Boca do Lixo: diferenças entre revisões

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A '''Boca do Lixo''' é uma região não oficial do centro da [[cidade de São Paulo]] localizada no [[bairro da Luz]], em um quadrilátero que inclui a rua do Triunfo, a rua Vitória e adjacências. Notabilizou-se por ter se abrigado um polo [[indústria cinematográfica|cinematográfico]] desde as décadas de 1920 e 1930, quando empresas como a [[Paramount]], a [[Fox]] e a [[MGM]] se instalaram na região. Nas décadas seguintes, essas companhias atraíram distribuidoras, fábricas de equipamentos especializados, serviços de manutenção técnica e outras empresas do ramo cinematográfico para as redondezas. Entre o fim dos [[anos 1960]] e o começo dos [[anos 1980]], a Boca do Lixo tornou-se um reduto do [[cinema independente]] brasileiro, desvinculado dos incentivos governamentais. Durante aqueles anos, era comum ver homens guiando carroças carregadas de latas de filmes pela via pública.<ref>[http://reporterbrasil.org.br/2004/06/a-boca-do-lixo-ainda-respira/ A Boca do Lixo ainda respira]. Por Carlos Juliano Barros e Laura Lopes. ''Repórter Brasil'', 15 de junho de 2004.</ref>.<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/02/1412274-analise-com-poucos-recursos-filmes-nao-podiam-dar-margem-a-erros.shtml Com poucos recursos, filmes da Boca do Lixo não podiam dar margem a erros]. Por Inácio Araújo. ''[[Folha de S. Paulo]]'', 16 de fevereiro de 2014.</ref>
 
Muitos cineastas, como [[Carlos Reichenbach]], [[Luiz Castelini]], [[Alfredo Sternheim]], [[Juan Bajon]], [[Cláudio Cunha]], [[Julio Bressane]], [[Rogério Sganzerla]] ou [[Walter Hugo Khouri]], tinham clara proposta autoral em seus filmes, mas a produção da Boca ficou mesmo caracterizada pelos filmes baratos e que tinham forte apelo sexual. Ela floresceu e se expandiu na [[pornochanchada]] dos [[anos 1970]], com musas como [[Helena Ramos]], [[Sandra Bréa]], [[Vanessa Alves]], [[Patrícia Scalvi]], [[Nicole Puzzi]], [[Zilda Mayo]]. Comédias, dramas, policiais, faroestes, filmes de ação e de [[kung fu]], terror, entre outros, foram gêneros explorados pelo cinema da Boca, sem deixar de lado o uso restrito do erotismo. Produtores como [[A. P. Galante|Antônio Polo Galante]], [[David Cardoso]], [[Nelson Teixeira Mendes]], [[Juan Bajon]], [[Cláudio Cunha]], [[Aníbal Massaini Neto]], entre outros, ficaram milionários com esse tipo de cinema.<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/02/1412269-remanescentes-da-boca-do-lixo-se-reunem-para-realizar-filme.shtml Remanescentes da Boca do Lixo se reúnem para realizar filme]. Por Guilherme Genestreti. ''Folha de S. Paulo'', 16de fevereiro de 2014.</ref> [[Dick Danello]] foi outra figura importante para a Boca, responsável pela composição da trilha sonora de vários filmes.
 
Alguns tiveram sucesso de bilheteria, entre os quais ''A Viúva Virgem'', de Rovai, e ''Giselle'', de Victor di Mello. Com raras exceções, esses filmes não eram muito apreciados pela [[crítica]] especializada, que preferia os filmes mais voltados à [[questão social]], de diretores ligados ao [[Cinema Novo]] e, nos anos 1970, integrados à [[Embrafilme]], que produzia filmes com incentivo estatal.