Traje académico: diferenças entre revisões
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O '''traje
A "capa e batina"
== Origem ==
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As cores mais usuais eram o castanho, o pardo ( que originará a figura do “pardillo” em Espanha) e o preto, não por imposição, mas proibição de cores mais garridas. A evolução do vestuário nota-se, paulatinamente, com a abertura da frequência universitária a outras classes, tornando-se mais permeável a modas (rendas, berloques, sedas, frisados, diversos tipos de chapéus/barretes, calções…..), embora fortemente balizado por critérios de sobriedade e austeridade; Contrariamente ao que acontece nos códigos da praxe dos Séc. XX e XXI, os regulamentos de antanho dedicam-se muito mais a dizer o que não pode ser usado do que aquilo que o deve ser; e fazem-no sempre no sentido de evitar os excessos, a pompa e o gasto de despesas pelos estudantes que cursavam a Universidade.
Nos
LOBA: Vestidura eclesiástica, clerical e honorífica, que chega até o chão, cortada de maneira que nela entram os braços; dela usam também os bedéis (responsáveis pela disciplina)da Universidade.
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Desta forma, no seu início, o objectivo principal do Traje Académico, NÃO ERA, como muitas vezes se diz, igualizar os estudantes, mas antes fazer distinguir os académicos na sociedade. A igualização entre estudantes acontecia (até certo ponto), porque vindo estes de estratos sociais diversificados, deviam contudo, tanto quanto possível, convergir na posição académica (o que não significa que vestissem exactamente da mesma forma, pois não vestiam).
==
[[File:Estudante da Universidade de Coimbra, século XVIII.png|thumb|left|250px|Um estudante da Universidade de Coimbra, em ilustração do século XVIII.]]
Em inícios do séc. XVIII a loba vai dar lugar progressivamente à “abatina”, sendo também a partir dessa época que os trajes estudantis começam a convergir para uma mesma forma de traje académico - embora essa forma estivesse dependente de flutuações de moda.
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De 1834 até à implantação da República, em 1910, a capa e batina era apenas obrigatória dentro do perímetro da Universidade, estendendo-se o seu uso, a partir de segunda metade do séc. XIX a todos os liceus do país (que pediam licença ao governo para poderem usar o traje).
== O
O actual traje é resultante da imposição de uma nova configuração nas roupagens estudantis, motivadas por um forte anticlericalismo.
Esse antagonismo para com a Igreja tem raízes já no Marquês de Pombal que quis acabar com o traje, porventura demasiado “Jesuístico” para o seu gosto, aquando da reforma que fez da Universidade, em 1772.
Na
Expoente máximo dessa luta contra a afinidade eclesiástica do traje foi o odiado reitor Basílio que, em 1859, ordenou aos estudantes que usassem a batina aberta por detrás, abotoada pelas costas e cosida adiante com uma ordem de pequenos botões de cima abaixo e determinou que os archeiros metessem na prisão os estudantes que andassem com a batina aberta e indecente.
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Em Março de 1907, em pleno eclodir da greve académica que viria a alastrar a todo o país, um lente propôs, no Conselho de Decanos, “que se tratasse de obter, no mais curto prazo possível, a abolição da capa e batina, visto ser esse trajo uma das causas das irregularidades dos estudantes, havendo tanto mais razão para a abolir, quanto já não é usada a rigor. “
== Cronologia
* 1910: A 24 de Outubro, decorridos apenas 19 dias sobre a sua implantação, República tornou a capa e batina de uso facultativo (Decreto de 23.10.1910 )… e por pouco não decretava a sua proibição.▼
▲1910: A 24 de Outubro, decorridos apenas 19 dias sobre a sua implantação, República tornou a capa e batina de uso facultativo (Decreto de 23.10.1910 )… e por pouco não decretava a sua proibição.
Os alunos da UC, da TAUC e do Orfeon Académico manifestaram vontade de continuar a envergar o traje, e o mesmo fez , entre 1911-1912, Universidade do Porto, Tuna e Orfeão . A maior parte dos liceus manteve a capa e batina que já era usada desde a segunda metade do século XIX, ou a ela aderiu.
* 1915/16: O
* 1916: Em Março, sem prévia consulta à Academia de Coimbra , os estudantes universitários do Porto resolveram, por maioria, usar capa e batina e uma fita na lapela (o comum era no braço), da cor da respectiva faculdade.▼
▲1915/16:O Traje Feminino é “inventado” nos liceus de Lisboa e Porto, sendo o mesmo à base de tailleur saia-casaco e capa, o qual só muito tardiamente entrou nas universidades, mas que foi largamente popularizado noutros liceus do país e algumas escolas superiores.
* 1924: Em Outubro, por ter sido proibido, pelo Reitor de um Liceu de Lisboa, que uma aluna usasse capa e batina, os seus colegas decretaram uma greve em sinal de protesto.▼
Em Novembro,
▲1916: Em Março, sem prévia consulta à Academia de Coimbra , os estudantes universitários do Porto resolveram, por maioria, usar capa e batina e uma fita na lapela (o comum era no braço), da cor da respectiva faculdade.
* 1933: O filme “A Canção de Lisboa” deixa antever um realidade que, contudo, não era generalizada. Em Lisboa, salvo um ou outro liceu e a Faculdade de Direito (então no Campo de Santana), o uso da a capa e batina era rarefeito.▼
▲1924:Em Outubro, por ter sido proibido, pelo Reitor de um Liceu de Lisboa, que uma aluna usasse capa e batina, os seus colegas decretaram uma greve em sinal de protesto.
* 1951: É
▲Em Novembro, visto o uso do traje se manter como traço cultural identitário, o governo decretou a permissão do uso de capa e batina aos estudantes de ambos os sexos das Universidades, Liceus e Escolas Superiores. A promulgação do Decreto nº 10.290, de 12.11.1924, procedeu à nacionalização da capa e batina nos liceus e ensino superior como Traje Nacional do Estudante Português.
▲1933: O filme “A Canção de Lisboa” deixa antever um realidade que, contudo, não era generalizada. Em Lisboa, salvo um ou outro liceu e a Faculdade de Direito (então no Campo de Santana), o uso da a capa e batina era rarefeito.
▲1946: É adoptado o traje feminino no Porto, pela mão das alunas sócias do Orfeão.
▲1951: É adoptado o traje feminino em Coimbra, devido à acção das sócias do Teatro dos Estudantes (TEUC), seguindo-se generalização não pacífica decretada em 1954 pelo Conselho de Veteranos.
Ao final dos estudos está geralmente associado o "rasganço" de toda a indumentária académica, com excepção da capa.
Aos rapazes rasga-se a roupa toda com excepção dos colarinhos, punhos, capa e gravata. Às moças rasga-se apenas e só o que se não rasgou aos rapazes, isto é, os colarinhos, punhos, laço ou gravata e meias, a capa também não se lhes rasga.
=== Pasta da
Fixando um ponto de referência, podemos dizer que na segunda metade do séc. XIX apenas os estudantes Quintanistas, usavam Pasta – Pasta de Luxo.
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O seu uso generalizado no Porto desde finais do séc. XIX, alargou-se a Coimbra e a todo o país.
== Pasta da
As Fitas dos Finalistas têm origem nas fitas que usualmente se utilizavam para “abotoar” a Pasta da Praxe.
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== Emblemas
O uso de emblema na capa
▲O uso de emblema na capa remonta aos anos 30/40, mas restringia-se quase só ao monograma da Briosa (datado de 1929) que os jogadores usavam no equipamento. Sendo eles quase todos alunos da UC, passaram a cosê-lo também nas suas capas.Rapidamente os adeptos e simpatizantes fizeram igual.
Na década de 1940
Será essencialmente com a influência das
== Pins e
Os pins (alfinetes, crachás…) terão inspiração na ferraria militar - não esquecendo a forte presença de militares a cursar as universidades, que trajavam num misto de uniforme militar e capa de estudante.
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Os demais seguem a tradição dos emblemas, e são/ou deveriam ser colocados no colete.
== Relógios e
Nunca houve qualquer referência à proibição do uso de qualquer relógio com o traje. Não há, aliás, qualquer menção documental a dizer que é mais adequado o de bolso ou de pulso.
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“(…) só uma sociedade de abastança e desperdício como a de hoje se pode dar ao novo-riquismo de adquirir um relógio de bolso (quando muitos nem relógio têm e usam o telemóvel) para usar meia dúzia de dias, que é o tempo que muitos hoje vestem a capa e batina.” (Zé Veloso – in Penedo d@ Saudade).
== Insígnias de
Na festa da Queima das Fitas, tradicionalmente no mês de Maio, os estudantes que concluem cursos desfilam no cortejo alegórico, desde a década de 1930, trajados com cartola e bengala de fantasia na cor dos respectivos cursos (excepto as dos veteranos que são cartolões pretos), numa claro reeditar dos antigos desfiles carnavalescos, que eram, antigamente, uma das maiores celebrações estudantis.
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A tradição de bengalar a cartola também era desconhecida em Coimbra (ou pelo menos não existia até à década de 1990). À luz da cultura local seria uma afronta e uma desonra alguém bater na cabeça de um quintanista fitado.Essa tradição é importada do Porto, porventura inspirada nas festas de S. João.
== Outros
A partir da década de 1990, assistiu-se a um movimento de "emancipação" que visava, por parte dos estudantes da emergentes instituições de Ensino Superior, demarcarem-se de Coimbra e primar por tudo o que pudesse criar uma identidade e distinção.
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