Pedro, o Eremita: diferenças entre revisões
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'''Pedro, o Eremita''' ou '''Pedro de Amiens''' ([[Amiens]],
Liderou a componente não-oficial desta expedição, a malograda [[Cruzada Popular]] ou [[Cruzada dos Mendigos]], e foi um dos seus poucos sobreviventes. Depois de se juntar à [[Primeira Cruzada#Cruzada dos Nobres|Cruzada dos Nobres]], conseguiu cumprir o seu voto de cruzado de visitar o [[Santo Sepulcro]] em [[Jerusalém]]. Morreria somente alguns anos mais tarde, em solo [[Europa|europeu]].
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</ref>, seria filho de Renauld L'Hermite (Reinaldo o Eremita) de [[Auvérnia]] com Alide de Montaigu da [[Picardia]]. Teria sido casado com Beatriz de Roussy da [[Normandia]], com a qual teve dois filhos: Pedro e Ailide. Ao enviuvar, teria tomado o hábito de religioso. Estaria assim na origem da família ''L'Hermite'' (literalmente ''os Eremita'' em [[língua portuguesa|português]]), da qual também foram membros Tristan L’Hermite, [[ministro]] do rei [[Luís XI de França]], Jacques L'Hermite (
Outra versão foi descrita no [[século XIV]] pelo [[trovador]] francês Jehan-le-Bouteiller, que cantava a memória «''de um chamado Pedro o Eremita, descendente de um conde de Clairmont por um senhor de Herrymont''», e que se casou com uma mulher da família Montagut. Estes seriam os pais de Pedro: Renauld d'Hérimont e Aleïdis de Montaigu. O nome de Aleïdis encontra-se no [[obituário]] da Abadia de Neufmoustier em [[Huy]] como a «''mãe de Dom Pedro, possuidora de uma casa em Huy''». É então provável que Pedro tivesse nascido em Hérimont, no [[vale]] do [[rio Lesse]] (nas [[Ardenas]]), região naquela época (c.
{{Referência a livro
| autor = Freddy Van Daele
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</ref>.
As fontes diferem quanto à sua presença ou não no Concílio de Clermont, mas é consensual que Pedro foi um dos mais populares pregadores da cruzada, juntando multidões em [[Província de Berry|Berry]], [[Orleães|Orléanais]], [[Champagne (província)|Champagne]], [[Lorena (França)|Lorena]] e [[Renânia]]. Em pouco tempo passou para a [[história]] como um orador apaixonado, e a vasta maioria dos [[historiador]]es,
[[Imagem:PetrPoustevník.jpg|thumb|250px|Pedro ''o Eremita'' prega a [[cruzada]] ao povo ([[ilustração]] de [[Gustave Doré]], [[século XIX]])]]
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[[Imagem:Gustave Doré - Peter the Hermit.jpg|thumb|left|200px|Pedro prega aos [[cruzada|cruzados]], inspirando reverência e maravilhamento ([[ilustração]] de [[Gustave Doré]], [[século XIX|séc. XIX]])]]
Para estes plebeus, Pedro naturalmente se tornou no instigador da cruzada, que pela mesma visão simplista tornou Godofredo no fundador do [[Reino Latino de Jerusalém]] e o legislador dos [[Assizes de Jerusalém]]. Esta versão será tão antiga quanto a ''Chanson des chétifs'', um [[poema]] que o príncipe [[Raimundo de Antioquia]] mandou compor em honra de ''o Eremita'' e dos seus seguidores pouco depois de
Historiadores [[catolicismo|católicos]] e académicos modernos desmentem esta versão dos acontecimentos<ref name="Riley-Smith" />, considerando tais histórias como um caso de amplificação lendária da Primeira Cruzada - que tendo começado durante a própria expedição, na idealização dos cruzados, em pouco tempo se desenvolveu em uma [[Saga (literatura)|saga]]. São consideradas autoridades sobre a história de Pedro ''o Eremita'': ''Gesta Francorum'' e [[Ana Comnena]] na ''Alexíada''; para o personagem lendário, [[Alberto de Aquisgrão]].
Pedro juntou o seu exército em [[Colônia (Alemanha)|Colónia]] a
Simultaneamente nesta região estava a ocorrer a violência [[anti-semitismo|anti-semítica]] pregada por padres como Volkmar e Gottschalk. Pedro ''o Eremita'' não terá apelado à perseguição dos [[judeu]]s, mas terá usado o terror criado pelos [[assassínio em massa|massacres]] cometidos contra esta minoria para obter, das suas comunidades ameaçadas, o financiamento e os mantimentos necessários à expedição.
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[[Imagem:Peter the Hermit.jpg|thumb|left|200px|Pedro ''o Eremita'' a liderar os [[cruzada|cruzados]] ([[iluminura]] [[Idade média|medieval]])]]
Ao fugirem, atravessando o rio Sava, os ocidentais chegaram a [[Belgrado]], lutando contra as tropas da cidade. Os residentes fugiram e os cruzados pilharam e [[incêndio|incendiaram]] Belgrado, e depois marcharam durante sete dias até chegar a [[Niš]], a
Pedro ''o Eremita'' partiu na manhã seguinte, mas alguns germânicos entraram em uma nova disputa com os locais na estrada e incendiaram um [[moinho]]. O conflito escalou até ao ponto de Niš enviar toda a sua [[Guarnição (força militar)|guarnição]] contra os cruzados. O resultado foi a completa derrota do exército peregrino, que perdeu cerca de 10.000 cruzados, cerca de um quarto do seu total<ref name="Norwich" />. Depois de se reagruparem em [[Bela Palanka]] (na [[Sérvia]]), chegaram a [[Sófia]] a
O imperador [[Aleixo I Comneno]] viu-se a braços com uma expedição de peregrinos desordeiros, cujos próprios líderes não conseguiam controlar. Temendo mais tumultos e com mais cruzados a chegar ou a caminho da sua capital, apressou-se a transportar os 30.000 [[Cristianismo ocidental|cristãos latinos]] pelo [[Bósforo]]<ref name="Norwich" /><ref>
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Aleixo avisou ''o Eremita'' para não dar [[batalha (guerra)|batalha]] aos turcos, que o bizantino acreditava serem guerreiros superiores a este exército desorganizado, e para aguardarem a chegada das tropas mais bem equipadas que estavam para chegar na [[Primeira Cruzada#Cruzada dos Nobres|Cruzada dos Nobres]]. Tem sido debatido se foi de propósito que o imperador não lhes forneceu guias bizantinos, que conheciam a [[Anatólia]], sabendo que sem guias os cruzados seriam chacinados pelos turcos; ou se pelo contrário teriam sido os cruzados que insistiram em prosseguir a viagem pela [[Ásia Menor]] apesar dos seus avisos.
[[Imagem:Peter the Hermit 2.jpg|thumb|200px|Pedro ''o Eremita'' a ser recebido na [[Corte (realeza)|corte]] de [[Aleixo I Comneno]] ([[pintura]] do [[século XIX]])]]
Os cruzados estabeleceram uma base temporária em acampamento usado por mercenários ao serviço do Império Bizantino, chamado Civitot<ref>René Grousset, ''Histoire des croisades'', p.77-79</ref>. Entretanto as tensões entre [[francos]] de um lado, e [[germânicos]] e [[italianos]] do outro, resultaram em uma diferença de opiniões sobre como continuar. O exército separou-se em dois contingentes, o franco liderado por Godofredo Burel e o germânico/italiano por um italiano chamado Reinaldo.
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Os sobreviventes da [[Cruzada Popular]] passaram o [[Inverno]] em [[Constantinopla]], com pouca assistência dos bizantinos. Aguardavam a chegada da [[Primeira Cruzada#Cruzada dos Nobres|Cruzada dos Nobres]] para, sob escolta destes, poderem concluir a [[peregrinação]] a [[Jerusalém]].
Os barões chegaram durante a [[Primavera]] de
No entanto, a sua presença é referida no início de [[1098]], durante o [[cerco de Antioquia]]. Esta acção militar foi talvez a mais dura da Primeira Cruzada devido à sua longa duração (cerca de oito meses) e às dificuldades de abastecimento que os cruzados enfrentaram, sofrendo [[Fome (crise humanitária)|fome]] e [[doença]]s. Muitos plebeus e nobres, como o conde [[Estêvão II, Conde de Blois|Estêvão de Blois]], desesperaram e abandonaram a expedição nesta altura.
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Descrito por [[Guiberto de Nogent]] como uma "estrela caída", ''o Eremita'' também tentaria desertar, juntamente com Guilherme le Charpentier, [[visconde]] de [[Melun]]. [[Tancredo da Galileia|Tancredo de Altavila]], temendo uma [[deserção]] generalizada, perseguiu os dois fugitivos e levou-os à força junto para junto do seu tio [[Boemundo I de Antioquia|Boemundo de Tarento]], que os repreendeu severamente<ref>{{link|en|http://www.fordham.edu/halsall/source/gesta-cde.html#antioch2|Medieval Sourcebook: Gesta Francorum - 11. The Sufferings of the Crusaders at Antioch}}</ref>.
No entanto, Guibert e outras fontes referem que, quando foi a vez de os cruzados ficarem cercados em Antioquia pelo exército de [[Kerbogha]], Pedro foi escolhido para parlamentar com o líder [[muçulmano]] e solicitar-lhe que levantasse o cerco<ref>{{link|en|http://www.fordham.edu/halsall/source/gesta-cde.html#antioch6|Medieval Sourcebook: Gesta Francorum - 15. The Defeat of Kerbogha}}</ref>. A
[[Imagem:Peter the Hermit praying at the Holy Sepulchre.jpg|thumb|150px|Pedro a rezar no [[Santo Sepulcro]] ([[iluminura]] [[Idade Média|medieval]] na ''Histoire d'Outreme'' de [[Guilherme de Tiro]])]]
Pedro volta a surgir nas crónicas como [[tesoureiro]] das [[esmola]]s no [[Cerco de Jerusalém (1099)#Cerco de Arqa|Cerco de Arqa]] em
==Regresso à Europa==
Os últimos anos da vida de Pedro ''o Eremita'' ainda são assunto de debate. [[Alberto de Aquisgrão]] registrou a morte de Pedro em
{{Referência a livro
| autor = Paul de Saint-Hilaire
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</ref>.
No entanto, o [[obituário]] da Abadia de Neufmoustier em [[Huy]] parece confirmar estas informações. Na página de
{{
{{commonscat|Peter the Hermit}}
Linha 328:
| id = ISBN 2-213-59787-1}}
{{Portal3|França|Biografias|História|Religião|Guerra}}
[[Categoria:Religiosos da França]]
[[Categoria:Cristãos da Primeira Cruzada]]
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