Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, 1.º Marquês de Sá da Bandeira: diferenças entre revisões

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|vice_título =
|vice =
|antes =[[José da Gama Carneiro e Sousa|Conde de Lumiares]]<br><small>(''de facto'')</small><br>[[José Bernardino de Portugal e Castro|Marquês de Valença]]<br><small>(não empossado)</small>
|depois =[[3.º governo do Setembrismo|Conselho de Ministros]]<br>composto por:<br><small>António Dias de Oliveira<br>[[João Gualberto de Oliveira|João de Oliveira]]<br>[[Joaquim de Sousa Quevedo Pizarro|Visconde de Bóbeda]]<br>Manuel de Castro Pereira<br>(interino)</small><br>[[António Dias de Oliveira]]<br><small>(''de facto'')</small>
|título2 =Presidente do Conselho<br>de Ministros de {{PRT1830}} [[Portugal]]<br></b><small>(2.ª vez)</small>
|mandato2 =10 de agosto de 1837 até 18 de abril de 1839
|antes2 =[[António Dias de Oliveira]]
|depois2 =[[Rodrigo Pinto Pizarro de Almeida Carvalhais|Barão da Ribeira de Sabrosa]]
|título3 =Presidente do Conselho<br>de Ministros de {{PRT1830}} [[Portugal]]<br></b><small>(interino)</small>
|mandato3 =12 de setembro de 1862 até 6 de outubro de 1862
|antes3 =[[Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto|Marquês de Loulé]]
|depois3 =[[Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto|Duque de Loulé]]
|título4 =Presidente do Conselho<br>de Ministros de {{PRT1830}} [[Portugal]]<br></b><small>(3.ª vez)</small>
|mandato4 =17 de abril de 1865 até 4 de setembro de 1865
|antes4 =[[Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto|Duque de Loulé]]
|depois4 =[[Joaquim António de Aguiar]]
|título5 =Presidente do Conselho<br>de Ministros de {{PRT1830}} [[Portugal]]<br></b><small>(4.ª vez)</small>
|mandato5 =22 de julho de 1868 até 11 de agosto de 1869
|antes5 =[[António José de Ávila|Conde de Ávila]]
|depois5 =[[Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto|Duque de Loulé]]
|título6 =Presidente do Conselho<br>de Ministros de {{PRT1830}} [[Portugal]]<br></b><small>(5.ª vez)</small>
|mandato6 =29 de agosto de 1870 até 29 de outubro de 1870
|antes6 =[[João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun, Duque de Saldanha|Duque de Saldanha]]
|depois6 =[[António José de Ávila|Marquês de Ávila]]
|nome_comp =
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|morte_data ={{nowrap|{{morte|lang=pt|6|1|1876|26|9|1795}}}}
|nacionalidade ={{flagicon|Portugal|1830}} [[Portugal|Português]]
|nascimento_local =
|nascimento_local =[[São Salvador (Santarém)]], [[Imagem:PortugueseFlag1750.png|border|25px]] [[Portugal]]
|morte_local =[[Coração de Jesus (Lisboa)]], {{PRT1830}} [[Portugal]]
|nome_mãe =Francisca Xavier de Sá Mendonça Cabral da Cunha Goldophin (1772-1829)
|nome_pai =Faustino José Lopes Nogueira de Figueiredo e Silva (1767-1830)
|alma_mater =Universidade de Coimbra
|cônjuge =
|partido =[[Setembrista]]<br>[[Partido Histórico]]<br>[[Partido Reformista (Monarquia)|Partido Reformista]]
|profissão =[[Militar]] e [[político]]
|assinatura =
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== Biografia ==
Apoiante dos [[Liberalismo]], esteve sitiado durante o [[Cerco do Porto]] com várias outras ilustres figuras da segunda metade do século XIX. No decorrer da guerra, viria a perder o braço direito, no [[Alto da Bandeira]], atual [[Serra do Pilar]], em [[Vila Nova de Gaia]]Após a tomada do poder pelos [[Setembrismo|Setembristas]], na sequência da [[Revolução de Setembro]] de [[1836]], Sá da Bandeira tornou-se Ministro do Interior do novo governo. Pouco tempo depois deu-se a [[Belenzada]], uma tentativa contra-revolucionária de colocar no poder os [[Cartismo|Conservadores]]. No entanto, teve um efeito contrário ao desejado pelos revoltosos, vendo-se [[Maria II de Portugal|D. Maria II]] obrigada a nomear Sá da Bandeira como Presidente do Conselho de Ministros.
 
Juntamente com [[Passos Manuel]], o Ministro das Finanças e Interior deste seu governo, iniciou um programa de reformas progressivas para o País, abolindo a escravatura nas colónias portuguesas, já que em Portugal havia já sido abolida pelo [[Sebastião José de Carvalho e Melo|Marquês de Pombal]]. No ano seguinte, desencadeou-se a [[Revolta dos Marechais]], liderada por [[Marechal Saldanha|Saldanha]] e [[Duque da Terceira|Terceira]], contra o seu governo, mas Sá da Bandeira conseguiu sustê-la. Em [[1842]], com o golpe de [[António Bernardo da Costa Cabral|Costa Cabral]], acabaria a primeira fase do [[Setembrismo]]. A [[revolta da Maria da Fonte]]([[1846]]), movimento que apoiou, levou ao fim do governo de Costa Cabral.
Após a tomada do poder pelos [[Setembrismo|Setembristas]], na sequência da [[Revolução de Setembro]] de [[1836]], Sá da Bandeira tornou-se Ministro do Interior do novo governo. Pouco tempo depois deu-se a [[Belenzada]], uma tentativa contra-revolucionária de colocar no poder os [[Cartismo|Conservadores]]. No entanto, teve um efeito contrário ao desejado pelos revoltosos, vendo-se [[Maria II de Portugal|D. Maria II]] obrigada a nomear Sá da Bandeira como Presidente do Conselho de Ministros.
 
No fim da mesma, D. Maria designou então um governo presidido pelo [[Duque de Palmela]], Cartista moderado, no qual Sá da Bandeira também tomou parte como Ministro da Guerra. Mas, com um novo golpe, promovido por Saldanha, levou-o a pedir a sua exoneração da pasta que ocupava. Tal decisão esteve em parte na origem de uma nova guerra civil, a [[Patuleia]], que terminou em [[1847]] com a vitória dos Cartistas, apoiados por [[Maria II de Portugal|D. Maria II]] e por forças estrangeiras , de [[Espanha]] e do [[Reino Unido]]. Portugal seria então governado pelos [[Cartismo|Cartistas]] durante mais de dez anos, até à ascensão ao trono de [[Pedro V de Portugal|D. Pedro V]], de ideias francamente progressistas.
Juntamente com [[Passos Manuel]], o Ministro das Finanças e Interior deste seu governo, iniciou um programa de reformas progressivas para o País, abolindo a escravatura nas colónias portuguesas, já que em Portugal havia já sido abolida pelo [[Sebastião José de Carvalho e Melo|Marquês de Pombal]].
 
No ano seguinte, desencadeou-se a [[Revolta dos Marechais]], liderada por [[Marechal Saldanha|Saldanha]] e [[Duque da Terceira|Terceira]], contra o seu governo, mas Sá da Bandeira conseguiu sustê-la.
 
Em [[1842]], com o golpe de [[António Bernardo da Costa Cabral|Costa Cabral]], acabaria a primeira fase do [[Setembrismo]]
 
A [[revolta da Maria da Fonte]]([[1846]]), movimento que apoiou, levou ao fim do governo de Costa Cabral.
 
No fim da mesma, D. Maria designou então um governo presidido pelo [[Duque de Palmela]], Cartista moderado, no qual Sá da Bandeira também tomou parte como Ministro da Guerra. Mas, com um novo golpe, promovido por Saldanha, levou-o a pedir a sua exoneração da pasta que ocupava.
 
Tal decisão esteve em parte na origem de uma nova guerra civil, a [[Patuleia]], que terminou em [[1847]] com a vitória dos Cartistas, apoiados por [[Maria II de Portugal|D. Maria II]] e por forças estrangeiras , de [[Espanha]] e do [[Reino Unido]]. Portugal seria então governado pelos [[Cartismo|Cartistas]] durante mais de dez anos, até à ascensão ao trono de [[Pedro V de Portugal|D. Pedro V]], de ideias francamente progressistas.
 
Por essa altura havia-se já iniciado o sistema do [[rotativismo]] que iria caracterizar a Monarquia Constitucional até ao seu fim, existindo uma sucessão estável dos dois maiores partidos no poder:
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-[[Partido Histórico]]: derivado do movimento Setembrista, mais liberal.
 
A monarquia constitucional em Portugal, na prática, afirmou-se essencialmente como um sistema [[Oligarquia|oligárquico]]; por isso, não é de admirar que tanto os políticos regeneradores, como os históricos, procurassem os seus apoios na classe média-alta (a burguesia endinheirada). Sá da Bandeira assumiu por esta altura um papel de proa na condução do Partido Histórico, sendo a sua segunda figura, logo após o [[Duque de Loulé]]; este último acabou por se tornar chefe de governo em [[1856]], e até [[1859]].
 
No quadro regular de um rotativismo caracterizado pelas frequentes dissoluções das Cortes, pela elevada abstenção (até porque o direito de voto era um privilégio de uma escassa minoria) e até pela manipulação eleitoral, em que alternavam no poder os dois grandes partidos, Sá da Bandeira ascendeu à chefia do governo em [[1865]], mas apenas durante cinco meses. Em sua substituição, foi formada uma grande coligação constituída por Regeneradores e Históricos, o ''[[Governo de Fusão]]'' de [[Joaquim António de Aguiar]].[[Ficheiro:Sa da Baneira Mindelo 20060730.jpg|thumb|esquerda|220px|Busto de Sá da Bandeira, no [[Mindelo (Cabo Verde)|Mindelo]], Cabo Verde]]Por esta altura, [[Luís I de Portugal|D. Luís I]] oferece o título de duque a Sá da Bandeira, que este, no entanto, rejeita.
Sá da Bandeira assumiu por esta altura um papel de proa na condução do Partido Histórico, sendo a sua segunda figura, logo após o [[Duque de Loulé]]; este último acabou por se tornar chefe de governo em [[1856]], e até [[1859]].
 
Por esta altura, [[Luís I de Portugal|D. Luís I]] oferece o título de duque a Sá da Bandeira, que este, no entanto, rejeita. Sá da Bandeira, que desde há muito se manifestava contra esta hipótese, acabou por se afastar do partido, e formou com os seus colegas um novo partido, o [[Partido Reformista|Reformista]]. À frente deste, Sá da Bandeira voltaria a ser presidente do Conselho de Ministros por um curto espaço de tempo, entre [[1868]] e [[1869]].
No quadro regular de um rotativismo caracterizado pelas frequentes dissoluções das Cortes, pela elevada abstenção (até porque o direito de voto era um privilégio de uma escassa minoria) e até pela manipulação eleitoral, em que alternavam no poder os dois grandes partidos, Sá da Bandeira ascendeu à chefia do governo em [[1865]], mas apenas durante cinco meses. Em sua substituição, foi formada uma grande coligação constituída por Regeneradores e Históricos, o ''[[Governo de Fusão]]'' de [[Joaquim António de Aguiar]].[[Ficheiro:Sa da Baneira Mindelo 20060730.jpg|thumb|esquerda|220px|Busto de Sá da Bandeira, no [[Mindelo (Cabo Verde)|Mindelo]], Cabo Verde]]Por esta altura, [[Luís I de Portugal|D. Luís I]] oferece o título de duque a Sá da Bandeira, que este, no entanto, rejeita.
 
Sá da Bandeira, que desde há muito se manifestava contra esta hipótese, acabou por se afastar do partido, e formou com os seus colegas um novo partido, o [[Partido Reformista|Reformista]]. À frente deste, Sá da Bandeira voltaria a ser presidente do Conselho de Ministros por um curto espaço de tempo, entre [[1868]] e [[1869]].
 
Em [[1870]], na sequência do golpe da ''[[Ajudada]]'', que pôs Saldanha no poder, Sá da Bandeira organizou a resistência ao seu governo de ditadura, e três meses mais tarde este caiu. Sá da Bandeira foi, pela quinta e última vez, convidado a formar governo. Organizou depois eleições e ofereceu o poder ao independente [[António José de Ávila]] (o qual, no entanto, se aproximava mais dos Históricos).
 
Sá da Bandeira faleceu na madrugada de [[6 de janeiro]] de [[1876]], na casa Nº5 da Calçada da Nataria da freguesia do [[Coração de Jesus (Lisboa)]], tinha 80 anos. Foi a sepultar ao Cemitério dos Capuchos, em [[Santarém]], segundo a sua vontade. O Partido Reformista, por si criado, sobreviveu pouco tempo à sua morte; fundir-se-ia com o Partido Histórico no [[Partido Progressista (Portugal)|Partido Progressista]]. Em sua homenagem, a cidade do [[Lubango]], em [[Angola]], chamou-se [[Sá da Bandeira (Angola)|Sá da Bandeira]] durante os tempos de [[Portugal Ultramarino]].
 
Foi a sepultar ao Cemitério dos Capuchos, em [[Santarém]], segundo a sua vontade. O Partido Reformista, por si criado, sobreviveu pouco tempo à sua morte; fundir-se-ia com o Partido Histórico no [[Partido Progressista (Portugal)|Partido Progressista]]. Em sua homenagem, a cidade do [[Lubango]], em [[Angola]], chamou-se [[Sá da Bandeira (Angola)|Sá da Bandeira]] durante os tempos de [[Portugal Ultramarino]].
 
==Ligações externas==
*[http://www.arqnet.pt/dicionario/sabandeira1m.html Almada Sá da Bandeira (Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, 1.º barão, 1.º visconde e 1.º marquês de), Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e Artístico, Volume VI, págs. 438-444, Edição electrónica de Manuel Amaral, 2000-2010]