Curdistão sírio: diferenças entre revisões

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=== Relações com o governo sírio ===
Por ora as relações de Rojava com o Estado sírio são determinados pelo contexto da [[Guerra Civil Síria]]. Até agora a [[constituição de Rojava]] e a [[constituição da Síria]] são legalmente incompatíveis com respeito à autoridade legislativa e executiva. A interação prática baseia-se no [[pragmatismo]] ''[[ad hoc]]''. No âmbito militar combates entre as [[Unidades de Proteção Popular|Unidades de Proteção Popular (YPG)]] e o [[Exército Sírio|exército sírio]] tem sido esporádicos, sendo que nos casos mais relevantes parte do território ainda sob o controle do governo sírio em Qamishli e al-Hasakah passaram ao controle das YPG. Em algumas campanhas militares, em particular ao norte da província de Alepo e em al-Hasakah, há uma cooperação tácita entre as YPG e das forças governamentais sírias contra forças islâmicas como o [[Estado Islâmico do Iraque e do Levante|ISIS]] e outras. <ref name="russia-mediates">{{cite news|title=Syria’s war: Assad on the offensive|url=http://www.economist.com/news/21690203-city-was-once-syrias-largest-faces-siege-assadu2019s-grip-tightens|accessdate=2016-05-01|work=[[The Economist]]|date=2016-02-13}}</ref>{{Referências|col=2}}
 
A ''Federação do Norte da Síria – Rojava'' não é planejada para ser uma região componente de um Curdistão étnico mas um esboço para uma futura Síria poli-étnica, descentralizada e democrática.<ref name="MiddleEastEye2">{{cite web|url=http://www.middleeasteye.net/news/analysis-kurds-syria-rojava-1925945786|title=ANALYSIS: 'This is a new Syria, not a new Kurdistan'|publisher=MiddleEastEye|date=2016-03-21|accessdate=2016-05-25}}</ref> Rojava é o local de origem e principal mantenedora das Forças Democráticas Sírias e do Conselho Democrático Sírio, uma organização militar e outra uma organização política abrangente, respectivamente. As instituições políticas e militares em Rojava buscam implementar um sistema secular, democrático e federalista em toda Síria. Em julho de 2016 o co-representante da Assembleia Constituinte Hediya Yousef descreveu a abordagem de Rojava à Síria da seguinte forma: <ref>{{cite web|url=http://sputniknews.com/middleeast/20160712/1042855292/syrian-kurds-do-not-want-fragmentation.html|title=Syrian Kurdish Official to Sputnik: 'We Won't Allow Dismemberment of Syria'|publisher=Sputnis News|date=2016-07-12|accessdate=2016-07-12}}</ref>{{quote|fonte=| Acreditamos que um sistema federalista é a forma ideal de governo para a Síria. Vemos que em muitas partes do mundo um sistema federalista permite que as pessoas vivam pacificamente e livremente dentro de suas fronteiras territoriais. O povo sírio pode também viver livremente na Síria. Não permitiremos que a Síria seja dividida; tudo que queremos é a democratização da Síria; seus cidadãos devem viver em paz e desfrutar e se alegar da diversidade étnica dos grupos nacionais que habitam o país.}}Em março de 2015 o ministro das comunicações da Síria anunciou que o governo considerou reconhecer a autonomia curda "dentro da lei e da constituição".<ref>{{cite web|title=KRG: Elections in Jazira are Not Acceptable|publisher=Basnews|url=http://basnews.com/en/news/2015/03/14/krg-elections-in-jazira-are-not-acceptable/|date=14 March 2015|accessdate=15 March 2015}}</ref> Apesar da administração de Rojava não ter sido convidada à 3ª Negociação de Paz para a Síria em Genebra<ref>{{cite web|url=http://www.reuters.com/article/us-mideast-crisis-syria-kurds-idUSKCN0YE2NI|title=Syrian Kurds point finger at Western-backed opposition|publisher=Reuters|date=2016-05-23|accessdate=2016-05-24}}</ref> e a nenhuma outra das outras anteriores a Federação Russa, que em particular pede por sua inclusão nas negociações, em algum grau levou os posicionamentos políticos de Rojava a tais encontros, como foi registrado no projeto russo de maio de 2016 para uma nova constituição síria.<ref name="Now.MMedia/Al-Akhbar">{{cite web|url=https://now.mmedia.me/lb/en/NewsReports/567021-russia-finishes-draft-for-new-syria-constitution-report|title=Russia finishes draft for new Syria constitution|publisher=Now.MMedia/Al-Akhbar|date=2016-05-24|accessdate=2016-05-24}}</ref> Em outubro de 2016 uma iniciativa russa pela federalização cujo foco estava no norte da Síria foi noticiado, a qual essencialmente solicitava a transformação das atuais instituições da ''Federação do Norte da Síria – Rojava'' em instituições legitimas da Síria; também foi noticiada na ocasião a recusa do governo sírio. <ref name="Al-Monitor">{{cite web|title=Syria rejects Russian proposal for Kurdish federation|url=http://www.al-monitor.com/pulse/originals/2016/10/turkey-russia-mediates-between-kurds-and-assad.html|publisher=Al-Monitor|date=24 October 2016}}</ref> A elite dominante de Damasco está dividida acerca da questão caso seria possível que o novo modelo de Rojava trabalhasse em paralelo e convergisse ao governo da Síria, beneficiando a ambos, ou se agenda política deveria ser a centralização de todo o poder ao final da guerra civil para viabilizar um confronto total às instituições de Rojava.<ref name="chatham">{{cite web|url=https://www.chathamhouse.org/sites/files/chathamhouse/publications/research/2016-09-15-kurdish-self-governance-syria-sary_0.pdf|title=Kurdish Self-governance in Syria: Survival and Ambition|author=Ghadi Sary|publisher=Chatham House|date=September 2016}}</ref>
 
=== Rojava como uma questão transnacional ===
As transformações sociopolíticas da "Revolução de Rojava" tem atraído uma considerável atenção dos meios de comunicação internacionais, tanto na mídia ''de maior alcance'' <ref name="utopia6">{{cite web|url=http://www.nytimes.com/2015/11/29/magazine/a-dream-of-utopia-in-hell.html|title=A Dream of Secular Utopia in ISIS' Backyard|work=New York Times|date=2015-11-24|accessdate=2016-05-20}}</ref><ref name="Financial Times2">{{cite web|url=http://www.ft.com/intl/cms/s/2/50102294-77fd-11e5-a95a-27d368e1ddf7.html|title=Power to the people: a Syrian experiment in democracy|publisher=Financial Times|date=2015-10-23|accessdate=2016-06-06}}</ref><ref>{{cite web|url=http://www.nytimes.com/2015/09/30/opinion/the-kurds-democratic-experiment.html|title=The Kurds' Democratic Experiment|work=New York Times|date=2015-09-30|accessdate=2016-05-20}}</ref><ref name="Graeber">{{cite web|url=http://www.theguardian.com/commentisfree/2014/oct/08/why-world-ignoring-revolutionary-kurds-syria-isis|title=Why is the world ignoring the revolutionary Kurds in Syria?|work=The Guardian|date=2014-10-08|accessdate=2016-05-20}}</ref> quanto na mídia progressiva de esquerda .<ref>{{cite web|url=https://www.opendemocracy.net/arab-awakening/jo-magpie/regaining-hope-in-rojava|title=Regaining hope in Rojava|work=Slate|date=2016-06-06|accessdate=2016-06-09}}</ref><ref>{{cite web|url=http://www.slate.com/blogs/xx_factor/2015/11/25/rojava_is_a_radical_experiment_in_democracy_in_northern_syria_american_leftists.html|title=American Leftists Need to Pay More Attention to Rojava|work=Slate|date=2015-11-25|accessdate=2016-05-20}}</ref><ref>{{cite web|url=https://www.dissentmagazine.org/online_articles/the-revolution-in-rojava|title=The Revolution in Rojava|work=Dissent|date=2015-04-22|accessdate=2016-05-20}}</ref><ref>{{cite web|url=https://www.opendemocracy.net/arab-awakening/evangelos-aretaios/rojava-revolution|title=The Rojava revolution|publisher=OpenDemocracy|date=2015-03-15|accessdate=2016-05-20}}</ref><ref>{{cite web|url=http://new-compass.net/articles/statement-academic-delegation-rojava|title=Statement from the Academic Delegation to Rojava|publisher=New Compass|date=2015-01-15|accessdate=2016-05-20}}</ref> [[David Graeber]], no jornal ''[[The Guardian]],'' foi um dos primeiros a levantar essa questão num artigo de Outubro de 2014:<ref name="Graeber" />{{quote|fonte=|A região autônoma de Rojava, como existe hoje, é um dos poucos pontos de luz, embora seja um ponto de luz extremamente brilhante, a emergir da tragédia da revolução síria. Tendo expulsado os agentes do regime de Assad em 2011, e apesar da hostilidade de todos os seus vizinhos, Rojava não apenas manteve sua independência mas também é um notável experimento democrático. Assembleias populares foram criadas como os órgãos deliberativos primordiais; conselhos selecionados com um cuidadoso equilíbrio étnico (em cada município, por exemplo, os três principais cargos devem incluir um curdo, um árabe e um assírio ou armênio cristão, e ao menos um desses três deve ser uma mulher); há conselhos de mulheres e de jovens; e, num notável "eco" das Mujeres Libres (Mulheres Livres) da Espanha, um exército feminista, a chamada milícia "YJA Star" (a "União das Mulheres Livres", o "star" aqui referindo-se à antiga deusa mesopotâmia Ishtar), que tem tomado frente de uma grande proporção das operações de combate contra as forças do Estado Islâmico.}}{{Referências|col=2}}
 
== Ver também ==