar web |url=http://findarticles.com/p/articles/mi_m0PBZ/is_3_87/ai_n27245724/ |título=Dados recolhidos de numerosos artigos científicos, governos e ONG em Leste e Oeste |acessodata=23 de fevereiro de 2012 |autor=Find Articles |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado= |páginas= |língua= |língua2= |língua3= |lang= |citação= }}</ref>
|-
! bgcolor="#DDDDFF" width="20%" |País
! bgcolor="#DDDDFF" width="14%" |População
! bgcolor="#DDDDFF" width="13%" |Muçulmanos xiitas
! bgcolor="#DDDDFF" width="30%" |% da população
! bgcolor="#DDDDFF" width="07%" |Notas
|-
| [[Irão]]
| align=right | 76.049.669
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| align=right |
|-
| [[Paquistão]]
| align=right | 200.800.800
| align=right | 35.200.000
| align=right | 24,02
| align=right |
|-
| [[Iraque]]
| align=right | 26.000.000
| align=right | 17.400.000
| align=right | 66,92
| align=right |
|-
| [[Turquia]]<ref>{{citar web |url=http://www.unhcr.org/refworld/topic,463af2212,49709c292,49749c9950,0.html |título=World Directory of Minorities and Indigenous Peoples - Turkey : Alevis |acessodata=23 de fevereiro de 2012 |autor=UNHCR }}</ref><ref>{{cite book|title=The Alevis in Turkey: The Emergence of a Secular Islamic Tradition|first=David|last=Shankland|publisher=Routledge (UK)|location=|year=2003|isbn=0-7007-1606-8|url= http://books.google.com/books?vid=ISBN0700716068&id=lFFRzTqLp6AC&pg=PP1&lpg=PP1&dq=Religion+in+Turkey&sig=qrG576JrBxJ4LIBqD-41ALytcAI#PPP1,M1}}</ref>
| align=right | 71.517.100
| align=right | 15.000.000
| align=right | 20,97
| align=right |
|-
| [[Índia]]
| align=right | 1.009.000.000
| align=right | 11.000.000
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| align=right |
|-
| [[Iémen]]
| align=right | 23.800.000
| align=right | 10.710.000
| align=right | 45,00
| align=right |
|-
| [[Azerbaijão]]
| align=right | 9.000.000
| align=right | 7.650.000
| align=right | 85,00
| align=right |
|-
| [[Afeganistão]]
| align=right | 31.000.000
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| align=right |
|-
| [[Arábia Saudita]]
| align=right | 27.000.000
| align=right | 4.000.000
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| align=right |
|-
| [[Síria]]
| align=right | 18.000.000
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| align=right | 12,22
| align=right | <ref>{{citar web |url=http://www.currenttrends.org/research/detail/the-shiite-turn-in-syria |título=The Shiite Turn in Syria |acessodata=23 de fevereiro de 2012 |autor=Instituto Hudson |língua=inglês }}</ref>
|-
| [[Líbano]]
| align=right | 3.900.000
| align=right | 1.700.000
| align=right | 43,59
| align=right |
|-
| [[Tadjiquistão]]
| align=right | 7.300.000
| align=right | 1.100.000
| align=right | 15,00
| align=right |
|-
| [[Kuwait]]
| align=right | 2.400.000
| align=right | 730.000
| align=right | 30,42
| align=right |
|-
| [[Bahrein]]
| align=right | 700.000
| align=right | 520.000
| align=right | 74,29
| align=right |
|-
| [[Emirados Árabes Unidos]]
| align=right | 2.600.000
| align=right | 160.000
| align=right | 6,15
| align=right |
|-
| [[Qatar]]
| align=right | 890.000
| align=right | 140.000
| align=right | 15,7
| align=right |
|-
| [[Omã]]
| align=right | 3.100.000
| align=right | 31.000
| align=right | 1,00
| align=right |
|}
{{-}}
 
== Seitas dentro do xiismo ==
O Islão xiita contemporâneo pode ser subdividido em três ramos principais: os [[Xiismo duodecimano|xiitas dos Doze Imames]], os [[ismaelita]]s e os [[zaiditas]]. Todos estes grupos estão de acordo em relação à legitimidade dos quatro primeiros imames. Porém, discordam em relação ao quinto: a maioria do xiitas acredita que o neto de Hussein, [[Muhammad al-Baquir]] era o imã legítimo, enquanto que outros seguem o irmão de al-Baquir, [[Zayd]], sendo por isso conhecidos como zaiditas. O xiismo zaidita (ou dos partidários do quinto imã) foi sempre minoritário e encontra-se hoje praticamente limitado ao [[Iémen]].
 
Os xiitas que não reconheceram Zayd como imam permaneceram unidos durante algum tempo. O sexto imã, [[Jafar al-Sadiq]], foi um grande erudito que é tido em consideração pelos teólogos [[sunitas]]. A principal escola xiita de lei religiosa recebe o nome de "Jafari" por sua causa.
 
Após a morte de Jafar al-Sadiq, em [[765]], ocorre uma cisão no grupo: uns reconheciam como imã o filho mais velho de al-Sadiq, Ismail (morto em 765), enquanto que para outros o imã era o filho mais novo, Musa (morto em 799). O último grupo continuou a seguir uma cadeia de imãs até ao décimo segundo, [[Muhammad al-Mahdi]] (falecido em [[874]]). Ficaram conhecidos como os [[xiitas duodeciamos|xiita dos Doze]], enquanto que os primeiros como [[ismailitas]]; o termo xiita é geralmente usado hoje em dia como sinónimo dos xiitas dos Doze (ou duodecimâmicos), uma vez que são os xiitas maioritários.
 
Para os ismailitas, Ismail nomeou o seu filho [[Muhammad ibn Ismael]] como seu sucessor, tendo a linha sucessória dos imames continuado com ele e com os seus descendentes. Os ismailitas tornaram-se poderosos no século X no Norte de África, onde fundam na [[Ifríquia]] ([[Tunísia]]) o [[Califado Fatímida]] ([[909]]-[[1171]]) que em [[969]] conquista o Egipto (onde fundam a [[Universidade de Al-Azhar]]) e a Síria. O persa [[ad-Darazi]] declarou que o quarto [[califa fatímida]], [[al-Hakim]], era Deus, dando origem à religião [[drusos|drusa]].
 
O ismailismo dividiu-se ainda em outros grupos, que orbitavam em torno de dois irmãos, [[Nizar]] (m. 1095) e [[al-Musta'li]] (m. 1101). Os governantes fatímidas apoiam al-Musta'li e os seguidores de Nizar foram obrigados a fugir, fixando-se nas montanhas da Síria e da Pérsia. Os partidários da causa [[nizari]] organizam-se num movimento conhecido como ''[[Fedayin|Fidáiyya]]'' ("a gente do sacrifício") ou ainda ''Ta´limiyya'' ("da doutrinação"), a que os seus inimigos (entre os quais se encontravam os [[cruzados]]) deram o nome de ''[[hashshashin]]'' ("assassinos"). Os ''hashshashin''s ficaram conhecidos por uma série de assassinatos políticos. No século XIX, o rei da Pérsia deu o título de [[Aga Khan]] ao imam de uma das subseitas dos ismailitas [[nizaris]], os [[Qasimshahitas]]. Actualmente, a maioria dos ismailitas encontra-se neste grupo.
 
No [[século XIX]] [[Báb|Siyyid Ali Muhammad]] provoca uma divisão no seio da comunidade [[xiismo duodecimano|xiita dos Doze Imames]], ao proclamar-se como manifestação de Deus, tomando o nome de Báb, "Porta", porque acreditava ter contacto directo com o décimo segundo imã que tinha desaparecido em [[874]]. Fuzilado em [[1850]], um dos seus discípulos, conhecido como [[Bahá'u'lláh]], fundou a [[Fé Bahá'í]], hoje em dia considerada uma religião independente do [[islão]].
 
De acordo com os xiitas dos Doze Imames, os doze descendentes de Ali detêm um estatuto especial; eles são inferiores ao profeta, mas superiores ao comum dos mortais. Eles são vistos como sucessores directos corporais e espirituais do profeta, infalíveis, inspirados divinamente e escolhidos por Deus.
 
== O Imã oculto ==
[[Ficheiro:Meshed ali usnavy (PD).jpg|thumb|right|200px| Mausoléu de Hussein, filho de Ali, em [[Karbala]], [[Iraque]].]]
Os xiitas dos Doze Imãs acreditam que Muhammad al-Mahdi encontra-se escondido e que regressará no fim do mundo. Este Imã oculto (escondido) é capaz de enviar mensagens aos fiéis. Alguns xiitas iranianos acreditavam que o falecido [[Ruhollah Khomeini|Aiatolá Khomeini]] (não confundir com [[Aiatolá Khamenei]], o actual [[aiatolá]] supremo do [[Irã]]) teria recebido inspiração do 12º e último Imã.
 
Os crentes divergem quanto ao que irá acontecer ao último Imã quando regressar (apesar de algumas seitas reservarem esse título para [[Jesus|Isa]]). Acredita-se normalmente que o último Imã será acompanhado pelo profeta Jesus e que irá revelar a mensagem do Islão à humanidade. No islão xiita é obrigação de cada muçulmano seguir um [[Marja]] vivo. Há vários Marjas xiitas vivos hoje, com: [[Aiatolá Khamenei]], [[Aiatolá Ali al-Sistani]], [[Aiatolá Fazil Linkarani]], [[Aiatolá Sadiq Sherazi]], Aiatolá Fadlullah etc.
 
== O ritual da Ashura ==
A lembrança da Ashura é quando os [[muçulmanos]] [[xiitas]] lembram o martírio de [[Hussein]], neto de [[Maomé]] em [[Karbala]], onde tal massacre, que teve mulheres e crianças massacradas, foi perpetuado pelas mãos de [[Yiazid]], o filho de [[Muawya]], aquele que havia lutado contra Ali e usurpado o califado de Hassan.
 
No [[Iraque]], em certas regiões, a Ashura tomou uma visão grotesca, com autoflagelações e situações anti-islâmicas.
 
A autoflagelação é proibida dentro do Islão, e esta atitude é realizada por uma ínfima minoria dentro do xiismo, mas muitos acreditam que é um ponto comum entre todos os muçulmanos xiitas. Grandes sábios desaprovam e se opõem vigorosamente contra a autoflagelação, chamando-a de ''bidah'' ("inovação"). No [[Irão]] por exemplo, [[Khamenei]] coloca tropas nas ruas para proibir tal barbaridade, no Líbano o [[Hezbollah]] não permite que seus membros realizem autoflagelação, assim como Fadlullah, Sistani, enfim, todos os sábios xiitas, não o ratificam.{{carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}
 
== Os 12 Imãs dos islã xiita ==
# Imã [[Ali ibn Abi Talib]], ''"O Príncipe dos Crentes"''
# Imã [[Hasan ibn Ali]],'' "Al-Mujtaba"''
# Imã [[Hussain ibn Ali]],'' "Senhor dos Mártires"''
# Imã [[Ali ibn Hussain]], ''"Formosura dos Devotos"''
# Imã [[Muhammad ibn Ali]], ''"O Erudito"''
# Imã [[Jaafar ibn Muhammad]],'' "O Verídico"''
# Imã [[Mussa ibn Jaafar]],'' "O Silencioso"''
# Imã [[Ali ibn Musa]], ''"A Aprovação"''
# Imã [[Muhammad al-Javad]], ''"O Generoso"''
# Imã [[Ali al-Hadi]], ''"O Orientador"''
# Imã [[Hasan al-Askari]], ''"Nascido em Ascar"''
# Imã [[Muhammad al-Mahdi]], ''"O Guia ou Al-Mahdi"''
 
{{referências}}
 
== Ver também ==
* [[Karbala]]
* [[Jafari]]
* [[Imam]]
* [[Califado Fatímida]]
* [[Ismaelita]]
* [[Islão Sunita]]
* [[Zaiditas]]
 
== Ligações externas ==
 
* {{pt}} [http://www.arresala.org.br Web Site Islâmico Xiita Brasileiro]
* {{en}} [http://www.globalsecurity.org/military/world/iraq/religion-shia2.htm Marja and concept of Shia Leadership]
* {{en}} [http://www.shia.org/fundamental.html Fundamentals of Islam]
 
{{Teologia islâmica}}
 
[[Categoria:Xiismo| ]]