A Conquista da América: a Questão do Outro: diferenças entre revisões

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===Amar e Conhecer===
 
III – AMAR
 
COMPREENDER, TOMAR E DESTRUIR
 
Hernán Cortés entende mais dos Astecas que acaba de descobrir, bem mais do que Montezuma entende os espanhóis. Tal compreensão gera a destruição do povo Asteca. Para Todorov o ato de compreender leva a tomar, e tomar leva a destruir. Mas o ato de compreender não deveria vir junto com a simpatia pelos Astecas? E o desejo de tomar, de enriquecer à custa do outro, não deveria predispor a conservação desse outro, fonte potencial de riqueza?
 
Para Cortés os Astecas eram bastante civilizados e harmônicos. Eles eram diferentes de outros povos, como de algumas ilhas. Falou isso em cartas enviadas a Espanha. Em diversas narrativas Cortés exalta os Astecas, ele admirava suas construções e o modo como os Astecas se organizavam.
 
A maioria das frases de Cortés elogiam o objeto em si, o material: As casas, a arquitetura, o artesanato.
 
Para Cortés, diferentemente de Colombo, os Astecas eram sujeitos para ele, mas não sujeitos como ele. Eram sujeitos produtores de objetos, onde são até de certo modo admirados, mas uma admiração que em vez de apagar a distância que os separava, só aumentava.
 
Cortés nunca assume que os Índios são melhores que os Espanhóis em nenhuma tarefa se quer, isso demonstra o enorme egocentrismo dos Espanhóis.
 
Cortés faz um relatório para o Rei Carlos V, rei da Espanha. Nesse relatório sua única preocupação em relação a um massacre contra os Astecas, é a rentabilidade do negócio. Ele nunca se preocupou com a vida dos índios.
 
Os Espanhóis não conheceram os Astecas profundamente, não dialogaram com eles e isso foi decisivo para que houvesse uma exploração, “tomar”.
 
No México, as vésperas da conquista sua população era de 25 milhões, em 1600 é de 1 milhão.
 
Os Espanhóis são os únicos responsáveis pelo genocídio dos índios. Mas não foram eles que acabaram extinguindo os índios diretamente, foi uma série de fatores que levaram a isso, são eles: Assassinato direto, Maus-Tratos e Doenças pelo “choque microbiano”.
 
Os Espanhóis vendiam os índios como escravos e isso fez com que a mortalidade aumentasse e consequentemente fez cair a natalidade. Os recém-nascidos morriam, pois, suas mães estavam famintas e não tinham leite para nutri-los.
 
Tamanha era a situação do México que o franciscano, Motolinia classificou aquela situação com 10 pragas, comparando-as ao Egito bíblicos e nesse caso os homens eram os responsáveis por essas pragas.
 
Em diversos relatos é possível ver a tal forma desumana como os índios eram tratados, tudo isso porque os Espanhóis queriam enriquecer o mais rapidamente e isso implicou em uma grandíssima negligencia para com o bem-estar do outro, que no caso eram os índios. Os índios eram torturados para lhe arrancarem segredos sobre tesouros, tudo isso por conta da cobiça.
 
Os Espanhóis tinham o desejo de enriquecer pois o ouro traz tudo, a honra, a nobreza, o poder, a vingança sobre os inimigos, o luxo, a grande estima por sua pessoa. Mas não foi só isso, não se pode justificar execuções como de Caonao por uma cobiça qualquer. Os Espanhóis tinham prazer em fazer crueldades e demonstrar sua capacidade de dar a morte.
 
Isso é da natureza humana, os próprios Astecas mataram 80.400 pessoas na inauguração de um templo. Cada povo até os dias atuais fez vítimas e sabe somo ser um assassino, é uma característica das sociedades predominantemente masculinas.
 
IGUALDADE OU DESIGUALDADE
 
Para os Espanhóis os índios estavam no meio termo entre homens e animais, e isso foi fundamental para a destruição. A igualdade diz que todos os seres humanos são iguais e não existe ninguém superior. Já a Desigualdade fala o oposto, que os homens podem ser superiores uns aos outros. Logo os índios são colocados com inferiores.
 
O Requerimento foi um texto criado para regulamentar as conquistas, até então caóticas. Antes de conquistar uma região é preciso se dirigir aos habilitantes e ler o texto. Os índios não tinham defesa, quando os conquistadores liam o Requerimento, e suspeita-se que eles não entendiam. O Requerimento para muitos era um documento que garantia o encarceramento dos índios.
 
A doutrina da Desigualdade sempre prevaleceu e obteve sucesso, pois ninguém jamais aborreceria os objetivos da Metrópole. Em diversos documentos escritos por Espanhóis eles ridicularizam os índios. Muitos autores defendem a Desigualdade, Sepúlveda é um deles e por isso ele enumera argumentos para defender o massacre contra os índios, são eles: Segundo a condição natural o ser mais fraco deve obedecer; é permitido punir quem come carne humana; proteger os mortais dos perigos oferecidos pelos índios; e a guerra contra os infiéis.
 
O fato é que os índios não tinham os mesmos direitos que os Espanhóis. Las Casas então diz quem os índios têm tanto direito de viver quanto ele, que é um religioso espanhol e ainda em uma sua obra Apologética Historia prova que os índios não são seres inferiores.
 
ESCRAVISMO, COLONIALISMO E COMUNICAÇÃO
 
Os índios começaram a serem catequisados. Mas isso não cessou as mortes, eles continuavam a ser mortos e depois era colocada uma cruz em sobre seu corpo. Para Las Casas o Colonialismo e a conversão era bom para os índios e também rentável ao rei.
 
Em raras exceções encontra-se espanhóis defensores dos índios, mas com o único propósito de lucrar. Para esses enquanto os índios existissem nada faltaria aos espanhóis. Nesse momento começam a dar valor a catequização e aos missionários. Las Casas defende o Colonialismo e abole o Escravismo, pois o Colonialismo é mais rentável.
 
O Escravismo se opõe ao Colonialismo, que por final se opõe a algo neutro: a Comunicação. O Colonialismo foi imposto aos índios, sem qualquer comunicação e isso gerou a geurra colonial. Talvez se o dialogo ocorresse isso poderia ter sido evitado.
 
==Todorov e as fontes==
Em todo trabalho historiográfico as fontes possuem muita importância porque é a partir delas que o historiador vai construir e comprovar suas teorias, ou seja, as fontes são a base de toda obra historiográfica.
Entre as principais que ele utiliza para escrever seu livro encontram-se os relatos dos próprios conquistadores (Colombo, Cortés), crônicas e relatos de monges espanhóis ([[Las Casas]], Durán, Sahagún, entre outros) e escritos, em língua indígena ou em espanhol, de índios ou mestiços. Mas apesar de não ser historiador formado, ele constrói a partir dessas fontes uma história dentro dos padrões historiográficos, como por exemplo, escolhe trabalhar com um período e região específicos, e dialoga com as fontes de maneira a comprovar sua tese.
 
==Repercussão==