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O '''cacaueiro''' (''Theobroma cacao),'' é a [[árvore]] [[Perenifólia|perenefólia]] que dá origem ao fruto chamado '''cacau'''.
 
Pertencente à família [[Malvaceae]], o cacaueiro é originário da chuvosa [[Bacia do rio Amazonas]], na [[América do Sul]]<ref>WOOD, G. A. R. History and development. In: WOOD, G. A. R; LASS, R. A; '''Cocoa'''. 4. ed.. Agawam: Blackwell Science. 1985. p. 1-10.</ref>. Em ambientes sombreados de floresta e sem poda humana, sua altura pode chegar a 20 metros, contudo, em condições de cultivo usualmente sua altura varia de 3 a 5 metros<ref>MÜLLER, M. W.; GAMA-RODRIGUES, A. C. Sistemas Agroflorestais com cacaueiro In: VALLE, R.R, '''Ciência, tecnologia e manejo do cacaueiro'''. Brasilia: CEPLAC/CEPEC, 2012. p. 407-435.</ref>.
 
O cacau é a principal matéria-prima do [[chocolate]], feito por meio da torra e moagem das suas amêndoas secas em processo industrial ou caseiro. Outros subprodutos do cacau incluem sua polpa, suco, geleia, destilados finos e [[sorvete]].
 
Por ser plantado à sombra da [[floresta]], o cacau foi responsável pela preservação de grandes corredores de [[mata atlântica]] no sul do Estado da [[Bahia]], no [[Brasil]]. Este sistema é conhecido como "cacau cabruca", do termo "brocar" (ralear). Recentemente, foi criado o Instituto Cabruca que, junto com outras instituições ambientalistas, vem desenvolvendo projetos de pesquisas e extensão sobre o tema, estudando formas de manter essa vegetação nativa associada ao cacau.
 
== Origem do nome ==
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==Trabalho escravo==
A [[Costa do Marfim]] é o maior produtor de cacau do mundo, chegando a contribuir com 41% do mercado global <ref>http://www.ceplac.gov.br/radar/mercado_cacau.htm</ref>. Em suas plantações ocorre uso de mão de obra [[escravidão|escrava]] e infantil, mais modernamente, uma vez que antigamente (1808 - 1930), na época da riqueza e do "Cacau", era toda assalariada e [[consumidor]]a do [[produto]] que plantavam, seus [[Propaganda|propagandistas]], segundo Dona [[Maria II de Portugal|Maria I]] de [[Brasil]], [[Portugal]] e Além - [[Mar]]. As grandes companhias produtoras de chocolate chegaram a assinar em 2001 um termo onde se comprometiam a extinguir o uso deste tipo de mão de obra nos cacauzeiros até 2008. No entanto o prazo não foi cumprido, e segundo denúncias em 2010 ainda eram utilizados em larga escala.<ref>www.imdb.com/title/tt1773722</ref> Autoridades locais e organizações internacionais têm dedicado atenção ao tema desde então.
 
== Cacau e Conservação ==
 
==== Cacau Cabruca ====
Por ser plantado por mais de 200 anos, no Estado da Bahia, à sombra da [[floresta]], o cultivo do cacaueiro foi responsável pela conservação de grandes corredores de [[mata atlântica|Mata Atlântica]]. Este sistema de cultivo é conhecido como "cacau cabruca", corruptela do termo "brocar" (ralear). Nele, o sub-bosque da mata é "brocado" (removido) e substituido por mudas de cacaueiro, tradicionalmente plantadas aleatoriamente. As mudas crescem e passam a produzir seus frutos sob a proteção do vento e sombra das árvores da Mata Atlântica.
Em um levantamento realizado em cabrucas por Lobão<ref>LOBÃO, D. E. '''Agrossistema cacaueiro da Bahia''': Cacau cabruca e fragmentos florestais na conservação de espécies arbóreas. Tese (Doutorado em Agronomia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2007. p.108.</ref> em 2007 no sul baiano, foram encontradas integradas ao sistema cacau-cabruca espécies de árvore consideradas raras, como o jequitibá-rosa (''Cariniana legalis''), o pau-brasil (''Caesalpinea echinata''), que é uma espécie ameaçada de extinção<ref>VARTY, N. Caesalpinia echinata - '''The IUCN Red List of Threatened Species'''. 1998. Version 2014.1. Disponível em: <www.iucnredlist.org>. Acessado em: 25/07/2014.</ref> <ref>BRASIL, IBAMA. '''Instrução normativa Nº06 de 23 de Setembro de 2008'''. Disponível em: <nowiki>http://www.ibama.gov.br</nowiki>. Acesso em 25/06/2014.</ref>, e a gameleira (''Ficus gomelleira''), que é uma espécie de importância sócio-ecológica, já que seus ramos jovens servem de alimento à preguiças e práticas religiosas afro-brasileiras estão associadas a ela<ref>RASHFORD, J. Candomblé’s Cosmic Trees and Brazilian Ficus species In: VOEKS, R. (ed.); RASHFORD, J (ed.). '''African Ethnobotany in the Americas'''. Springer New York. 2013. p. 311.</ref>. É digno de nota o fato de que maior jequitibá-rosa de que se tem notícia atualmente foi encontrado em um sistema cacau cabruca na região cacaueira da Bahia<ref>MANSUR, A. ÉPOCA – Blog do Planeta'''. Floresatas de cacau preservam o maior jequitibá do Brasil'''. 2014. Disponível em <<nowiki>http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/02/florestas-de-cacau-preservam-o-maior-jequitiba-do-brasil.html</nowiki>></ref>.
 
Por ser plantado à sombra da [[floresta]], o cacau foi responsável pela preservação de grandes corredores de [[mata atlântica]] no sul do Estado da [[Bahia]], no [[Brasil]]. Este sistema é conhecido como "cacau cabruca", do termo "brocar" (ralear). Recentemente, foi criado o Instituto Cabruca que, junto com outras instituições ambientalistas, vem desenvolvendo projetos de pesquisas e extensão sobre o tema, estudando formas de manter essa vegetação nativa associada ao cacau.
[[Ficheiro:Theobroma cacao MHNT.BOT.2004.0.204.jpg|thumb|''Theobroma cacao'' - [[MHNT]]]]