António Ferro: diferenças entre revisões

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Em [[1912]], em colaboração com Augusto Cunha, seu futuro cunhado, publica ''Missal de Trovas'', livro constituído por quadras ao gosto popular dedicadas a [[Augusto Gil]] e a [[Fausto Guedes Teixeira]], que, numa edição de [[1914]], seriam acompanhadas de apreciações afectuosas de [[Fernando Pessoa]], [[João de Barros]], [[Mário de Sá-Carneiro]], [[Afonso Lopes Vieira]] e [[Augusto Gil]]<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>..
 
De [[1913]] a [[1918]] frequenta o curso de Direito na Universidade de Lisboa. Nesta idade, António Ferro, de aparência sossegada, pesada e pachorrenta, já demonstra o fôlego e a energia que o acompanharão toda a vida. Mobilizador de vontades e aglutinador de grupos, é voz activa e estimulante em tudo o que implique acção e organização<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>..
 
Com apenas 19 anos, António Ferro surge como editor oficial da [[Revista Orpheu]], para o que foi escolhido pelo seu amigo [[Mário de Sá Carneiro]], precisamente por ser ainda menor<ref>[http://www.fundacaoantonioquadros.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=29&Itemid=59&limit=1&limitstart=1 Fundação António Quadros]</ref>.
Com apenas 19 anos, António Ferro foi oficialmente o editor da [[Revista Orpheu]], para o que foi escolhido pelo seu amigo [[Mário de Sá Carneiro]], precisamente por ser ainda menor. Foi redactor-principal do diário ''O Jornal'' [[1919]] (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de ''[[O Século (Portugal)|O Século]]'' e do ''[[Diário de Lisboa]]'', director durante alguns meses da revista '' [[Ilustração Portuguesa|Illustração Portugueza]]'' e repórter internacional do ''[[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]]'', para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras. Teve colaboração, em prosa e em verso, na II série da revista ''[[Alma Nova (revista)|Alma nova]]'' <ref >{{Citar web |autor=Rita Correia |data=19 de julho de 2011 |título=Ficha histórica:Alma nova: revista ilustrada (II Série) (1915-1918) |url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/AlmaNovaIIserie.pdf|publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=13 de março de 2015}}</ref> (1915-1918), ''Exílio'' ([[1915]]) e na segunda série de ''Contemporânea'' ([[1922]]-[[1924]]). Em [[1921]] publicou o manifesto modernista ''Nós''. Em livro, publicou conferências, reportagens, entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos ''Teoria da Indiferença'' ([[1920]]) e o "romance fragmentário" ''Leviana'' (1921). Também se encontra colaboração da sua autoria na revista [[Ilustração (revista)|Ilustração]] <ref >{{Citar web |autor=Rita Correia |data=16 de Junho de 2009 |título=Ficha histórica: Ilustração (1926-)|url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/Ilustracao.pdf|formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=06 de Novembro de 2014}}</ref> iniciada em 1926.
 
Enveredando pela carreira de jornalista, foi redator-principal do diário ''O Jornal'' [[1919]] (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de ''[[O Século (Portugal)|O Século]]'' e do ''[[Diário de Lisboa]]'', director durante alguns meses da revista '' [[Ilustração Portuguesa|Illustração Portugueza]]'' e repórter internacional do ''[[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]]'', para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras.
Tendo começado como simpatizante do [[Partido Republicano Português|Partido Republicano]], António Ferro evoluiu para [[Sidónio Pais|sidonista]], republicano conservador (próximo de [[Filomeno da Câmara de Melo Cabral|Filomeno da Câmara]]) e simpatizante do [[fascismo]] e dos regimes autoritários da época, como também ficou patente na sua colectânea de entrevistas ''Viagem à Volta das Ditaduras'' ([[1927]]). Foi um admirador, em especial, de [[Benito Mussolini]], que entrevistou três vezes em [[Roma]] (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a [[Salazar]], que o colocou emoldurado sobre a sua secretária). Também [[Hitler]] concedeu uma breve entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol [[Primo de Rivera]].
 
Com apenas 19 anos, António Ferro foi oficialmente o editor da [[Revista Orpheu]], para o que foi escolhido pelo seu amigo [[Mário de Sá Carneiro]], precisamente por ser ainda menor. Foi redactor-principal do diário ''O Jornal'' [[1919]] (órgão do Partido Republicano Conservador), jornalista de ''[[O Século (Portugal)|O Século]]'' e do ''[[Diário de Lisboa]]'', director durante alguns meses da revista '' [[Ilustração Portuguesa|Illustração Portugueza]]'' e repórter internacional do ''[[Diário de Notícias (Portugal)|Diário de Notícias]]'', para o qual entrevistou numerosas celebridades nacionais e estrangeiras. Teve colaboração, em prosa e em verso, na II série da revista ''[[Alma Nova (revista)|Alma nova]]'' <ref >{{Citar web |autor=Rita Correia |data=19 de julho de 2011 |título=Ficha histórica:Alma nova: revista ilustrada (II Série) (1915-1918) |url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/AlmaNovaIIserie.pdf|publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=13 de março de 2015}}</ref> (1915-1918), ''Exílio'' ([[1915]]) e na segunda série de ''Contemporânea'' ([[1922]]-[[1924]]). Em [[1921]] publicou o manifesto modernista ''Nós''. Em livro, publicou conferências, reportagens, entrevistas, contos, o livro de aforismos e paradoxos ''Teoria da Indiferença'' ([[1920]]) e o "romance fragmentário" ''Leviana'' (1921). Também se encontra colaboração da sua autoria na revista [[Ilustração (revista)|Ilustração]] <ref >{{Citar web |autor=Rita Correia |data=16 de Junho de 2009 |título=Ficha histórica: Ilustração (1926-)|url= http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/FichasHistoricas/Ilustracao.pdf|formato=pdf |publicado=[[Hemeroteca Municipal de Lisboa]] |acessodata=06 de Novembro de 2014}}</ref> iniciada em 1926.
 
TendoDepois começadode comoter sido simpatizante do [[Partido Republicano Português|Partido Republicano]], António Ferro evoluiu para [[Sidónio Pais|sidonista]], republicano conservador (próximo de [[Filomeno da Câmara de Melo Cabral|Filomeno da Câmara]]) e simpatizante do [[fascismo]] e dos regimes autoritários da época, como também ficou patente na sua colectânea de entrevistas ''Viagem à Volta das Ditaduras'' ([[1927]]). Foi um admirador, em especial, de [[Benito Mussolini]], que entrevistou três vezes em [[Roma]] (na última entrevista, Mussolini ofereceu a Ferro dois retratos seus com dedicatória, um deles destinado a [[Salazar]], que o colocou emoldurado sobre a sua secretária). Também [[Hitler]] concedeu uma breve entrevista a Ferro, bem como o ditador espanhol [[Primo de Rivera]].
 
Sob o [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], António Ferro abraçou a carreira política, tendo dirigido o [[Secretariado da Propaganda Nacional]] (SPN), sob a tutela da presidência do Conselho de Ministros. Foi ele quem sugeriu a Salazar em 1932 a criação de um organismo que fizesse propaganda aos feitos do regime e foi dele, também, a formulação doutrinária, a partir desse ano, da chamada [[Política do Espírito]], nome que teve em Portugal a política de fomento cultural subordinada aos fins políticos do regime. Depois de em Dezembro de 1932 ter publicado no ''Diário de Notícias'' uma série de entrevistas com o Presidente do Conselho de Ministros, reunidas em livro em 1933 (''Salazar, o Homem e a Obra''), Ferro foi chamado a assumir, como director do SPN, criado em Outubro de 1933, as funções simultâneas de chefe da propaganda e de responsável pela política cultural do Estado Novo. O organismo manteve o nome até final da [[II Guerra Mundial]], quando passou a designar-se [[Secretariado Nacional de Informação]] (SNI). Ferro foi o seu director até 1949, quando partiu para a legação portuguesa em [[Berna]].