Roque Callage: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 17:
Desde que vivia em São Gabriel, Roque Callage já havia se identificado com a oposição ao governo estadual de Borges de Medeiros. Assim, quando na Capital, sendo já reconhecido como jornalista e escritor regionalista, passou a integrar-se ativamente ao crescente movimento de contestação politica. Em 1922, Borges resolve se candidatar, pela quinta vez, ao Governo do Estado. Desta feita, entretanto, forma-se uma aliança entre vários grupos da sociedade gaúcha, para criar uma oposição organizada. O veterano político Joaquim de Assis Brasil desafia Borges de Medeiros nas urnas.O Rio Grande do Sul fica fracionado entre "borgistas" e "assisistas". É neste clima que o escritor é preso no café "A Barrosa", reduto de "assisistas", é solto logo após, por nada ter sido provado contra ele,mas essa experiência pessoal, certamente viria a acirrar ainda mais sua já declarada posição anti-governista.
 
Uma vez abertas as urnas, Borges é declarado vencedor, resultado denunciado como fraude pela oposição, que liderada por Assis Brasil, adere à revolta armada. Inicia-se assim a chamada "Revolução de 1923" no RS. Como jornalista do ''Correio do Povo'', Roque acompanhou algumas forças revolucionárias pelo interior do estado. Os episódios testemunhados na campanha bélica são reunidos em um pequeno livro "O Drama das Coxilhas" (1923), de narrativa em estilo pungente. O livro, foi editado em São Paulo, por Monteiro Lobato, para escapar da censura borgista e por conter veemente apelo pela intervenção federal no RS. Oa livro,publicação publicado quando ainda se desenrolava o conflito gaúcho, teve grande repercussão e fez seu nome conhecido na capital paulista, sendo inclusive convidado para proferir conferência sobre o conflito.
 
A Revolução duraria onze meses, até a mediação do Governo Federal. Com a pacificação, Roque Callage retoma suas atividades, atividades de escritor, com ''Vocabulârio Gaucho'' (1926), "''Quero-Quero"'' (1927) e "''No Fogão do Gaúcho"'' (1929), todos editados pela [[Livraria do Globo]] e atividades de jornalista, agora no recém criado jornal "Diário de Notícias " (1925), onde assinaria coluna chamada "A Cidade", plena de crônicas do cotidiano, críticas e sugestões à urbanização e modernidade de Porto Alegre.Ela se transformaria em referência da cidade na segunda metade dos anos 20 e leitura diária - amplamente comentada nos meios artísticos,culturais, acadêmicos, literários e políticos, em textos que ao mesmo tempo em que exaltavam a modernidade regional, criticavam irônicamente o Modernismo, fenômeno literário-artístico cosmopolita, que surgia em São Paulo.