Dinastia Qing: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Dbastro (discussão | contribs)
Ajustes parâmetros obseletos utilizando AWB
Linha 67:
|lema_nacional =
|hino_nacional = {{lang|zh|《鞏金甌》|nocat=true}}<br />"[[Gong Jin'ou]]"<br />("Copo de Ouro Sólido")<br /><center>[[Arquivo:Gong Jin'ou.ogg]]</center>
|idioma = [[Língua chinesa|chinês]] <ref>{{citecitar booklivro|url=http://books.google.com.au/books?id=Pk0UAAAAYAAJ&printsec=frontcover&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q=mandarin%20dialect&f=false|title=The Middle kingdom: a survey of the ... Chinese empire and its inhabitants ...|author=Samuel Wells Williams|year=1848|edition=3|editor=|publisher=Wiley & Putnam|location=New York|page=489|volume=1|accessdate=8 de maio de 2011}}.</ref>, [[Língua manchu|manchu]], [[Língua mongol|mongol]], e outras
|língua_não_oficial=
|religião = [[Budismo]]<br />[[Taoísmo]]<br />[[Confucionismo]]<br />[[Religião tradicional chinesa]]<br /> [[Lamaísmo]]
Linha 134:
A '''dinastia Qing''' ([[Língua manchu|manchu]]: ''daicing gurun''; em [[pinyin]]: ''qīng cháoe'' [[Wade-Giles]]: ''ch'ing ch'ao''; [[Língua mongol|mongol]] : ''Манж Чин Улс''; [[Língua mandarim|mandarim]]: 清朝), Também '''Império do Grande Qing''' ou '''Grande Qing''' foi a última dinastia imperial da [[China]], governando 1644-1912 com uma breve restauração abortiva em 1917. Foi precedida pela [[dinastia Ming]] e sucedida pela [[República da China]].
 
Esta dinastia teve início quando os [[Manchúria|manchus]] invadiram o norte da [[China]] em [[1644]] e derrotaram a [[dinastia Ming]]. Desta região, os manchus expandiram a dinastia para a China propriamente dita e os territórios circundantes da [[Ásia]] central, estabelecendo o Império do Grande Qing (em [[pinyin]]: ''Dà Qīng Dìguó'') <ref>{{citar web|url=http://portuguese.cri.cn/chinaabc/chapter14/chapter140111.htm|título=Dinastia Qing|autor=China ABC|data=|publicado=|acessodata=11 de fevereiro de 2012}}</ref>.
 
A Qing foi a última dinastia imperial da China; os seus imperadores ocuparam a sua capital entre [[1644]] e [[1912]] <ref>{{citar web|url=http://spanish.people.com.cn/refran/breve.htm|título=Breve cronología histórica de China|autor=Diario del Pueblo|data=|publicado=|língua2língua=es|acessodata=11 de fevereiro de 2012}}</ref>, quando, no seguimento da [[revolução de 1911|Revolução Xinhai]], uma [[República da China|república]] foi estabelecida e o último [[imperador da China]], [[Puyi|Pǔyí Xiānsheng]], [[Abdicação|abdicou]].
 
== Formação do estado Manchu ==
A dinastia Qing foi formada pela [[etnia]] [[manchu]]s minoritária, [[Nomadismo|povo nômade]] originário da região leste da [[Ásia]], que atualmente inclui o extremo nordeste da [[China]] também chamada ''Manchúria Interior'' e uma parte da [[Sibéria]].
 
O seu fundador foi [[Aisin Gioro]] líder do clã manchu da região nordeste da China. [[Nurhachi]] seu sucessor, que era originalmente um [[vassalo]] do imperador Ming, iniciou uma ação de unificação dos clãs da região conseguindo seu intento no final do século XVI. A sua principal estratégia foi a criação do sistema de governo e distribuição de poder conhecido como "Oito Bandeiras" em que todos os manchus pertenciam a uma das "Oito Bandeiras", que uniam o poder civil de uma região com unidades militares da mesma área. Por volta de 1635, [[Huang-Taiji]] o filho e sucessor de Nurhachi, conseguiu expulsar o governo Ming de [[Liaoning]], no sul da [[Manchúria]].
 
A [[dinastia Ming]] sustentada pela etnia [[Han (etnia)|han]] predominante na China, foi vencida ao longo de quase trinta anos de lutas. Em 26 de maio de 1644, a cidade de [[Pequim]] depois de uma revolta camponesa caiu frente ao exército liderado pelo general rebelde [[Li Zicheng]] <ref>{{citar web|url=http://history.cultural-china.com/en/183History5397.html|título=Li Zicheng and the Fall of the Ming Dynasty|autor=Cultural China |data=|publicado=|língua2língua=en|acessodata=11 de fevereiro de 2012}}</ref>. Durante o tumulto, o [[Imperador Chongzhen]] último imperador Ming, enforcou-se em uma árvore no [[Parque Beihai]], jardim imperial situado a noroeste da [[Cidade Proibida]].
 
== Governo e sociedade chinesa ==
Linha 150:
O império não era herdado pelo [[Ordem de sucessão|direito de nascença]]. Cada imperador decidia quem seria o seu sucessor, que poderia ser um de seus filhos ou um parente próximo do sexo masculino. O imperador era considerado o "filho do céu" e o "pai do povo", objeto de veneração obrigatória. Mas o seu protocolo de vida era muito rigoroso, que incluiu rígido ritual para toda a sua vida diária.
 
A China atingiu sua maior extensão durante o século XVIII, quando além da [[China]] faziam parte do império a [[Manchúria]] (nordeste da China ), [[Mongólia Interior]] , [[Mongólia]] , [[Xinjiang]] e o [[Tibete]]. A área destes territórios alcançavam 13 milhões km².
 
Administrativamente o império era dividido em 18 províncias todas da [[China]] propriamente dita, o número aumentou para 22 com a anexação da [[Manchúria]] e [[Xinjiang]] que foram divididas ou transformadas em províncias. Taiwan virou uma província no século XIX, e foi cedida ao [[Império do Japão]] após a [[Segunda Guerra Sino-Japonesa]] no final do mesmo século. Além disso, muitos países vizinhos, como Coreia, Vietnã e Nepal , foram os [[estado tributário|estados tributários]] da China durante a maior parte do período Qing.
Linha 195:
 
== Influência dos jesuítas ==
A missão católica na China foi confiada exclusivamente aos [[Companhia de Jesus|jesuítas]], que estavam sob a tutela do [[Padroado português]] <ref name="PMM">{{citecitar booklivro |title=Percorrendo o Oriente: A vida de António de Albuquerque Coelho, 1682-1745 |last=Martins |first=Paulo Miguel|url=http://books.google.com/books?id=KygrAQAACAAJ&dq=Percorrendo+o+Oriente&hl=pt-PT&ei=EuVxTvKOG8nMsway_eSYBw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CCsQ6AEwAA |year=1998 |publisher=Livros Horizonte| idisbn=ISBN 972-24-1046-6}}; págs. 33-40</ref>.
 
O conhecimento científico dos jesuítas aproximou a [[Igreja Católica]] do [[Imperador Kangxi]] (1662-1722). Estes missionários prestaram vários serviços à corte imperial nas áreas de [[diplomacia]], [[astronomia]], [[cartografia]] e de [[Engenharia mecânica|mecânica]] <ref name="Mantienne2">Frédéric Mantienne, ''Monseigneur Pigneau de Béhaine'', 1999, Editions Eglises d'Asie, 128 Rue du Bac, Paris, ISBN 2914402201; pág. 180</ref>. Eles também melhoraram a [[artilharia]] chinesa, o que permitiu a dinastia Qing reconquistar [[Taiwan]] em 1661, que estava em poder da Holanda <ref name="lesmissionsetrangeres1">''Les Missions Etrangères. Trois siecles et demi d'histoire et d'aventure en Asie'', Editions Perrin, 2008, ISBN 9782262025717; pág. 83</ref>.
Linha 207:
== Decadência ==
[[Ficheiro:Portrait of the Kangxi Emperor in Informal Dress Holding a Brush.jpg|thumb|esquerda|upright=0.8|[[Imperador Kangxi]].]]
[[Ficheiro:Regaining the Provincial Capital of Ruizhou.jpg|thumb|esquerda|upright=0.8|Tela retratando a [[Rebelião Taiping]] <ref>{{citar web|url=http://www.battle-of-qurman.com.cn/e/hist.htm|título=Battle of Qurman|autor=Historical Background|data=|publicado=|língua2língua=en|acessodata=12 de fevereiro de 2012}}</ref>]]
A dinastia Qing começou a declinar em função a corrupção política crescente. Os imperadores [[Jiaqing]] (1796-1820) e [[Daoguang]] (1820-1850) não deram sequência o estilo administrativo de seus antecessores, tornando o controle do Estado cada vez mais conservador e rígido.
 
Uma série de tentativas rebeldes, contra a dinastia Manchu foram iniciadas nos governos de [[Daoguang]] (1820-1850), [[Xianfeng]] (1850-1861) e [[Tongzhi]] (1861-1875), entre elas a [[Rebelião Taiping]] (1851-1864) <ref>{{citar web|url=http://www.asiawind.com/pub/forum/fhakka/mhonarc/msg01317.html|título=Results of Taiping Rebellion|autor=Britainnica|data=|publicado=|língua2língua=en|acessodata=12 de fevereiro de 2012}}</ref>.
 
O Reino Unido moveu uma guerra contra a China que ficou conhecida como a [[Primeira Guerra do Ópio]] (1839-1842). O mesmo Reino Unido mais a França e os Estados Unidos promoveram a Segunda Guerra do Ópio (1856-1860). Ambas as guerras foram perdidas, levando a China a assinar [[Tratados Desiguais|tratados desiguais]] altamente desfavoráveis em termos comerciais e perda de territórios. A cidade de [[Hong Kong]] foi cedida aos ingleses nesta oportunidade <ref>{{citar web|url=http://www.mtholyoke.edu/~amduckwo/janice/Timeline1.html|título=The Chinese and their Future, Beijing, Taipei, and Hong Kong|autor=Z. Lin, T. Robinson|data=|publicado=AEI Press|língua2língua=en|acessodata=12 de fevereiro de 2012}}</ref>.
 
A [[Primeira Guerra Sino-Japonesa|Guerra Sino-Japonesa]] (1894-1895) que tornou a [[Coreia]] independente e a ilha de [[Taiwan]] uma [[colônia]] do [[Japão]], também foi perdida de forma desatrosa pela China. Este foi o divisor de águas para o governo Qing, pois o [[Japão]] na época era considerado pelos chineses como um país sem expressão militar <ref>{{citar web |url=http://sinojapanesewar.com/|título=The First Sino Japanese War August 1, 1894 - April 17, 1895|autor=sinojapanesewar.com|data=|língua2língua=en|publicado=|acessodata=}}</ref>.
 
O [[Levante dos boxers]] (1899-1900) foi um movimento popular antiocidental e anticristão de oposição a presença de estrangeiros, era contra também a proteção legal extraterritorial e privilégios comerciais, bem como o aumento da influência cultural sobre a China. Como resposta foi formada a [[Aliança das Oito Nações]]
que contava com forças militares da [[Áustria-Hungria]], [[Terceira República Francesa|França]], [[Império Alemão]], [[Reino de Itália (1861–1946)|Itália]], [[Império do Japão|Japão]], [[Império Russo|Rússia]], [[Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda|Reino Unido]] e [[História dos Estados Unidos (1865-1918)|Estados Unidos]] <ref name="NationMaster">{{citar web |url=http://www.nationmaster.com/encyclopedia/Alliance-of-Eight-Nations |titulo=Alliance of Eight Nations
|acessodata= |acessomesdiaacessodata=14 de fevereiro de 2012 |acessoano= |autor=NationMaster |ultimo= |primeiro= |autorlink= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado= |paginas= |lingua2=en|arquivourl= |arquivodata= |citacao= }}</ref>. As tropas estrangeiras ocuparam a capital e milhares de cidadãos morreram durante a campanha. Ao final das hostilidades, o governo imperial foi forçado a assinar o desigual [[Protocolo Boxer]] de [[1901]] <ref>{{citar web|url=http://www.hkptu.org/society/pubin/fish/3287eng.htm|título=Eight-Nation Alliance (Section 4)|autor=hkptu.org|data=|publicado=|acessodata=14 de fevereiro de 2012}}</ref>. O levante fez com que aumentasse a interferência estrangeira na China, com a conseqüente diminuição da autoridade da dinastia Qing.
 
[[Puyi]] o 12º imperador (1908 -1912) da dinastia [[Qing]] e último imperador da [[China]], foi forçado a [[abdicação|abdicar]], após [[Revolução Xinhai|movimento revolucionário]] dirigido por [[Sun Yat-sen]] <ref>{{citar web|url=http://www.iolani.org/about/history/dr-sun-yat-sen|título=Dr. Sun Yat Sen|autor=Iolani Bulletin Story|data=|língua2língua=en|publicado=|acessodata=12 de fevereiro de 2012}}</ref>, a [[República da China]] foi criada em [[12 de fevereiro]] de [[1912]] <ref>{{citar web|url=http://www.sitedooriente.com/2012/01/qing-ultima-dinastia.html|título=Qing: A última dinastia|autor=Site do Oriente |data=|publicado=|acessodata=}}</ref><ref name="Imperial">{{citar web|url=http://educacao.uol.com.br/historia/china-imperial-1.jhtm|título=China imperial, Dinastia Manchu controlava sociedade agrícola|autor=Renato Cancian|data=|publicado=[[UOL|Uol Educação]]|acessodata=11 de fevereiro de 2012}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.sitedooriente.com/2012/01/qing-ultima-dinastia.html|título=Qing: A última dinastia|autor=Site do Oriente}}</ref>.
[[Ficheiro:Qing Dynasty 1820.png|thumb|centro|upright=3.0|Dinastia Qing em 1820, com províncias em amarelo, governos militares e protetorados em amarelo claro e estados tributários em laranja.]]
 
Linha 256:
== Bibliografia==
{{Refbegin|2}}
* {{citecitar booklivro | author=Cotterell, Arthur. | title=The Imperial Capitals of China - An Inside View of the Celestial Empire| location=London | publisher=Pimlico. 304 pages | year=2007 | isbn=9781845950095}}
* {{citecitar booklivro | author = Elliot, Mark C. | year = 2001 | title = The Manchu Way: The Eight Banners and Ethnic Identity in Late Imperial China|location=Stanford, CA|publisher= Stanford University Press}}
* Fairbank, John K. and Liu, Kwang-Ching, ed. ''The Cambridge History of China. Vol. 2: Late Ch'ing, 1800–1911, Part 2.'' Cambridge U. Press, 1980. 754 pp.
* {{citecitar booklivro | author=Paludan, Ann. | title=Chronicle of the China Emperors| location=London | publisher=Thames & Hudson. 224 pages | year=1998 | isbn=0-500-05090-2}}
* Peterson, Willard (ed.). (2002). ''The Cambridge History of China'', Volume 9, [http://books.google.com/books?hl=en&id=hi2THl2FUZ4C&dq=%22cambridge+history+of+china%22+%22ch'ing+empire+to+1800%22&printsec=frontcover&source=web&ots=1MuidKyOkv&sig=nliAzx3D9Ddk4zJB8YDyXSbIXek&sa=X&oi=book_result&resnum=1&ct=result ''Part One: The Ch'ing Empire to 1800'']. Cambridge: Cambridge University Press. [[Special:BookSources/0521243343|ISBN 0-521-24334-3, 9780521243346]].
* Rawski, Evelyn S. ''The Last Emperors: A Social History of Qing Imperial Institutions'' (2001) [http://content.cdlib.org/ark:/13030/ft8d5nb4v4/?&query=&brand=ucpress complete text online free]
* {{citecitar booklivro | author = Spence, Jonathan | year = 1990 | title=The Search for Modern China | location = New York | publisher = W. W. Norton & Company}}
* {{citecitar booklivro | author=Jonathan Spence | title=God's Chinese Son: The Taiping Heavenly Kingdom of Hong Xiuquan | location = New York | publisher = W. W. Norton & Company | year = 1997}}
* Struve, Lynn A., ed. ''The Qing Formation in World-Historical Time.'' (2004). 412 pp.
* {{citecitar booklivro | author=Struve Lynn A. | title=Voices from the Ming-Qing Cataclysm: China in Tigers' Jaws| location=Yale | publisher=Yale University Press. 312 pages | year=1968 | isbn=0300075537, 9780300075533}} [http://www.amazon.com/dp/0300075537 excerpt and text search]
*Li Bo, Zheng Yin, ''5000 years of Chinese history''. Inner Mongolian People's publishing corp, ISBN 7-204-04420-7 (2001).
* Luca Gabbiani, ''Pékin à l'ombre du mandat céleste : vie quotidienne et gouvernement urbain sous la dynastie Qing (1644-1911)''. l'École des hautes études en sciences sociales, 2011. 287 p. ISBN 978-2-7132-2289-4. Site EHESS : [http://lettre.ehess.fr/2398]