Tehuelches: diferenças entre revisões

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Afirmava que a cultura Tehuelche possui 14.500 anos, sendo mais velha do que a presença humana no continente americano. Corrigi para 9.000, valor que encontrei no artigo em espanhol.
Traduzi algumas partes da pagina da wikipédia em espanhol sobre Tehuelches
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Os '''tehuelches''', também chamados de '''[[patagão|patagões]]''' ou '''[[patagônio]]s''' (do [[Língua mapudungun|mapudungun]] ''chewelche'', "gente bravía", ou do nome ''teushen'' mais a palavra [[Língua mapuche|mapuche]] ''che'', "gente, povo") é um grupo de [[etnia]]s [[Povos ameríndios|ameríndia]]s da [[Patagônia]]. A '''Patagônia''' é uma região geográfica que abrange a parte mais meridional da América do Sul. Localiza-se na '''Argentina''' e no '''Chile''', e integra a seção mais ao sul da cordilheira dos Andes, rumo a sudoeste até o oceano Pacífico, e, a leste, até os vales em torno do rio Colorado até Carmen de Patagones, no oceano Atlântico. A oeste, inclui o território de Valdívia, através do arquipélago da Terra do Fogo. É o lar desse grupo de etnias ameríndias que têm uma história de aproximadamente 14,500 anos na região, baseado em achados arqueológicos.
As pessoas Tehuelche têm uma história de mais de 9.000 anos. Sua história pré-colombiana é dividido em três etapas principais: a Época com uso de grandes ferramentas de pedra, uma fase onde o uso de bolas prevaleceu sobre os projéteis, e uma terceira fase com ferramentas de rochas, altamente complexas, cada uma com uma finalidade específica. No entanto, o estilo de vida nômade de tehuelches deixou evidências arqueológicas escassa de seu passado.É possível que as histórias dos primeiros exploradores europeus sobre o Patagones, uma raça de gigantes na América do Sul , são baseados na Tehuelches, porque o Tehuelches são normalmente muito altos.a Primeira menção a essas pessoas veio da viagem de Fernão de Magalhães e sua tripulação, que alegou tê-los visto ao explorar a costa da América do Sul a caminho de sua circum-navegação do mundo em 1520. Antonio Pigafetta , um dos os poucos sobreviventes da expedição e o cronista da expedição de Magalhães, escreveu em seu relato sobre seu encontro com os nativos o dobro da altura de uma pessoa normal:
 
'''1.    Etimologia'''
Um dia, de repente viu um homem nu, de estatura gigantesca, na margem do porto, dançando, cantando, e jogando terra sobre a cabeça. O comandante-geral [ou seja, de Magalhães] enviou um de nossos homens para o gigante, para que ele pode executar as mesmas ações como um sinal de paz. Tendo feito isso, o homem levou o gigante para uma ilhota onde o capitão-general estava esperando. Quando o gigante estava o capitão-geral e da nossa presença, ele maravilhou-se, e fez sinais com um dedo levantado para cima, acreditando que tinha vindo do céu. Ele era tão alto que só atingiu a sua cintura, e ele era bem proporcionado ... . Em 1766, um boato vazou ao retornar à Grã-Bretanha que a tripulação do HMS Dolphin, capitaneada por Commodore John Byron, tinha visto uma tribo de 9 Pés de altura (2,74 m) nativos da Patagônia quando passaram por lá em sua circunavegação do globo. No entanto, quando um recém-editada revisão dessa viagem saiu em 1773, o patagônios foram registrados como sendo 6 pés 6 (1,83 m); de altura. a estatura media de um europeu na época era de 1,68m.
 
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''Tehuelche'' é um nome genérico dado a um grupo de tribo ameríndias indígenas à patagônia e as regiões pampas do sul da Argentina e do Chile. Esse nome tem duas prováveis origens: do mapudungun ''chewelche'', "gente bravia", ou do nome ''teushen'' + a palavra mapuche ''che'', "gente, povo"). Eles também foram chamados de ''Patagões'' ("pés grandes") por exploradores espanhóis, que acharam grandes pegadas feitas pelas tribos nas praias da patagônia. Na verdade, essas pegadas eram na verdade feitas pelas botas de couro de guanaco que os Tehuelches usavam para cobrir seus pés. Compreende-se agora que a etimologia da palavra ''Patagão'' refere-se a um personagem literário em um romance português do início do século 16. Escrito por Francisco de Morais (1500-1572), entre 1541 e 1543, o romance de cavalaria português de nome “'''Cronica do famoso e muito esforçado cavalleiro Palmeirim d´Inglaterra”''' tinha um personagem que era um monstro chamado Patagão, «muito inteligente e grande amante de mulheres», ser este com figura de cão, grandes orelhas, dentes descomunais e pés de cervo. Sete anos depois da sua publicação, em plena circunavegação ao mundo por parte do português Magalhães, os seus integrantes chamaram "Patagões" aos habitantes das regiões antárticas da América .
 
'''2.   História'''
 
Apesar de seu estilo de vida nômade ter deixado escarças evidencias arqueológicas de seu passado, estudiosos costumam dividir sua história pré-colombiana em três etapas principais:
 
1.   A primeira época é marcada pelo uso de ferramentas de pedra excessivamente grandes;
 
2.   A segunda época é marcada pelo prevalecimento de boleadeiras sobre os projéteis pontiagudos;
 
3.   E, a terceira e última fase, com uma variedade de diferentes peças altamente complexas, cada uma com uma finalidade especifica.
 
Os espanhóis chegaram no início do século 16, no dia 31 de Março de 1520, quando o explorador português Fernão de Magalhães desembarcou e fez contato com o povo Tehuelche. Os espanhóis nunca colonizaram suas terras, com a exceção de alguns assentamentos costeiros e algumas missões. Levou mais de 300 anos até que o governo argentino ocupasse o sul da Patagônia.
 
Durante os séculos XVII e XVII começou também a penetração, nos Pampas e na Patagônia, dos Mapuches, ou Araucanos, a leste dos Andes, com fins de comércio e alianças, carregando uma grande influência cultural sobre os Tehuelches e outros povos. A esse processo de expansão e difusão de um conjunto de características culturais dos Araucanos dá-se o nome de araucanização. Boa parte dos tehuelches adotou muitos dos costumes e línguas mapuches, enquanto os Mapuches adotaram parte do modo de vida Tehuelche e, portanto, as diferenças entre os dois grupos se desvaneceu a ponto de que seus descendentes se referem a si mesmos como Mapuche-Tehuelche.
 
'''3.    Estilo de Vida'''
 
Eles eram caçadores-coletores vivendo como nômades. Durante o inverno eles viviam nas planícies, pescando peixes e mariscos. Durante a primavera eles migravam para as terras altas do centro da patagônia e para as montanhas dos Andes, onde eles passavam o verão e o início do outono caçando. Embora eles não tenham desenvolvido nenhuma cerâmica original, eles são bem conhecidos por suas pinturas rupestres.
 
Suas ferramentas de pedra geralmente eram feitas de obsidiana ou basalto, já que essas eram rochas maleáveis, mas não tão suaves a ponto de quebrar facilmente. Essas rochas, no entanto, poderiam ser encontradas apenas em certas partes da Patagônia, de modo que os Tehuelches tinham que fazer longas viagens caso precisassem renovar seus suprimentos.
 
Esse povo caçava muitas espécies na Patagônia, incluindo baleias, mamíferos marinhos, pequenos roedores e aves marinhas, sua presa principal era os guanacos e as emas. Ambas as espécies podiam ser facilmente encontradas habitando os mesmos lugares, já que as emas se alimentavam das larvas que cresciam no estrume dos guanacos. Tudo que provinha do Guanaco era usado pelos Tehuelches: a carne e o sangue eram utilizados na alimentação, a gordura para lubrificar seus corpos durante o inverno, e o couro para fazer roupas e tendas. Eles também reuniam frutas que cresciam durante o verão na Patagônia, sendo que esses frutos eram os únicos alimentos doces de sua dieta.
 
'''4.    Classificação dos Povos'''
 
A classificação dos povos indígenas que habitavam as Pampas e Patagônia é confusa, por causa da extinção antecipada de alguns desses povos e também por que as vastas extensões de seus terrenos impediu que os exploradores que os reconheceram tomasse contato com todos os grupo ou, em outros casos, as migrações sazonais dos indígenas que viajavam longas distâncias fizeram que os pesquisadores superestimassem o número de indivíduos de um povo ou a forma da distribuição de um idioma. Junto com isso, o surgimento dos Mapuches, ou Araucanos, vindos do oeste transformou profundamente sua realidade cultural, misturando e absorvendo os grupos étnicos dos Pampas e dos centro e norte da Patagônia. Posteriormente, a Conquista do Deserto realizada pelo Exército Argentino eventualmente levou à quase extinção destas comunidades indígenas. Além disso, a todo este panorama se acrescente o desacordo entre os pesquisadores.
 
A maioria dos especialistas estão de acordo em que o rio Chubut separava a duas grandes subdivisões: os tehuelches “meridionais” e os tehuelches “setentrionais”, sendo que o primeiro grupo se estendia para o sul do estreito de Magalhães, enquanto o segundo habitava ao norte a partir dos rios Colorado e Negro. A presença, ou a falta dela, dos tehuelches na região dos Pampas é uma fonte de controvérsias entre os pesquisadores, que não chegaram ao acordo de se há uma subdivisão chamada de os “pampas”, e de qual é sua relação e limites que teriam com os Mapuches.
 
·        '''Segundo Federico Escalada'''
 
Na sua obra El complejo tehuelche. Estudio de etnografía patagónica (1949), Federico A. Escalada classificou aos tehuelches de épocas históricas em cinco componentes simples, cada um com um idioma próprio, que agrupou geograficamente em insulares e continentais, negando assim a existência de um componente separado conhecido como pampas.
 
1.   '''Tehuelches insulares''', localizados na Ilha Grande da Terra de Fogo, Patagônia:
 
·        '''Os Selknam''' (Os Onas) nos estepes da zona norte da ilha.
 
·        '''Os Manekénk''' (Os Haush, mistura dos Onas com os patagônicos Yámahas) na Península Mitre na zona oriental da ilha.
 
'''2.    Tehuelches Continentais:'''
 
·        '''Aóni-kénk''': componente meridional dos tehuelches, se encontravam a partir do Estreito de Magalhães até Chubut (na Argentina) e à província de Palena (no Chile). Seu idioma foi chamado de aoniko áish.
 
·        '''Chehuache-kénk''': componente central dos tehuelches, se encontravam nos vales montanhosos e sopés da Cordilheira dos Andes desde o lago Buenos Aires/General Carrera e do lago Fontana até o Lago Nahuel Huapi (na Argentina), no Chile eles ficavam no setor de cordilheiras de Osorno, província de Llanquihue e na província de Palena no Chile. Seu idioma foi chamado téushen.
 
·        '''Guénena-kéne''': componente setentrional dos tehuelches, se encontravam entre o norte do Chubut e do Rio Negro, com incursões pelo sul da província de Buenos Aires (Sierra de La Ventana) e sudeste da província de La Pampa (no Chile eram os vales entre Lonquimay e Osorno). O nome guénena-kéne foi fornecido a Escalada em 1945 pelo cacique Ciriaco Chaquila da aldeia de Payaniyeo do Chubut, que se identificou como “pampa verdadeiro”. Eram chamados pelos Mapuches de Puelches. Recebiam também outros nomes, dados por outros pesquisadores: Tehuelches do Norte, Genacin, Pampas, Gennaken, Pampas Verdadeiros, Puelches, Künnü e Agününa künnü. Seu idioma foi chamado gününa yájitch.
 
·        '''Segundo Rodolfo Casamiquela'''
 
O antropólogo argentino Rodolfo Casamiquela revisou a classificação de Escalada em seu livro Rectificaciones y ratificaciones hacia una interpretación definitiva del panorama etnológico de la Patagonia y área septentrional adyacente (de 1965), colocando aos chehuache-kénk como pertencentes aos gününa küne. Casamiquela incorporou aos Hets e querandíes como parte dos tehuelches propondo, ao início do século XX, a seguinte classificação para tehuelches:
 
1.   '''Tehuelches insulares:'''
 
·        '''Os Selknam''', ou Onas, (ainda existentes) a noroeste na Terra do Fogo.
 
·        '''Os Manekénk''', ou Haush, na península Mitre e baías Tétis e Fathey.
 
'''2.    Tehuelches continentais:'''
 
'''2.1.       Tehuelches Meridionais:'''
 
·        '''Tehuelches Meridionais Austrais:''' (Aónik'enk, patagões ou chewelches): a partir do Estreito de Magalhães até o rio Santa Cruz. De idioma aonek'o 'a'jen, ainda existem.
 
·        '''Tehuelches Meridionais Boreais:''' (Mech'arn) a partir do rio Santa Cruz até o rio Chubut. De idioma teushen (téwsün). Foram absorvidos por seus vizinhos do sul e pelos Mapuches.
 
'''2.2.       Tehuelches Setentrionais:'''
 
·        '''Tehuelches Setentrionais Austrais''' ou '''gününa kena''' ("Gente propriamente dita"), também chamado de "pampas", "chewelches", "tehuelches", "williche" e "puelches”: vão dos rios Negro e Limay para o rio Chubut, no sul, e ao sul das províncias de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santa Fe e sudeste de La Pampa. De idioma gününa iájech. Eles resistiram ao avanço Mapuche até serem absorvidos. Eles eram um subgrupo do "chüwach a künna" ( "gente da borda da cordilheira ").
 
·        '''Tehuelches Setentrionais Boreais:''' pertenciam a este grupo os querandíes e os puelches do norte do Neuquén. Os querandíes estiveram, no momento da chegada dos espanhóis, na região de Pampas do Rio da Plata até Mendoza, incluindo o sul de Córdoba e de San Luis. De idioma querandi. Estão extintos.
 
Essas classificações praticamente acabaram com as classificações anteriores:
 
·        '''Patagões, chonekas''' ou '''chonik''' (tehuelches meridionais).
 
·        '''Pampas''', '''Hets''', '''querandíes''' e '''puelches''' (Tehuelches setentrionais).{{mínimo}}
 
[[Categoria:Patagônia]]