Espiritismo (termo): diferenças entre revisões

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Celso Ferenczi (discussão | contribs)
→‎Não unanimidade na reencarnação: complemento com análise de Allan Kardec sobre o problema
Celso Ferenczi (discussão | contribs)
→‎Moderno Espiritualismo Anglo-Saxão: unificação desta subseção com a subseção Não unanimidade da reencarnação, conforme página de discussão deste artigo
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No mundo anglófono, é bastante conhecida também uma divergência entre o que se convencionou chamar de "Espiritismo Latino" e "Espiritismo Anglo-Saxão" (este último, particularmente, era integrado pelos [[Inglaterra|ingleses]] e [[Estados Unidos|estadunidenses]]).
 
Essa divisão do termo Espiritismo surgiu como consequência do número de pessoas que passaram a utilizar a denominação de "espíritas", pois havia em ambos os grupos divergências em relação à reencarnação.<ref>—[http://www.febeditora.com.br/ahistoriadoespiritualismo/ A História do Espiritualismo - De Swedenborg ao início do século XX]— publicado por [[Arthur Conan Doyle]], em [[Londres]] (1926). O autor foi Presidente de Honra da [[International Spiritualist Federation|Federação Espiritualista Internacional]], Presidente da Aliança Espírita de Londres e Presidente do Colégio Britânico de Ciências Psíquicas, nos séculos XIX e XX</ref><ref>[http://www.febnet.org.br/ba/file/Pesquisa/Textos/Arthur%20Conan%20Doyle.pdf Arthur Conan Doyle]- Texto extraído da [[Federação Espirita Brasileira|FEB]]</ref>
 
[[Allan Kardec]] trata da questão, na [[Revue Spirite|Revista Espírita]] de 1864, no capítulo "A Escola Espírita Americana"<ref>[http://www.febnet.org.br/ba/file/Downlivros/revistaespirita/Revista1864.pdf Revista Espírita de 1864]</ref>:
Entretanto, na França, o "Espiritismo Anglo-Saxão" é comumente chamado de —[[Moderno Espiritualismo Anglo-Saxão]]— (em francês: Spiritualisme Moderne Anglo-Saxon). Essa substituição encontra respaldo na realidade, visto que, o Espiritismo foi um termo cunhado por Allan Kardec e baseado em cinco obras básicas, nas quais a ideia reencarnacionista está presente.<ref>A Reencarnação está presente em [[O Livro dos Espíritos]], primeiro livro da Codificação Espirita; Capitulo 4 -Pluralidade das existências- Da parte segunda -Mundo espírita ou dos espíritos-</ref><ref>A Reencarnação está presente em [[O Evangelho Segundo o Espiritismo]], terceiro livro da Codificação Espirita; Capitulo 4 -Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo-</ref><ref>No túmulo de Allan Kardec, em Paris, contem a inscrição que resume o pensamento espírita a respeito do assunto: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei (a citação consta também do livro -[http://www.febnet.org.br/ba/file/Obras%20B%C3%A1sicas/oe.pdf O que é o Espiritismo]- Publicado por Allan Kardec, em 1859)</ref>
{{quote2|''De todos os princípios da doutrina, o que encontrou mais oposição na América – e por América deve entender-se exclusivamente os Estados Unidos – foi o da reencarnação. Pode mesmo dizer-se que é a única divergência capital, prendendo-se as outras mais à forma do que ao fundo, e isto porque ali os Espíritos não a ensinaram. Expliquemos as razões disto. Os Espíritos procedem em toda parte com sabedoria e prudência; para se fazerem aceitar, evitam chocar muito bruscamente as idéias preconcebidas. Não irão dizer de chofre a um muçulmano que Maomé é um impostor. Nos Estados Unidos o dogma da reencarnação teria vindo chocar-se contra os preconceitos de cor, tão profundamente arraigados naquele país; o essencial era fazeraceitar o princípio fundamental da comunicação do mundo visível com o mundo invisível; as questões de detalhe viriam a seu tempo. Ora, é indubitável que esse obstáculo acabará por desaparecer, e que um dos resultados da guerra civil será o gradativo enfraquecimento de preconceitos, verdadeira anomalia numa nação tão liberal.''
 
''Se, de maneira geral, a idéia da reencarnação ainda não é aceita nos Estados Unidos, ela o é individualmente por alguns, se não como princípio absoluto, ao menos com certas restrições, o que já é alguma coisa. Quanto aos Espíritos, sem dúvida julgando que o momento é propício, começam a ensinar com cautela em certos lugares e sem rodeios em outros. Uma vez levantada, a questão percorrerá longa distância. Aliás, temos sob os olhos comunicações já antigas,obtidas naquele país, nas quais, sem estar formalmente expressa, a pluralidade das existências é a conseqüência forçada dos princípios emitidos; aí se vê brotar a ideia. Assim, não há que duvidar que, em pouco tempo, o que hoje ainda se chama escola americana fundir-se-á na grande unidade que se estabelece por toda parte.''|}}
 
[[Arthur Conan Doyle]], que abordou a questão em seu livro "A História do Espiritualismo – De Swedenborg ao início do século XX"<ref>[http://www.febeditora.com.br/departamentos/historia-do-espiritualismo-a-de-swedenborg-ao-inicio-do-seculo-xx/#.WH7RJ1UrLIU A História do Espiritualismo - De Swedenborg ao início do século XX]</ref>, publicado em [[Londres]] em 1926, foi Presidente de Honra da [[International Spiritualist Federation|Federação Espiritualista Internacional]], Presidente da Aliança Espírita de Londres e Presidente do Colégio Britânico de Ciências Psíquicas, nos séculos XIX e XX, era britânico e reencarnacionista:
{{quote2|''A doutrina da reencarnação determinou o aparecimento de uma divergência entre aquilo que se estabeleceu chamar Espiritismo Latino e Espiritismo Anglo-Saxão. Estes, particularmente os ingleses e americanos, embora aceitassem a Doutrina Espírita não admitiam o Princípio Reencarnacionista e tal motivou os ataques e críticas ao Espiritismo. Embora a resistência mantida na Inglaterra e nos Estados Unidos contra o Princípio Reencarnacionista, Conan Doyle e outros espíritas americanos e ingleses, de renome, admitiam a reencarnação.''<ref>[http://www.febnet.org.br/ba/file/Pesquisa/Textos/Arthur%20Conan%20Doyle.pdf Arthur Conan Doyle - texto extraído do site da [[Federação Espirita Brasileira|FEB]]]</ref>|}}
 
Outro exemplo é ilustrado pelo ''V Congresso Internacional de Barcelona, 1934'', onde ficou estabelecido que:
{{quote2|''...os espíritas latinos e hindus, representados pelos delegados da Bélgica, Brasil, Cuba, Espanha, França, Índia, México, Portugal, Porto Rico, Argentina, Colômbia, Suíça e Venezuela, afirmam a reencarnação como lei de vida progressiva, segundo a frase de Allan Kardec: 'Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar', e a aceitam como uma verdade de fato. Os espíritas não-latinos, representados no Congresso pelos delegados da Inglaterra, Irlanda, Holanda e África do Sul, consideram não haver demonstração suficiente para estabelecer a doutrina da reencarnação formulada por Kardec. Cada escola, portanto, fica em liberdade para proclamar as suas convicções a respeito de reencarnação.''|Anais do V Congresso Internacional de Barcelona (1934).{{nota de rodapé|A citação no tumulo de Allan Kardec, situado no [[Cemitério do Père Lachaise]], consta também do livro publicado pelo mesmo -[[O Que É o Espiritismo?|O que é o Espiritismo]]- “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei" - Allan Kardec}}}}
 
Entretanto, na França, o "Espiritismo Anglo-Saxão" é comumente chamado de —[[Moderno Espiritualismo Anglo-Saxão]]— (em francês: Spiritualisme Moderne Anglo-Saxon). Essa substituição encontra respaldo na realidade, visto que, o Espiritismo foi um termo cunhado por Allan Kardec e baseado em cinco obras básicas, nas quais a ideia reencarnacionista está presente.<ref>A Reencarnação está presente em [[O Livro dos Espíritos]], primeiro livro da Codificação Espirita; Capitulo 4 - Pluralidade das existências - Da parte segunda - Mundo espírita ou dos espíritos-</ref><ref>A Reencarnação está presente em [[O Evangelho Segundo o Espiritismo]], terceiro livro da Codificação Espirita; Capitulo 4 - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo-</ref><ref>No túmulo de Allan Kardec, em Paris, contem a inscrição que resume o pensamento espírita a respeito do assunto: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei (a citação consta também do livro -[http://www.febnet.org.br/ba/file/Obras%20B%C3%A1sicas/oe.pdf O que é o Espiritismo]- Publicado por Allan Kardec, em 1859)</ref>
Enquanto que, o Moderno Espiritualismo especifica o conjunto de manifestações mediúnicas que se difundiram no século XIX, mas em alguns casos, com identidade própria. Esta foi a causa para o surgimento da designação Moderno Espiritualismo Anglo-Saxão.<ref>A propósito dos motivos da não adoção do princípio da reencarnação por vários espiritualistas estadunidenses, Allan Kardec escreveu um artigo na edição de maio de 1884 da sua [[Revista Espírita]], intitulado "A Escola Espírita Americana"</ref> A palavra composta "[[Anglo-Saxão]]" foi adicionada para especificar certas crenças adotadas pelos modernos espiritualistas dos países de [[língua inglesa]].<ref>A Reencarnação faz parte dos preceitos básicos do Espiritismo, tanto que vários conceitos da doutrina espirita ficariam contraditórios. Veja -[http://www.febnet.org.br/blog/geral/divulgacao/downloads-divulgacao/obras-basicas/ Obras de Allan Kardec]- -[http://www.oespiritismo.com.br/reecarnacao.php Reencarnação]- -[http://www.febnet.org.br/blog/geral/colunistas/necessidade-da-reencarnacao/ Necessidade da Reencarnação]- Estas referências tratam da visão espírita a respeito da reencarnação. (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010, questão 132, p.147)</ref>