Corpo negro: diferenças entre revisões
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Na [[Física]], um '''corpo negro''' é um objeto hipotético que absorve toda a [[radiação eletromagnética]] que nele incide: nenhuma luz o atravessa e nem é refletida. Um corpo com essa propriedade, em princípio, não poderia ser visto, daí o nome corpo negro.<ref name ="oliveira_saraiva">{{Citar livro |último1= Oliveira |primeiro1=Kepler |último2=Saraiva |primeiro2=Maria de Fátima |título= Astronomia e Astrofísica |editora= Livraria da Física |local=São Paulo |ano= 2004 |isbn=85-88325-23-3}}</ref> Apesar do nome, corpos negros emitem [[radiação]], o que permite determinar sua [[temperatura]]. Em [[equilíbrio termodinâmico]], um corpo negro ideal irradia [[energia]] na mesma taxa que a absorve <ref name ="oliveira_saraiva"/>, sendo essa uma das propriedades que o tornam uma fonte ideal de [[radiação térmica]]<ref name ="eisberg_resnick">{{Citar livro |último1=Eisberg |primeiro1=Robert |último2=Resnick |primeiro2=Robert |título= Física Quântica |editora=Elsevier |ano= 1979 |isbn= 85-700-1309-4 }}</ref>. Na natureza não existem corpos negros perfeitos, já que nenhum objeto consegue ter absorção e emissão perfeitas.
▲[[File:Corpo negro.svg|thumb|À medida que a temperatura diminui, o pico da curva da radiação de um corpo negro se desloca para menores intensidades e maiores comprimentos de onda. O gráfico de emissão de radiação de um corpo negro também é comparado com o modelo clássico de Rayleigh e Jeans.]]
Independente da sua composição, verifica-se que todos os corpos negros à mesma temperatura T emitem radiação térmica com mesmo [[Espectro eletromganético|espectro]]. Do mesmo modo, todos os corpos, com temperatura acima do [[zero absoluto]], emitem radiação térmica. Conforme a temperatura da fonte luminosa aumenta, o espectro de corpo negro apresenta picos de emissão em menores [[Comprimento de onda|comprimentos de onda]], partindo das [[Onda de rádio|ondas de rádio]], passando pelas [[
Um bom modelo de corpo negro são as
A primeira menção a corpos negros deve-se a [[Gustav Kirchhoff]] em 1860, em seu estudo sobre a espectrografia dos [[Gás|gases]]. Muitos estudiosos tentaram conciliar o conceito de corpo negro com a distribuição de energia prevista pela [[termodinâmica]], mas os espectros obtidos experimentalmente, ainda que
|ano= 2006 |isbn=85-352-1878-5 |notas= página 299 em diante}}</ref><ref>[http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-5.html Física UFPR]. Acessada em 04 de dezembro de 2012.</ref>▼
▲A primeira menção a corpos negros deve-se a [[Gustav Kirchhoff]] em 1860, em seu estudo sobre a espectrografia dos gases. Muitos estudiosos tentaram conciliar o conceito de corpo negro com a distribuição de energia prevista pela termodinâmica, mas os espectros obtidos experimentalmente, ainda que válidos para baixas frequências, mostravam-se muito discrepantes da previsão teórica, explicitada pela [[Lei de Rayleigh-Jeans]] para a radiação de corpo negro. Uma boa aproximação dos valores para o máximo de emissão para cada temperatura era dado pela [[Lei de Wien]], porém foi [[Max Planck]] que, em 1901, ao introduzir a [[Constante de Planck]], como mero recurso matemático, determinou a quantização da energia, o que mais tarde levou à teoria quântica que, por sua vez, rumou para o estudo e surgimento da [[mecânica quântica]].<ref name = tres>{{Citar livro
▲<ref>[http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-5.html Física UFPR]. Acessada em 04 de dezembro de 2012.</ref>
== Explicação ==
Experimentalmente, a radiação mais próxima a de um corpo negro ideal é aquela emitida por pequenas aberturas de extensas cavidades. Qualquer luz entrando pela abertura deve ser refletida várias vezes nas paredes da cavidade antes de escapar e, então, a probabilidade de que seja absorvida pelas paredes durante o processo é muito alta, independente de qual seja o material que a compõe ou o comprimento de onda da radiação. Tal cavidade então é uma aproximação de um corpo negro e, ao ser aquecida, o [[espectro eletromagnético|espectro da radiação]] do buraco (a quantidade de luz emitida do buraco em cada comprimento de onda) é contínuo, e não depende do material da cavidade (compare com espectro de emissão). Por um teorema provado por [[Kirchhoff]], o espectro observado depende apenas da temperatura das paredes da cavidade. A Lei de Kirchhoff nos diz que num corpo negro ideal, em equilíbrio termodinâmico a temperatura T, a radiação total emitida deve ser igual
Calcular a curva formada pelo espectro de radiação emitido por um Corpo Negro foi um dos maiores desafios no campo da [[Física Teórica]] durante o fim do século XIX. O problema finalmente foi resolvido em 1901 por [[Max Planck]] com a [[Lei de Planck da Radiação]] de Corpo Negro. Fazendo mudanças na Lei da Radiação de Wien consistentes com a [[termodinâmica]] e o [[eletromagnetismo]], ele achou uma fórmula matemática que descrevia os dados experimentais de maneira satisfatória. Para achar uma interpretação física, Planck, então, assumiu que a energia das oscilações na cavidade são quantificadas. [[Einstein]] trabalhou em cima desta ideia e propôs a quantificação da radiação eletromagnética em 1905 para explicar o [[efeito fotoelétrico]]. Estes avanços teóricos resultaram na substituição do eletromagnetismo clássico pelos ''quanta'' (plural de ''quantum'') eletrodinâmicos. Hoje, estes ''quanta'' são chamados [[fótons]]. Também, isso levou ao desenvolvimento de versões quânticas para a mecânica estatística, chamada estatística de Fermi-Dirac e estatística de Bose-Einstein, cada uma aplicável
O comprimento de onda na qual é radiação é máxima é dada pela [[Lei de Wien]] e a potência total emitida por unidade de área é dada pela [[Lei de Stefan-Boltzmann]]. Então, a temperatura aumenta, a cor muda de vermelho para amarelo para branco para azul. Mesmo que o pico do comprimento de onda mova-se para o ultravioleta, a radiação continua sendo emitida no comprimento de onda do azul.
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