Memorial da América Latina: diferenças entre revisões

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Darcy Ribeiro contou com o apoio do [[Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo|Instituto de Estudos Avançados]] da [[Universidade de São Paulo]] (USP) na concepção do projeto cultural. Ademais, convidou diversos intelectuais ligados à USP para elaborar o perfil da futura instituição, tais como [[Antonio Candido de Mello e Souza|Antonio Candido]], [[Alfredo Bosi]] e [[Carlos Guilherme Mota]]. O projeto se baseava na premissa de propor o agrupamento das diferentes realidades latino-americanas em uma única problemática, apoiando-se nas consistentes similaridades entre os povos da região.<ref name="USP - Memorial 20 anos">{{citar web | autor=Soares, Olavo| titulo=Memorial chega aos 20 anos reforçando lado acadêmico| publicado = Universidade de São Paulo| url=http://www4.usp.br/index.php/sociedade/16337-memorial-chega-aos-20-anos-reforcando-lado-academico| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref> Ribeiro também idealizou a criação do [[Centro Brasileiro de Estudos da América Latina]] (CBEAL), para servir como braço acadêmico do memorial - um órgão de concertação reunindo três universidades públicas paulistas (USP, [[Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho|Unesp]] e [[Universidade Estadual de Campinas|Unicamp]]), a [[Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo|Fundação de Amparo à Pesquisa]] do estado e a Secretaria de Desenvolvimento, devotado ao fomento e debate de ideias e pesquisas que pudessem transformar o memorial em um centro catalisador de iniciativas para o desenvolvimento latino-americano.<ref name="Memorial - CBEAL"/><ref name="USP - Memorial 20 anos"/>
 
Do ponto de vista arquitetônico, a construção do memorial representaria para Niemeyer a oportunidade de aplicar no Brasil os avanços tecnológicos utilizados na década anterior no projeto da [[Universidade Mentouri de Constantine (edifício)|Universidade de Constantine]], em [[Alger]].<ref name="Nossa America 2007 30"/> A [[volumetria]] dos principais edifícios seria resolvida por meio de grandes superfícies de concreto e vidro, com contrapontos verticais bem marcados. Os edifícios seriam dotados de estruturas descritas por [[José Carlos Sussekind]] como "ousadas"<ref>{{citar web|título=Memorial da América Latina|url=http://niemeyer.org.br/?q=gm5/ajax/detalhe-obra/4976|obra=[[Fundação Oscar Niemeyer]]|acessodata=16 de março de 2015}}</ref> - destacando-se, sobretudo, a [[biblioteca]] com os apoios situados fora do prédio, unidos por uma viga de 90 metros de extensão, permitindo um interior totalmente livre, e o auditório com três [[abóbada]]s, podendo ser considerado como uma espécie de releitura de seu trabalho na [[Igreja São Francisco de Assis (Belo Horizonte)|Igreja da Pampulha]].<ref name="Nossa America 2007 34">Nossa América, 2007, n.º 25, pp. 34.</ref> A unidade do conjunto seria garantida pelo uso generalizado de superfícies curvas, pintadas de branco.<ref Asname="Nossa obrasAmerica do2007 memorial34">Nossa foramAmérica, iniciadas2007, aindan.º em25, 1987 e finalizadas dois anos depoispp. A construção envolveu mais de mil trabalhadores34.</ref><ref name="FLACSO">{{citar web | autor=Leça, Fernando| titulo=Memorial da América Latina: 20 anos | publicado = Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais| url=http://flacso.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2802&Itemid=26| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref>
[[Ficheiro:Bibliotecavictorcivita.jpg|esquerda|thumb|Biblioteca Latino-Americana Victor Civita.]]
[[Ficheiro:Parlatino 1.JPG|esquerda|thumb|Antiga sede do Parlamento Latino-Americano.]]
As obras do memorial foram iniciadas em outubro de 1987, envolvendo mais de mil trabalhadores e utilizando cerca de 2.200 toneladas de aço.<ref name="FLACSO"/> A construção ocorreu em ritmo acelerado: ao término dos trabalhos, o jornal ''[[O complexoEstado foide S. Paulo]]'' registrava que "''poucas vezes uma obra de tamanho grandiosidade surgiu do nada, com tanta velocidade''".<ref name="Estadão Memorial 10">{{citar web | autor= | titulo=Memorial da América Latina| publicado = Acervo Estadão| url=http://acervo.estadao.com.br/noticias/lugares,memorial-da-america-latina,7865,0.htm| acessodata=6 de outubro de 2016}}</ref> A inauguração inauguradoocorreu em 18 de março de 1989. Em 8 de julho deste mesmo ano, Orestes Quércia sancionou a Lei n.º 6472, instituindo a Fundação Memorial da América Latina<ref name="Larousse"/>, conferindo ao equipamento recém-criado status de órgão administrativa e financeiramente autônomo.<ref name="Lei 6472">{{citar web| titulo=Lei Nº 6.472, de 28 de junho de 1989| publicado = Memorial da América Latina| url=http://www.memorial.sp.gov.br/memorial/ContentBuilder.do?open=subhistoria&ma=me&pagina=lei| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref> Na época de sua inauguração, registraram-se diversas críticas à execução do projeto. Construído sem [[licitação]], o memorial custou ao [[erário]] dez vezes mais do que o valor inicialmente previsto.<ref name="OAB">{{citar web| titulo=Mendes Júnior e Metrô-SP devem ressarcir erário por construção de Memorial sem licitação.| publicado = Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo| url=http://www2.oabsp.org.br/asp/clipping_jur/ClippingJurDetalhe.asp?id_noticias=15006&AnoMes=20042| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref><ref name="Sampa Art">{{citar web| titulo= Memorial da América Latina: 18 Anos| publicado = Publicado originalmente pelo portal Último Segundo, republicado por SampaArt| url=http://www.sampa.art.br/historia/memorial/18anos/| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref> ORegistraram-se críticas também ao partido arquitetônico tambéme dividiriautilidade ado crítica especializadaprojeto.<ref name="Sampa Art"/><ref name="Arcoweb">{{citar web | autor=Melendez, Adilson| titulo=Sem verde, primavera reabre portão e traz novas luzes ao memorial| publicado = ArcoWeb| url=http://www.arcoweb.com.br/memoria/memorial-da-america-latina-recuperacao-do-04-01-2006.html| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref><ref name="Estadão Memorial 10"/>
 
O complexo foi inaugurado em 18 de março de 1989. Em 8 de julho deste mesmo ano, Orestes Quércia sancionou a Lei n.º 6472, instituindo a Fundação Memorial da América Latina<ref name="Larousse"/>, conferindo ao equipamento recém-criado status de órgão administrativa e financeiramente autônomo.<ref name="Lei 6472">{{citar web| titulo=Lei Nº 6.472, de 28 de junho de 1989| publicado = Memorial da América Latina| url=http://www.memorial.sp.gov.br/memorial/ContentBuilder.do?open=subhistoria&ma=me&pagina=lei| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref> Na época de sua inauguração, registraram-se diversas críticas à execução do projeto. Construído sem [[licitação]], o memorial custou ao [[erário]] dez vezes mais do que o valor inicialmente previsto.<ref name="OAB">{{citar web| titulo=Mendes Júnior e Metrô-SP devem ressarcir erário por construção de Memorial sem licitação.| publicado = Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de São Paulo| url=http://www2.oabsp.org.br/asp/clipping_jur/ClippingJurDetalhe.asp?id_noticias=15006&AnoMes=20042| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref><ref name="Sampa Art">{{citar web| titulo= Memorial da América Latina: 18 Anos| publicado = Publicado originalmente pelo portal Último Segundo, republicado por SampaArt| url=http://www.sampa.art.br/historia/memorial/18anos/| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref> O partido arquitetônico também dividiria a crítica especializada.<ref name="Sampa Art"/><ref name="Arcoweb">{{citar web | autor=Melendez, Adilson| titulo=Sem verde, primavera reabre portão e traz novas luzes ao memorial| publicado = ArcoWeb| url=http://www.arcoweb.com.br/memoria/memorial-da-america-latina-recuperacao-do-04-01-2006.html| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref>
 
Nos primeiros anos de funcionamento, o Memorial da América Latina ganharia visibilidade pelos eventos direcionados a públicos abrangentes, sobretudo [[espetáculo]]s gratuitos de música que reuniam milhares de pessoas.<ref name="USP - Memorial 20 anos"/> Estão inclusos nessa relação, entre outros, nomes como [[Mercedes Sosa]], [[Astor Piazzolla]], [[Libertad Lamarque]], [[Caetano Veloso]] e [[Antônio Carlos Jobim|Tom Jobim]]. Outros eventos artísticos de relevo no período foram as apresentações do [[Balé Nacional de Cuba]], da [[Orquestra Filarmônica de Israel]] (sob a regência de [[Zubin Mehta]]) e da [[Orquestra Jazz Sinfônica]]. No campo das [[artes visuais]], o Memorial sediou importantes mostras, como as retrospectivas de [[Johann Moritz Rugendas]], [[Fernando Botero]] e [[Oswaldo Guayasamín]], além de uma exposição dedicada ao escritor e fotógrafo [[Juan Rulfo]].<ref name="Memorial - 20 anos">{{citar web| titulo=Memorial – 20 anos de integração| publicado = Memorial da América Latina| url=http://www.memorial.sp.gov.br/memorial/RssNoticiaDetalhe.do?noticiaId=1494| acessodata=10 de maio de 2010}}</ref> O Memorial também buscou fomentar a produção cultural própria, criando a revista ''Nova América'', destinada a difundir manifestações artísticas e culturais do continente e promover o intercâmbio das comunidades acadêmicas, intelectuais e artísticas. Lançada em 1989, a revista atualmente possui periodicidade trimestral e tiragem de 3.000 exemplares, distribuídos para bibliotecas públicas e universidades latino-americanas e espanholas e também comercializada em alguns pontos de São Paulo.<ref name="MAL Nossa América 2">{{citar web| titulo=Revista Nossa América passa a ser vendida em novos locais| publicado = Memorial da América Latina| url=http://www.memorial.sp.gov.br/memorial/RssNoticiaDetalhe.do?noticiaId=1505| acessodata=1 de março de 2013}}</ref><ref name="GESP Nossa América 2">{{citar web| titulo=Revista Nossa América chega à edição 35| publicado = Portal do Governo do Estado de São Paulo| url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=205167&c=5311&q=Revista+Nossa+Am%E9rica+chega+%E0+edi%E7%E3o+35| acessodata=1 de março de 2013}}</ref>
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No começo de 2014, o Memorial abriu uma nova licitação para reparar os danos causados pelo incêndio. A licitação da modalidade [[Pregão eletrônico]] vencida pela empresa Teccon AQ, cujo valor do projeto era de aproximadamente 750 mil reais, tinha a previsão de entregar o restauro do concreto até março de 2015.<ref>[http://www.memorial.org.br/2015/06/465708/].[[Memorial]] 23 de março de 2015.</ref> No entanto, a empresa cancelou o projeto já que, após feita uma análise técnica, o espaço necessário não estava previsto no edital. A diferença entre os projetos apresentados está no tamanho do escopo, que incluem o revestimento de concreto nas paredes e abóbodas que ficam no salão.<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/07/1662088-quase-2-anos-apos-incendio-memorial-da-america-latina-nao-comecou-reforma.shtml Quase 2 anos após incêndio, Memorial da América Latina não começou reforma].''Folha de S.Paulo'', 30 de julho de 2015.</ref>
 
==Conjunto arquitetônico==
{{Panorama|Webysther 20150321164142 - Panorama memorial.jpg|1000px|Panorama do memorial.}}