Golda Meir: diferenças entre revisões

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A [[5 de Março]] de [[1976]], Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu Partido, em virtude da demissão de [[Meir Zarmi]] do cargo de Secretário-Geral, tendo publicado, nesse mesmo ano, um livro de carácter [[Autobiografia|autobiográfico]]: ''A minha vida''.
 
Nesse livro, que, no Brasil, foi publicado em 1976 pela [[Bloch Editores]], Golda Meir lança uma luz sobre alguns pontos até hoje controvertidos ligados à criação de Israel. Um desses pontos foi o apoio do então "[[bloco socialista]]" ao nascente Estado Judeu, não só o [[Reconhecimento diplomático|reconhecendo]] prontamente, mas também (e este é um fato pouco divulgado) armando Israel na sua "[[Guerra árabe-israelense de 1948|Guerra da Independência]]". Sobre isso, escreve Golda: {{quote2|Quanto ao reconhecimento soviético, que se seguiu ao americano, possuía outras raízes. Não tenho agora mais dúvida alguma de que a principal razão soviética foi tirar os britânicos do [[Oriente Médio]]. Mas no decorrer de todos os debates ocorridos nas Nações Unidas no outono de 1947, me parecera que o bloco soviético nos apoiava também devido ao terrível preço que os próprios russos haviam pago na guerra mundial e seu consequentemente profundo sentimento de que os judeus, que do mesmo modo haviam tão cruelmente sofrido nas mãos dos [[nazistas]], mereciam ter seu [[Estado]]. [...] Não fossem as armas e [[Municão|munições]] que pudemos comprar na [[Tchecoslováquia]] e transportar através da [[Iugoslávia]] e outros [[Bálcãs|países balcânicos]], naqueles dias negros do início da guerra, e não sei se teríamos podido resistir até o refluxo da [[maré]], conforme aconteceu em junho de 1948.<ref>Golda Meir, ''Minha Vida'', p. 174</ref>}} Golda Meir revela também que não era desejo do recém-fundado Estado Judeu que suas populações árabes debandassem (como acabou acontecendo, dando origem ao [[Refugiados árabes-palestinos|trágico problema dos refugiados]]). {{quote2|Em abril de 1948 eu mesma fiquei durante horas na praia de [[Haifa]], literalmente implorando aos [[árabes]] da cidade que não saíssem. Além do mais, foi uma cena que provavelmente nunca esquecerei. A ''[[Haganah]]'' (o exército judeu) acabara de assumir o controle de Haifa, e os árabes começaram a fugir — porque sua liderança tão eloquentemente lhes assegurara ser essa a atitude mais inteligente a tomar e os [[britânico]]s tão generosamente puseram dezenas de caminhões à sua disposição. Nada do que a ''Haganah'' disse ou fez adiantou — nem os apelos via alto-falantes, montados em caminhonetas, nem os impressos que, então, fizemos chover sobre os bairros árabes da cidade ("Não temam!" diziam em [[Língua árabe|árabe]] e [[Língua hebraica|hebraico]]. "Saindo estarão trazendo para si [[pobreza]] e humilhação. Permaneçam na cidade que é tanto sua quanto nossa.") [...] Por que queríamos que ficassem? Havia dois bons motivos: primeiro, e antes de tudo, queríamos provar ao mundo que judeus e árabes podiam viver juntos [...]; segundo, sabíamos perfeitamente bem que se meio milhão de árabes saíssem então da Palestina, tal fato acarretaria ao país um sério transtorno econômico.<ref>Golda Meir, ''op. cit.'', pp. 210-11.</ref>}}
 
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morre de [[câncer]] em Jerusalém com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no [[Monte Herzl|Cemitério Nacional do Monte Herzl]], em [[Jerusalém]].<ref>{{findagrave|2747}}</ref>