Maria de Antioquia: diferenças entre revisões

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'''Maria de Antioquia''' foi uma [[imperatriz-consorte bizantina]], esposa do [[imperador bizantino|imperador]] [[Manuel I Comneno]] {{nwrap|r.|1143|1180}}. Ela era filha de [[Constância de Antioquia]] e seu primeiro marido, [[Raimundo de Poitiers]]. Seu único filho foi [[Aleixo II Comneno]], que sucedeu ao pai, em 1180, e morreu três anos depois, aos 14 anos. Ela foi regente do filho, de 1180 até 1182.
 
== História ==
Em 1160, o padrasto de Maria, o segundo marido de Constância, [[Reinaldo de Châtillon]], foi aprisionado por {{ilc|Majaldine||Majaldim|Maj al-Din}}, o [[emir de Alepo]] e aliado de [[Nur ad-Din]]. A mãe dele reivindicou para si o [[Principado de Antioquia]], mas os nobres apoiaram o irmão de Maria, [[Boemundo III de Antioquia|Boemundo]]. O rei [[Balduíno III de Jerusalém]] nomeou-o príncipe Boemundo III de Antioquia e indicou, como regente, o rico e mundano [[Aimery de Limoges]], [[patriarca latino de Antioquia]], um antigo adversário de Reinaldo. Constância protestou da decisão, em [[Constantinopla]], na corte do imperador bizantino Manuel I Comneno, o senhor nominal de Antioquia.
 
No final de 1159, a esposa de Manuel, Irene (chamada originalmente [[Berta de Sulzbach]]), havia morrido e ele queria se casar com uma princesa de um dos [[estados cruzados]]. João Contostefano, o principal [[dragomano]] (intérprete), Teofilato, e o [[acóluto]] da [[Guarda Varegue]] Basílio Camatero foram enviados à Jerusalém para tentar encontrar uma princesa disponível e duas candidatas apareceram: Maria de Antioquia e [[Melisende de Trípoli]], uma filha do [[conde de Trípoli|conde]] [[Raimundo II de Trípoli]] com [[Hodierna de Trípoli|Hodierna de Jerusalém]]. Ambas eram conhecidas por sua beleza, mas, de acordo com [[João Cinamo]], Maria era a mais bonita: alta e loira, claramente mostrava a sua ascendência [[normandos|normanda]]. O rei Balduíno III sugeriu Melisende, e o irmão dela, o conde [[Raimundo III de Trípoli]], começou a juntar um enorme [[dote]], com presentes de Hodierna e da tia dela, homônima, a [[Melisende de Jerusalém|rainha Melisende]]. Os embaixadores não ficaram satisfeitos e adiaram o casamento por mais de um ano, pois, aparentemente, haviam ouvido rumores sobre uma infidelidade de Hodierna, o que colocava em dúvida a legitimidade de Melisende. Finalmente, Manuel escolheu Maria. O conde Raimundo se ofendeu e, como retaliação, atacou [[Chipre]], sob controle bizantino na época.
 
Enquanto isso, uma embaixada imperial liderada por Aleixo Briênio Comneno e pelo [[prefeito de Constantinopla]], João Camatero, chegou ema Antioquia para negociar o casamento. Maria embarcou no porto de São Simeão direto para a capital, em setembro de 1161, e o casamento se realizou na [[Santa Sofia|Grande Igreja]], em 24 de dezembro. Três patriarcas realizaram a cerimônia: [[Lucas Crisoberges]], [[patriarca grego ortodoxo de Constantinopla|de Constantinopla]], {{lknb|Sofrônio|III|de Alexandria}}, [[patriarca grego ortodoxo de Alexandria]] e [[Atanásio I de Antioquia|Atanásio I]], [[patriarca grego ortodoxo de Antioquia]]. O casamento foi comemorado com banquetes, presentes da igreja e [[corrida de bigas|corridas de bigas]] no [[Hipódromo de Constantinopla|Hipódromo]] para o povo, e fortaleceu os laços entre Antioquia e o Império Bizantino e a posição da mãe de Maria, Constância, que agora era regente em Antioquia. De acordo com [[Nicetas Coniates]], Maria...:
{{citação2|...era como a amante da alegria, a dourada [[Afrodite]], a de armadura branca e com olhos de touro, [[Hera]], a de longo pescoço e belo tornozelo [[Helena de Troia|lacônia]] que os antigos deificaram por sua beleza e todas as demais belas cujos semblantes ficaram preservados nos mais importantes livros e histórias.|[[Nicetas Coniates]]}}
 
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== Viuvez ==
Após a morte de Manuel, em 1180, Maria oficialmente se tornou uma [[freira]] de nome "Xena" ("estrangeira"), mas, na verdade, ela atuava como regente do jovem Aleixo II, seu filho<ref name="Romanis"/>. Apesar de ser uma freira, ela também dispunha de diversos pretendentes e ela acabou escolhendo outro [[Aleixo Comneno (morto em 1183)|Aleixo Comneno]], o [[protosebasto]] e [[protovestiário]], um sobrinho de Manuel e tio de [[Maria Comnena (rainha de Jerusalém)|Maria Comnena]], a ex-[[rainha de Jerusalém]], como conselheiro e amante, o que provocou escândalo na população. Como uma ocidental que favorecia os comerciantes italianos, Maria enfrentava a oposição dos gregos, e sua regência foi amplamente considerada incompetente. Os líderes da oposição eram sua enteada, a [[porfirogênita]] [[Maria Comnena (porfirogênita)|Maria Comnena]] e o marido dela, o [[césar (título)|césar]] [[Rainério de Monferrato]], mesmo ele sendo ele um latino. A porfirogênita Maria poderia ser considerada a herdeira legítima por ser a filha mais velha de Manuel (ela era quase da mesma idade de sua madrasta, Maria de Antioquia). Maria e Rainério conseguiram o apoio do [[patriarca grego ortodoxo de Constantinopla|patriarca]] [[Teodósio I de Constantinopla|Teodósio I]] e utilizaram [[Santa Sofia]] como base de operações. Aleixo, por sua vez, mandou prender o patriarca, o que levou aoa um conflito aberto pelas ruas da capital.
 
== Execução ==
O primo de Manuel, [[Andrônico I Comneno|Andrônico Comneno]], que havia sido exilado durante o reinado dele, foi convidado de volta à corte pela [[porfirogênita]] Maria e marchou sobre a capital em 1182. Ele incitou a população, o que provocou o infame [[Massacre dos Latinos]], a maior parte deles comerciantes [[República de Veneza|venezianos]] e [[República de Gênova|genoveses]]. Após conquistar o controle da cidade, ele mandou prender a porfirogênita e Rainério, enquanto que a imperatriz Maria foi presa e confinada no [[Mosteiro]] de [[São Diomedes]] (ou numa prisão próxima). A imperatriz tentou buscar ajuda com seu cunhado, o [[rei da Hungria|rei]] [[Bela III da Hungria]], sem sucesso. Andrônico obrigou Aleixo a assinar a ordem de execução da mãe e nomeou seu próprio filho, [[Manuel Comneno (nascido em 1145)|Manuel Comneno]], e o [[sebasto]] Jorge para a executarem, mas eles se recusaram. Então, de acordo com [[Nicetas Coniates|Nicetas]], Maria foi estrangulada pelo [[heteriarca]] [[Constantino Trípsico]] e pelo [[eunuco]] {{ilc|Pteriogenita||Pteriogenites}} e enterrada numa vala comum numa praia próxima<ref>Nicetas Coniates, ''Histories'' pp. 267-269 van Dieten; cf. [[Eustácio de Tessalônica]], ''Saque de Tessalônica''.</ref>. Provavelmente por conta do sigilo em torno do assassinato, versões alternativas de sua morte circularam, como a de que ela teria sido colocada amarrada num saco e afogada<ref>[[Roger de Howden]], ''Annals'' 1180.</ref>. Andrônico se fez coroar co-imperador, o que salvou Aleixo II apenas por um breve período, pois ele logo foi morto e Andrônico tomou o controle do império. Algum tempo depois, o novo imperador [[damnatio memoriae|destruiu ou mutilou]] a maior parte das imagens de Maria em Constantinopla.
 
== Ver também ==