Fugger (família): diferenças entre revisões

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A história da família Fugger pode ser vista como uma história de sucesso sem precedentes na [[Renascença]] alemã. Começando como tecelões na segunda metade do século XIV, a família evoluiu rapidamente para comerciantes, bancários e nobres de sucesso, culminando em Jakob Fugger, "o Rico", (1459–1525) e Anton Fugger (1493–1560). Considera-se que tenham sido as pessoas mais ricas de seu tempo, ainda que os negócios da família estivessem quase falidos devido a empréstimos aos [[Casa de Habsburgo|Habsburgos]] na década de 1560. A dinastia Fugger ainda existe hoje como uma família nobre na Alemanha.<ref>[https://www.wdl.org/pt/item/8920/ O livro secreto de honras da família Fugger], wdl.org, recuperado em 7 de junho 2017</ref>
 
A fortuna da família teve origem na [[indústria têxtil]] quando [[JohannesHans Fugger]] se instalou com uma manufactura em [[Augsburgo]] em [[1367]]. Tive dois filhos: Andreas Fugger (1394–1457) e Jakob Fugger, o Velho (1398–1469). O membro mais importante da família foi [[Jakob Fugger]], filho mais novo de dezsete irmãos de Jakob I Fugger, o Velho. Seus negócios impulsionaram o desenvolvimento do [[comércio internacional]] e o surgimento da [[imprensa]]. Jakob Fugger ("o Rico") também teve um papel destacado político: emprestou dinheiro a [[Maximiliano I]] para financiar a eleição de seu neto [[Carlos I de Espanha|Carlos V]] como imperador do [[Sacro Império]]. Os filhos encarregaram-se da gerência dos negócios após a morte do patriarca, em [[1408]]. Se Andreas conheceu a ruína pela má direcção dos negócios, já Jakob I Fugger, soube fazer crescer a herança que lhe coube. Dirigiu a corporação de tecelões e fez parte do governo da cidade de Augsburgo. Os seus interesses voltavam-se agora para a exploração mineira no [[Tirol]].
 
A riqueza foi multiplicada pelos seus filhos Ulrich e Georg. [[Jakob Fugger|Jakob II Fugger]], "o Rico" ([[1459]]-[[1525]]), o filho mais novo de Jakob I Fugger ("o Velho"), fez a sua aprendizagem em [[Veneza]] na [[Fondaco dei Tedeschi]] (espécie de [[feitoria]] alemã). Desinteressou-se pelo comércio de [[tecidos]] e [[especiarias]] e procurou ligações com a indústria mineira do [[Tirol]] através da concessão de empréstimos ao [[Sigismundo de Luxemburgo|Arquiduque Segismundo]], com a contrapartida de este lhe fornecer [[prata]] e [[cobre]]. Passaria a explorar também as minas da [[Silésia]]. Comercializavam o minério no [[Mediterrâneo]] e no eixo [[Mar Báltico]]-[[Mar do Norte]], chegando mesmo a fundar, em [[1498]], um consórcio em [[Veneza]]. A sua ligação ao [[Casa de Habsburgo]] traduziu-se na ajuda financeira à candidatura de [[Carlos V]] ao trono imperial e foi à custa desta acção que pôde explorar as minas de [[Mercúrio (elemento químico)|mercúrio]] de [[Almadén]] e as de prata de [[Guadalcanal (Sevilha)|Guadalcanal]].
 
A família acabaria por ter ligações com a [[Coroa portuguesa]], decorrentes da política comercial de abertura do comércio da [[Índia]] a companhias estrangeiras. Por meio de seu representante [[Fernão de Noronha]], ele foi o primeiro estrangeiro a investir no [[Brasil]], ainda em [[1503]]. Foi assim que entre [[1581]] e [[1586]] o tráfego da [[pimenta]] foi arrendado em regime de exclusividade aos Fugger e aos [[Welser]]. A partir de 1586 foi criada uma sociedade, onde predominavam os [[alemães]], que era possuidora do contrato de monopólio do comércio da [[Índia]] em vigor até [[1592]].
Jakob II Fugger morreu em 1525 sendo considerado na altura um [[humanista]] e benfeitor. O herdeiro da sua fortuna foi o seu sobrinho Anton Fugger, em [[1526]], que manteve negócios com a [[Casa de Habsburgo]] e interferiu na eleição de [[Fernando I de Habsburgo|Fernando I]]. Foi durante a gestão de Anton que a fortuna dos Fugger atingiu um nível mais elevado.
 
Jakob II Fugger morreu em 1525 sendo considerado na altura um [[humanista]] e benfeitor. O herdeiro da sua fortuna foi o seu sobrinho Anton Fugger, em [[1526]], que manteve negócios com a [[Casa de Habsburgo]] e interferiu na eleição de [[Fernando I de Habsburgo|Fernando I]]. Foi durante a gestão de Anton que a fortuna dos Fugger atingiu um nível mais elevado.
A família acabaria por ter ligações com a [[Coroa portuguesa]], decorrentes da política comercial de abertura do comércio da [[Índia]] a companhias estrangeiras. Por meio de seu representante [[Fernão de Noronha]], ele foi o primeiro estrangeiro a investir no [[Brasil]], ainda em [[1503]]. Foi assim que entre [[1581]] e [[1586]] o tráfego da [[pimenta]] foi arrendado em regime de exclusividade aos Fugger e aos [[Welser]]. A partir de 1586 foi criada uma sociedade, onde predominavam os [[alemães]], que era possuidora do contrato de monopólio do comércio da [[Índia]] em vigor até [[1592]].
 
No entanto, as sucessivas bancarrotas da monarquia espanhola a partir de [[1557]] vão desferir um rude golpe nos negócios da família. Markus II não pôde evitar a falência em [[1607]]. A companhia acabaria por ser dissolvida após a [[Guerra dos trinta anos]].