Órgão (instrumento musical): diferenças entre revisões

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[[File:Se-Catedral-Interior (14)-Grande Orgao de Tubos-1985-Firma Georg Jann.jpg|thumb|291x291px|Órgão de tubos da Sé Catedral do Porto - Georg Jann 1985]]
O '''órgão''' é um [[instrumento musical]] da família dos [[aerofones]] de [[teclas]], tocado por meio de um ou mais manuais e uma pedaleira. O som é produzido pela passagem de ar comprimido através de tubos sonoros de diversos formatos, materiais e comprimentos.
 
Os órgãos variam imensamente em tamanho, indo desde uma caixa (órgão de baú) até a monumentais caixas do tamanho de casas de 5 andares. Encontram-se sobretudos nas [[igreja]]s, de culto cristão católico e protestante, mas também em teatros e salas de [[concerto]], escolas de música e casas particulares (órgãos de estudo).
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O órgão ocupa um lugar de destaque na '''Liturgia Cristã''', quer na [[Igreja Católica]], quer nas Igrejas Reformadas. Tem por objetivo o enriquecimento do culto através da arte musical. Dá força à oração, ao apoiar e sustentar o texto cantado (passível de ser introduzido e harmonizado pelo organista de imensas formas diferente), como cria uma atmosfera de meditação sobre a ''Palavra'', tocando a solo, numa vertente laudatória, evocativa ou mística.
 
Assim sendo, a sua '''função''' nos serviços religiosos concretiza-se 1. no acompanhamento e sustentação, quer do '''canto da Assembleia''' (nas Igrejas Reformadas, chamada Congregação), do '''canto coral''' (do Coro) e do '''canto solístico''' (de um solista); 2. como também sob a forma de solos instrumentais cujo fim é introduzir, preludiar, interludiar, posludiar os mesmos cânticos, tendo o organista frequentemente que improvisar essas partes, tomando como ponto de partida os temas cantados.
 
Além disso, nos serviços religiosos pode também ter lugar o repertório organístico próprio, ou seja, peças musicais independentes dos cânticos e do seu acompanhamento, mas a solo. Como sejam, por exemplo, um prelúdio no início do serviço religioso e um poslúdio no fim (por exemplo uma Fuga).
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===Recitais===
Os órgãos também desempenham o seu papel não litúrgico, em salas de concerto, academias de música e espaços públicos diversos, para os quais são construídos com o intuito meramente concertístico. Podem, nesses casos, servir como acompanhadores de coros ou solistas; integrarem grandes orquestras (Sinfonias, Concertos) por exemplo como recurso para a intensidade sonora colossal (como em Sinfonias de Mahler); servir como contínuo em orquestras barrocas; ou simplesmente executarem o seu próprio reportório em recitais a solo.
 
Qualquer órgão de médias dimensões, com cerca de 20 registos, pressupõe-se que já tem os recursos mínimos para a realização de uma '''função concertística''' a solo. No entanto, a sua paleta tímbrica (conjunto de registos) determinam sobremaneira o tipo e o estilo de reportório executável.
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Claro que órgãos mais pequenos, chamados positivos, de poucos registos, podem também servir em funções concertísticas quando acompanham coros, ou integram orquestras ou pequenos conjuntos instrumentais (música de câmara), funcionando como baixo contínuo, etc.
 
Normalmente há órgãos sediados em Igrejas que, aliás pelas condições acústicas (e até arquitectónicas) do espaço envolvente, se prestam por excelência para a realização de recitais.
 
===Pedagogia===
Os órgãos servem também a fins pedagógicos, muitas vezes a par das funções concertísticas. Existem órgãos idealizados e construídos para servirem unicamente como instrumento de estudo. Em Conservatórios e Academias, servem tanto para o ensino da música, como no acompanhamento de vozes, etc.
 
==História==
O órgão é um dos instrumentos musicais mais antigos da tradição musical do Ocidente. Foi o primeiro [[instrumento de teclas]].
 
O antepassado do órgão é o hidraulo (''hydraulos''), ou [[órgão hidráulico]], inventado no [[século III a.C.]] pelo [[engenheiro]] [[Grécia Antiga|grego]] [[Ctesíbio]] de [[Alexandria]], responsável pelo cruzamento da flauta típica grega, o [[aulo]], com o sistema [[hidráulica|hidráulico]] de injeção de ar comprimido nos tubos.
 
A mecânica consistia em abrir a passagem do ar para os tubos através de uma válvula parecida com uma tecla. Para que tal acontecesse o ar era mantido em pressão por processos hidráulicos (pressão de água). O órgão possuía apenas uma fila com 7 tubos de diferentes comprimentos, correspondendo cada tubo a uma nota.
 
Este instrumento esteve muito em voga no Império Romano. Alcançando uma forte amplitude sonora (volume), era apto para ser usado ao ar-livre: em jogos, no circo, nos [[anfiteatro]]s. Nesta altura o hidraulo era já denominado órgão hidráulico (''organum hydraulicum'' em [[latim]] ou ''organon hydraulikon'' em [[língua grega|grego]]).
 
A fila de tubos duplicou e triplicou, até que foi incorporado um mecanismo de seleção dessas filas de tubos, que mais tarde se vêm a chamar '''registos'''. O conjunto de tubos de uma fila tem o mesmo formato e características, emitindo um [[timbre]] próprio. Assim sendo, num órgão existem tantos timbres diferentes, quanto o número de registos (filas) existentes.
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O sistema hidráulico usou-se até ao [[século V]], tendo surgido no [[século IV]] o sistema pneumático de [[fole]]s. Trata-se do [[órgão pneumático]]. Como já não havia a componente hidráulica, o instrumento passou simplesmente a ser denominado ''Organus''.
 
A introdução de órgãos nas igrejas é tradicionalmente atribuída ao [[Papa Vitaliano]] no século VII. Pelo vínculo que estabeleceu ao serviço do culto, prestado ao longo de séculos na Liturgia Cristã, carrega uma estatuto inigualável no comptocômputo da Música Sacra.
 
==Partes constituintes==
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====Tubo====
O '''tubo''' é o elemento responsável pela emissão sonora, à passagem do ar através do seu corpo, funcionando como qualquer [[instrumento de sopro]]. Quando o executante prime uma tecla [estando aberto um dos registos], o ar comprimido é libertado e conduzido para atravessar o tubo determinado, emitindo a nota correspondente.
 
Os tubos dividem-se em duas grandes espécies: os tubos labiais e os tubos palhetados (ou de palheta, ou de lingueta).
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====Registo====
Também se designa de '''registos''' os tirantes, existente na consola, que habilitam ou desabilitam a passagem do ar para a respectiva fila de tubos, dado que os tubos se encontram dispostos no someiro de modo a os seus pés poderem ser tapados ou abertos por uma régua (tábua) de registo que o tirante da consola accionada.
 
Os tirantes aparecem, na consola, sob a forma de puxadores ou alavancas (para os pés), no caso de um funcionamento de tracção mecânica. No caso das tracções pneumática e eléctrica, os registos podem ser accionados por interruptores, sob a forma de plaquetas ou botões.
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* '''Grande-Órgão''' ou '''Principal''': trata-se da secção mais nutrida e mais sonora do instrumento, geralmente accionada a partir do primeiro Manual.
 
* '''Positivo''': secção com registos mais agudos e perceptíveis, normalmente prestando-se bem para a prática de música de câmara (tipo baixo contínuo), vai buscar o seu nome aos órgãos positivos construídos para o mesmo efeito; esta secção é geralmente accionada a partir do segundo Manual.
** Postivo de Peito: se se encontra por baixo do grande órgão;
** Positivo de Costas: se se encontra nas costas do organista;
 
* '''Expressivo''': cujos tubos se encontram encerrados em caixa de Expressão, fechada por todos os lados, que possui persianas, cuja abertura é controlada a partir do pedal correspondente (Pedal de Expressão); geralmente accionada pelo terceiro Manual.
* '''Recitativo''' ou '''Solo''': secção detendo vários registos solistas.
* '''Ecos''': secção cujos tubos por norma se encontram encerrados dentro de uma caixa, passível de ser aberta ou fechada através de mecanismo próprio, vulgarmente sob a forma de pedal.
 
* '''Bombarda''': detendo apenas registos palhetados;
 
* '''Em chamada''': detendo registos palhetados em chamada;
 
* '''Pedaleira''': como um teclado para os pés, esta seção possui os registos mais graves para dar a base harmónica ao edifício sonoro do órgão.
 
==== Consola ====
A '''consola''' é a "mesa de comando" do órgão na qual se reúnem todos os dispositivos manipuláveis pelo executante (o organista), o que compreende os teclados para as mãos (manuais) e para os pés (pedaleira), os registos e os vários pedais e pedaletes, pedal de expressão e crescendo. A consola pode encontrar-se inclusa no corpo do próprio instrumento ou então separada deste.
 
===Caixa===
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Os órgãos podem ser classificados em vários tipos, consoante as características que os identificam:
 
* O '''portativo''' (ou portátil) é um órgão pequeno e leve, fácil de transportar. Era de uso corrente no [[século XIV|século XIV]], especificamente nas procissões, nas quais era transportado pelo próprio músico que tocava (com a mão direita) e accionava o fole (com a mão esquerda) em simultâneo.
 
* O '''[[realejo]]''', sendo também portátil, era munido de [[palheta livre|palhetas livres]] e não de tubos, pelo que pode ser considerado o antepassado do [[harmônio|harmónio]]. Era de uso corrente nos [[século XVI|sécs. XVI]] e [[século XVII|XVII]].
 
*[[Ficheiro:Kistorgel.JPG|thumb|left|200px| Órgão Positivo]]O '''positivo''' (etimologicamente de 'pousar') é um órgão com poucos registos, normalmente sem pedaleira, que, como uma peça de mobiliário, tem a facilidade de ser deslocável no espaço, tanto seja de uma casa, como de uma escola ou de uma igrejas. No espaço litúrgico, muitas vezes servia para o acompanhamento do [[cantochão]]. Na época barroca, como instrumento de baixo contínuo em pequenos conjuntos instrumentais.
 
* O '''órgão de estudo''' apresenta normalmente uma discrepância (aparentemente injustificada) entre o número de registos (poucos) e o número de secções de que é constituído (muitas). Por outras palavras, não possui um número de registos e famílas que justifique a existência de vários secções. São casos deste tipo, órgãos constituído por vários teclados, em que cada qual tem apenas 1 ou 2 registos, ou normalmente registos de régua alternada. Possuem também uma pedaleira com poucos registos ou até sem registos, chamada '''pedaleira suspensa''', uma vez que se encontra permanentemente acoplada ao(s) teclado(s). No entanto, esta reprodução (supostamente desnecessária) dos recursos de um órgão maior é conseguida para efeitos de estudo.
 
* O '''órgão de coro''' possui geralmente o formato de um armário, colocado junto ou perto ao lugar do coro, num espaço litúrgico. Com dimensões maiores do que um positivo, dado que não permite a deslocação no espaço como aquele, é direccionado sobretudo para o acompanhamento vocal de solistas e/ou coro, não possuindo registos de solo. Normalmente recebe este nome, para distinguir do grande-órgão normalmente instalado no coro-alto, enquanto o órgão de coro foi instalado geralmente no transepto ou simplesmente junto ao lugar de um coro perto da assembleia.
* O '''órgão barroco''' é o instrumento típico da época barroca, existente em diversas escolas de organaria nacionais (órgão italiano, órgão barroco francês, órgão ibérico, órgão alemão). Existem ainda órgãos ditos ''neo-barrocos'', que sendo de construção recente, se basearam em modelos antigos ou históriocs, pretendendo imitar as características técnicas, acústicas e mecãncias de uma determinada escola de organaria antiga.
 
[[File:Tibaes - Orgao.JPG|thumb| Órgão português (dito ibérico) em [[Mosteiro de Tibães|Tibães]]]]
* O '''órgão ibérico''' possui características regionais relativas ao ideário estético da escola de organaria ibérica, cultivado em Portugal e Espanha desde o século XVI. Possuem normalmente um único manual (raramente dois) que se encontra dividido em duas seções: baixos e tiples, ou mão esquerda e mão direita. O número de teclas é inferior ao dos órgãos modernos, cifrando-se muitas vezes em 45, 47, 54 notas. Têm por 'imagem de marca' as chamadas trombetas "em chamada" (dispostas na horizontal). No entanto, alguns musicólogos preferem distinguir entre órgão português e órgão espanhol, considerando as diferenças técnicas e acústicas que entre estes dois tipos existem.
* O '''órgão romântico''', pelos seus recursos sonoros, permite abordagem da literatura organística do [[romantismo|período romântico]] ([[século XIX|século XIX]]). Dotado de pelo menos uma secção expressiva. Possui por regra muitos fundos e poucas aliquotas. É rico famílias de cordas e registos harmónicos e octaviantes. Possui pelo menos um registo oscilante.
 
* O ''' órgão sinfónico''' teve o seu auge no primeiro terço do [[século XX]]. Este tipo põe em evidência a índole orquestral de que se munem os grandes-órgãos. [[Camille Saint-Saëns]] compôs uma popular [[sinfonia]] para órgão que é um bom exemplo de como o som de um grande órgão pode ser combinado com o de uma [[orquestra]] sinfónica. No inicioinício do século XX, os órgãos sinfónicos floresceram em locais seculares dos E.U.A. e do Reino Unido, projectados para substituir orquestras sinfónicas tocando transcrições de peças orquestrais.
* O '''órgão romântico''', pelos seus recursos sonoros, permite abordagem da literatura organística do [[romantismo|período romântico]] ([[século XIX|século XIX]]). Dotado de pelo menos uma secção expressiva. Possui por regra muitos fundos e poucas aliquotas. É rico famílias de cordas e registos harmónicos e octaviantes. Possui pelo menos um registo oscilante.
 
* O ''' órgão sinfónico''' teve o seu auge no primeiro terço do [[século XX]]. Este tipo põe em evidência a índole orquestral de que se munem os grandes-órgãos. [[Camille Saint-Saëns]] compôs uma popular [[sinfonia]] para órgão que é um bom exemplo de como o som de um grande órgão pode ser combinado com o de uma [[orquestra]] sinfónica. No inicio do século XX, os órgãos sinfónicos floresceram em locais seculares dos E.U.A. e do Reino Unido, projectados para substituir orquestras sinfónicas tocando transcrições de peças orquestrais.
 
[[Ficheiro:PrytaniaTheaterOrganDec07.jpg|thumb|200px|left| Órgão de Teatro]]
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==Alguns exemplares de interesse==
* O '''maior órgão histórico de Portugal''' encontra-se na [[Igreja de São Vicente de Fora]], em Lisboa. Construído em 1765 pelo organeiro João Fontanes de Maqueixa e restaurado em 1994 por Claude e Christine Rainolter de França, trata-se de um dos mais importantes exemplares da organaria portuguesa do século XVIII, com 2 manuais e 60 meios-registos num total de 3.115 tubos.
*
 
* O '''maior conjunto''' de órgãos construídos para um mesmo espaço encontra-se também em Portugal, na [[Basílica de Mafra]]. Mandado construir pelo rei D. João V, trata-se de um conjunto de seis órgãos idealizados para soarem em simultâneo. O restauro do conjunto, a cargo do organeiro português Dinarte Machado, foi completado em 2010 e inaugurado com um concerto com todos os instrumentos operacionais, e partitura exclusiva, como terá acontecido pela última vez há duzentos anos.
*[[File:Igreja da Lapa (Porto) 20.JPG|thumb|Órgão da [[Igreja da Lapa (Porto)|Igreja da Lapa]], Porto, da autoria do mestre-organeiro Georg Jann]]No coro-alto da [[Igreja da Lapa (Porto)]] foi construído em 1995 um órgão de tubos da autoria do mestre-organeiro alemão Georg Jann. Trata-se do '''maior órgão operacional em Portugal, '''com 4307 tubos. [http://www.filipeverissimo.com/orgao.php Ver mais]
* O '''maior órgão de Portugal''' encontra-se no Santuário de Fátima. Inoperacional, tem 5 teclados manuais (Grande Órgão, Positivo, Recitativo, Solo e Eco) de 61 teclas, pedaleira de 32 teclas, 152 registos e aproximadamente 12.000 tubos. Foi fabricado pela firma Fratelli Rufatti, de Pádua, em 1952. (Fonte: http://www.santuario-fatima.pt/portal/index.php?id=1346 )
 
* O '''maior órgão da America Latina''', é o órgão da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em [[Niterói]], inaugurado no dia 16 de Abril de 1956 pelo Maestro Fernando Germani, organista do Vaticano. Possui 11.130 tubos, desde o menor com 8 milímetros, ao maior com 12 metros de altura. Citemos uma informação do jornal [[O Fluminense]]: "O conjunto é comandado e controlado na consola (mesa de teclados), na qual estão além dos cinco teclados e da pedaleira, 211 placas móveis que acionam os registros, os 51 "accoppiamenti" de oitava, os anuladores, os sinos, a harpa e os trêmulos. O organista tem ainda à disposição, 90 pistõezinhos, 20 pedaletes e 4 pedais que servem para tornar fácil a manobra de todos os comandos. Todo o trabalho do organista é facilitado pelas indicações luminosas e pelos mostradores que ajudam a tocar esse instrumento, tornando-o mais maleável que os pequenos órgãos antigos".<ref>"O Fluminense" &mdash; 27 e 28 de agosto de 1989.</ref>
* O '''maior órgão do mundo''' encontra-se na Convention Hall da Organ Society em [[Atlantic City]] (Estados Unidos). Este possui 7 manuais e pedaleira. Tem duas consolas. Foi construído entre Maio e Dezembro de 1929 pela Companhia Merrick, na época situada em Long Island, Nova Iorque. Desconhece-se o número exacto de tubos que o compõe, mas pensa-se que está por volta dos 33.114.
 
* O '''maior órgão do mundo''' encontra-se na Convention Hall da Organ Society em [[Atlantic City]] (Estados Unidos). Este possui 7 manuais e pedaleira. Tem duas consolas. Foi construído entre Maio e Dezembro de 1929 pela Companhia Merrick, na época situada em Long Island, Nova Iorque. Desconhece-se o número exacto de tubos que o compõe, mas pensa-se que está por volta dos 33.114.
 
* O '''maior órgão de mundo dentro de uma igreja''' encontra-se na [[sé de passau|Catedral]] de [[Passau]], Baviera, Alemanha, possuindo 17.774 tubos e 233 registos.
 
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Em Portugal, no presente, existem 4 organeiros de origem portuguesa em exercício profissional, com várias obras cuja qualidade é reconhecida, sobretudo de recuperação de instrumentos históricos:
* '''António Simões''', natural de Pousaflores, Ansião, nasceu em 1952. Depois de ter frequentado o Conservatório de Música, em Coimbra, Porto e em Lisboa, o Instituto Gregoriano, foi professor de educação Musical de 1972 até 1982 e iniciou a sua actividade de mestre organeiro em 1983, depois ter aceite uma Bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian, trabalhando com Gerhard Grenzing em Barcelona, colaborando também nalguns órgãos importantes, nomeadamente o grande órgão de Jordi Bosch em Santanyi, na ilha de Maiorca e em Toulouse, França, Igreja de S. Pierre des Chartreux. O seu nome faz parte da "Enciclopédia da Música em Portugal no Sé. XX", IV Volume, pág. 1218 (direção de Salwa Castelo-Branco, edição do Círculo de Leitores, 2010). Em Portugal é vasto o seu trabalho de restauro em muitos dos principais instrumentos, conforme listagem da sua página http://www.antoniosimoes.eu/asimoes_organaria_lista_anos.html e em https://www.facebook.com/media/set/?set=a.142782255767070.25545.100001058896466&type=3 Atualmente, 2012, encontra-se a terminar um órgão novo, reconstrução de órgão de 1797, nº 53, do autor António Xavier Machado e Cerveira e que ardeu completamente em 1991. Página http://www.antoniosimoes.eu
 
* '''Dinarte Machado''', natural dos Açores, com vasta obra de restauro de órgãos históricos e construção de alguns novos órgãos portugueses, conhecedor experimentado da obra de Machado e Cerveira, dada a quantidade instrumentos que deste autor estudou e recuperou, sendo o restaurador do conjunto de 6 órgãos da Basílica de Mafra.
 
* '''Pedro Guimarães''', gerente da Oficina e Escola de Organaria com sede em Esmoriz, e mestre-organeiro especializado em restauro, com uma lista de mais de 50 restauros de órgãos históricos portugueses, recuperados nas últimas 2 décadas.
 
* Nu'''no Rigaud de Sousa''', natural de Braga, residente na Baviera, Alemanha, possui larga experiência na manutenção, limpeza e afinação de órgãos na Europa.
 
==Organistas==
No desenvolvimento da literatura organística, ou seja, o repertório musical composto para o órgão, é bastante evidente a influência da sua '''índole sacra''', pelo que a linha que divide o reportório sacro (das Liturgias) e o reportório de concerto é difícil de estabelecer. Deste facto de inferir que não existe diferenciação entre o ''organista litúrgico'' e o ''organista de concerto'' (terminologia muito em voga nos últimos anos em Portugal).
 
Um organista que toca na Igreja, deve tanto ser versado na execução de reportório, como em acompanhamento, harmonização, como em improvisação. É-lhe exigido domínio nas áreas da '''Literatura Organística''' (Reportório) que é a mais vasta de todos os instrumentos; do '''Acompanhamento''' (realização de baixo cifrado, harmonização de cânticos, transposição), e na '''Improvisação''', dada a necessidade de introduzir, interludiar, variar sobre um tema, etc. na Liturgia. Isto não invalida que alguns organistas se dediquem apenas à vida concertística ou pedagógica, não exercendo funções em meio eclesial ou litúrgico.
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<center>{{Linha do tempo de compositores Orgão}}</center>
 
 
==Variantes==
O tipo de órgão originário e acústico é conhecido como '''órgão ''de tubos''''', descrito acima e usado nos serviços religiosos da Igreja e em Concertos de Musica Erudita (dita Clássica). Mas o termo ''órgão'' costuma ser aplicado a um variedade de instrumentos que não têm as componentes/características acima enumeradas. Existem muitas variantes [[Órgão elétrico (instrumento musical)|elétricas]], [[Órgão eletro-mecânico|electro-mecânicas]] e [[Órgão electrónico|electrónicas]] do órgão.
 
Um tipo prevalente é o ''orgãoórgão electrónico'', ou melhor designado sintetizador, que não tem tubos e gera os seus próprios sons electrónicos através de um ou mais altifalantes; esse órgão é frequentemente utilizado em Portugal e no Brasil para servir de substituto do órgão de tubos, mas acaba por ter o seu desempenho sobretudo em géneros musicais que vão desde o rock até ao jazz.
 
===Evolução===
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Nos anos 60 e 70&nbsp;um tipo de sintetizador portátil chamado “combo” tornou-se muito popular especialmente entre as bandas rock e pop dessa altura como os [[The Doors]] e os [[Iron Butterfly]]. Os mais populares eram fabricados pela ''Farfisa'' e pela ''Vox''.
 
Pelo que as inovações tecnológicas que o órgãos sofreu a partir do momento que incorporou componentes electrónicas, desviaram o órgão da sua linha clássica, pois este deixou de ser um instrumento acústico e criaram uma diferenciação entre o chamado '''órgão electrónico''' e o órgão propriamente dito: o órgão de tubos.
 
===Panorama actual de Portugal===
Ainda assim, hoje em dia continuam a produzir-se para igrejas órgãos electrónicos imitadores do órgão de tubos. Estes órgãos por vezes chamados "electrónicos litúrgicos" pretendem ser réplicas electrónicas do seu antecessor acústico e mecânico que é órgão de tubos.
 
Devido ao avanço e barateamento contemporâneo da tecnologia, há órgãos para todo e qualquer orçamento e uso. Já há simulações digitais consideradas, por alguns, extremamente convincentes devido à alta taxa de resolução das amostras de áudio, mas preservarão indelevelmente as diferenças típicas entre acústico versus digital.
 
==Instrumentos aparentados==