Ana de Jesus Maria de Bragança: diferenças entre revisões

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== Nascimento ==
D. Ana de Jesus Maria nasceu no [[Palácio Nacional de Mafra]] a [[23 de Outubro]] de [[1806]], alegadamente como filha do rei [[João VI de Portugal|D. João VI de Portugal]] e de [[Carlota Joaquina de Bourbon|D. Carlota Joaquina de Bourbon]] (ver secção: ''[[Ana de Jesus Maria de Bragança#Questão da paternidade da 2.ª marquesa de Loulé|Questão da paternidade da 2.ª marquesa de Loulé]]''). Dado tratar-se alegadamente de mais uma filha [[Filiação ilegítima|bastarda]] de D. Carlota Joaquina (depois do nascimento de outros dois alegados bastardos já reconhecidos pelo monarca, [[Miguel I de Portugal|D. Miguel Maria]] e [[Maria da Assunção de Bragança|D. Maria da Assunção]]), algumas fontes politicamente contrárias à rainha afirmam que, após o seu nascimento da referida infanta, o rei D. João VI declarou que não reconheceria mais filhos da sua esposa.
 
== Questão da paternidade da 2.ª marquesa de Loulé ==
Inúmeras fontesFontes bibliográficas e testemunhos da época politicamente adversos à rainha consorte (e, por conseguinte, de credibilidade duvidosa) dão conta de que a 2.ª marquesa de Loulé, D. Ana de Jesus Maria, teria sido, alegadamente à semelhança dos seus irmãos mais novos, o ex-infante [[Miguel I de Portugal|D. Miguel]] e a [[Maria da Assunção de Bragança|D. Maria da Assunção]], apenas uma filha [[Filiação ilegítima|bastarda reconhecida]] pelo rei D. João VI de Portugal<ref>LENCASTRE, Isabel; Bastardos Reais - Os filhos ilegítimos dos Reis de Portugal. Lisboa: Oficina do Livro, 2012. Págs. 177</ref>, fruto das famosassupostas ligações adúlteras de sua mãe, [[Carlota Joaquina de Bourbon|D. Carlota Joaquina de Bourbon]], com os seus amantes e criados. Segundo estas teorias especulativas jamais comprovadas, por exemplo, por testes de ADN, o próprio rei D. João VI terá confirmado não ter tido relações sexuais com a sua esposa durante mais de dois anos e meio antes do nascimento dos três últimos filhos<ref>EDMUNDO, Luiz, ''A corte de D. João no Rio de Janeiro (1808-1821)'', volume 1 (de 3). Página 239.</ref>, tempo durante o qual o rei e a rainha terão vivido numa permanente ''guerrilha conjugal'' e só se encontravam em raras ocasiões oficiais.<ref>PEREIRA, Sara Marques (1999), ''D. Carlota Joaquina e os Espelhos de Clio - Actuação Política e Figurações Historiográficas'', Livros Horizonte, Lisboa, 1999, página 53.</ref>. [[Laure de St. Martin Permon|Laura Permon, a duquesa de Abrantes]] e mulher do [[General Junot]] (por conseguinte, inimiga da Casa Real portuguesa) declarou publicamente que: ''"O erário público pagava a um apontador para apontar as datas do acasalamento real, mas ele tinha pouco trabalho. Isso não impedia D. Carlota Joaquina de ter filhos com regularidade e, ao mesmo tempo advogar inocência e dizer que era fiel a D. João VI, gerando assim filhos da Imaculada Conceição."'' [...] ''"Mas uma coisa é saber-se que não era o pai, outra é dizer quem era o pai, porque D. Carlota Joaquina, não era fiel nem ao marido nem aos amantes"''.<ref>DOMINGUES, Mário; ''Junot em Portugal''. Lisboa : Romano Torres, 1972. Página 211</ref>
 
Segundo vários autores e inclusive os relatos da própria época, a 2.ª marquesa de Loulé era filha do jardineiro do palácio da rainha, ou de um outro serviçal do [[Palácio e Quinta do Ramalhão|Ramalhão]] (o palácio localizado perto de [[Sintra]], onde D. Carlota Joaquina vivia separada do seu real esposo).<ref>Ver WILCKEN, Patrick, ''Empire Adrift'', páginas 61 e 62.</ref> Para [[Raul Brandão]], por exemplo, João dos Santos, o cocheiro e jardineiro da Quinta do Ramalhão, era o pai de [[Maria da Assunção de Bragança|D. Maria da Assunção]] e de D. Ana de Jesus Maria, enquanto o D. Miguel eraseria o filho do [[marquês de Marialva]].<ref>BRANDÃO, Raul; ''El-Rei Junot''. Lisboa: Livraria Brasileira, 1912. pp 66.</ref> Por seu lado, [[Alberto Pimentel]] assegura que ''"...passa como certo que dos nove filhos que D. Carlota Joaquina dera à luz, apenas os primeiros quatro tiveram por pai D. João VI"''.<ref>PIMENTEL, Alberto; ''A Última Corte do Absolutismo''. Lisboa: Livraria Férin, 1893. Pág. 143</ref> A própria [[duquesa de Abrantes]], no entanto, não deixou de sublinhar nas suas "Memórias" a própria ''"diversidade cómica"'' da descendência do rei D. João VI: ''"O que é notável nesta família de Portugal é não haver um único filho parecido com a irmã ou o irmão..."''.<ref>ABRANTES, Duquesa de; ''Recordações de uma estada em Portugal''. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2008. pp 78.</ref>
 
== Transferência da Corte portuguesa para o Brasil ==