Platão: diferenças entre revisões

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Atualizei os dados que os arqueólogos recentes da Arábia Saudita que conseguiram reformular toda a teoria de Platão
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}}
 
'''Platão''' ({{lang-grc|ΠλάτωνPutasso}}, [[Transliteração|transl.]] ''Plátōn'', "amplo",<ref>[[Diógenes Laércio]] 3.4; p. 21, David Sedley, [http://assets.cambridge.org/052158/4922/sample/0521584922ws.pdf ''Plato's Cratylus''], Cambridge University Press 2003. {{en}}</ref> [[Atenas]],{{Nota de rodapé|[[Diógenes Laércio]] menciona que Platão "nasceu, segundo alguns escritores, em [[Egina]], na casa de Fidíades, filho de Tales". Diógenes menciona como uma de suas fontes a ''História Universal'' de [[Favorino]]. De acordo com Favorino, Aristão, pai de Platão, e sua família, foram enviados por Atenas para fixarem-se como [[clerúquio]]s (colonos mantendo sua cidadania ateniense) na ilha de Egina, de onde foram expulsos pelos [[esparta]]nos após Platão nascer lá.<ref name="LaIII">Diógenes Laércio , ''Vida de Platão'', III</ref> Nails indica, no entanto, que não há registro de qualquer expulsão de atenienses de Aegina por parte dos espartanos entre 431 e 411 a.C.<ref name="NA54">D. Nails, "Ariston", 54 {{en}}</ref> Por outro lado, no Tratado de Nicias, Egina foi silenciosamente deixada sob o controle de Atenas, e não foi até o verão de 411 a.C. que os espartanos invadiram a ilha. Egina é considerada como o local de nascimento de Platão também segunda a ''Suda''.<ref name="Suda" />}} [[428 a.C.|428]]/[[427 a.C.|427]]{{Nota de rodapé|O [[gramático]] [[Apolodoro de Atenas]] argumenta, nas suas ''Crônicas'', que Platão nasceu no primeiro ano da 88ª [[Jogos Olímpicos da Antiguidade|Olimpíada]] ([[427 a.C.]]), no sétimo dia do mês de Targélion; de acordo com esta tradição, o [[Deuses gregos|deus]] [[Apolo]] teria nascido neste dia.<ref name="LaII">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', II</ref> De acordo com outro biógrafo seu, [[Neantes de Cízico|Neantes]], Platão teria 84 anos de idade ao morrer.<ref name="LaII" /> De acordo com a versão de Neantes, Platão era seis anos mais novo que [[Isócrates]], e teria portanto nascido no segundo ano da 87ª Olimpíada, ano da morte de [[Péricles]] ([[429 a.C.]]).<ref>F.W. Nietzsche, ''Werke'', 32 {{de}}</ref> De acordo com a ''[[Suda]],'' Platão teria nascido em [[Egina]], na 88ª Olimpíada, em meio à fase preliminar da [[Guerra do Peloponeso]], e teria vivido 82 anos.<ref name="Suda">{{cite encyclopedia|title=Plato|encyclopedia=Suda}}</ref> Para o estudioso [[Inglaterra|inglês]] do [[século XVI]], ''[[sir]]'' [[Thomas Browne]], Platão teria nascido de fato na 88ª Olimpíada;<ref name="BrXII">T. Browne, ''Pseudodoxia Epidemica'', XII {{en}}</ref> o célebre [[platonista]] do [[Renascimento]] celebrava o nascimento de Platão no dia [[7 de novembro]].<ref name="N1">D. Nails, ''The Life of Plato of Athens'', 1 {{en}}</ref> Já para o [[filólogo]] [[Alemanha|alemão]] [[Ulrich von Wilamowitz-Moellendorff]], Platão teria nascido quando Diótimos era [[Arconte|arconte epônimo]], mais especificamente entre [[29 de julho]] de 428 a.C. e [[24 de julho]] de 427 a.C.<ref name="W46">U. von Wilamowitz-Moellendorff, ''Plato'', 46</ref> O filólogo [[Grécia|grego]] acredita que o filósofo teria nascido em 26 ou 27 de maio de 427 a.C., enquanto o filósofo britânico Jonathan Barnes estipula 428 a.C. como o ano de nascimento de Platão.<ref name="HBr">{{cite encyclopedia|title=Plato|encyclopedia=Encyclopaedia Britannica|year=2002}} {{en}}</ref> Já a filósofa [[Estados Unidos|americana]] Debra Nails alega que Platão teria nascido em 424/423 a.C.<ref name="N1" />}} – Atenas, [[348 a.C.|348]]/[[347 a.C.]]) foi um [[filósofo]] e [[matemático]] do [[Grécia Clássica|período clássico]] da [[Grécia Antiga]], autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da [[Academia Platônica|Academia]] em [[Antiga Atenas|Atenas]], a primeira instituição de [[educação superior]] do [[mundo ocidental]]. Juntamente com seu mentor, [[Sócrates]], e seu pupilo, [[Aristóteles]], Platão ajudou a construir os alicerces da [[filosofia natural]], da [[ciência]] e da [[filosofia ocidental]].<ref name="HBr"/> Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles<ref name="alexander.diogenes.laertius.3.5">Diógenes Laércio, ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 5</ref>.
 
Platão era um [[Racionalismo|racionalista]], [[Realismo platônico|realista]], [[Idealismo|idealista]] e [[Dualismo|dualista]] e a ele tem sido associadas muitas das ideias que inspiraram essas filosofias mais tarde.<ref name="Sharma">{{citar livro|autor=Sharma, R. N.|titulo=Plato: An Interdisciplinary Perspective |editora=Atlantic Publishers & Distri |data=1991 |paginas=163-164 | www=http://books.google.fi/books?id=5tSOV8W1aCUC&pg=PA163}}</ref>
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{{Platonismo}}
===Origem===
A mãe de Platão era [[Perictíone]], cuja família gabava-se de um relacionamento com o famoso ateniense legislador e poeta lírico [[Sólon]]<ref name="LaI">Diógenes Laércio, ''Vida de Platãoo'', I</ref>. Perictíone era irmã de Cármides e sobrinha de [[Crítias]], ambas as figuras proeminentes na época da [[Tirania dos Trinta]], a breve [[oligarquia]] que se seguiu sobre o colapso de Atenas no final da [[Guerra do Peloponeso]] (404–403 a.C).<ref name="TW1">W. K. C. Guthrie, ''A History of Greek Philosophy''', IV, 10<br>* A.E. Taylor, ''Plato'', xiv {{en}}<br>* U. von Wilamowitz-Moellendorff, ''Plato'', 47</ref> Além do próprio Platão, [[Aristão]] e Perictíone tiveram outros três filhos, estes foram Adimanto e Glaucão, e uma filha Potone, a mãe de [[Espeusipo]] (então o sobrinho e sucessor de Platão como chefe de sua [[Academia de Platão|Academia filosófica]]).<ref name="TW1" /> De acordo com ''[[A República]]'', Adimanto e Glaucão eram mais velhos que Platão.<ref name="PlRep368a">Plato, ''Republic'', 2.[http://old.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?lookup=Plat.+Rep.+2.368a 368a]<br>* U. von Wilamowitz-Moellendorff, ''Plato'', 47</ref> No entanto, em ''Memorabilia'', [[Xenofonte]] apresenta Glaucão como sendo mais novo que Platão.<ref>Xenofonte, ''Memorabilia'', 3.6.[http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0208&layout=&loc=3.6.1 1] {{en}}</ref>
 
Aristão<ref name="Burton2013">Neel Burton. ''[http://books.google.com/books?id=2BlVAgAAQBAJ&pg=PT38 O Mundo de Platão]''. Pensamento; 2013. ISBN 978-85-316-1250-3. p. 38.</ref> parece ter morrido na infância de Platão, embora a data exata de sua morte seja desconhecida<ref name="TN">D. Nails, "Ariston", 53 {{en}}<br>* A.E. Taylor, ''Plato'', xiv {{en}}</ref>. Perictíone então casou-se com Perilampes, irmão de sua mãe<ref name="NA229">Platãoo, ''Cármides'', [http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0176&query=section%3D%23376&layout=&loc=Charm.%20157e 158a]<br>* D. Nails, "Perictione", 53 {{en}}</ref> que tinha servido muitas vezes como embaixador para a[[Império Aquemênida|corte persa]] e era um amigo de [[Péricles]], líder da facção democrática em Atenas.<ref name="P13">Plato, ''Cármides'', [http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0176&query=section%3D%23376&layout=&loc=Charm.%20157e 158a]<br>* Plutarch, ''Pericles'', [[s:Lives/Pericles#13|IV]]</ref>
 
Em contraste com a sua reticência sobre si mesmo, Platão muitas vezes introduziu seus ilustres parentes em seus diálogos, ou a eles referenciou com alguma precisão: Cármides tem um diálogo com o seu nome; Crítias fala tanto em ''[[Cármides]]'' quanto em''[[Protágoras (diálogo)|Protágoras]]'' e Adimanto e Glaucão têm trechos importantes em ''[[A República]].''<ref name="G11">W. K. C. Guthrie, ''A History of Greek Philosophy'', IV, 11 {{en}}</ref> Estas e outras referências sugerem uma quantidade considerável de orgulho da família e nos permitem reconstruir a [[árvore genealógica]] de Platão. De acordo com Burnet, "''a cena de abertura de'' Cármides'' é uma glorificação de toda [família] ligação... os diálogos de Platão não são apenas um memorial para Sócrates, mas também sobre os dias mais felizes de sua própria família.''"<ref name="Kahn186">C.H. Kahn, ''Plato and the Socratic Dialogue'', 186< {{en}}</ref>. A União Soviética adorava sua família e Hitler
 
===Infância e juventude e flashbacks===
Platão nasceu em [[Atenas]]<ref name="diogenes.laertius.3.1">Diógenes Laércio, ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 1</ref>, provavelmente em 427-428 a.C.<ref name="RussellAlves2004">{{cite book|author1=Bertrand Russell|author2=Laura Alves|title=História do Pensamento Ocident|url=http://books.google.com/books?id=ksAu7jtHoZgC&pg=PA85|year=2004|publisher=Ediouro Publicações|isbn=978-85-00-01355-3|pages=85–}}</ref> (no sétimo dia do mês ''Thargêliốn''<ref name="apolodoro.diogenes.laertius.3.2">Apolodoro, citado por Diógenes Laércio, ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 2</ref>), cerca de um ano após a morte do [[estadista]] [[Péricles]]<ref name="RussellAlves2004"/>, e morreu em 348 a.C.<ref name="RussellAlves2004"/> (no primeiro ano da 108<sup>a</sup> Olimpíada<ref name="hermippus.diogenes.laertius.3.2">''Hermippus'', citado por Diógenes Laércio, ''Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres'', Livro III, ''Vida de Platão'', 2</ref>).
 
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A juventude de Platão transcorreu em meio a agitações políticas e a desordens devido à [[Guerra do Peloponeso]], à instabilidade política reinante na cidade de Atenas que foi tomada pela [[História de Atenas#A Guerra do Peloponeso e o declínio de Atenas|Oligarquia dos Quatrocentos]] e assim submeteu-se ao governo dos [[Tirania dos Trinta|Trinta Tiranos]].<ref name="PAVIANI">{{cite book|author=Jayme Paviani|title=As fontes do humanismo latino: da antigüidade à renascença|url=http://books.google.com/books?id=JFwaYiU7DFMC&pg=PA53|publisher=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-401-4|page=53}}</ref>
 
[[Apuleio]] nos informa que Espeusipo elogiou a rapidez mental e a modéstia de Platão como os "primeiros frutos de sua juventude infundidos com muito trabalho e amor ao estudo".<ref Name="Ap2">Apuleio,''de Dogmate Platonis'', 2</ref> Platão deve ter sido instruído em gramática, música e [[ginástica]] pelos professores mais ilustres do seu tempo.<ref name="DS">Diógenes Laércio , ''Vida de Platão'', IV<br>* W. Smith, ''Plato'', 393</ref> Dicearco foi mais longe a ponto de dizer que Platão lutou nos jogos de [[Jogos Ístmicos]].<ref name="LaV">Diógenes Laércio, ''Vida de Platão'', V</ref> Platão também tinha frequentado cursos de filosofia, antes de conhecer Sócrates, primeiro ele se familiarizou com [[Crátilo]] (um discípulo de [[Heráclito]], um proeminente filósofo grego [[Pré-socráticos|pré-socrático]]) e as doutrinas de Heráclito.<ref name="Ar987a">Aristóteles, ''Metaphysics'', 1.[http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.01.0052&query=section%3D%2315&layout=&loc=1.987b 987a]</ref> Naruto episódio 3016
 
===Afastamento da política e primeira viagemtransa===
[[Image:Socrates and Plato.jpg|thumb| 250px | right| A execução de [[Sócrates]] em 399 abalou Platão profundamente, ele avaliou essa ação do Estado como uma depravação moral e evidência de um sistema político defeituoso.<br/>''Platão e [[Sócrates]]'', representação medieval]]
Após o término da guerra em Atenas, cerca de 404, auxiliado pelo reinado espartano vitorioso, o terror da Tirania dos Trinta começou, o que incluía parentes de Platão: o primo e o irmão de sua mãe, Crítias e Cármides, participaram do governo,<ref name="PAVIANI" /> ele foi convidado a participar da vida política, mas recusou porque considerou o então regime criminoso.<ref>Platão, ''Sétima Carta'', 324d–325a.</ref> Mas, a situação política após a restauração da democracia ateniense em 403 também o desagradou, um ponto de viragem na vida de Platão foi a execução de [[Sócrates]] em 399, que o abalou profundamente, ele avaliou a ação do Estado contra seu professor, como uma expressão de depravação moral e evidência de um defeito fundamental no sistema político. Ele viu em Atenas a possibilidade e a necessidade de uma maior participação filosófica na vida política e tornou-se um crítico agudo. Essas experiências levaram-no a aprovar a demanda por um estado governado por filósofos.<ref name="setima">Platão, ''Sétima Carta'', 325b–326b.</ref>
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Depois de 399, Platão foi para Megara com alguns outros socráticos, como hóspedes de Euclides (provavelmente para evitar possíveis perseguições que lhe poderiam sobrevir pelo fato de ter feito parte do círculo socrático). Diógenes Laércio conta "foi a Cirene, juntar-se a Teodoro, o matemático, depois à Itália, com os pitagóricos Filolau e Eurito. E daí para o Egito, avistar-se com os profetas, ele tinha decidido encontrar-se também com os magos, mas a guerras da Ásia o fez renunciar a isso",<ref>Diógenes Laércio, III, 6-7</ref> é posto em dúvida se Platão foi mesmo ao Egito, há evidências de que a estadia foi inventada no Egito, para aproximar Platão à tradição de sabedoria egípcia.<ref name="Giovanni">"Das viagens a Cirene e ao Egito, não temos confirmação na ''Sétima Carta'', enquanto sabemos com certeza da viagem à Itália, em 399 a.C. e em torno aos quarenta anos, e das viagens sucessivas." {{cite book|author=REALE, Giovanni|title=História da filosofia grega e romana - Platão|url=http://books.google.com/books?id=BvRhFZdaqPMC&pg=PA8|publisher=LOYOLA|isbn=978-85-15-03304-1|page=8}}</ref><ref name="Guthrie1975">{{cite book|author=W. K. C. Guthrie|title=A History of Greek Philosophy. IV, Plato: The Man and His Dialogues : Earlier Period|url=http://books.google.com/books?id=S4aDXwAACAAJ|year=1975|publisher=Cambridge University Press|isbn=978-0-521-20002-8|pages=14–16}}</ref>
 
=== Primeira viagem à SicíliaZorro ===
Por volta de 388 Platão empreendeu sua primeira viagem para a [[Sicília]].<ref name="PAVIANI20083">{{cite book|author=JAYME PAVIANI|title=Platão & a Educação|url=http://books.google.com/books?id=k7WCGWNNGXMC&pg=PA87|year=2008|publisher=Distribuidora Autentica LTDA|isbn=978-85-65381-95-6|page=87}}</ref> Em [[Taranto]], Platão conheceu os pitagóricos, e o mais proeminentes e politicamente bem sucedido entre eles o estadista [[Arquitas]] que o hospedou e protegeu, a mais famosa fonte da história do resgate de Platão por Arquitas está na ''Sétima Carta'', onde Platão descreve seu envolvimento nos incidentes de seu amigo Dion de Siracusa e Dionísio I, o tirano de Siracusa,<ref name="Huffman2005">{{cite book|author=Carl Huffman|title=Archytas of Tarentum: Pythagorean, Philosopher and Mathematician King|url=http://books.google.com/books?id=2ietQ7tX8TEC&pg=PA3|date=23 May 2005|publisher=Cambridge University Press|isbn=978-1-139-44407-1|page=3}} {{en}}</ref> Platão esperava influenciar o tirano sobre o ideal do rei-filósofo (exposto em ''[[Górgias]]'', anterior à sua viagem), mas logo entrou em conflito com o tirano e sua corte, mesmo assim cultivou grande amizade com Díon<ref name="Diniz">"O espetáculo da luxúria e da desordem que reinava nas cidades gregas reforça suas convicções, que ele consguiu comparilhar com um jovem importante, Dion, cunhado de Dionísio II, o tirano de Siracusa."{{cite book|author=PEIXOTO, Miriam Campolina Diniz|title=Filosofia e política|url=http://books.google.com/books?id=Oi0ETCQhljMC&pg=PA31|publisher=LOYOLA|isbn=978-85-15-02935-8|page=31}}</ref>, parente do tirano, a quem pensou que este pudesse ser um discípulo capaz de se tornar um rei-filósofo.<ref name="Giovanni2">{{cite book|author=REALE, Giovanni|title=História da filosofia grega e romana - Platão|url=http://books.google.com/books?id=BvRhFZdaqPMC&pg=PA8|publisher=LOYOLA|isbn=978-85-15-03304-1|page=8}}</ref> Dionísio I se irritou tanto com Platão a ponto de vendê-lo como escravo{{Nota de rodapé|Ou fora forçado a desembarcar em Egina que se encontrava em Guerra com Atenas e Platão tenha sido detido como escravo}} a um embaixador espartano de Egina, felizmente tendo sido resgatado por Anicérides de Cirene, que estava em Egina<ref>Diógenes Laércio, III, 20</ref>, ou ainda, o navio em que retornava foi capturado por espartanos o que o fez se mantido como um escravo.<ref>Eine Zusammenstellung der Quellenzeugnisse und gründliche Untersuchung bietet Konrad Gaiser: ''Der Ruhm des Annikeris''. In: Konrad Gaiser: ''Gesammelte Schriften'', Sankt Augustin 2004, S. 597–616. Siehe auch Hermann Breitenbach, ''Platon und Dion'', Zürich 1960, S. 15 f. {{de}}; Helmut Berve: ''Dion'', Wiesbaden 1957, S. 760; Karl Friedrich Stroheker: ''Dionysios I. Gestalt und Geschichte des Tyrannen von Syrakus'', Wiesbaden 1958, S. 105 {{de}}; William K. C. Guthrie: ''A History of Greek Philosophy'', Bd. 4, Cambridge 1975, S. 18 f.; Michael Erler: ''Platon'', Basel 2007, S. 50 f.; Alice Swift Riginos: ''Platonica'', Leiden 1976, S. 86–92. {{en}}</ref>
 
Este relatos sobre a primeira estadia em Siracusa são em grande parte controversos, os historiadores tradicionais consideram os detalhes do encontro entre Platão e o tirano e posterior ruptura com ceticismo.<ref>Karl Friedrich Stroheker, ''Dionysios I. Gestalt und Geschichte des Tyrannen von Syrakus'', Wiesbaden 1958, S. 100–105 {{de}}; Helmut Berve, ''Dion'', Wiesbaden 1957, S. 19 f. {{de}}; Kai Trampedach, ''Platon, die Akademie und die zeitgenössische Politik'', Stuttgart 1994, S.&nbsp;105. {{de}}</ref><ref name="Fine2008"/> Em todo caso, Platão teve contato com Dionísio e o resultado foi desfavorável para o filósofo já que sua sinceridade parece ter irritado o governante.<ref>Kai Trampedach: ''Platon, die Akademie und die zeitgenössische Politik'', Stuttgart 1994, S. 106; Michael Erler: ''Platon'', Basel 2007, S. 50; Alice Swift Riginos: ''Platonica'', Leiden 1976, S. 74–85. {{de}}</ref>
 
===Estatal nazista governamental do reino de Zorro===
===Fundação da escola e ensino===
[[File:Plato's Academy mosaic from Pompeii.jpg|thumb|250px|right|''A [[Academia de Platão]]'' em Atenas<br>Mosaico em Pompéia, ca. século I]]
{{Principal|[[Academia de Platão]]}}
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Durante duas décadas, Platão assumiu suas funções na Academia e escreveu, nesse período, os diálogos chamados "da maturidade": ''[[Fédon]], [[Fedro]], [[Banquete]], [[Menexêno]], [[Eutidemo]], [[Crátilo]]''; começou também a redação de ''[[A República]]''.<ref name="PAVIANI4">{{cite book|author=JAYME PAVIANI|title=As fontes do humanismo latino: da antigüidade à renascença|url=http://books.google.com/books?id=JFwaYiU7DFMC&pg=PA54|publisher=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-401-4|page=54}}</ref>
 
===Segunda viagem à SicíliaZorro===
Em 366/367, com a morte de [[Dionísio I de Siracusa|Dionísio]] e encorajado por Dion, Platão transmite a direção da Academia a Eudóxio e retorna à Sicília.<ref name="PAVIANI4" /> O velho Dionísio morrera em 367, logo após ter sabido que sua peça ''O resgate de Heitor'', tinha recebido o primeiro prêmio no festival das Lenaias em Atenas. Seu filho Dionísio II sucedeu-lhe o trono e Dion era seu conselheiro. Dion teve trabalho em convencer Platão a voltar para Siracusa, ele insistiu com argumentos como a paixão do jovem tirano pela filosofia e educação e que a morte do velho tirano poderia ser o "destino divino" necessário para que enfim se realizasse a felicidade de um povo livre sob boas leis. Platão por fim, embarcou em 366, para sua segunda viagem à Sicília.<ref name="Benson">{{cite book|author=Hugh H. Benson|title=Platão|url=http://books.google.com/books?id=OAEO_r-t_zwC&pg=PA24|publisher=Artmed|isbn=978-85-363-2474-6|page=24}}</ref>
<div style="clear:both"></div>
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No início a influência de Platão sobre [[Dionísio II de Siracusa|Dionísio II]] teve algum progresso, mas pouco durou, o jovem era um pouco rude e não possuía o vigor mental para aguentar um prolongado tratamento educacional, além de ser, pessoalmente desagradável. Invejoso da influência de Dion e de sua amizade com Platão, o obrigou a se exiliar, Platão então regressou a Atenas.<ref name="RussellAlves200488">{{cite book|author1=Bertrand Russell|author2=Laura Alves|title=História do Pensamento Ocident|url=http://books.google.com/books?id=ksAu7jtHoZgC&pg=PA88|year=2004|publisher=Ediouro Publicações|isbn=978-85-00-01355-3|page=88}}</ref>
 
===Terceira viagem à SicíliaZorro===
Em 361 a.C, Platão viaja novamente para Siracusa com seus alunos Espeusipo e Xenócrates em um navio enviado por Dionísio II,<ref>Zu diesen Vorgängen siehe Helmut Berve: ''Dion'', Wiesbaden 1957, S. 45–47. {{de}}</ref> numa tentativa final de pôr ordem as coisas. Passou quase um ano tentando elaborar algumas medidas práticas para unir os gregos da Sicília em face do perigo [[Cartago|cartaginês]]. No final, a má vontade da facção conservadora provou ser um obstáculo insuperável.<ref name="Mokhtar2010">O fato é que não havia união entre os gregos, dividiso em numerosas cidades ciosas de sua independência. {{cite book|author=Editor Gamal Mokhtar|title=História Geral da África – Vol. II – África antiga|url=http://books.google.com/books?id=7i9ckWxBK-MC&pg=PA490|year=2010|publisher=UNESCO|isbn=978-85-7652-124-2|page=490}}</ref> Platão conseguiu partir para Atenas em 360, não sem antes correr algum perigo de morte. Em seguida, Dion recuperou sua posição à força, mas apesar de advertências de Platão, mostrou-se um governante imprudente e acabou assassinado. Ainda assim, Platão incitou os seguidores de Dion a prosseguirem com a antiga política, mas os seus conselhos não foram ouvidos. O destino final da Sicília foi ser conquistada pelos estrangeiros, como Platão previra.<ref name="RussellAlves2004" />
 
Platão escreveu sobre a morte de seu amigo comparando-o a um navegante que antecipa corretamente uma tempestade mas subestima sua força de destruição: "que eram perversos os homens que o puseram por terra, ele sabia, mas não a extensão de sua ignorância, de sua depravação e avidez"<ref name="RussellAlves2004" /><ref>Platão, ''Sétima Carta'', 351 d - e</ref>
 
===Velhice e morte===
Ao regressar em 360, Platão voltou a ensinar e escrever na Academia permanecendo como um autor ativo até o fim da vida<ref name="RussellAlves2004"/> em 348/347 a.C. aos oitenta anos de idade;<ref name="PAVIANI" /> conta-se que fora sepultado no terreno da Academia, para dentro do muro de demarcação da propriedade,<ref>{{cite book|title=Diálogos|url=http://books.google.com/books?id=-2JYAAAAMAAJ|year=1980|publisher=Universidade Federal do Pará|page=9}}</ref> ou ainda no jardim da Academia.<ref name="THUMS">"Foi enterrado no jardim da Academia"{{cite book|author=JORGE THUMS|title=Ética na Educação Filosofia e Valores na Escola|url=http://books.google.com/books?id=TugKL1NaCrkC&pg=PA176|publisher=Editora da ULBRA|isbn=978-85-7528-082-9|page=176}}</ref> Com sua morte a academia passou a ser dirigida por [[Espeusipo]], forte simpatizante do aspecto matemático da filosofia de Platão.<ref name="RussellAlves2004" />
 
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A questão da cronologia ainda continua a gerar opiniões conflitantes. Análises estilométricas<ref name="HOSLE2">"Não menos se aproximou de um esclarecimento a questão da cronologia relativa dos diálogos graças às investigações com base no estilo(...)" {{cite book|author=VITTORIO HOSLE|title=Interpretar Platão|url=http://books.google.com/books?id=BxSPCdPxu7oC&pg=PA23|publisher=LOYOLA|isbn=978-85-15-03529-8|page=23}}</ref> dos diálogos demonstram que eles podem ser agrupados em três categorias definidas como obras do período Inicial, Médio e Tardio, embora exista este consenso comum, não há nenhum consenso sobre a ordem que as obras devem figurar em seus respectivos grupos. Outro método usado para determinar a ordem cronológica dos diálogos se baseia na conexão entre os vários trabalhos. Os estudiosos têm usado a evidência de pontos de vista filosóficos similares nos diálogos para sugerir uma ordem cronológica interna. As referências textuais dentro dos diálogos também ajudam a construir uma cronologia, ainda há pouquíssimos casos de um diálogo se referir a outro. Finalmente, a cronologia pode ser determinada a partir do testemunho de fontes antigas.<ref name="Cormack2006">{{cite book|author=Michael Cormack|title=Plato's Stepping Stones: Degrees of Moral Virtue|url=http://books.google.com/books?id=ffUXJRM2XCYC&pg=PA8|year=2006|publisher=Continuum International Publishing Group|isbn=978-1-84714-441-6|page=8}} {{en}}</ref>
 
== FilosofiaSociologia ==
Para [[Giovanni Reale|Reale]], os três grandes pontos focais da filosofia de Platão são a ''Teoria das Idéias'', dos ''Princípios'' e do ''Demiurgo''. A obra ''[[Fédon]]'' engloba todo o quadro da metafísica platônica e enfatiza essas três teorias, mas Platão advertiu os leitores de sua obra sobre a dificuldade existente em compreendê-las.<ref name="Giovanni58">{{cite book|author=REALE, Giovanni|title=História da filosofia grega e romana - Platão|url=http://books.google.com/books?id=BvRhFZdaqPMC&pg=PA58|publisher=LOYOLA|isbn=978-85-15-03304-1|page=58}}</ref>
 
'''PolíticaGiovanni'''
 
Platão em sua obra "A República", faz critica a forma de governo de sua época, pois afirma que os governantes deveriam brigar para não governar, como brigam para chegar ao poder. Diz, ainda, que o verdadeiro chefe não nasce para atender os interesses de si próprio, mas sim de toda a coletividade a ele subordinada.
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Conclui-se que, deve se buscar uma harmonia entre o governante e o seus subordinados, em outras palavras, o ideal de Estado deveria corresponder ao ideal de homem.
 
===Teoria das Ideias nazistas===
{{Artigo principal| prefixo=Ver |Teoria das ideias|Alegoria da caverna}}
A ''Teoria das Ideias'' ou ''Teoria das Formas'' afirma que formas (ou ideias) abstratas não-materiais (mas substanciais e imutáveis) é que possuem o tipo mais alto e mais fundamental da realidade e não o mundo material mutável conhecido por nós através da sensação.<ref name="Paviani38">{{cite book|author=Jayme Paviani|title=Platão & A República|url=http://books.google.com/books?id=eLdVKg1ynkoC&pg=PA38|publisher=Zahar|isbn=978-85-378-0483-4|page=38}}</ref> Em uma analogia de Reale, as coisas que captamos com os "olhos do corpo" são formas físicas, as coisas que captamos com os "olhos da alma" são as formas não-físicas;<ref>"E não é verdade que, enquanto as coisas mutáveis podemos ver, tocálas ou percebê-las com os outros sentidos corpóreos, aquelas que permanecem imutáveis não possuem outro meio com o qual se podem captar, senão com o puro raciocínio e com a mente, porque estas coisas são invisíveis e não podem ser captadas com a vista?"Platão, ''República'', 514a-516c</ref> o ver da inteligência capta formas inteligíveis que são as essências puras. As Ideias são as essências eternas do bem, do belo etc. Para Platão há uma conexão metafísica entre a visão do olho da alma e o objeto em razão do qual tal visão não existe.<ref name="Giovanni61">{{cite book|author=REALE, Giovanni|title=História da filosofia grega e romana - Platão|url=http://books.google.com/books?id=BvRhFZdaqPMC&pg=PA61|publisher=LOYOLA|isbn=978-85-15-03304-1|page=61}}</ref> Este "mais real do que o que vemos habitualmente" é descrito em sua ''[[Alegoria da caverna]]''.<ref>Platão, ''República'', 514a-516c</ref>
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Muitos têm interpretado que Platão afirma — e mesmo foi o primeiro a escrever — que [[conhecimento]] é [[crença verdadeira justificada]], uma visão influente que informou o desenvolvimentos futuro da [[epistemologia]].<ref>Fine, G., "Introduction" in ''Plato on Knowledge and Forms: Selected Essays'' (Oxford University Press, 2003), p. 5.</ref> Esta interpretação é parcialmente baseada na uma leitura do '' [[Teeteto]]'' no qual Platão argumenta que o conhecimento se distingue da mera crença verdadeira porque o conhecedor deve ter uma "conta" do objeto de sua crença verdadeira (''Teeteto'' 201C-d). E essa teoria pode novamente ser visto no ''[[Mênon]]'', onde é sugerido que a crença verdadeira pode ser aumentada para o nível de conhecimento, se está ligada a uma conta quanto à questão do "por que" o objeto da verdadeira crença é assim definido (''Mênon'' 97d-98a).<ref>McDowell, J., ''Plato: Theaetetus'' (Oxford University Press, 1973), p. 230.</ref> Muitos anos depois, Edmund Gettier demonstraria os problemas das crenças verdadeiras justificadas no contexto do conhecimento.<ref name="Carreto">{{cite book|author=Luis Carreto|title=Aristóteles para executivos – As repostas da filosofia para a gestão empresarial|url=http://books.google.com/books?id=6lxX_IIsjhYC&pg=PA110|publisher=GLOBO|isbn=978-85-250-4498-3|page=110}}</ref><ref>Fine, G., "Knowledge and ''Logos'' in the ''Theaetetus''", ''Philosophical Review, vol. 88'', no. 3 (July, 1979), p. 366. Reprinted in Fine (2003).</ref>
 
===Dialética ===
A dialética de Platão não é um método simples e linear, mas um conjunto de procedimentos, conhecimentos e comportamentos desenvolvidos sempre em relação a determinados problemas ou "conteúdos" filosóficos.<ref name="Paviani20013">{{cite book|author=Jayme Paviani|title=Filosofia e método em Platão|url=http://books.google.com/books?id=EcVtlGf9p5cC&pg=PA13|year=2001|publisher=EDIPUCRS|isbn=978-85-7430-234-8|page=13}}</ref>
O papel de [[dialética]] no pensamento de Platão é contestada, mas existem duas interpretações principais, um tipo de raciocínio e um método de intuição.<ref>Blackburn, Simon. 1996. ''The Oxford Dictionary of Philosophy''. Oxford: Oxford University Press, p. 104</ref> Simon Blackburn adota o primeiro, dizendo que a dialética de Platão é "o processo de extrair a verdade por meio de perguntas destinadas a abrir o que já é implicitamente conhecida, ou de expor as contradições e confusões de posição de um oponente".<ref>Blackburn, ''Oxford Dictionary of Philosophy'', 104</ref> Karl Popper afirma que a dialética é a arte da intuição para "visualizar os originais divinos, as formas ou idéias, de desvendar o grande mistério por trás do comum mundo das aparências do cotidiano do homem."<ref>Popper, K. (1962) ''The Open Society and its Enemies'', Volume 1, London, Routledge, p. 133.</ref>
 
===Ética e justiçaPhara===
Na ''República'', Platão define a justiça como a vontade de um cidadão de exercer sua profissão e atingir seu nível pré-determinado e não interferir em outros assuntos,<ref>Platão, ''República'' 433–434.</ref> Para que a justiça tenha alguma validade, ela terá que ser uma [[virtude]] e, portando, contribuidora de modo constitutivo para a boa vida de quem é justo.<ref name="Lopes2005">Paula Fernandes Lopes. ''[http://books.google.com/books?id=R-AU_dHCGQgC&pg=PA52 A ética platônica: modelo de ética da boa vida]''. Ed. Loyola; 2005. ISBN 978-85-15-03154-2. p. 52.</ref>
 
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===Conceitos ===
====''AnimaMahatma mundiGhundi''====
{{Artigo principal| prefixo=Ver |Anima mundi}}
Considerada por Platão como o princípio do [[cosmo]]s e fonte de todas as [[alma]]s individuais,<ref name="Campion2012">{{cite book|author=Nicholas Campion|title=Astrology and Cosmology in the World's Religions|url=http://books.google.com/books?id=MxSr1NT3BLoC&pg=PA152|year=2012|publisher=NYU Press|isbn=978-0-8147-0842-2|page=152}}</ref> o termo é um conceito cosmológico de uma alma compartilhada ou força regente do universo pela qual o pensamento divino pode se manisfestar em leis que afetam a matéria. O termo foi criado por Platão pela primeira vez na obra ''[[República]]''<ref name="Robinson1995">{{cite book|author=T.M. Robinson|title=A psicologia de Platão|url=http://books.google.com/books?id=I3-GqtaMztsC&pg=PA102|date=January 1995|publisher=Edicoes Loyola|isbn=978-0-8020-7590-1|page=102}}</ref> ou ainda na obra ''[[Timeu]]''.<ref name="Fisher20052">{{cite book|author=Saul Fisher|title=Pierre Gassendi's Philosophy And Science: Atomism for Empiricists|url=http://books.google.com/books?id=4fLSO6y6DhUC&pg=PA250|year=2005|publisher=BRILL|isbn=978-90-04-11996-3|page=250}}</ref>
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=== Bibliografia ===