Guilherme I de Inglaterra: diferenças entre revisões

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Depois da conquista, Guilherme não tentou integrar seus domínios separados em um único reino unificado com um conjunto único de leis. O [[sinete]] que usou após 1066, do qual seis impressões ainda sobrevivem, foi feito depois que invadiu a Inglaterra e destacava seu papel como rei, mencionando separadamente o seu papel de duque.{{nota de rodapé|O selo mostra um cavaleiro montado e é o primeiro exemplo existente de um [[Sinete|selo equestre]].<ref name=Bates138/>}} Quando na Normandia, reconheceu que devia [[vassalagem]] ao rei francês, mas na Inglaterra nenhum tipo de confirmação foi feita&nbsp;– mais uma prova de que as várias partes de suas terras eram consideradas independentes. As estruturas administrativas da [[Normandia]], [[Inglaterra]] e [[Maine (província)|Maine]] continuaram a existir de forma separada, com cada um mantendo suas próprias formas de governo. Por exemplo, a Inglaterra continuou a usar [[Decreto-lei|decretos]], que não eram conhecidos no continente. Além disso, as cartas e documentos produzidos para o governo na Normandia diferiam em fórmulas daquelas produzidas na Inglaterra.<ref name=Bates138>Bates ''William the Conqueror'' pp. 138–141</ref>
 
Guilherme assumiu um governo inglês que era mais complexo do que o sistema normando. O país era dividido em ''[[shire]]s'' ou [[Condados da Inglaterra|condados]], os quais eram por sua vez divididos em ''[[hundred]]'' (centenas), nativamente também conhecidas como ''wapentakes''. Cada condado era administrado por um oficial do rei, chamado de [[xerife]], que tinha aproximadamente o mesmo estatuto que um [[visconde]] normando. O xerife era responsável pela justiça real e o recebimento das receitas.<ref name=Bates23/> Para supervisionar o seu domínio expandido, Guilherme foi forçado a viajar ainda mais do que viajava como duque. Transitou entre o continente e a Inglaterra ao menos 19 vezes entre 1067 e sua morte. Passou a maior parte de seu tempo na Inglaterra entre a batalha de Hastings e 1072, dedicando-se mais a Normandia posteriormente.<ref name=Bates133134>Bates ''William the Conqueror'' pp. 133–134</ref>{{nota de rodapé|Entre 1066 e 1072, o duque passou apenas 15 meses na Normandia e o resto de seu tempo na Inglaterra. Depois de voltar à Normandia em 1072, Guilherme passou cerca de 130 meses em sua terra natal, contra cerca de 40 meses na Inglaterra.<ref name=Bates133134/>}} O governo ainda estava centrado em torno da ''[[Royal Household|Householdcriadagem]]'' do rei; quando estava em uma determinada parte de seus reinos, as decisões tomadas para outras partes seriam transmitidas através de um sistema de comunicação que utilizava cartas e outros documentos. Também nomeou representantes que poderiam tomar decisões enquanto ele estava ausente, especialmente se sua ausência fosse prolongada. Normalmente, este era um membro próximo de sua família, frequentemente seu meio-irmão Odo ou sua esposa Matilde. Às vezes, os representantes eram designados para lidar com questões específicas.<ref name=Bates136>Bates ''William the Conqueror'' pp. 136–137</ref>
 
O monarca continuou a coleta da ''danegeld'', um imposto sobre terra. Esta era uma vantagem para Guilherme, já que era o único imposto universalmente recolhido pelos governantes da Europa Ocidental durante esse período. Era um imposto anual com base no valor da propriedade da terra, e que poderia ser recolhido em taxas diferentes. Na maioria dos anos via-se uma taxa de dois xelins por ''hide'', mas em crises, poderia ser aumentada em até seis xelins por ''hide''.<ref name=Bates151>Bates ''William the Conqueror'' pp. 151–152</ref> A cunhagem entre as várias partes de seus domínios continuou a ser feita em diferentes ciclos e estilos. Moedas inglesas eram em geral de alto teor de prata, com elevados padrões artísticos, e eram obrigatoriamente recunhadas de três em três anos. Moedas normandas tinham um teor de prata muito mais baixo, eram muitas vezes de má qualidade artística, e raramente eram recunhadas. Além disso, na Inglaterra nenhuma outra cunhagem era permitida, enquanto no continente outra cunhagem era considerada de [[curso forçado]]. Também não há evidências de moedas de [[Pêni|dinheiro inglês]] circulando no ducado francês, o que mostra pouca tentativa de integrar os sistemas monetários da Inglaterra e Normandia.<ref name=Bates138/>