Romance: diferenças entre revisões

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Em Repertório, Michel Butor diz que o romance é o laboratório da narrativa. E não há espaço mais propício para se fazer novas experiências do que um laboratório. Uma literatura que pretende representar o mundo só o fará se acompanhar as mudanças desse mundo. É preciso, então, mudar a própria noção de romance.
 
Esse laboratório da narrativa vem ao encontro das relações atuais do romance com as transformações cada vez mais dinâmicas da sociedade contemporânea. O que morre no romance é a antiga estrutura que é necessariamente marcada pela coerência interna da qual se espera extrair o sentido da narrativa. A crença em alcançar significados coerentes é que está em crise. A sociedade atual assiste ao fim das ideologias e à falência tanto da sociedade burguesa quanto da socialista. O romance clássico representa a falácia de um estilo de pensamento ultrapassado pela racionalidade histórica pós moderna.
 
Que a palavra romance se desgastou ao ponto de se criar preconceitos em torno dela, isso não se discute. Há pessoas, por exemplo, que acreditam que o fato de não lerem romances é um sintoma de intelectualidade. Na maioria das vezes, entretanto, quando se diz "eu não leio romance" está-se querendo dizer eu não leio prosa de ficção. Assim o preconceito se espalha para a literatura em geral. Outra coisa indiscutível é o fato de o romance não ocupar mais o mesmo espaço que ocupou até o início deste século. [[Michel Butor]] diz que é preciso compreender que toda invenção literária, hoje em dia, produz-se no interior de um ambiente já saturado de literatura. Para [[Henry James]] o romancista é alguém para quem nada está perdido. Para [[Yukio Mishima|Mishima]] a literatura é uma flor imperecível. Para [[Roland Barthes|Barthes]] a única verdadeira crise do romance acontece quando o escritor repete o que já foi dito ou quando deixa de escrever.
 
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