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'''Você''' é VOCÊ ENTENDEU, OEIHFJIOEHFUOHEFUOFHEFHUIFHFEI VOCÊ E VOCÊ.
'''Você''' é um pronome pessoal de tratamento. Refere-se à segunda pessoa do discurso, mas, por ser pronome de tratamento, é empregado na terceira pessoa (como "ele" ou "ela"). Sua origem [[etimologia|etimológica]] encontra-se na expressão de tratamento de deferência ''vossa mercê'', que se transformou sucessivamente em ''vossemecê'', ''vosmecê'', ''vancê'' e ''você.'' ''Vossa mercê'' (''mercê'' significa ''graça, concessão'') era um tratamento dado a pessoas às quais não era possível se dirigir pelo pronome ''tu''<ref name="ref3" >Sousa, Valêria Viana. Os (des)caminhos do você: uma análise sobre a variação e mudança na forma, na função e na referência do pronome você. [http://www.cchla.ufpb.br/ppgl/images/Valeria_Viana_Sousa.pdf| Tese de Doutorado], Doutorado em Letras, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa: 2008, 223 p. Acesso em: 27 de novembro de 2014. </ref>.
 
Em [[Língua galega|galego]] a expressão se transformou no termo ''vostede'', em [[Língua castelhana|castelhano]] o palavra eqüivalente é ''usted'' (originária de ''"Vuestra Merced"'') e em [[Língua catalã|catalão]] ''vosté''.
 
==História==
Inicialmente, ''mercê'' era o elevado tratamento dado na terceira pessoa aos reis de [[Portugal]], durante a dinastia de Borgonha, e inícios da [[dinastia de Avis]] que se lhe seguiu. No [[século XV]], quando os soberanos portugueses adotaram o chamamento de ''alteza'' (''vossa alteza'', e ''sua alteza'') foi o título de ''mercê'' começado a ser dado às principais figuras do Reino, nas principais casas fora da Família Real, generalizando-se a dado passo como forma de tratamento adotada pelos fidalgos entre si. Este processo é lento e gradual, mantendo-se alternativamente o tratamento antigo por ''vós'' em certos setores mais elevados da sociedade portuguesa, paralelamente ao de vossa mercê. O tu já então era reservado apenas às classes burguesas, e populares, utilizado na nobreza apenas quando existisse grande grau de intimidade, geralmente intimidade familiar, e de superiores para inferiores (pais para filhos, avós para netos, fidalgos para criados e populares). Os inferiores em dignidade (sobrinhos para tios, criados para patrões etc.) respondiam ao tu com que eram tratados na terceira pessoa, ou por vós, ou pelo tratamento correspondente à dignidade reconhecida à pessoa mais importante durante o diálogo.
 
Com a sucessiva [[barroco|barroquização]] dos tratamentos régios na [[Europa]], os monarcas portugueses, não podendo hierarquicamente serem oficialmente designados por formas de chamamento já abandonadas por outros soberanos, viram-se obrigados a acompanhar o movimento geral.
 
Assim, à medida que os soberanos portugueses foram sucessivamente reservando para si os chamamentos superiores de ''majestade'' (''vossa majestade'', ''sua majestade''), e de ''majestade fidelíssima'' (''vossa majestade fidelíssima'', e ''sua majestade fidelíssima''), verificou-se uma inflação dos mesmos nos degraus seguinte da pirâmide social da nobreza.
 
O tratamento de "vossa excelência" surgiu no [[século XVI]], depois de D. Sebastião ter adoptado o título de "majestade" para os reis de Portugal. Posteriormente, o título passou a ser considerado um privilégio oficial e exclusivo dos Duques de Bragança<ref name="ref4" >RUMEU, Márcia Cristina de Brito. Vestígios da pronominalização de Vossa Mercê > Você em missivas cariocas e mineiras: uma incursão pelo português brasileiro escrito nos séculos XIX e XX. [http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2012/10/artigo-3.pdf| Veredas Atemática], v. 16, n. 2, p. 36- 55, 2012. Acesso em: 27 de novembro de 2014. </ref>, por determinação de D. Filipe I, monarca da coroa espanhola e herdeiro da coroa portuguesa, como forma de facilitar a aceitação da [[União Ibérica]]. Este mesmo título, "vossa excelência" , foi depois generalizando, gradualmente, a outros duques portugueses, e finalmente a todos os grandes do Reino, incluindo todos os fidalgos portugueses - sendo a restante nobreza chamada de ''senhoria (vossa senhoria, sua senhoria).''
 
No século XIX, sendo os ministros de Estado [[Portugal|portugueses]] e [[Brasil|brasileiros]], os grandes, os bispos, os conselheiros, e a fidalguia lusófona em geral tratados pelo título que lhes era reservado de ''excelência'' (''vossa excelência'', ''sua excelência''), o alargado e diminuído tratamento de ''vossa mercê'', contraído no seu uso coloquial em ''vossemecê'', e ''vosmecê'', já estava tão generalizado na Lusofonia que [[Camilo Castelo Branco]] ironiza a respeito, escrevendo de modo risonho que o seu merceeiro se ofendera por ele corajosamente o ter tratado por ''você. S''egundo Camilo, o lojista quereria ser tratado por ''senhoria'' (''vossa senhoria'', ''sua senhoria''), que era o tratamento intermédio então ainda reservado a toda a nobreza distinta em geral, sem foros de fidalguia principal; ou seja, aos escalões médios e inferiores da nobreza, antes da mesma passar a chamar-se ''excelentíssima'' (''excelentíssimo senhor''), abandonando o título de ''senhoria'' (''vossa senhoria, ilustríssimo senhor'') aos burgueses e ao povo.
 
Com a implantação de regimes republicanos, mantém-se oficialmente em [[Portugal]] e no [[Brasil]] o tratamento oficialmente obrigado de ''excelência'' para os chefes de Estado, [[primeiros-ministros]], ministros e algumas outras altas dignidades eclesiásticas e civis, sendo os restantes tratamentos usados cada vez menos, em meras formas de cortesia facultativa e cada vez mais em desuso.
 
Entretanto, o simples tratamento por "vós", que se mantém em outras línguas latinas, como o [[língua francesa|francês]] e o [[língua espanhola|espanhol]], tem vindo a desaparecer do uso coloquial da língua portuguesa. Destaca-se que o "vós" ainda é usado na prática [[liturgia|litúrgica]], em formalidades, em certas regiões de Portugal e em romances históricos.
 
Em certas regiões de Portugal, especialmente nas zonas desenvolvidas como as cidades, o tratamento por você é considerado diminuidor, tradicionalmente a resposta é "você é linguagem de estrebaria!", e é considerado até uma forma de insulto ou de desvalorização<ref name="ref2" >GONÇALVES, Clézio Roberto. De vossa mercê a cê: caminhos, percursos e trilhas. [http://www.filologia.org.br/xiv_cnlf/tomo_3/2535-2550.pdf| Cadernos do CNLF], v. 14, n. 4, tomo 3, p. 2535- 2550, 2010. Acesso em: 27 de novembro de 2014. </ref>. Neste contexto mais formal, o você é substituído por "senhor", "senhora" ou, na maioria das vezes, simplesmente não se recorre a um sujeito: "Por favor, limpe o chão que eu sujei".
 
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