Teoria da dependência: diferenças entre revisões

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Uma das mais importantes referências da teoria da dependência é o sociólogo [[Fernando Henrique Cardoso]], acadêmico formado na [[USP]] (Universidade de São Paulo) e que, mais tarde, também tornou-se [[presidente da República]] Federativa do Brasil.
 
Na obra escrita com [[Enzo Falleto|Enzo Faletto]], no Chile, em 1967, (intitulada "Dependência e Desenvolvimento na América Latina") e, em textos posteriores (como o livro “As ideias e seu lugar”), Cardoso colocou em relevo o papel dos fatores internos na compreensão dos processos estruturais de dependência. Nesta direção, ele procurava mostrar como as diferentes formas de articulação entre economias nacionais e [[sistema internacional]] e, ao mesmo tempo, os diferentes arranjos de poder, indicavam modalidades distintas de integração com os pólos hegemônicos do [[capitalismo]]. Assim, em seu ponto de partida (período primário-exportador), podiam ser identificadas duas formas distintas de organização econômica: as [[economias de enclave]] e aquelas na qual existia o [[controle nacional]] do [[sistema produtivo]]. A evolução destas diferentes formas de articulação econômica com o capitalismo mundial também se diferenciou de acordo com as composições e lutas de classes dos diferentes países da [[América Latina]]. Nas [[década de 1960]] e [[década de 1970|70]], as sociedades latino-americanas já tinham consolidado seu mercado interno e a internacionalização do capitalismo (fase do capitalismo monopolista, com expansão das [[indústrias multinacionais]]) indicava um novo padrão de dependência.
 
A obra de Fernando Henrique Cardoso notabilizou-se também pelo fato de negar que a dependência implicava – necessariamente – em [[estagnação econômica]] e [[subdesenvolvimento]] e de que a ruptura [[socialista]] seria a única via possível para a industrialização do continente. Ao mesmo tempo, Cardoso criticou o “consumo” da ideia de dependência como arcabouço teórico sistemático e [[anacronismo|a-histórico]], lembrando que as “análises da dependência” constituiam estudos que estavam situados no campo teórico do marxismo, em particular da teoria do imperialismo, sendo seu objetivo precípuo a análise da realidade concreta das diferentes sociedades situadas na América Latina.