Direitos dos animais: diferenças entre revisões

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== História do conceito ==
[[Ficheiro:Jeremy Bentham by Henry William Pickersgill detail.jpg|thumb|[[Jeremy Bentham]] (1748-1832) é considerado um dos escritores que ampliaram o campo para a posterior elaboração dos '''direitos animais'''.]]
O debate sobre direitos dos animais no [[século XX]] pode ser traçado no passado, na história dos primeiros filósofos.<ref name=EB3/> No [[século VI a.C.]], [[Pitágoras]], [[Filosofia|filósofo]] e [[Matemática|matemático]], já falava sobre respeito animal, pois acreditava na [[Metempsicose|transmigração de almas]]. [[Aristóteles]], escreveu no [[século IV a.C.]], argumentando que os animais estavam distantes dos humanos na Grande Corrente do Ser ou escala natural. Alegando irracionalidade, concluía assim sendo os animais não teriam interesse próprio, existindo apenas para benefício dos Seres Humanos.<ref name=EB3/>
 
O filósofo [[Ramon Bogéa]], no século XV afirmava que os animais deveriam ter direitos como os humanos. No [[século XVII]], o filósofo [[França|francês]] [[René Descartes]] argumenta que animais não têm [[alma]]s, logo não pensam e não sentem dor, sendo assim os maus-tratos não eram errados. Contra isso, [[Jean-Jacques Rousseau]] argumenta, no prefácio do seu ''Discursos sobre a Desigualdade'' ([[1754]]), que os seres humanos são animais, embora ninguém "exima-se de intelecto e liberdade".<ref name=Rousseau>[[Jean-Jacques Rousseau|ROSSEAU, Jean-Jacques]]. ''Discursos sobre a Desigualdade'', 1754, prefácio.</ref> Entretanto, como animais são seres sencientes "eles deveriam também participar do direito natural e que o homem é responsável no cumprimento de alguns deveres deles, especificamente "um tem o direito de não ser desnecessariamente maltratado pelo outro."<ref name=Rousseau/>
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Um contemporâneo de Rousseau, o escritor [[Escócia|escocês]] [[John Oswald]], que morreu em [[1793]], no livro ''The Cry of Nature or an Appeal to Mercy and Justice on Behalf of the Persecuted Animals'', argumenta que um Ser Humano é naturalmente equipado de sentimentos de misericórdia e compaixão. "Se cada Ser Humano tivesse que testemunhar a morte do animal que ele come", ele argumenta, "a dieta [[Vegetarianismo|vegetariana]] seria bem mais popular". A divisão do trabalho, no entanto, permite que o homem moderno coma carne sem passar pela experiência que Oswald chama de alerta para as sensibilidades naturais do Ser Humano, enquanto a brutalização do homem moderno faz dele um acomodado com essa falta de sensibilidade.
 
Mais tarde, no [[século XVIII]], um dos fundadores do [[utilitarismo]] moderno, o filósofo [[Reino Unido|britânico]] [[Jeremy Bentham]], argumenta que a dor animal é tão real e moralmente relevante como a dor humana e que "talvez chegue o dia em que o restante da criação animal venha a adquirir os direitos dos quais jamais poderiam ter sido privados, a não ser pela mão da tirania".<ref name=Bentham>BENTHAM,Jeremy. ''Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação'', 1789. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.</ref> Bentham argumenta ainda que a capacidade de sofrer e não a capacidade de [[raciocínio]] deve ser a medida para como nós tratamos outros seres. Se a habilidade da razão fosse critério, muitos Seres Humanos incluindo bebês e pessoas especiais, teriam também que serem tratados como coisas, escrevendo o famoso trecho: "A questão não é ''eles pensam?'' ou ''eles falam?'', a questão é: ''eles sofrem?''".
 
No [[século XIX]], [[Arthur Schopenhauer]] argumenta que os animais têm a mesma essência que os humanos, a despeito da falta da razão. Embora considere o vegetarianismo como uma boa causa, não o considera moralmente necessário <!-- Na en.wikipedia o termo é supererogatory, não encontrei a tradução do termo filosófico, favor substituir, se encontrar. --> e assim posiciona-se contra a [[vivissecção]], como uma expansão da consideração moral para os animais. Sua crítica à ética [[Kant]]iana é uma vasta e frequente polêmica contra a exclusão dos animais em seu sistema moral, que pode ser exemplificada pela famosa frase: "Amaldiçoada toda moralidade que não veja uma unidade essencial em todos os olhos que enxergam o sol."
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Poucas pessoas poderiam negar que [[grandes primatas]] não-humanos são inteligentes, são cientes de sua própria condição, têm objetivos e talvez tornem-se frustrados quando têm sua liberdade podada.
 
Em contraste, animais como a [[Ctenophora|água - viva]] têm sistemas nervosos simples e tendem a ser mais autômatos, capazes de reflexos básicos, mas incapazes de formular qualquer fim para suas ações ou planejar o futuro. Mas a biologia da [[mente]] é uma grande caixa preta que clama consideração pela existência e ausência de mente em outros animais.
 
O debate de direitos animais se parece muito com o debate sobre [[aborto]], se complica pela dificuldade em estabelecer um corte claro de distinções entre a base moral e julgamentos políticos. O padrão relacional humano/não-humano é profundamente enraizado na [[pré-história]] e nas tradições.