Francisca de Campos Coelho: diferenças entre revisões

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D. Francisca de Campos Coelho nasceu no paço de Gumirães, em [[Rio de Loba]], e foi baptizada a [[26 de Fevereiro]] de [[1644]] na [[Sé de Viseu|Sé]], sendo seus padrinhos Gomes de Andrade Cabral, tesoureiro-mor da Sé, e D. Paula, mulher de Rui Lopes de Sousa, morgado de [[Bordonhos]]. Veio a falecer com 67 anos na sua quinta do Serrado, também em Viseu, sendo sepultada na capela de S. João Baptista, na Sé, instituída por seu avô João de Campos Coelho. Herdou a antedita quinta do Serrado, onde faleceu, e a quinta de Negrosa de Cima, em [[São Pedro do Sul (freguesia)|S. Pedro do Sul]], onde vivia em [[1685]] e onde lhe nasceram alguns filhos.
 
De uma da mais ilustres famílias de Viseu, D. Francisca era filha de [[Francisco de Campos Coelho]] e de sua mulher D. Maria Teixeira de Seixas e Azevedo, falecida viúva a [[4 de Maio]] de [[1645]], sendo esta neta do doutor [[António Barreiros de Seixas]] e sobrinha-bisneta do grande [[João de Barros]], outros ilustres visienses. Seu pai, [[Francisco de Campos Coelho]], [[fidalgo cavaleiro da Casa Real]], foi [[capitão-mor]] de Viseu ([[1643]]), Lafões (administração que então incluía S. Pedro do Sul, [[Vouzela]] e [[Oliveira de Frades]]) e [[Besteiros (Tondela)|Besteiros]], serviu como capitão nas [[guerras da Restauração]], ondefaleceu morreua em[[20 combatede emFevereiro]] de [[1644]], e foi 9º senhor de [[Nespereira|Nespereira de Mundão]] ([[Mundão]]), 10º senhor da vila de Gumirães ([[Rio de Loba]]), 2º morgado de S. João Baptista de Gumirães, senhor das ditas quintas do Serrado e de Negrosa de Cima, etc.
 
D. Francisca nasceu póstuma e ficou órfã de mãe aoscom 5um anosano de idade, ficando seu tutor o Dr. António de Campos Coelho, seu tio, sendo sua mestra a mulher deste, D. Joana de Alvellos, «''de cuja virtuosa escola sahio D. Francisca instruida em todos os documentos moraes, e politicos, pelos quaes se fez merecedora de que a pretendessem para esposa as Pessoas mais distintas em nascimento, entre as quaes foy preferido Henrique de Mello e Lemos de Alvellos, sobrinho'' (na verdade primo) ''de D. Joana de Alvellos sua tia, celebrando-se os desposorios a 5 de Fevereiro de 1668''», nas palavras do já referido Diogo Barbosa Machado, na sua ''Biblioteca Lusitana''.
 
Com efeito, D. Francisca casou na data indicada, na Sé de Viseu, com Henrique de MeloMello e Lemos de Alvellos ([[1646]]-[[1700]]), fidalgo cavaleiro da Casa Real, habilitado para o serviço de Sua Majestade ([[30 de Maio]] de [[1685]]), contador e distribuidor da comarca de Viseu ([[4 de Dezembro]] de [[1687]]), cidadão nobre da governança de Viseu, sendo nomeadamente [[vereador]] do Senado da Câmara pela nobreza em [[1691]]. Filho sucessor de Teobaldo de Lemos e Campos de Alvellos e sua mulher D. Ana de MeloMello e Abreu, Henrique de Mello e Lemos de Alvellos foi o 16º [[morgado]] de Alvellos ([[Lamego]]), morgado do paço e torres de [[Figueiredo de Alva]] e senhor do [[paço da Torre da rua de D. Duarte (antiga rua da Cadeia)]], em Viseu.
 
Acrescenta a ''Biblioteca Lusitana'' sobre D. Francisca de Campos Coelho: «''Não lhe servio de obstaculo o estado conjugal para deixar a pratica das virtudes em gráo heroico, sendo a seu mayor desvelo a educação de seus filhos no tanto temor de Deos, com que os habilitava para se alistarem nas Religiões mais observantes. Vendo-se despojada da amavel companhia de seu marido, que intempestivamente lhe arrebatara a morte a 2 de Outubro de 1700, se praparou desenganada para a eternidade, escrevendo seu Testamento, em cujas clausulas ertinisou a piedade de seu animo. Faleceu piamente a 5 de Setembro de 1708, quando contava 68 annos de idade''» (na verdade 67).
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É curioso verificar que, apesar disto ou talvez por isso mesmo, sua filha D. Francisca Sebastiana, freira professa da [[Ordem de São Bento]] no [[Igreja de Santo António (Viseu)|convento de Jesus]] em Viseu, foi presa pela [[Inquisição portuguesa|Inquisição]] de [[Coimbra]] em [[1719]]<ref>Tribunal do Santo Ofício, Inquisição de Coimbra, processo 7776.</ref>, quando tinha 40 anos, acusada de seguir a doutrina do [[Molinismo]], sendo condenada a dois anos penitências e reclusão no seu convento, sem poder falar a não ser com parentes. Em [[1721]] foi perdoada do segundo ano da pena.
 
D. Francisca e seu marido deixaram vários filhos e filhas, entre eles o sucessor, Francisco de MeloMello Coelho de Lemos e Alvellos, do qual foi bisneto paterno o Coronel [[Henrique de Melo Pereira Coutinho de Lemos e Alvelos|Henrique de Mello Lemos e Alvellos]] ([[1803]]-[[1859]]), pai do 1º [[Visconde do Serrado|visconde do Serrado]].
 
A ''Biblioteca Lusitana'' regista ainda que D. Francisca de Campos Coelho deixou mais os seguintes manuscritos: «''A Devoções que exercitava todos os dias''», «''Remédios para várias enfermidades''» e «''Origem de todas as fazendas de sua Casa''».