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Apesar de poderem ser considerados como dois grupos distintos de linhagem humana, ''australoides'' e ''capoides'' também podem ser considerados como ''negroides'', de acordo com essa mesma classificação tradicional.
 
Como qualquer classificação, esta é imperfeita e, por isso, ao longo do tempo, foram sendo usados outros termos, principalmente para grupos cujas características não se ajustavam aos grupos "definidos", como é o caso dos [[pardo]]s para indicar os [[indígena]]s do sub-continente [[Índia|indiano]], entre outros. De notar que, a par desta classificação baseada em características físicas, houve sempre outras, mais relacionadas com a [[cultura]], principalmente a [[religião]] dos "outros", como os [[mouro]]s ou "infiéis", como os europeuscristãos de [[Mundo Ocidental|cultura ocidental]] denominavam os [[muçulmanoÁrabes|árabes]]s, ou[[Muçulmano|muçulmanos]] e os [[judeu]]s, este último imigrou para as [[Colonialismo|colônias]] [[Império Espanhol|espanholas]], [[Império Português|portuguesas]], [[Império colonial francês|francesas]], [[Império Colonial Holandês|holandesas]] e [[Império Britânico|inglesas]] estabelecidas nos Novos Continentes como a [[África]], a [[América]] e a [[Oceania]] a partir do Século XVI para fugir da intolerâcia religiosa praticada pelos [[Reis católicos|reis católicos]] existente nas metrópoles<ref>http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/judeus_sem_saber.html</ref>.
 
NoAinda iníciono Final do [[séculoSéculo XXXIX]], quando as idéias de [[Sigmund Freud]] estavam sendo desenvolvidas, [[Franz Boas]], pôsque emera causabastante marxista cultural passou a noçãocondenar deo raçabiologismo e o racialismo e foi seguido por outrosvários escritores do [[antropologia|antropólogosSéculo XX]] em que seus trabalhos eram relacionados com raça, etnicidade e biologia, como [[Ashley Montagu]], [[Richard Lewontin]] e [[Stephen Jay Gould]]. Contudo, alguns poucos cientistas como [[J. Philippe Rushton]], [[Arthur Jensen]], [[Vincent Sarich]] e [[Frank Miele]] (autores de ''"Race: The Reality of Human Differences"'') proclamam que não só essa tese é falsa, mas que foi politicamente motivada e não tem bases científicas.
 
Existem também estudos que procuram mostrar que a percepção social da cor como definidora de uma divisão humana em "raças" não é mais do que uma construção sócio-cultural. Assim, durante a montagem do sistema escravista moderno, no qual milhões de indígenas africanos foram transferidos compulsoriamentetransportados para asa AméricasAmérica paradurante o trabalhotráfico escravonegreiro, fortaleceu-se o conceito de que existe uma "raça negra", superpondo-se a toda uma grande quantidade de diferenças étnicas que existiam na África, e que ainda existem hoje, porém no Século XVI não se percebiam a existência de milhares de [[Grupo étnico|grupos étnicos]] muito diferentes entre um grupo ou outro de [[Khoisan|bosquimanos]]. Os africanos nas sociedades que precederam o moderno sistema escravista, não se viam como "negros", tal como sustenta [[José D'Assunção Barros]] em seu livro "A Construção Social da Cor", (lançado em [[2009)]]. Na África, os africanos enxergavam-se a partir de identidades étnicas diferenciadas, e não de uma única "raça negra", um conceito que para eles não existia assim como não existia o conceito de raça branca para os [[Portugueses|portugueses]] e [[Espanhóis|espanhóis]] pré-coloniais do periodo em que estavam dominados pelos mouros e "infiéis". Os interesses do tráfico levavam os comerciantes a motivar a diferença étnica na ponta africana do tráfico negreiro, pois os comerciantes de escravos conseguiam escravos das guerras intertribais, nas quais as tribos vencedoras vendiam os indivíduos pertencentes às tribos vencidas. Mas, ao mesmo tempo, na ponta final do processo de escravização, quando o escravo deveria ser vendido nas Américas e incorporado ao trabalho no sistema colonial, já interessava aos comerciantes e senhores de engenhos - ou ao sistema escravista, de modo geral - criar uma categoria única para os "negros" africanos, inclusive misturando africanos procedentes das várias etnias de modo a que não se concentrassem eem um mesmo local indivíduos pertencentes a uma mesma etnia de origem na´´Africa, pois os vínculos de identidade poderiam favorecer as revoltas. Percebe-se, portanto, que a construção da idéia de "negro", à altura da montagem do sistema escravista, foi um processo complexo, que recobriu, embora sem eliminá-las totalmente, as etnias africanas de origem.
 
Análises [[genética]]s recentes permitem que a [[evolução]] e [[migração|migrações]] humanas seja representado dumade uma forma [[cladística]]. Estes estudos indicam que, como pensam os que defendem a teoria da [[Hipótese da origem única|origem única]], a [[África]] foi o [[Berço da Humanidade|berço]] da humanidade, outros defendem a teoria da origem [[Evolução multirregional|multiregional]]<ref>http://www.sciencedaily.com/releases/2007/04/070423185434.htm The Emerging Fate Of The Neandertals</ref>
. Verificou-se que os [[aborígene australiano|aborígenes australianos]] foram originados num grupo que se isolou dos restantes há muito tempo e que todos os outros grupos, incluindo "europeus", "asiáticos" e "nativos americanos" perfazem um único grupo [[monofilético]] resultante das migrações para fora do continente africano e que poderia dividir-se no equivalente aos oeste- e leste "euro-asiáticos", reconhecendo sempre haver muitos grupos intermédios.