Golbery do Couto e Silva: diferenças entre revisões

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Após passar para a reserva (seu último posto na ativa foi o de coronel, mas como na época a passagem para a reserva rendia duas promoções, atingiu então o posto de general), Golbery iniciou estudos para fazer frente ao avanço do comunismo no cenário político brasileiro, desenvolvendo ideias delineadas na sua obra ''Planejamento estratégico''<ref>COSTA, Frederico Carlos de Sá. Repensando Golbery. Disponível em: http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/Golbery.pdf.</ref> (1955).
 
Respeitado e apoiado pelo marechal [[Humberto de Alencar Castelo Branco]], que se tornaria o primeiro presidente do regime militar, em abril de 1964, Golbery criou, em 1962, um ano depois de passar à reserva, e dirigiu o [[Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais]] (IPES), que teve papel de destaque na conspiração que deu origem ao [[Golpe de Estado no Brasil em 1964]] e depôs o presidente [[João Goulart]]. Este movimento foi amplamente apoiado por vários setores da sociedade brasileira, dentre eles a maior parte da mídia nacional, assim como a classe média e a classe artística, a Ordem dos Advogados do Brasil, e ainda políticos de oposição ao governo de João Goulart, como Carlos Lacerda. Teve apoio do então dono das [[Organizações globo|Organizações Globo]], o empresário [[Roberto Marinho]], mas ressaltando que a emissora começou a funcionar apenas em 26 de abril de 1965. Na época as emissoras de televisão mais conhecidas eram a [[TV Tupi]], a [[TV Excelsior]] e a [[TV Record]].
 
Financiado pelo governo e por empresas privadas, o IPES montou uma extensa rede de informações. Os arquivos, gravações telefônicas e documentos levantados nessa época formaram dossiês posteriormente transferidos para o [[Serviço Nacional de Informações]] (SNI), criado em 1964 e também idealizado e dirigido pelo general Golbery, até ser substituído em 1967, pelo futuro presidente Emílio Garrastazu Médici. O SNI teve grande influência em todo o regime militar.
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Em 1966, o general escreveu uma obra intitulada [[Geopolítica do Brasil]], de grande destaque entre a comunidade de informações nacional e internacional.
 
Em 1967, Golbery do Couto e Silva assumiu uma vaga de ministro do [[Tribunal de Contas da União]] e, em 1974, no governo [[Ernesto Geisel|Geisel]], tornou-se chefe da [[Casa Civil (Brasil)|Casa Civil da Presidência da República]], cargo que manteve com a posse do novo presidente, [[João Figueiredo]]. Ali teve influência no nascimento dos novos partidos. Foi ele quem excogitou e conduziu a reforma partidária de 1979. Nasceram ali, além do PDS que sucedeu à Arena, o PMDB liderado por [[Ulysses Guimarães]], o PT por [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]], o PP por [[Tancredo Neves]], o PTB, previamente entregue a [[Ivete Vargas]] pelo próprio chefe da Casa Civil, e o PDT de [[Leonel Brizola]]. O propósito era dividir a oposição, unida debaixo da sigla do MDB. De saída, Golbery conseguiu seu propósito. Demitiu-se, porém, depois das bombas do atentado no [[Riocentro]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], que, embora tenha fracassado, pôs em risco a vida de milhares de civis além de representar retrocesso em relação à postura que defendeu e tentou implementar desde Geisel; por saber da participação de militares comandados pela linha dura. Não teve influência suficiente sobre Figueiredo para alijar de vez os membros da linha dura. No entanto, permaneceu como condutor de conversas com a “oposição responsável”, principalmente Tancredo Neves e [[Thales Ramalho]], para o complemento da transição para volta à democracia.
 
Ali teve influência no nascimento dos novos partidos. Foi ele quem excogitou e conduziu a reforma partidária de 1979. Nasceram ali, além do PDS que sucedeu à Arena, o PMDB liderado por [[Ulysses Guimarães]], o PT por [[Luiz Inácio Lula da Silva|Lula]], o PP por [[Tancredo Neves]], o PTB, previamente entregue a [[Ivete Vargas]] pelo próprio chefe da Casa Civil, e o PDT de [[Leonel Brizola]].
 
O propósito era dividir a oposição, unida debaixo da sigla do MDB. De saída, Golbery conseguiu seu propósito. Demitiu-se, porém, depois das bombas do atentado no [[Riocentro]] no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], que, embora tenha fracassado, pôs em risco a vida de milhares de civis além de representar retrocesso em relação à postura que defendeu e tentou implementar desde Geisel; por saber da participação de militares comandados pela linha dura. Não teve influência suficiente sobre Figueiredo para alijar de vez os membros da linha dura. No entanto, permaneceu como condutor de conversas com a “oposição responsável”, principalmente Tancredo Neves e [[Thales Ramalho]], para o complemento da transição para volta à democracia.
 
Foi apelidado de "O Bruxo" por sua notável capacidade de articulação e inteligência, e também de o "Mago da Abertura" por parte da imprensa brasileira; sendo denominado pelo jornalista [[Elio Gaspari]] como "O Feiticeiro" em sua obra "[[As Ilusões Armadas]]". Foi, ainda, apontado pelo cineasta baiano [[Glauber Rocha]] como "O Gênio da Raça".