Jubiabá: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
→‎Ver também: Adição de conteúdo
Etiquetas: Edição via dispositivo móvel Edição feita através do sítio móvel
m Desfeita a edição 46439328 de Edu Santoos Ligações repetidas e/ou erradas (ambíguas)
Linha 21:
}}
 
'''Severiano Manoel de Abreu''' ou '''Jubiabá''' ([[20 de abril]] de [[1886]] - [[28 de outubro]] de [[1937]]) foi um [[babalorixá]] do [[Candomblé]] e [[capitão]] do [[Exército]] de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], [[Bahia]]. Recebia o caboclo '''[[Jubiabá]]''', que foi o [[caboclo]] mais famoso da Bahia, a ponto de chamarem o [[pai- de- santo]] pelo nome do [[caboclo na Umbanda|caboclo]]. Foi [[pai- de- santo]] do não menos famoso babalorixá [[Joãozinho da Goméia]] que recebia o [[Candomblé de Caboclo|caboclo Pedra Preta]]<ref>[http://www.oriaxe.com.br/especialjoaodagomeia.htm Joaõzinho da Goméia]</ref>
 
== A controversa personalidade de Jubiabá ==
O primeiro texto da série de notas, artigos e reportagens sobre a cultura afro-baiana foi publicado em ''O Estado da Bahia'' no dia 09 de maio de 1936 com o título “As ‘macumbas’ através de interessantes reportagens do Estado da Bahia” e o subtítulo “Jubiabá, o célebre ‘pai de santo’, ouvido por nós, faz sensacionais revelações”.<ref name="onegro">CLAY, Vinícius, [http://www.facom.ufba.br/pex/viniciusclay.doc ''O Negro em "O Estado da Bahia" publicado de 09 de maio de 1936 a 25 de janeiro de 1938'']</ref> Trata-se de uma nota criada para anunciar a série de reportagens que viria a ser publicada nos meses seguintes. Para a primeira delas, foi escolhido o nome do pai de santo Jubiabá, um dos mais famosos de seu tempo, líder religioso de um [[candomblé de caboclo]] no Morro da Cruz do Cosme. ''Jubiabá'', também, era o título do mais recente romance publicado por [[Jorge Amado]], o que despertava ainda mais a curiosidade em torno de sua imagem. Como veremos mais tarde, numa sequência de três reportagens, ''Jubiabá'' e [[Jorge Amado]] travam uma deselegante discussão através das páginas do jornal por causa do romance.<ref>[http://www.desafio.ufba.br/gt1-007.html Jorge Amado e Severiano]</ref>
 
Em 11 de maio de 1936, O Estado da Bahia publica a entrevista com Severiano Manoel de Abreu, com o título “No mundo cheio de mistérios dos espíritos e ‘[[pai]]s‘pais de [[santo]]s’”santos’”, acompanhado por dois subtítulos. O primeiro: “Iniciando uma larga reportagem sobre espiritismo e candomblés o Estado da Bahia viu e ouviu o famoso Jubiabá, herói do último romance de Jorge Amado”. E mais abaixo: “De incrédulo a médium curador – Cruz do Cosme e seu reduto – Até entre os espíritos há melindres e vaidades – Pai de 22 filhos vivos e influência política”.<ref name="onegro" />
 
Jubiabá novamente é apontado como o personagem do romance homônimo de [[Jorge Amado]], dito vaidoso e detentor de influência política. As ligações políticas do capitão Severiano Manoel de Abreu com membros e assessores do [[governo]], a exemplo de Martinelli Braga, oficial de gabinete do governador Juracy Magalhães, são destacadas nas entrevistas, inclusive por ele mesmo. Elas conferiam prestígio ao pai de santo, possibilitavam a troca de favores, atraíam benfeitorias para a comunidade e contribuíam para preservar sua casa de culto da violência [[policial]].<ref name="onegro" />
 
O [[preconceito]] explícito nas páginas dos jornais da época praticamente se restringia às religiões de origens africanas e indígenas, enquanto o [[espiritismo]] e o [[ocultismo]], de raízes europeias, eram mais aceitos socialmente, consideradas doutrinas mais “civilizadas”, como denota este trecho da entrevista:
{{Quote|Mesmer e Flamarion, Cagliostro e muitos outros fizeram admiradores e fervorosos [[prosélito]]s, com os seus passes, livros ou trues [sic] hábeis e impressionantes.
 
Ao lado destas e outras crenças em que a grande família humana se divide, o fetichismo tem também o seu grande número de fiéis entre os [[africanos]] e [[indígenas]] de outras raças até mais ou menos civilizadas.
 
Por sua vez a legião de espíritos é numerosíssima, congregando em torno dos centros e associações mediúnicas milhares de crentes em curas e milagres, melhoria de condições financeiras ou de afeto que se afasta.