Orion (constelação): diferenças entre revisões

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{{ver desambiguação|Orion|Orion}}
 
{{PBPE|Órion|Orionte}}, '''Oríon''' ou '''Orion''' é uma das [[Lista de constelações|oitenta e oito]] [[Constelação|constelações modernas]]. Está localizada no [[equador celeste]] e, por este motivo, é visível em praticamente todas as regiões habitadas da Terra,. A época mais favorável para sua visívelobservação principalmente nas noites de [[verão]] no [[hemisfério sul]], em dezembro e janeiro.
 
A constelação de Órion é notável pela presença de muitas [[Lista das estrelas mais brilhantes|estrelas brilhantes]], que formam figuras de fácil reconhecimento. A [[gigante azul]] [[Rígel]] e a [[gigante vermelha]] [[Betelgeuse]] sãoapresentam asmaior maisbrilho brilhantes quee, juntamente com [[Bellatrix]] e [[Saiph]] compõem o quadrilátero principal. Em seu centro, no entanto, figuram [[Alnitak]], [[Alnilam]] e [[Mintaka]], três estrelas de brilho similar alinhadas , que constituem o Cinturão de Órion, [[Asterismo (astronomia)|asterismo]] conhecidaconhecido popularmente como [[Três Marias (astronomia)|Três Marias]].
 
Órion também possui numerosos [[objetos do céu profundo]], sobretudo [[nebulosa]]s. A mais notável é a [[Nebulosa de Órion]], única visível a olho nu que, a cerca de {{fmtn|1500}} [[ano-luz|anos-luz]], é uma das regiões de [[formação estelar]] mais próximas. A constelação também abriga outras nebulosas emblemáticas, incluindo a [[Nebulosa Cabeça de Cavalo|Nebulosa escura Cabeça de Cavalo]] e a [[Nebulosa da Chama]], além de muitas outras nuvens que compõem o [[Complexo de Nuvens Moleculares de Órion]]. De fato, muitas das estrelas gigantes azuis originaram-se dessas [[nuvem molecular|nuvens moleculares]] e hoje [[nebulosa de reflexão|iluminam o material remanescente]].
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Órion é uma das [[Lista de constelações|oitenta e oito constelações modernas]]. É uma das constelações mais facilmente reconhecíveis pela quantidade de [[Lista das estrelas mais brilhantes|estrelas brilhantes]] presentes e a presença de [[Asterismo (astronomia)|asterismo]]s facilmente distinguíveis. Estende-se por uma área de 594 graus quadrados na [[esfera celeste]], correspondendo a somente 1,4% de todo o céu, sendo a vigésima sexta [[constelação]] em ordem de área.<ref>{{Harvnb|Thomspon|2007|pp=340-345}}</ref> Em sentido horário limita-se com [[Gemini (constelação)|Gemini]] (Gêmeos), [[Taurus]] (Touro), [[Eridanus]] (Rio Erídano), [[Lepus]] (Lebre) e [[Monoceros]] (Unicórnio).<ref>{{Harvnb|Mourão|1989|p=230}}</ref><ref>{{Harvnb|Mourão|1981|p=37}}</ref>
 
O [[equador celeste]] corta o centro da constelação, o que a torna visível em praticamente todas as regiões habitadas da Terra, desde a [[latitude]] 74°N até 67°S. A melhor época para observação da constelação é durante o mês de [[janeiro]] ([[inverno]] no [[hemisfério norte]] e [[verão]] no [[hemisfério sul]]).<ref>{{Harvnb|Gilmour|2003|p=89}}</ref> Uma das formas mais fáceis de se localizar Órion é encontrar o asterismo do Cinturão de Órion, popularmente conhecido como [[Três Marias (astronomia)|Três Marias]], uma série de três estrelas alinhadas e igualmente espaçadas (Alnitak, Alnilam e Mintaka). Este asterismo situa-se no centro de um retângulo de estrelas brilhantes. Uma das estrelas mais brilhantes deste retângulo, chamada Betelgeuse, apresenta um brilho vermelho característico. No canto oposto, destaca-se Rígel com um brilho azulado. As outras duas estrelas são Bellatrix (próxima a Betelgeuse, sendo que estas duas formam os ombros do caçador) e Saiph (que, junto com Rígel, são seus ombros). Um conjunto de estrelas de menor brilho enfileiradas pouco ao sul do cinturão constituem a espada de Órion.<ref>{{Harvnb|Berry|1987|p=10}}</ref> Próximo a Bellatrix uma série de estrelas forma o escudo do caçador, enquanto que, a partir de Betelgeuse, outras estrelas de menor brilho formam seu braço levantado. Ainda, pouco acima da linha entre Betelgeuse e Bellatrix, a estrela Meissa formarepresenta a cabeça do caçador.<ref>{{Harvnb|Marett-Crosby|2013|p=57}}</ref>
 
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[[Imagem:Betelgeuse position in Orion.png|miniatura|esquerda|Órion, estando em seu centro o famoso asterismo das Três Marias. A estrela laranja no topo (seta) é Betelgeuse , a sua direita Bellatrix, no canto inferior, descendo em linha reta, Rígel e, a sua esquerda, Saiph, que formam o quadrilátero principal da constelação. No topo da imagem, com brilho menor, Meissa.]]
[[Rígel]], embora na [[designação de Bayer]] seja denominada Beta Orionis, é a estrela mais brilhante da constelação. Apesar de estar a quase o dobro de distância em comparação com Betelgeuse, a [[supergigante azul]] possui um notável brilho, {{fmtn|40000}} vezes mais intenso que o brilho do Sol, apresentando uma magnitude visual de +0,13. Rígel possui ainda duas estrelas companheiras menores, ofuscadas pelo brilho da estrela principal.<ref>{{harvnb|Rees|2012|p=282}}</ref> Ao lado de Rígel, a estrela [[Saiph]] (Kappa Orionis), de segunda magnitude, completaé ode quadriláterofácil principal da constelaçãoreconhecimento. Também uma estrela supergigante, emite um brilho branco azulado. No entanto, apesar da distância e tamanho comparável, seu brilho é menor que de Rígel pelo fato de que boa parte da energia emitida pela estrela se encontra na faixa do [[ultravioleta]].<ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kiler|título=Saiph|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/saiph.html|acessodata=20 de dezembro de 2016|arquivourl=http://archive.is/gaXo|arquivodata=20 de dezembro de 2016}}</ref> [[Bellatrix]] (Gama Orionis), de [[magnitude aparente|segunda magnitude]] é a terceira estrela mais brilhante da constelação, com aspecto branco azulado, classificada de acordo com suas características espectrais como uma [[estrela gigante]] com temperatura da ordem de {{fmtn|22000}} K, embora seu tamanho seja substancialmente menor que as demais componentes do grupo, com apenas nove [[massa solar|massas solares]].<ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kaler|título=Bellatrix|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/bellatrix.html|acessodata=22 de dezembro de 2016|arquivourl=http://archive.is/oSIX|arquivodata=15 de dezembro de 2012|lingua2=en}}</ref>
 
[[Eta Orionis]], localizada a sudeste do cinturão principal, é na verdade um sistema quádruplo composto por duas estrelas massivas azuis, além de uma estrela menor que, ao [[Binária eclipsante|eclipsar a estrela principal]], causa uma queda de 0,15 na magnitude visual da estrela, bem como outra estrela mais afastada das demais.<ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kaler|lingua2=en|título=Saif Al Jabbar (Eta Orionis)|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/saifaljabbar.html|arquivourl=http://archive.is/kw1q|arquivodata=14 de dezembro de 2012|acessodata=22 de dezembro de 2012}}</ref> [[Sigma Orionis]] ao sul de Alnitak, é um [[sistema estelar|sistema estelar múltiplo]] com brilho de quarta magnitude. O par principal (Sigma Ori A e B) é composto de duas estrelas gigantes azuis. Outro par (Sigma Ori D e E) são estrelas anãs menores, sendo que a última apresenta teor de [[hélio]] anormalmente alto. Sigma Ori C é uma anã com brilho fraco em comparação com as demais, de nona magnitude.<ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kaler|título=Sigma Ori|lingua2=en|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/sigmaori.html |arquivourl=http://archive.is/IPIw |arquivodata=10 de dezembro de 2012|acessodata=22 de dezembro de 2016}}</ref>
 
No catálogo de Bayer, Pi Orionis é composto de um conjunto de sete estrelas de brilho menor enfileiradas em sequência que formam o escudo de Órion. O grupo, no entanto, apresenta componentes bem distintos. [[Pi1 Orionis]] e [[Pi2 Orionis]] são estrelas anãs com magnitudes de 4,60 e 4,35, respectivamente. [[Pi3 Orionis]], também é uma [[anã branca]], situada a apenas 26 anos-luz da Terra. [[Pi4 Orionis]], por sua vez, é um sistema binário composto por uma gigante e uma [[subgigante]] azul, a mais de 1250 anos-luz de distância. [[Pi5 Orionis]] situa-se ainda mais longe, a 1342 anos-luz. Por fim, [[Pi6 Orionis]] é uma estrela gigante laranja a quase mil anos-luz.<ref name="constellationguide" />
 
[[Imagem:Orion-belt.jpg|miniatura|Alnitak, Alnilam e Mintaka (da esquerda para direita) são os componentes do cinturão de Órion.]]
No entanto, uma das características mais distintas da constelação de Órion é o seu cinturão, formado por três estrelas similares alinhadas com aproximadamente a mesma distância visual.<ref>{{Harvnb|Marett-Crosby|2013|pp=57-59}}</ref> [[Mintaka]] (Delta Orionis) [[Alnilam]] (Epsilon Orionis) e [[Alnitak]] (Zeta Orionis) possuem um brilho similar branco azulado. No entanto, Mintaka e Alnitak são [[estrela binária|sistemas binários]] com distância de aproximadamente 800 anos-luz.<ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kiler|título=Alnitak|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/alnitak.html|acessodata=20 de dezembro de 2016|arquivourl=http://archive.is/UaYO|arquivodata=20 de dezembro de 2016}}</ref><ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kiler|título=Mintaka|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/mintaka.html|acessodata=20 de dezembro de 2016|arquivourl=http://archive.is/f9OU|arquivodata=20 de dezembro de 2016}}</ref> Alnilam, por sua vez, situa-se a mais de {{fmtn|1300}} anos-luz da Terra e, mesmo assim, é a mais brilhante do trio por ser uma [[supergigante azul]], que supera em {{fmtn|375000}} vezes a luminosidade do Sol.<ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kiler|título=Alnilam|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/alnilam.html|acessodata=20 de dezembro de 2016|arquivourl=http://archive.is/4zvv|arquivodata=20 de dezembro de 2016}}</ref>
 
Ao sul do cinturão de Órion situa-se outro asterismo, a espada de Órion, com algumas estrelas de menor brilho visualmente enfileiradas. A mais proeminente é [[Hatysa]] (Iota Orionis), com uma magnitude aparente de +2,77, mesmo estando a mais de {{fmtn|1300}} anos-luz de distância. Na verdade trata-se de um sistema quádruplo do qual o principal componente é uma supergigante azul, orbitada por uma estrela menor, mas também gigante e azul,<ref>{{citar jornal|autor=Bagnuolo, William G. Jr.; Riddle, Reed L., Gies, Douglas R.;, Barry, Donald J.|título=Iota Orionis - evidence for a capture origin binary|jornal=[[The Astrophysical Journal]]|volume=554|número=1|páginas=362-367|ano=2001|doi=10.1086/321367|bibcode=2001ApJ...554..362B|acessadoem=22 de dezembro de 2016}}</ref> além de outras duas estrelas de menor porte.<ref name="constellationguide">{{citar web|título=Orion Constellation|autor=Constellation Guide|lingua2=en|url=http://www.constellation-guide.com/constellation-list/orion-constellation/|arquivourl=http://archive.is/4atgL|arquivodata=22 de dezembro de 2016|acessodata=22 de dezembro de 2016}}</ref> Iota Orionis é o componente mais brilhante do aglomerado aberto [[NGC 1980]], que contém cerca de duas mil estrelas e está localizado próximo à Nebulosa de Órion, situando-se pouco a frente da mesma, a cerca de mil anos-luz de distância. As duas principais estrelas do sistema Iota Orionis são [[Sistema binário#Binárias espectroscópicas|binárias espectroscópicas]], cuja órbita excêntrica seria resultado de encontro de outros dois sistemas binários, sendo que outros dois componentes dos antigos sistemas, [[AE Aurigae]] e [[Mu Columbae]] foram gravitacionalmente arremessadas em direções opostas para fora do conjunto, passando a ser [[Cinemática estelar#Estrelas em fuga|estrelas em fuga]].<ref>{{Harvnb|Finlay|2014|p=187}}</ref> Nas proximidades estão [[Theta1 Orionis]] e [[Theta2 Orionis]] sendo que a primeira, quando observada por um instrumento óptico, revela-se como sendo na verdade quatro estrelas que constituem o [[Alglomerado do Trapézio]], um conjunto de estrelas azuis e massivas recém-formadas a partir do material da nuvem molecular circundante, a Nebulosa de Órion.<ref> {{harvnb|Gendler|2011|p=44}}</ref><ref>{{Harvnb|Begelman|2000|p=117,118}}</ref>
 
[[Imagem:Cr 69.png|miniatura|Meissa (mais brilhante no centro) e outras estrelas azuis que fazem parte do aglomerado aberto [[Collinder 69]]. Abaixo, também azul, a estrela [[Phi1 Orionis]] e abaixo a esquerda, amarela, [[Phi2 Orionis]].]]
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| autor = A. G. A Brown; E. J. de Geus; P. T. de Zeeuw | ano = 1994| titulo = The Orion OB1 association| jornal = [[Astronomy and Astrophysics]]| numero = 289 | paginas = 101-122 | url = https://arxiv.org/abs/astro-ph/9403051| lingua2= en| acessadoem = 22 de dezembro de 2016 }}</ref><ref>{{citar web|nome=Jim|sobrenome=Kaler|título=Hunting Orion|url=http://stars.astro.illinois.edu/sow/orihunter.html|acessodata=23 de dezembro de 2016|arquivourl=http://archive.is/OF9K1|arquivodata=23 de dezembro de 2016|lingua2=en}}</ref>
 
A estrela [[GJ 3379]] é a estrela da constelação que atualmente se encontra mais próxima do [[Sistema Solar]], estando a cerca de 17,5 anos-luz de distância. Esta [[anã vermelha]], no entanto, passou a somente 4,30 anos-luz do Sol há cerca de {{fmtn|160000}} anos.<ref name="constellationguide" /><ref>{{citar jornal|nome=Vadim V.|sobrenome=Bobylev|título=Stars outside the Hipparcos list closely encountering the Solar System|jornal=Astronomy Letters|ano=2010|volume=36|número=11|páginas=816-822|doi=10.1134/S1063773710110071|url=https://arxiv.org/abs/1009.4856|lingua2=en}}</ref>
 
Orbitando as estrelas em Órion já foram detectados sete [[planeta extrassolar|planetas extrassolares]].<ref name="constellationguide" /> Dentre os mais notáveis inclui-se o sistema da estrela [[HD 38529]], uma estrela de sexta magnitude que na verdade é um [[sistema binário]], além de possuir dois [[exoplaneta]]s e um disco de poeira ao redor do sistema.<ref>{{citar jornal|autor= Deepak Raghvan ''et al.''|título=Two Suns in the Sky: Stellar Multiplicity in Exoplanet Systems|ano=2006|jornal=[[Astrophysical Journal]]|volume=646|número=1|lingua2=en|páginas=523-542|mês=Julho|url=http://iopscience.iop.org/article/10.1086/504823 |acessadoem=22 de dezembro de 2016}}</ref>