World War Z: An Oral History of the Zombie War: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m ajuste, replaced: Russia → Rússia
Linha 35:
}}
 
'''''World War Z: An Oral History of the Zombie War''''' é uma história de [[Terror (gênero)|terror]] fundada no tema [[Apocalipse zumbi]], escrita por [[Max Brooks]] e lançada em [[2006 na literatura|2006]]. É uma continuação do livro lançado em [[2003 na literatura|2003]] ''[[The Zombie Survival Guide]]''. Porém, ao invés de trazer uma narrativa ou visão geral do assunto, ''World War Z'' é uma [[Romance epistolar|compilação de notas pessoais]] na forma de um conto em primeira pessoa. Brooks faz o papel de um agente da Comissão Pós-Guerra proveniente dos [[Estados Unidos]] que publica seu relatório uma década após a [[guerra]] da humanidade contra os [[zumbis]]. As [[Nações Unidas]], no intuito de focar o documento oficial nos fatos da guerra e suas figuras mais importantes, decidiu deixar de fora histórias e relatos pessoais colhidos por Brooks, conteúdo que compunha a maior parte de seu material. As entrevistas listam a guerra de 10 anos de duração sob os pontos de vista de diversas pessoas provenientes de várias nacionalidades distintas. Os relatos também descrevem as severas e radicais mudanças nos aspectos religioso, [[Geopolítica|geo-políticogeopolítico]] e ambiental no mundo após a "''Guerra Mundial Z''".
 
''World War Z'' foi inspirado na [[História Oral|história]] retratada na obra ''The Good War'', livro sobre a [[Segunda Guerra Mundial]] de autoria de [[Studs Terkel]], bem como no diretor de filmes do gênero "apocalipse zumbi" [[George A. Romero]]. Brooks usou a ''Guerra Mundial Z'' para comentar questões sociais, como a inaptidão do governo e o [[isolacionismo]] americano, isto enquanto examina temas como o [[sobrevivencialismo]] e a incerteza humana. Críticos da área elogiaram a obra por reinventar o gênero "zumbi". A versão em [[audiobook]], feita por um elenco de nomes como [[Alan Alda]], [[Mark Hamill]] e [[John Turturro]], foi premiada na edição de 2007 do ''Audie Awards''. Um filme baseado no livro está em fase de desenvolvimento, sendo produzido pela UTV Motion Pictures e pela Plan B Entertainment, e com [[roteiro]] de Matthew Michael Carnahan.<ref>http://www.imdb.com/title/tt0816711/</ref>
 
==Desenvolvimento==
Brooks idealizou ''World War Z'' para seguir as "regras" mostradas em sua outra obra, ''The Zombie Survival Guide'', e explicou que o guia pode existir no mundo onde passa-se a história como um precursor à Guerra Zumbi.<ref name=eat>{{Cite web|url=http://www.eatmybrains.com/showfeature.php?id=55 |title=Exclusive Interview: Max Brooks on World War Z |work=Eat My Brains! |date=October 20, 2006 |accessdate=April 26, 2008 }}</ref> Os zumbis presentes no ''The Zombie Survival Guide'' eram humanos mortos-vivos reanimados pelo vírus incurável, Solanum. Eram desprovidos de inteligência e movidos puramente pelo desejo de consumir carne humana viva. A única maneira de exterminaexterminá-los era destruindo seu cérebro, isso sendo de qualquer forma possível. Mesmo zumbis tendo grande força física (como humanos sob efeito de fortes [[narcótico]]s) e não sintam qualquer dor ou fadiga, eles são lentos e incapazes de planejarem ou cooperarem em seus ataques. Zumbis normalmente acusam sua presença através de seu gemidos.<ref>{{Cite news|author= |title='The Zombie Survival Guide' With Max Brooks |url=http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/discussion/2003/10/26/DI2005033114558.html |work=Interview |publisher=[[Washington Post]] |date=October 30, 2003 |accessdate=2009-04-14}}</ref>
 
Brooks fez uma longa e extensa pesquisa enquanto escrevia ''World War Z'' para tornar a história o mais realística possível: ''"Absolutamente tudo em World War Z (como também o foi no Zombie Survival Guide) é embasado na realidade... bem, exceto os zumbis. Mas falando sério, todo o resto presente no livro ou é realístico ou 100% real. A tecnologia, política, economia, cultura, táticas militares... foi uma BAITA lição de casa"''. Brooks usou uma grande variedade de livros como referências e consultou amigos especialistas em diversas áreas diferentes enquanto escrevia o romance.<ref name=WP/> Ele ainda cita as [[Forças Armadas Americanas]] como fonte de suas referências em [[armas de fogo]], ainda que não entre em momento algum no mérito de como obteve estes dados.
Linha 52:
Na África do Sul, o governo adota um plano trazido pelo oficial do governo e ex-[[apartheid]] Paul Redeker, o qual baseia-se no estabelecimento de pequenas "zonas seguras", áreas cercadas por barreiras naturais e livres da presença de zumbis. Grandes grupos de refugiados são mantidos vivos fora das zonas de segurança no objetivo de distrair as hordas de mortos-vivos, permitindo àqueles dentro das zonas tempo o suficiente para reagruparem-se. Vários governos ao redor do mundo adotam suas próprias versões do "Plano Redeker", ou então [[Evacuação|evacuam]] seus habitantes para território estrangeiro mais seguro. Uma vez que era fato conhecido que zumbis congelam por completo se expostos a um intenso frio, muitos cidadãos norte-americanos fogem para as áreas mais inóspitas do norte do [[Canadá]]. Derivado desta desesperada tentativa de sobrevivência nas terras congeladas, aproximadamente 11 milhões de pessoas acabam por serem vitimadas, muitos de [[fome]] e/ou [[hipotermia]].
 
Durante uma conferência de líderes mundiais a bordo do [[USS Saratoga (CVA-60)|USS Saratoga]], ancorado próximo à [[Honolulu]], muitos representantes indicam que suas nações preferiam aguardar o fim natural da praga zumbi e permanecerem refugiados neste interím. Porém, o presidente dos EUA conseguiu dissuadi-los com sucesso deste método, alegando que a única maneira de sobreviverem física e psicologicamente à catástrofe era partir para a ofensiva. Determinados agora a servirem de exemplo aos outros países, os Estados Unidos reinventaram-se em termos militares para atenderem aos desafios impostos ao se lutar com mortos-vivos: [[armas automáticas]] e [[Guerra de manobra|manobras de avanço]] foram substituídos por [[Fuzil|rifles]] [[Arma semiautomática|semiautomáticos]] e ofensiva em formação, as tropas sendo restringidas a focarem-se em tiros na cabeça em lenta e precisa cadência de disparos. Para combates à curta distância contra os zumbis, uma nova ferramenta multi-funçãomultifunção foi criada: batizada de ''Lobotomizer'' ("[[Lobotomia|Lobotomizador]]" ou pelo curto apelido de "''Lobo''"), a arma tinha o propósito de destruir a cabeça de sua vítima à curta distância. Em duas linhas de norte à sul através da América do Norte, os militares americanos deixaram a zona protegida à oeste das [[Montanhas Rochosas]] e atravessaram o continente, exterminando sistemáticamentesistematicamente todos os zumbis encontrados e retomando postos de sobreviventes antes cercados por mortos-vivos (mesmo com os sobreviventes destes postos por vezes não querendo serem resgatados).
 
10 anos passaram-se então desde o fim "oficial" da guerra zumbi, mesmo ainda com milhões destes ainda vagando ativos. O cenário [[Geopolítica|geo-políticogeopolítico]] da Terra foi transformado. [[Cuba]], agora uma [[democracia]], tornou-se a economia mais prolífera do mundo e capital bancária internacional. A China também converteu-se para uma nação democrática após o fim da guerra civílcivil com o uso de [[Míssil balístico intercontinental|mísseis balísticos intercontinentais]] lançados de um [[submarino nuclear]] chinês contra a [[Partido Comunista da China|Frente Comunista]], causando sua extinção. Porém o pais sofreu grande êxodo, uma vez que o [[Tibet]], livre do mando chinês, era agora o país onde pertencia a [[Lassa|cidade mais populosa]] do mundo. Após a revolução religiosa, a [[Rússia]] era agora uma [[teocracia]] [[Expansionismo|expansionista]]. A [[CoréiaCoreia do Norte]] agora encontrava-se completamente deserta, com toda a sua população tendo desaparecido nos subterrâneos. Era desconhecido se haviam sobrevivido e adaptado-se à vida sob a terra ou se foram zumbificados e dizimados. A [[Islândia]] havia sido completamente evacuada, e constituía o país mais infestado pelas criaturas em todo o mundo. As Nações Unidas haviam enviado à campo milhares de tropas para eliminarem zumbis remanescentes de áreas antes devastadas por estes, destruindo hordas vindas à tona das profundezas do oceano antes que tivessem tempo para descongelarem. Os efeitos mais drásticos da guerra foram a severa redução na população humana da Terra, a qual chegou à beira da extinção, bem como a devastação de muitos recursos naturais e espécies, tanto pelos implacáveis zumbis como pelos humanos desesperados pela sobrevivência.
 
==Temas==
===Comentário social===
AnalístasAnalistas notaram que Brooks utilizou-se de ''World War Z'' como plataforma para criticar a inaptidão do governo, corrupção corporativa e a falta de visão humana.<ref name="AV">{{Cite web|url=http://www.avclub.com/content/node/54484 |title=World War Z: An Oral History Of The Zombie War |accessdate=September 19, 2008 |last=Phipps |first=Keith |date=October 25, 2006 |work=[[The A.V. Club]] |publisher=''[[The Onion]]''}}</ref><ref name="RC">{{Cite web|url=http://www.untitledbooks.com/pages/features/index.asp?FeaturesID=74 |title=The End of the World as We Know it |accessdate=September 21, 2008 |last=Currie |first=Ron |date=September 5, 2008 |work=Untitled Books}}</ref> Em certo ponto do livro, um jovem [[Palestina|palestino]] vivendo no [[Kuwait]] recusa-se a acreditar que os mortos estão reanimando-se, temendo ser este um truque maquinado por [[Israel]]. Muitos personagens americanos imputam a culpa da inabilidade dos Estados Unidos de reverterem a ameaça zumbi à baixa confiança conferida aos seus governantes, esta derivada dos conflitos controversos no [[Oriente Médio]].<ref name=sh /> Brooks ainda mostra sua clara depreciação à [[burocracia]]. Um dos personagens da história tenta justificar o ato de mentir para o povo sobre a infestação zumbi para evitar o [[Calamidade|pânico]] geral, enquanto que ao mesmo tempo falha em desenvolver uma solução para conter o medo crescente entre a população.<ref name=dc>{{Cite web|url=http://www.dailycardinal.com/article/5147 |title=Brooks redefines the zombie genre in WWZ |accessdate=September 19, 2008 |last=Chappell |first=Les |date=February 4, 2007 |work=The Daily Cardinal}}</ref><ref name=EW>{{Cite web|url=http://www.ew.com/ew/article/0,,1535157,00.html |title=Book Review World War Z |accessdate=September 19, 2008 |last=Cruz |first=Gilber |date=September 15, 2006 |work=[[Entertainment Weekly]]}}</ref> Alden Utter, um crítico do ''The Eagle'', nota similaridades entre a resposta do governo e os resultados do [[Furacão Katrina]]: ''"Avisos iniciais são omitidos, relatórios de importância crucial passam despercebidos, investidores fazem milhões com a venda de [[placebos]], o exército equipa-se com ferramentas que obtiveram bons resultados na última guerra que travaram e a população ignora a extensão da ameaça até que a mesma esteja tão próxima que seja possível sentir-lhe a respiração no rosto — este é, surpreendentemente, um conto de zumbis pós-Katrina."''<ref name=Eagle>{{Cite web |url=http://media.www.theeagleonline.com/media/storage/paper666/news/2006/10/02/TheScene/Brooks.Puts.Brains.In.Print.For.Zombie.Fanatics-2319449.shtml |title=Brooks puts brains in print for zombie fanatics |accessdate=September 9, 2008 |last=Utter |first=Alden |date=October 2, 2006 |work=The Eagle}}</ref>
 
Brooks ainda criticou o [[isolacionismo]] americano:
Linha 114:
 
===Recepção da crítica e reconhecimento===
Em sua resenha do o audiobook para a ''Strange Horizons'', Siobhan Carroll chamou a história de "cativante" e achou que a experiência auditiva evocava à famosa narrativa de [[Orson Welles]], ''The War of the Worlds'' ("Guerra dos Mundos"). Carroll teve opiniões mistas sobre o trabalho de vozes desempenhado na obra, comentando que as mesmas foram ''"sólidas e compreensíveis, piedosamente livres de "efeitos especiais" e "barulhos de cenário""'', mas lamentou o que ela tomou por desânimo da parte de Max Brooks e sobre a inaltenticidade do sotaque chinês de Steve Park.<ref name="sh">{{Cite web|url=http://www.strangehorizons.com/reviews/2006/10/world_war_z_an_.shtml |title=World War Z: An Oral History of the Zombie War by Max Brooks |accessdate=September 19, 2008 |last=Carroll |first=Siobhan |date=October 31, 2006 |work=Strange Horizons}}</ref> A ''Publishers Weekly'' ainda criticou a narração de Brook, mas descobriu que todo o resto do ''"elenco de grandes estrelas nos trazem suas partes com um fervor e uma intensidade que os ouvintes não podem evitar e empatizarem com estes personagens"''.<ref>{{Cite web|url=http://www.publishersweekly.com/article/CA6376146.html|title=Audio Reviews: Week of 10/2/2006 |accessdate=2009-01-15 |last= |first= |coauthors= |date=October 2, 2006 |work=Book review |publisher=Publishers Weekly}}</ref> Um artigo na revista ''Slate'' relatando sobre o que consideraram erros dos produtores na publicação dos audiobooks, Nate DiMeo usou ''World War Z'' como exemplo de dramatização onde todo o elenco contribuiu para tornar a obra um "grande trabalho", e descreveu que o livro como ''"uma história de zumbis mais-inteligente-do-que-teria-direito"''.<ref>{{Cite web|url=http://www.slate.com/id/2200177/ |title=Read Me a Story, Brad Pitt |accessdate=September 20, 2008 |last=DiMeo |first=Nate |date=September 18, 2008 |work=Slate}}</ref> O audiobook de ''World War Z'' venceu a premiação ''Audie Award'' de 2007 por ''PerfomancePerformance Multi-Voz'' e recebeu uma nomeação à ''Audiobook do Ano''.<ref name="pr">{{Cite web|url=http://www.audiopub.org/files/public/Audieswinnersrelease.pdf |title= Audie Award press release |accessdate=November 12, 2007 |publisher=Audio Publishers Association |year=2007 |archiveurl = http://web.archive.org/web/20070719083737/http://www.audiopub.org/files/public/Audieswinnersrelease.pdf |archivedate = July 19, 2007}}</ref><ref>{{Cite web|url=http://www.audiopub.org/audies07winners.asp?page=1 |title=Audies Gala 2007 Winners and nominees |publisher=Audio Publishers Association |accessdate=April 14, 2009}}</ref>
 
{{Referências|col=2}}