Jovem Alemanha: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Junges Deutschland collage.jpg|thumb|220px|Os representantes mais proeminentes da Jovem Alemanha.]]
'''Jovem Alemanha''' (em [[Língua alemã|alemão]]: ''Junges Deutschland'') foi um grupomovimento de escritores alemães que existiu de 1830 a 1850. Era essencialmente uma ideologia jovem (semelhante aquelas que haviam varrido a [[França]], [[Jovem Irlanda|Irlanda]], Estados Unidos e [[Jovem Itália|Itália]]). Entre seus principais defensores estavam [[Karl Gutzkow]], [[Heinrich Laube]], [[Theodor Mundt]] e [[Ludolf Wienbarg]]; [[Heinrich Heine]], [[Ludwig Börne]] e [[Georg Büchner]] também são considerados parte do movimento. O grupo mais amplo incluiu [[Willibald Alexis]], [[Adolf Glassbrenner]], Gustav Kühne, [[Max Waldau]] e [[Georg Herwegh]].<ref>''Junges Deutschland'' The Crystal Reference Encyclopedia (2005)</ref> O nome ''Jovem Alemanha'' foi usado pela primeira vez em ''Ästhetische Feldzüge'' ("Campanhas Estéticas"), de Ludolf Wienbarg em 1834.<ref>Ludolf Wienbarg: ''Aesthetische Feldzüge. Dem jungen Deutschland gewidmet.'' Hoffmann und Campe, Hamburg 1834.</ref>
 
Contra o espírito dominante do [[Monarquia absoluta|absolutismo]] na [[política]] e [[obscurantismo]] na [[religião]], os escritores da Jovem Alemanha mantiveram os princípios da [[democracia]], [[socialismo]], e [[racionalismo]]. Entre as muitas coisas que eles defendiam estavam: [[Separação Igreja-Estado|separação entre Igreja e Estado]], a [[Emancipação judaica|emancipação dos judeus]], bem como o [[Feminismo|aumento da posição política e social das mulheres]]. Durante um período de instabilidade política na Europa, a Jovem Alemanha foi considerada perigosa por muitos políticos devido ao seu ponto de vista progressista. Durante dezembro de 1835, o Bundestag de Frankfurt proibiu a publicação na Alemanha de muitos autores associados ao movimento, ou seja, Heine, Gutzkow, Laube, Mundt, e Wienbarg. Em seus raciocínios, eles explicaram que os Jovens Alemães estavam tentando "atacar a religião cristã da maneira mais descarada, degradar as condições existentes e destruir toda a disciplina e moralidade com seus escritos de ficção acessíveis a todas as classes de leitores".<ref>[http://books.google.com/books?id=6dcBAAAAYAAJ&pg=PA397 Auszug aus dem Verbotstext vom 10. Dezember 1835]</ref>.
 
A ideologia produziu poetas, pensadores e jornalistas, os quais reagiram contra a introspecção e particularismo do [[Romantismo]] na literatura nacional, o que resultou em uma separação total da literatura a partir das realidades da vida. O movimento romântico foi considerado apolítico, sem o ativismo que a intelligentsia florescente da Alemanha necessitava. Como resultado de décadas de frequência escolar obrigatória nos Estados alemães, a alfabetização em massa significava um excesso de homens educadaseducados que o estabelecimento não podia sustentar. Assim, na década de 1830, com a vantagem de prensas de impressão de baixo custo, houve uma corrida dos homens educados para as chamadas "profissões liberais".
 
== Representantes ==
A decisão do Bundestag alemão em 10 de dezembro de 1935 chamou a "Jovem Alemanha ou a jovem literatura" de "escola literária" contando com a participação oficial de [[Heinrich Heine]], [[Karl Gutzkow]], [[Heinrich Laube]], [[Ludolf Wienbarg]] e [[Theodor Mundt]]. Tal escola ou grupo, no entanto, nunca existiu. Estes autores eram vagamente conectados por seu compromisso liberal. Houve algumas observações a respeito da contribuição de [[Ludwig Börne]] nos termos do movimento. Entretanto, a historiografia literária mais tarde considerou estes seis autores como o núcleo do novo movimento alemão. Em uma área mais ampla inclui-se também autores como [[Adolf Glassbrenner]], [[Gustav Kühne]] e [[Max Waldau]].
 
Mesmo [[Georg Büchner]] é repetidamente mencionado em conexão com a Jovem Alemanha. Ele se distancia da Jovem Alemanha em uma carta a sua família, de 1 de janeiro de 1836 em seu exílio em [[Estrasburgo]] ele escreveu:
{{Citação2|Aliás, eu pertenço ''pela minha parte'' não à chamada ''Jovem Alemanha'', o partido literário de Gutzkow e Heine. Apenas um completo ignorante de nossas relações sociais poderia fazer com que as pessoas acreditassem que uma transformação completa de nossas ideias religiosas e sociais através da literatura um dia seria possível.<ref>Georg Büchner: ''Werke und Briefe. Nach der historisch-kritischen Ausgabe von Werner R. Lehmann.'' Hanser, München 1980, ISBN 3-446-12883-2, S. 279</ref>}}
Não obstante, existe entre Büchner e os autores da Jovem Alemanha semelhanças substanciais, que são, principalmente, a revolta contra a restauração política. Além disso, Büchner representa uma literatura como a dos Jovens Alemães que rejeitam o idealismo da literatura clássica/de [[Friedrich Schiller|Schiller]] e a literatura do Romantismo. Büchner formulou essa poética em sua narrativa, ''Lenz'', uma conversa artística entre Kaufmann e Lenz.
 
== Objetivos ==
Juntos os poetas da Jovem Alemanha enfrentaram a política [[Restauração|restaurativa]] e [[reacionária]] de [[Klemens Wenzel von Metternich|Metternich]] e dos príncipes da [[Confederação Germânica]]. Os Jovens Alemães pendiam para as [[liberdade]]s [[Democracia|democráticas]], a justiça social e a superação de ideias [[Religião|religiosas]] e [[Moral|morais]] fora de moda. Rejeitaram o [[idealismo]] [[Classicismo de Weimar|classicista]] e [[Romantismo|romântico]] como apolíticos e ultrapassados. Ambos os sentidos literários, na realidade, eram distantes. Para os Jovens Alemães, a literatura não podia ser elitista, mas sim chamar a atenção para os males sociais e políticos. Eles se viam como herdeiros dos líderes do [[Iluminismo]] e foram pioneiros literários da liberal-burguesa [[Revoluções de 1848 nos Estados alemães|Revolução de Março]] de 1848-1849.
 
Ideologicamente os representantes da Jovem Alemanha foram afetados pela teoria da evolução de [[Georg Wilhelm Friedrich Hegel|Hegel]] e pelo socialismo utópico de [[Conde de Saint-Simon|Saint-Simon]]. Para a política nacional foi desejada a união alemã sob a forma de uma [[república]] superando assim o [[feudalismo]].
 
Ao contrário de seus contemporâneos, como Georg Büchner ou a geração subsequente de poetas do [[Vormärz]] como [[Georg Herwegh]], [[Ferdinand Freiligrath]], Heinrich Heine e [[August Heinrich Hoffmann von Fallersleben|August Heinrich von Fallersleben]], um golpe político não era primariamente pensado pelos Jovens Alemães. Em vez disso, era pensada uma nova sociedade liberal na qual a autoridade não mais deve ser aceita prontamente. Para eles a política era apenas uma área entre muitas, além da [[Moral]], [[Religião]] e [[Estética]].
 
== Ver também ==