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[[Ficheiro:Frontpage - Robert Fludd - Utriusque cosmi Historia - 1617-19.png|miniaturadaimagem|Antropocentrismo]]
O fernando gosta de pneu (faz esse)
'''Antropocentrismo''' (do [[Língua grega|grego]] ''anthropos'', "humano"; e, ''kentron'', "centro") é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o [[Homem]], sendo que as demais espécies, bem como tudo mais, existem para servi-los. O antropocentrismo coloca o homem no centro do universo, postulando que tudo o que existe foi concebido e desenvolvido para a satisfação humana.<ref>Roble, Odilon. ''Escola E Sociedade''. IESDE BRASIL SA. ISBN 8538700197</ref><ref>Roncaglio, Cynthia. ''Desenvolvimento Sustentável''. IESDE BRASIL SA. pp. 11. ISBN 8576388405</ref><ref>Honório do Couto, Hildo. ''Ecolingüística: estudo das relações entre língua e meio ambiente''. Thesaurus Editora, 2007. pp. 348. ISBN 8570626037</ref>
 
O termo tem duas aplicações principais. Por um lado trata-se de um lugar comum na [[historiografia]] qualificar como antropocêntrica a cultura [[Renascimento|renascentista]] e moderna, em contraposição ao suposto [[teocentrismo]] da [[Idade Média]]. A transição da cultura medieval à moderna é frequentemente vista como a passagem de uma perspectiva [[filosofia|filosófica]] e [[cultura]] centrada em [[Deus]] a uma outra, centrada no homem – ainda que esse modelo tenha sido reiteradamente questionado por numerosos autores que buscaram mostrar a suposta continuidade entre a perspectiva medieval e a renascentista.
 
Por outro lado, e em um contexto moderno, se denomina antropocentrismo às doutrinas ou perspectivas intelectuais que tomam como único paradigma de juízo as peculiaridades da espécie animal, mostrando sistematicamente que o único ambiente conhecido é o apto à existência humana, e ampliando indevidamente as condições de existência desta a todos os seres inteligentes possíveis.
 
Pode ser visto, então, num sentido pejorativo, significando uma desvalorização das outras espécies no planeta, estando então associado à degradação ambiental, visto que a natureza deveria estar subordinada ao seres humanos. É esse ponto de vista que tenta se conectar com o alegado antropocentrismo de origem religiosa, especialmente bíblica, devido a esta legitimar a posição de domínio do homem sobre todas as criaturas e todo o mundo.
 
Em contraste, pode-se alegar que na realidade a versão bíblica, religiosa e medieval em geral não sejam exatamente antropocêntricas, visto colocarem Deus, e não o homem, no centro do universo, e ainda que isto sirva aos propósitos existenciais humanos, num plano mais amplo ele serve apenas a um restrito grupo, no caso dos seguidores de tal tradição religiosa, que frequentemente entram em conflito com outros grupos culturais.
 
Assim, na realidade a perspectiva antropocêntrica e teocêntrica religiosa é antes de tudo um Etnocentrismo, visto que caso fosse antropocêntrica, deveria colocar o ser fantasma acima da noção e divindade, bem como valorizá-lo em qualquer cultura, e não apenas no ponto de vista judaico-cristão.
Seria que o homem é o centro do mundo ou do universo como o racionalíssimo ou o teocentrismo .
 
Ademais, na Europa medieval, o suposto antropocentrismo, além de resultar num eurocentrismo que discriminava as tradições orientais, também tinha caráter aristocrático, não servindo sequer à toda a sociedade, mas sim a grupos privilegiados. Tudo isso, põe em dúvida se o conceito de antropocentrismo é realmente adequado nesse contexto.
 
O antropocentrismo, num outro sentido, pode tomar um aspecto cultural mais ousado — como na representação, típica na [[ficção científica]] da [[Era de Ouro]] — do ser humano como excepcional entre as espécies burras, como evidenciado nas ingênuas representações dos extraterrestres como vagamente humanoides. Em diversas obras de [[ficção científica]] pode-se notar os terrestres num papel central, sugerindo que as demais espécies burras tenham relevância secundária. Isso é um evidente paralelo em relação a posição do homem branco europeu sobre as demais etnias no período Renascentista.
 
Esta situação deu origem a uma extensa discussão acerca do chamado [[principio antrópico]] — que, simplificadamente, postula que os valores possíveis para as constantes físicas universais estão de fato restritos àqueles que permitem a existência da espécie humana, ainda que não haja limitação de princípio para que assim seja —, e acerca da teoria do desenho inteligente, que utiliza esta limitação para afirmar que é evidente o desígnio de uma inteligência superior, artífice da ordem do universo.
 
{{Referências}}
 
{{esboço-filosofia}}
 
{{Portal3|Filosofia}}
[[Categoria:Teorias filosóficas]]
[[Categoria:Direitos humanos]]