L'homme révolté: diferenças entre revisões

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'''O homem revoltado''' (Em francês ''L´Homme Révolté'') é um [[ensaio]] [[Filosofia|filosófico]] escrito por [[Albert Camus]] e publicado em [[1951]].
 
O Livro analisa o conceito da Revolta de um ponto de vista histórico. Analisando suas caracteristicas e seus desvirtuamentos. A revolta para Camus tem uma dupla significação. Não é apenas histórica (apesar do seu ensaio ser histórico, ou seja, analisa as manifestações históricas da revolta, a revolta encontra algo de irredutível.
Analisa a história das revoluções [[Europa|européias]] a partir de [[1789]] do ponto de vista da [[liberdade individual]].
 
As manifestações históricas analisadas por Camus são muitas e de vários periodos históricos. Seja a Assim denominada Revolta Metafísica de [[Epicuro]] e [[Lucrécio]] na antiguidade, seja na negação absoluta do [[Marquês de Sade]]. Ou na afirmação do Ùnico de [[Max Stirner]] colocado na mesma seção de [[Nietzsche]]. Ele observa e analisa essas manifestações também na poesia e na própria revolução. Seja na revolta dos escravos liderados por [[Espártaco]] ou na revolução que deu origem da [[URSS]], e seus desdobramentos. Passando claro, pelos idéias e pela efetivação da [[Revolução Francesa]].
 
== A Revolta Metafísica ==
 
Uma das primeiras manifestações da Revolta que Camus analisa é a que ele denomina de '''Revolta Metafísica'''. Apesar dele afirmar que a revolta metafisica só aparecer de modo coerente no final do Séc XVIII a analise que ele empreende começa, como já tido anteriormente, ainda entre os Gregos e Romanos.
 
A revolva metafisica é a revolta do homem contra a sua condição e contra sua criação, ou contra os motivos de sua criação e que justificariam sua condição. É a declaração do homem e de se ver frustado em sua criação. É portanto um '''Não''' dito pelo homem contra sua situação no mundo. É uma não aceitação desta criação. É claro portanto que, como um escravo que se revolta, o revoltado metafisico não é um ateu. Um escravo que se insurge contra o seu senhor tem que reconhecer este senhor de modo que possa se revoltar. O revoltado metafisico é portanto um blasfemo.
 
Vemos portanto claramente o caráter negativo da revolta metáfisica. O caráter do não. Mas é importante deixar claro aqui, pois é este o ponto principal da analise de Camus, que para dizer este não, ou seja para que exista este lado negativo da revolta, tem que haver um lado positivo, ou afirmativo. O homem que se revolta contra sua condição o faz em nome de algo. Há um juizo de valor em nome do qual esta revolta se efetua. O escravo quando se insurge contra seu senhor pois não aceita mais sua condição de escravo. Há algo nele, um valor, que não mais permite aceitar passivamente esta situação.
 
Ele vê algo de comum a si, e aos outros homens, de modo que possa reivindicar algo. De modo que possa se revoltar contra. Sua revolta seria infrutífera se não pudesse se fazer compreender.
Num paralelo com a obra de [[Hannan Arendt]] os homens tem que se reconhecer iguais para poderem se revoltar.
 
Esse valor que o homem reconhece em si, e que exige respeito é fundamental no decorrer da obra. É este o valor não histórico, que Camus com ousadia diz poder ser um reflexo da natureza humana (que vai claramente contra a idéia de Sartre, que nega com veemência uma idéia de natureza humana em prol da liberdade humana).
 
Vale aqui citar um pedaço da obra para melhor exemplificar: "Ao protestar contra a condição naqulo que tem de inacabado, pela morte, e de disperso, pelo mal, a revolta metafísica é a reivindicação motivada de uma unidade feliz contra o sofrimento de viver e morrer. (...) Ao mesmo tempo em que recusa sua condição mortal, o revoltado recusa-se a reconhecer o poder que o faria viver nesta condição. O revoltado metafísica, portanto, certamente não é ateu, como se poderia pensar, e sim obrigatoriamente blasfemo. Ele blasfema, simplesmente em nome da ordem, denunciando Deus como o pai da morte e o supremo escândalo."
 
[[Categoria:Livros da França]]