O Êxodo: diferenças entre revisões

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O [[Livro do Êxodo]] conta como [[Moisés]] liderou os [[israelitas]] em sua fuga do [[Egito Antigo|Egito]], através da região desértica do [[Monte Sinai bíblico|Monte Sinai]], onde [[Deus]] revelou-se a lhes ofereceu uma [[Aliança (religião)|Aliança]]: eles deveriam seguir sua ''[[Torá|torah]]'' ("lei", "instrução") e em troca ele seria [[Deus de Israel|seu Deus]] e lhes daria a [[terra de Canaã]]. O [[Livro do Levítico]] registra as leis de Deus. O [[Livro dos Números]] conta como os israelitas, liderados agora por seu Deus, viajaram do Sinai até Canaã, porém quando seus espiões relataram que aquela terra era povoada por gigantes eles se recusaram a seguir adiante. Deus então condenou-os a permanecer no [[deserto]] até que a geração que abandonou o Egito tivesse perecido. Depois de trinta e oito anos no [[oásis]] de [[Kadesh Barnea]], a geração seguinte viajou até as fronteiras de Canaã. O [[Livro do Deuteronômio]] narra como, já diante da [[Terra Prometida]], Moisés recordou suas viagens e lhes deu novas leis. Sua morte (o último evento registrado na [[Torá]]) conclui os quarenta anos do êxodo do Egito.
# Origens da história
Embora a história narrada nos livros do Êxodo, Números e Deuteronômio seja o relato mais conhecido do Êxodo, existem mais de 150 referências ao evento espalhadas por toda a Bíblia, o único trecho significativo de texto que não o menciona são os [[Livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento|livros sapienciais]].<ref>[http://books.google.com.au/books?id=OMISLh2ZC08C&printsec=frontcover&dq=Images+of+Egypt+in+early+biblical+literature&source=bl&ots=pcFRmhj8cB&sig=FsAKzE4DxCrLGYYtp7C9h6JHXlU&hl=en&ei=Uw0bTZWIBoqsvgOYltiTDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CCYQ6AEwAQ#v=onepage&q&f=false Stephen C. Russell, "Images of Egypt in early biblical literature" (Walter de Gruyter, 2009), p. 1]</ref> As primeiras menções foram feitas pelos [[profeta]]s [[Amós (profeta)|Amós]] (possivelmente) e [[Oséas]] (seguramente), ambos em atividade no [[Reino de Israel]] durante o século VIII; em comparação, [[Proto-Isaías]] e [[Miquéas]], ambos em atividade em [[Judá]] no mesmo período, nunca o mencionam; parece portanto razoável concluir que a tradição do Êxodo era importante no reino do norte, no século VIII, porém não em seu vizinho do sul.<ref>[http://books.google.com.au/books?id=crA3AAAAIAAJ&printsec=frontcover&dq=Lemche+Early+Israel:+anthropological+and+historical+studies&source=bl&ots=b3WBi8cVnK&sig=4XCoAjgrjmawnOBp8MEsARibkyc&hl=en&ei=vnJCTdu9EYv8vQPo_7yDAg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CBsQ6AEwAA#v=onepage&q&f=false Niels Peter Lemche, "Early Israel: anthropological and historical studies" (Brill, 1985)] p.327</ref> Em trabalho recente, o acadêmico Stephen C. Russell traçou a tradição profética do século VIII a três variantes originalmente separadas: no [[Reino de Israel (Samária)|reino israelita]], no norte do território habitado pelos judeus, na [[Transjordânia]], e no [[reino de Judá]], ao sul. Russell propôs diferentes cenários históricos hipotéticos para cada tradição: a tradição de Israel, que envolve uma viagem do Egito à região de [[Betel]], segundo ele sugeriria uma memória de [[pastor]]es que podiam se deslocar para o Egito e de volta, em tempos de crise; para a tradição transjordaniana, que tinha como foco a fuga do Egito sem uma longa viagem, ele sugere uma memória de um abandono do domínio egípcio na região no fim da Idade do Bronze; e para Judá, no qual a tradição ficou preservada na [[Canção do Mar(referência trocada|Canção do Mar]], ele sugere a comemoração de uma vitória militar sobre o Egito, embora seja impossível saber até o momento qual seria esta vitória.<ref>[http://books.google.com.au/books?id=OMISLh2ZC08C&printsec=frontcover&dq=Images+of+Egypt+in+early+biblical+literature&source=bl&ots=pcFRmhj8cB&sig=FsAKzE4DxCrLGYYtp7C9h6JHXlU&hl=en&ei=Uw0bTZWIBoqsvgOYltiTDg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2&ved=0CCYQ6AEwAQ#v=onepage&q&f=false Stephen C. Russell, "Images of Egypt in early biblical literature" (Walter de Gruyter, 2009), p.194-197]</ref>
 
{{referências}}