Mauritânia: diferenças entre revisões

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A dominação francesa trouxe proibições legais contra a [[escravidão]], e pôs um fim às guerras entre os diferentes [[clã]]s. Durante o período colonial a população continuou nômade, porém diversos povos sedentários, cujos ancestrais haviam sido expulsos séculos atrás, começaram a retornar aos poucos à Mauritânia. Quando o país obteve sua [[independência]], em [[1960]], e a [[capital]] [[Nouakchott]] foi fundada, no local duma pequena [[aldeia]] colonial, Ksar, 90% ainda era nômade. Com a independência, muitas populações indígenas da [[África subsaariana]], como os [[haalpulaar]], [[soninquês]], e [[wolof]], entraram na Mauritânia, movendo-se para a área ao norte do [[rio Senegal]]. Educados no [[Língua francesa|idioma]] e nos costumes franceses, muitos destes recém-chegados tornaram-se funcionários, soldados e administradores do novo estado. Este fato, em conjunto com a opressão militar dos franceses, especialmente contra tribos ''hassane'' mais intransigentes, do norte do país, predominantemente mouro, afetou os antigos equilíbrios de poder, e criou novos motivos para conflito entre as populações subsaarianas do sul do país e os mouros e berberes do norte. Entre estes grupos estavam os ''[[haratin]]'', uma enorme população de escravos arabizados, devidamente inseridos na sociedade moura, e integrados numa casta inferior. A escravidão é até hoje em dia uma prática comum no país, embora ilegal.<ref>Ver o relato do proprietário de escravos Abdel Nasser Ould Yasser em ''Enslaved, True stories of Modern Day Slavery'', editado por Jesse Sage e Liora Kasten</ref>
 
Os mouros reagiram a estas mudanças, e aos apelos dos [[Nacionalismo árabe|nacionalistas árabes]] do exterior, através de uma maior pressão para [[Arabização|arabizar]] diversos aspectos da vida mauritana, como as [[lei]]s e o [[idioma]]. Um [[cisma]] acabou por desenvolver-se entre os mouros que consideram a Mauritânia um país árabe, e aqueles que desejam um papel dominante para os povos não-mouros, com diversos modelos para a contenção da diversidade cultural do país tendo sido sugeridos sem que qualquer um deles tenha sido implementado com sucesso. Esta discórdia étnica ficou evidente durante os episódios de violência intercomunitária que eclodiram em abril de [[1989]] ([[Eventos de 1989 na Mauritânia|eventos de 1989]] e [[conflito senegalo-mauritano]]), que já arrefeceram. A tensão étnica e a questão delicada da escravidão - tanto no passado como, em diversas áreas do país, no presente - ainda é um tema de muita força no debate político nacional; porém um número significativo de pessoas de todos os grupos parece procurar uma sociedade mais diversa e pluralista. Foi também oum ultimodos paísúltimos países a abolir a escravidão no mundo, somente em 9 de novembro de 1981, pelo decreto n.º 81.234<ref>{{citar web|url=http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1569|titulo=O secular nó cego da Mauritânia: escravidão que persiste|data=|acessodata=|obra=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>.
 
== Geografia ==